A rede de televisão UPN, empresa responsável pela exibição dos episódios inéditos da única série de Jornada ainda em produção –Voyager– está para garantir sua sobrevivência pelo menos nos próximos três anos. Quem informa é o jornal “The New York Times”.
A sobrevivência da rede dependia do acerto de um novo contrato com oito emissoras locais, antes pertencentes à empresa Chris-Craft e recentemente adquiridas pela News Corp, empresa responsável pela administração da rede de televisão da Fox nos EUA.
A impossibilidade de contar com essas emissoras –que representam mercados importantes dos EUA, como Nova York, Los Angeles e San Francisco– seria morte certa para a rede que enfrenta dificuldades desde seu surgimento, em 1995.
O contrato com as afiliadas termina em 15 de janeiro, mas tanto a News Corp quanto a própria UPN já anunciaram que as emissoras devem permanecer transmitindo a programação da rede, sob novo contrato, que ainda precisa ser assinado pela Chris-Craft, pois as emissoras ainda não passaram às mãos da News Corp, embora o negócio já esteja fechado.
Segundo o jornal nova-iorquino, o novo contrato teria duração de três anos. Mas a News Corp dá sinais de que quer mais com a UPN que só “alugar” oito emissoras por três anos. Peter Chermin, presidente da News Corp, declarou ter interesse em trabalhar com a UPN. “Nosso pensamento é de que gostaríamos que a UPN continuasse a ser 100% pertencente à Viacom, ou em parceria conosco. Talvez nós a assumissemos”, disse.
A Viacom, companhia que congrega, entre outras, a Paramount, a Blockbuster e a UPN, não quis se manifestar sobre o assunto. Entretanto, a empresa já confirmou que a UPN (sigla para “United Paramount Network”) não mais mudará de nome para “The Paramount Network”, conforme os planos originais.
Talvez isso sinalize a vontade da Viacom de arrumar uma parceria para administrar a UPN, mantendo à como “united”, ou seja, a união de duas ou mais empreendedoras.
Para os fãs de Jornada nos EUA, a notícia é tranquilizadora. Muitos dos fãs estavam com medo que os novos episódios de Voyager não tivessem onde ser exibidos após a dissolução da rede. Mesmo que ela permanecesse sem as oito afiliadas da News Corp, os fãs de Los Angeles, Nova York e San Francisco não ficariam nada satisfeitos.
Mais do que garantir a conclusão de Voyager, que deve ser exibida em 23 de abril nos EUA, um potencial acordo fortaleceria a UPN como candidata à exibir a quinta série de Jornada nas Estrelas, atualmente sendo desenvolvida em algum canto escuro da Paramount por Rick Berman e Brannon Braga.
Durante a entrevista coletiva dada no último evento promovido pela UPN, Rick Berman andou tirando sua responsabilidade pelos atrasos com o anúncio da novo programa. “Se a nova série via se materializar logo que Voyager terminar, ou meio ano, ou um ano depois, é uma decisão corporativa que deve ser feita pela Viacom e pela Paramount”, disse.
Sobre os atrasos do décimo filme do franchise, que deveria chegar em 2001, mas agora já tem nova data de estréia para 2002, Berman disse que “Sobre quando ele será produzido realmente vai depender da greve iminente.”
A greve, organizada pelo SAG (sindicato de atores dos EUA), deve acontecer na metade do ano, atrapalhando praticamente todas as produções de Hollywood.
Berman disse que John Logan (roteirista escalado para escrever o filme) já concluiu seu primeiro roteiro. Kenneth Biller, produtor-executivo de Voyager, na mesma ocasião confirmou que Brannon Braga havia concluído o roteiro para o piloto da próxima série.
Rumores não-confirmados dão conta de que a escolha de elenco para a próxima série já teria começado, e que os atores disputando os papéis estavam sendo obrigados a assinar um termo de compromisso para manter sigilo sobre sua eventual participação com Jornada.
Caso a UPN realmente mostre um pouco mais de estabilidade –e a Paramount ainda queira estrear a próxima série em 2001– um anúncio deve acontecer em breve. Em entrevistas antigas, Braga disse que o conceito do novo show provavelmente seria revelado entre janeiro e fevereiro.
Até hoje, o rumor mais forte sobre a série apontava para o ambiente do século 22, logo após o surgimento da Federação, retratando um período anterior ao da Série Clássica. O boato circula há mais de um ano e até agora não foi confirmado por ninguém diretamente envolvido no projeto, embora Ethan Phillips (Neelix) e Lolita Fatjo (ex-coordenadora de roteiros de Jornada) tenham afirmado a mesma coisa durante participações recentes em convenções.
Fontes: NYTimes, Eon Mothership e The Star Trek Portal