SPOILERAMA: TB já viu o filme!

Poster star trekO Trek Brasilis esteve presente à cabine de imprensa realizada na manhã desta terça-feira em São Paulo para a exibição do novo filme de Jornada nas Estrelas. Como não poderia deixar de ser, trazemos agora uma sinopse detalhada do que rola no filme e de quais são algumas das impressões de um fã durante a exibição. Claro, ao longo dos próximos dias, os editores do TB publicarão suas tradicionais críticas individuais do filme. Este artigo é para aqueles que simplesmente não aguentam mais esperar e querem saber do que se trata afinal este novo Star Trek. Atenção, toneladas de SPOILERS.

Olha lá, não vai sobrar pedra sobre pedra, hein?

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ÚLTIMO AVISO. NÃO VAI SOBRAR SURPRESA NENHUMA NO CINEMA!

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Quem avisa, amigo é. Vamos lá.

A minha sensação inicial, com os primeiros instantes do filme, foi a de um sonho de fã. O padrão da trilha sonora (com sons de instrumentos de sopro fortes e vibrantes), mais efeitos sonoros reminiscentes da série clássica levam o espectador de volta ao universo de ST, de um modo muito tocante. Um zoom na ponte da Kelvin e, embora tenhamos uniformes e cenários diferentes, você tem a mais absoluta convicção de que ST está de volta. Big way.

A batalha com a Narada que se segue é rápida, mas extremamente emocional. O capitão Robau vai falar com Nero, e depois dizer que nunca viu uma certa nave e não faz ideia de quem seja Embaixador Spock, vai pro saco, e George Kirk assume o comando. Enquanto isso, Winona Kirk está para dar à luz. Evacuação rápida da nave, Winona é transportada para uma nave auxiliar no meio do trabalho de parto. Enquanto tudo isso acontece, o piloto automático pifa e George tem de ficar a bordo, colocando a nave em rota de colisão com a Narada. O diálogo que ele e Winona têm, via intercom, me levou às lágrimas (não sei se pelo efeito emocional do início, pela minha recente paternidade, ou pelo poder da cena mesmo). Ela tem o bebê e eles ainda conseguem discutir que nome dar a ele antes do choque da Kelvin com a nave romulana.

Créditos iniciais. Apenas o título, com a insígnia da Frota ao fundo. Simples e bonito.

Flash-forward para Iowa, alguns anos depois. Um moleque chamado James Tiberius Kirk está arrepiando com um carro antigo, item de colecionador do seu padrasto — sujeito antipático que liga, via celular, para que Jim volte IMEDIATAMENTE com o carro, sem um arranhão. Pela primeira vez na história da franquia, temos merchandising! O aparelho de comunicação, parte do painel do carro, é da NOKIA!

Jim tenta abrir o teto do carro, que prontamente sai voando, em alta velocidade. É um momento engraçado. Um policial inicia a perseguição. O carro cai do penhasco. Jim escapa da morte e se apresenta ao policial. Todos nós já vimos essa cena centenas de vezes, no trailer.

Vamos então para Vulcano, para ver o jovem Spock na escola. Cena totalmente cool, e extremamente respeitosa ao “modo vulcano de ensino”, visto em Jornada IV. Spock é provocado pelos coleguinhas e, quando falam mal da mãe dele, sai um puta pau. Acontece com ele, em seguida, o equivalente vulcano de ir parar na sala do diretor. Spock e Sarek têm uma conversa franca, e o pai diz que Spock tem o poder de escolher seu próprio caminho.

Flash-forward, e temos Spock já adulto (Zach Quinto), recebido pelo Conselho da Academia Vulcana de Ciências. O “reitor” aponta que Spock foi muito bem em todos os testes, e a única crítica do conselho é a iniciativa de o vulcano ter se matriculado também na Frota Estelar. Spock argumenta que estava apenas tentando maximizar suas chances (mais ou menos como alguém que faz vários vestibulares pra garantir um curso superior). O reitor diz que não será necessário, pois, apesar de sua “desvantagem”, Spock foi aceito para a Academia. Spock, vulcanamente indignado, pergunta qual foi essa “desvantagem”? O reitor responde com naturalidade: sua mãe humana. Spock então comunica sua decisão de renunciar à Academia Vulcana de Ciências, em favor da Frota Estelar.

Indignação na sala.

– Nenhum vulcano jamais recusou uma vaga na Academia antes!

– Como eu sou meio-humano, sua estatística permanecerá inalterada. Vida longa e próspera.

DESFECHO ESPETACULAR DA CENA!

Há também uma cena tocante entre Spock e sua mãe, em que o vulcano pergunta se a mãe tomaria como insulto se ele decidisse seguir o Kolinahr e se livrar de qualquer resquício de emoção? Amanda, claro, o apoiaria em qualquer circunstância, e o cenário começa a ser construído para mostrar uma relação intensa e amorosa entre mãe e filho.

Enquanto isso, em Iowa, Kirk já adulto (mas agindo como criança) vai a um bar e começa a flertar com Uhura. A cena já foi descrita antes e há flashes dela nos trailers. Ele entra numa confusão, quebra o pau com uns seguranças da Frota, e a briga só é interrompida quando o capitão Pike entra e convence Kirk a se alistar. Apesar de mostrar desprezo por Pike, Kirk acaba decidindo seguir o conselho e vai para a doca seca, onde a Enterprise está sendo construída, e se junta aos outros recrutas. Ele conhece McCoy, um médico que revela seu desgosto pelo espaço, mas explica sua decisão de se juntar à Frota: sua ex-mulher levou tudo que ele tinha no divórcio. “She left me only with the Bones”, ou algo assim, é como ele diz, sugerindo a origem de seu apelido.

Nero, enquanto isso, está no lugar certo, na hora certa, depois de descobrir que fez uma viagem ao passado e que o Embaixador Spock, seu “nêmesis”, deveria chegar àquele mesmo lugar 25 anos depois dele. A Narada fica ali à espera e captura facilmente a pequena nave e seu único ocupante. O plano de Nero é fazer Spock sofrer a mesma coisa que ele sofreu — a destruição de seu mundo natal.

Flash-forward, três anos depois. Kirk está prestes a se graduar na Academia e decide fazer pela terceira vez o teste do Kobayashi Maru — programa que já é programado há quatro anos pelo experiente tenente Spock. McCoy acha que é perda de tempo, que é um cenário sem chance de vitória, mas Kirk está confiante de que a terceira vez é a boa. Diz que precisa ir estudar, mas na verdade vai pegar uma cadete de Orion — que ele acaba descobrindo, do pior jeito possível, que é colega de quarto de Uhura.

No dia seguinte, o teste está rolando, e Kirk está absolutamente relaxado. As naves klingons cercam a nave, e todos estão certos de que a morte virá mais uma vez. Kirk, por outro lado, espera até um leve “tilt” na tela, e aí aponta que as naves klingons estão sem escudos. Calmamente ordena que todas sejam destruídas e procede com o resgate das vítimas do cargueiro Kobayashi Maru. Cena extremamente divertida, que funciona muito bem com os fãs.

Kirk está para levar um mega-crau do comandante da Academia da Frota quando um pedido de socorro chega, vindo de Vulcano. O planeta está enfrentando dificuldades, e a maior parte do efetivo da Frota está envolvido num rolo sei-lá-onde (conveniência do roteiro, claro; a nova versão do “a Enterprise é a única nave no quadrante”). Por isso, a recém-construída Enterprise é lançada, com Pike como capitão, e um bando de cadetes recém-formados na tripulação. Uhura é originalmente designada para a Farragut, mas cobra de Spock seu desejo de servir na Enterprise. Spock diz que escalou Uhura para a Farragut com medo de que achassem que ele a estava favorecendo (uma sugestão de algo mais entre eles?), mas acabou se dobrando e enviando Uhura para a Big E.

Kirk, em compensação, levou uma suspensão e não tem uma designação. McCoy então injeta o amigo com uma vacina, cujos sintomas o farão passar por doente para que ele possa ir a bordo da Enterprise com o médico, que foi designado para lá.

Os dois vão a bordo e aí se desenrola mais uma cena exibida no preview para os jornalistas meses atrás: Kirk ouve Chekov falando no intercom da tempestade magnética que está assolando Vulcano e lembra que foi a mesma coisa que aconteceu com a Kelvin, 28 anos atrás, e acabou se revelando um ataque de uma poderosa nave romulana que nunca mais foi vista desde então.

Ele sai correndo, fala com Uhura, vai para a ponte, relata o que sabe a Pike. Uhura corrobora o que ele diz, e aí até mesmo Spock — grande desafeto de Kirk — é obrigado a concordar. A Enterprise então já entra em espaço vulcano pronta para o combate.

Uma batalha com a Narada se segue, até que Nero nota que se trata da Enterprise. Isso faz com que ele interrompa o combate, pois ele sabe que o jovem Spock está a bordo. Ele quer que Spock testemunhe a morte de Vulcano. Então, transmite uma mensagem a Pike e pede que ele venha a bordo para negociar um cessar-fogo. Ciente do que aconteceu com a Kelvin e seu capitão, Pike sabe que é perda de tempo a dita “negociação”, mas elabora um plano B. Enquanto ele viaja na nave auxiliar, rumo à Narada, Kirk, Sulu e Olson deverão fazer um salto orbital de pára-quedas para pousar na “britadeira espacial” que a Narada mantém sobre Vulcano, perfurando o interior do planeta. A ideia é ir até lá, desativá-la e com isso permitir que o teletransporte volte a operar. Pike e o grupo avançado seriam então resgatados. Spock é deixado como capitão, e Kirk é colocado como primeiro-oficial.

Mas a coisa não vai como planejado. Olson, o redshirt, acaba caindo, e só Kirk e Sulu chegam inteiros à plataforma. Rola uma pancadaria com os romulanos, e no final a dupla desativa a “britadeira” na base da “bala” — atirando nela. O esquema funciona, mas não em tempo de salvar Vulcano: o buraco cavado já atingiu o núcleo — objetivo de Nero, que então despejará uma cápsula com matéria vermelha no coração do planeta, para gerar uma singularidade. Trata-se de um buraco negro, que engolirá aquele mundo, destruindo-o completamente.

Na Enterprise, Spock percebe o que se passa e pede a evacuação imediata de Vulcano. Enquanto isso, ele vai resgatar seus pais pessoalmente, pois eles estão num lugar que é o repositório da sabedoria vulcana e não podem sair de lá sozinhos. Ele procede com o resgate, e a Enterprise tenta transportá-los, mas… o chão sob os pés de Amanda caem subitamente e ela sai do feixe do transporte. Spock chega à Enterprise chocado, de ver que sua mãe foi morta no processo.

Ele volta à ponte, enquanto Kirk e Sulu são resgatados por um milagre de teletransporte em movimento operado por Chekov. Pike não foi resgatado e se mantém prisioneiro da Narada. Spock decide reagrupar a Enterprise com o resto da Frota, em sei-lá-onde, para que possam fazer uma investida mais forte contra a nave romulana em seu próximo encontro. Mas a Narada está agora a caminho da Terra. Kirk contesta a ordem de Spock e acha que a Enterprise deve ir atrás da Narada, para tentar evitar a destruição da Terra. Os dois discutem e, após a insubordinação de Kirk, Spock decide despachá-lo para fora da nave numa cápsula de fuga. Ele vai parar em Delta Vega, planeta gélido e muito próximo de Vulcano (que, definitivamente, não é o Delta Vega de “Onde Nenhum Homem Jamais Esteve”).

Nero tortura Pike e quer informações sobre as defesas da Terra. O capitão se recusa a cooperar e será coagido a ajudar com a ajuda de um parasita que o torna suscetível à sugestão. Este pedaço foi o que mais me incomodou no filme, por “roubar” descaradamente um artefato de roteiro de “A Ira de Khan”, em todos os seus detalhes.

Kirk, enquanto isso, está em apuros. Fugindo de monstros em Delta Vega, ele acaba sendo salvo pelo Embaixador Spock! Vindo do futuro, ele foi exilado em Delta Vega para testemunhar em primeira mão a destruição de Vulcano. Spock conta toda a história, e uma sequência narrada de flashbacks ajuda a explicar o que aconteceu no século 24 para Nero ter ódio de Spock e buscar vingança contra a Federação e seus mundos. Nesse pedaço, tudo bem para os fãs que têm lido a esse respeito deste filme por meses e leram o gibi “Countdown”, mas não sei se não vai soar absurdamente confuso e maluco para os não-fãs. Enfim, segue o lance.

O velho Spock convence Kirk a ir com ele até um posto avançado da Frota instalado a alguns quilômetros dali, para que ele possa voltar à ação e tome o comando da Enterprise. No posto avançado, eles encontram um indignado Scotty, colocado naquele posto terrível depois de um experimento malogrado de teletransporte com o beagle do almirante Archer.

Spock revela uma fórmula que o Scotty do futuro desenvolveria para realizar teletransporte para naves em dobra — procedimento que poderá levar Kirk de volta à Enterprise. O cadete tenta convencer Spock a ir com ele para convencer seu jovem “eu” de que Kirk deveria assumir o comando. O velho embaixador se recusa e diz que Kirk precisa fazer isso sozinho — e que o segredo será enervar Spock, para que ele se mostre emocionalmente inapto para o comando.

Kirk volta à Enterprise, com Scotty, que é resgatado após um episódio insólito, em que ele foi teletransportado para uma tubulação de água da nave. Ambos são encontrados pela segurança e o jovem Spock fica atônito de ver Kirk de volta. Lembrando a dica do velho Spock, Kirk provoca o jovem até ele perder o controle e dar uns sopapos nele. O próprio Spock, ao fazer isso, se diz incapaz de assumir o comando. Kirk, nomeado primeiro-oficial por Pike, assume a cadeira central e ordena que a Enterprise vá na direção da Terra.

Spock toma o turboelevador e é acompanhado por Uhura, que então o beija, abraça e mostra que há algo sério rolando entre os dois. Achei interessante esta opção, pois vemos realmente a Uhura arrastando asinha pro Spock nos primeiros episódios da série original!

Na Terra, a Narada já está esticando a “britadeira espacial” e iniciando o procedimento para destruir o planeta. Kirk elabora então um plano maluco para resolver a coisa toda. Ele e Spock vão se transportar para a Narada, pegar o “dispositivo que cria buracos negros”, resgatar “Pike” e pronto. Sulu fica no comando, e Kirk ordena que, se ele sentir que a Enterprise tem a vantagem tática, mesmo com ele e Spock na Narada, ele deve atacar.

Após matar um punhado de romulanos na Narada, Spock consegue assumir o comando da nave do velho Spock, que contém a matéria vermelha necessária para criar os buracos negros. Ele parte com ela, enquanto Kirk fica para resgatar Pike. O conflito com Nero não dura muito, porque o homem sai correndo, furioso, quando vê o jovem Spock escapando com a navezinha do futuro. Kirk então ajuda Pike a sair dali.

A Enterprise, enquanto isso, começa a atirar na Narada e detona a britadeira espacial. Nero decide disparar contra a nave de Spock, mesmo sabendo que, se detonarem a matéria vermelha, uma singularidade irá engolfá-los. O jovem Spock, por sua vez, pensa exatamente nisso e estabelece um curso de colisão com a nave romulana. Na hora agá, a Enterprise teletransporta Kirk, Pike e Spock de seus respectivos locais, para surpresa de Scotty.

– Uau! Nunca havia transportado três pessoas, de dois lugares diferentes, ao mesmo tempo, para o mesmo pad!

A colisão da navezinha de Spock com a Narada abre uma singularidade. Kirk abre comunicação com Nero e oferece ajuda para resgatar os sobreviventes. Típico dos malucos sedentos de vingança, Nero recusa e morre engolido pela singularidade. A Enterprise quase é engolida também, mas Scotty faz um milagre de última hora e ajuda a nave a escapar. Ufa!

De volta à Terra, Kirk é condecorado (na mesma sala em que tomou um esculacho, antes da crise) e promovido a capitão, assumindo a Enterprise deixada pelo agora Almirante Pike — que está numa cadeira de rodas, mas não está paralisado, nem tem luzinha fazendo peep-peep…

Quanto aos vulcanos, resta a tarefa de ressuscitar sua cultura. Spock vê um vulcano idoso que, de costas, pensa ser seu pai. Mas era o velho Spock! Os dois têm uma conversa interessante, em que o velho embaixador pede que seu eu mais novo permaneça na Frota Estelar, enquanto ele ajudará os demais vulcanos a reconstruir sua civilização em outro planeta.

E a cena final tem Kirk no assento central, cercado por sua já famosa (e jovem) tripulação, aceitando o pedido de Spock para servir como primeiro-oficial. E lá vão eles, rumo às aventuras da Enterprise, audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve. O filme termina com a narração do tradicional texto de abertura, feito por Leonard Nimoy.

Entram os créditos, com a música da série original, retocada para a nova produção. É isso.