Os fanfilms Hidden Frontier e Starship Intrepid fizeram um crossover entre seus personagens com o título de “The Orphans of War” (já disponível para download), que teve sequência em outro episódio, “Operation Beta Shield”, ainda em produção. O site TrekWeb entrevistou o ator e produtor Nick Cook que falou sobre os planos para o seu fanfilm.
Nick Cook é o produtor da série Starship Intrepid. Ele escreve alguns episódios e coordena a produção dos equipamentos e vestuários para as filmagens. Nick também atua na série fazendo o papel do capitão Daniel Hunter, comandante da nave Intrepid, semelhante a nave da série de televisão Voyager. O fanfilm é de produção escocesa e situa-se no período após os eventos do filme Nêmesis, onde conta as aventuras da nave Intrepid que juntamente com a organização Merchant Service, prepara a colonização no setor Charybdis, uma região distante da galáxia ainda inexplorada pela Federação. Starship Intrepid foi lançada em maio de 2007 e já fez parte de um documentário no Sci Fi Channel.
Como foi que surgiu a série Starship Intrepid?
Nick: “Eu acompanhei os episódios de Hidden Frontier desde quando eles iniciaram sua produção e fiquei impressionado com o que eles fizeram. Isso não me ocorreu que fosse algo dentro de minha capacidade. Depois de um ano ou mais de Hidden Frontier estar em produção, eu entrei para outra série, a Starship Exeter, e foi então que pensei na possibilidade de produzir uma história em áudio. Reuni com os amigos no Star Trek Club e foi sugerido pelo Dylan Feeney (futuro compositor da série), que produzíssemos um fanfilm mesmo. Conseguimos uma câmera portátil de outro colega e começamos a filmar do jeito que dava pra fazer. Claro, que em nossa ingenuidade, não tínhamos nenhuma pista do que estávamos nos envolvendo”.
Como acontece com James Cawley em Star Trek: Phase II, você é produtor e ator ao mesmo tempo. De que forma consegue conciliar essas duas coisas?
Nick: “Bem, eu já vi o James trabalhando e honestamente, ele é um homem dínamo. Não tenho idéia de onde ele consegue tanta energia. Ao contrário dele, eu já não consigo alcançar nem mesmo uma fração de sua desenvoltura. Isso não ajuda que eu seja um pouco dilatante. Eu também escrevo e faço o vestuário, e me vejo frequentemente trabalhando em quarenta diferentes direções de uma vez. É uma constante curva de aprendizagem, e eu estaria mentindo se dissesse que não falhei algumas vezes, mas eu diria que parte da experiência de aprendizagem foi boa. Eu acredito que muitas pessoas achem que sou insano, mas o fato é que amo cada minuto disso”.
Como você define o capitão Daniel Hunter?
Nick: “Hunter é um extraordinário homem em uma extraordinária situação. Ele não se enquadra nos usuais modelos de capitães heróicos da Frota, ele é um pouco menos confiante e menos reverencial. Enquanto que Picard e Kirk foram graduados em primeiro lugar nas suas turmas, Hunter apenas conseguiu se formar com muito esforço. Ele é um homem que gosta da idéia de capitanear, mas nunca aspirou alcançar a esse posto, porque nunca acreditou que era bom o bastante para isso. Agora que foi levado para essa posição de modo informal (devido a morte de seu capitão), ele é constantemente assombrado por todas essas torturantes dúvidas, mas que o empurram adiante porque ele não tem outra escolha. Hunter está muito ciente de que as pessoas estão olhando para ele como um líder, e a procura de respostas, e ele está determinado a não deixar que elas fiquem desapontadas”.
Por que vocês escolheram o modelo de nave Intrepid igual ao da série Voyager?
Nick: “Por razões puramente estéticas. Eu sempre adorei os designs de Rick Sternbach e, para mim, ela tem uma certa vibração da série original. Ela é menor, mais suave e mais íntima do que as grandes naves como a Enterprise-D. Eu gosto dela. Também o local de gravação da Intrepid foi o Trek Club, que foi uma fácil escolha”.
Sobre o primeiro episódio do crossover com Hidden Frontier, “The Orphans of War”, como você avalia a experiência?
Nick: “Nós desfrutamos desse tempo imensamente. Foi uma verdadeira montanha russa. Nós ficamos em Los Angeles por apenas dois dias e tivemos somente esses dias para as filmagens. Foi realmente estar no escuro. O pessoal do Hidden Frontier simplesmente foi o mais gentil possível. Trabalhar com todos eles foi fantástico e fomos afortunados em termos a visita de Rod Roddenberry no cenário e que adicionou toda uma nova dimensão. Foi uma experiência única e uma honra ter dividido isso com eles”.
E em relação ao seu novo projeto com a Hidden Frontier, “Operation Beta Shield”, o que pode nos contar?
Nick: “Existem vários segmentos que estamos filmando na Escócia, por mais de um mês, que envolve a tripulação da Intrepid, onde alguns não podem ir para Los Angeles para a filmagem principal. Após isso, minha esposa (que faz o papel da tenente Yanis Caed) e eu iremos para Los Angeles na primeira semana de junho para a filmagem principal. Nós gravaremos sessenta páginas de script em três dias, e estou prevendo que não vou dormir muito. Diferente de “Orphans”, “Beta Shield” vai gastar mais tempo na pele desses personagens. Você certamente vai saber um pouco mais sobre a amizade entre Hunter e a capitã Shelby. Além disso eu não estou certo do destino de alguns personagens importantes. É melhor não falar mais”.
Quais são os seus planos para o futuro da série?
Nick: “Além dos dois novos episódios em pós-produção, “Where There’s a Sea” e “Transitions and Lamentations”, eu dei recentemente ao nosso diretor, Steve Hammond, um programa de três dias de filmagens para maio. Nós estamos produzindo 34 páginas do script de Brian Matthews, que a princípio se chamará “The Stone Unturned” e que está me deixando bem animado. Temos muito interesse em convidar artistas conhecidos para um episódio, mas só anunciaremos mais sobre isso no mês que vem. Nós também estamos discutindo idéias para uma produção em Doctor Who (série de TV inglesa), mas isso ainda está no início”.
Fonte: TrekWeb