Conclusão:
No piloto de DS9 (“Emissary”), duas premissas foram estabelecidas para a série: uma de que a missão de Ben Sisko se completaria com a entrada de Bajor na Federação e a outra de que este mesmo Sisko se juntaria aos Profetas (ou se tornaria um deles) ao final da série (pois é isto que os “Emissários” normalmente fazem ao final das suas histórias). Sisko de fato se uniu aos Profetas no episódio final da série (descobrimos, ao longo da série, que ele sempre foi parte Profeta), mas Bajor não entrou para a Federação. Sobre esta última questão, a série tomou vida própria e a entrada de Bajor na Federação soaria totalmente falsa. Estranhamente para alguns, Bajor parece destinada a trilhar um caminho de ajuda aos seus antigos algozes, em ajudar a reconstruir o que um dia foi o império Cardassiano. Bajorianos e Cardassianos parecem conectados de uma forma que desafia explicações e uma futura aliança entre eles, após um infinitamente necessário e árduo caminho de cura espiritual para ambos os povos, seria, acredito eu, a maior realização da série. Pena que esta história nunca vá ser contada.
(Espero que a “entrada de Bajor na Federação” não seja reduzida a uma linha do roteiro, no décimo filme de Jornada. Isto seria uma completa ofensa.)
No piloto de Voyager (“Caretaker”) foi estabelecida a premissa da série de voltar para casa, mas a realização desta premissa em “Endgame” me parece soar totalmente falsa e desprovida do impacto emocional que deveria ter. O fato da tripulação não ter que escolher entre voltar pra casa e “fazer um bem maior” é totalmente insatisfatório e o brinde “a jornada e não ao destino” só serve para esvaziar ainda mais o final (chega até a ser engraçada a combinação destas duas situações). O retorno de Voyager (ainda mais da forma realizada aqui) tira da série o seu único diferencial, deixando um problema para histórias futuras, mesmo para os livros.
Aos numéricamente inclinados eu dou nota 9.0 (em 10.0) ou 3.5 (em 4.0). A recomendação alta vai para o valor de entretenimento, em grande parte agregado aos excelentes valores de produção. O episódio é fortemente recomendado aos fãs tradicionais da série, pois “Endgame” é um autêntico exemplar de Voyager, até o último detalhe. Entretanto qualquer esforço de minha parte em levar o episódio a sério ou extrair algum impacto ou satisfação emocional dele, se mostrou inútil.
(O que será deste episódio daqui a uns vinte anos quando todo o “eye candy” desaparecer?)
Uma nota final (e bastante cínica) sobre este episódio (e Voyager como um todo) é que, lembrando os títulos dos segmentos finais das demais séries de Jornada, “Undiscovered Country”, “All Good Things…” e “What You Leave Behind”, motivos literários parecem vir a mente. Lembrando do título do episódio final de Voyager, “Endgame”, um texto de vídeo-game parece vir a mente. Sinal de tempos mais descartáveis, aos quais (infelizmente) a quarta série de Jornada nas Estrelas se adaptou, e bem