Parece que não faz tanto tempo assim, mas faz. Há exatos 10 anos, em 8 de maio de 2009, estreou Star Trek, dirigido por J.J. Abrams. Com um orçamento de 150 milhões de dólares, trouxe Jornada nas Estrelas de volta às telas de cinema como nunca se viu, tanto em visual quanto em roteiro. O longa apresentava uma nova linha temporal, surgida a partir da disruptura daquela que crescemos assistindo. A causa disso foi a chegada de romulanos do futuro ao século 23, liderados por Nero, a bordo da temível Narada. A partir disso, seríamos apresentados ao começo de tudo o que nos importa: o nascimento de James T. Kirk; a infância de Spock e sua posterior escolha pela Frota Estelar em vez da Academia de Ciências de Vulcano; ao primeiro contato com o Dr. McCoy; o lançamento da Enterprise; ou seja, um preâmbulo para o início da série original, mas com alguns desvios do que o cânone predizia.
Com Jornada fora dos cinemas desde Nêmesis, em 2002 (2003 no Brasil), e também ausente da televisão desde o cancelamento de Enterprise, em 2005, a nova roupagem produzida e dirigida por J.J., com roteiro de Roberto Orci e Alex Kurtzman (o atual chefão de Star Trek na CBS), foi bem recebida pelos trekkers, mesmo com a história com alguns engasgos. Ao final de sua passagem pelas telonas, fez 385 milhões de dólares de bilheteria no mundo todo, um recorde absoluto para a série naquele momento. Aqui no Brasil, rendeu quase US$ 2 milhões.
“Star Trek 2009”, como ficou conhecido, gerou uma trilogia composta por ele, mais Star Trek: Além da Escuridão (Star Trek Into Darkness, de 2013) e Star Trek: Sem Fronteiras (Star Trek Beyond, de 2016). Além da Escuridão, que custou 190 milhões de dólares, foi ainda melhor do que o primeiro na boca do caixa: arrecadou US$ 467 milhões nos cinemas pelo mundo. Já Sem Fronteiras, que saiu por 185 milhões de dólares, fez cerca de 343 milhões pelo planeta. Com o elenco composto por atores que se tornariam mais famosos a cada ano em outras produções, e muito mais caros para estrelar Jornada novamente, como Chris Pine (Kirk) e Zöe Saldana (Uhura), além de Chris Hemsworth, que você conhece melhor como o Thor dos Vingadores (intérprete do finado George Kirk, cotado para um suposto quarto filme da saga), a chamada Linha do Tempo da Kelvin foi encerrada. A retomada de Star Trek (com seu universo original, o Prime) na televisão com Discovery, pela CBS em 2017, também ajudou bastante a diminuir o interesse do espectador em ter de pagar ingresso para ver mais uma aventura num universo alternativo.
Muitos torcem o nariz para a Linha do Tempo da Kelvin. Outros gostam bastante da visão de J.J. Abrams para a nossa querida série de mais de 50 anos de vida. De qualquer maneira, é inegável que os filmes com Pine e Zachary Quinto (Spock) mantiveram a chama acesa num momento em que Star Trek estava virando nota de rodapé na cultura pop, e ainda vários de seus elementos estéticos acabaram sendo incorporados posteriormente em Discovery.
O Trek Brasilis cobriu toda a era Kelvin, desde os primeiros rumores, até a estreia de Sem Fronteiras e as conversas de um quarto filme, que surgiram por algum tempo (e agora parecem enterradas). A seguir, você pode conferir o TB ao Vivo que fizemos em março de 2018, a respeito do tema. Ainda, o podcast Odocast de maio de 2009, com a opinião de Fernando Rodrigues sobre o filme. E, pra encerrar, links com algumas críticas que publicamos na época do lançamento.
TB ao Vivo
Odocast
Ouça aqui.
Análises
6/05/2009 – SPOILERAMA: TB já viu o filme!
8/05/2009 – Que já fique claro: Star Trek é um excelente filme
10/05/2009 – O que entrou pelo canon com o novo Star Trek
13/05/2009 – Star Trek: mais que cinema-pipoca