A série original apresentou aos telespectadores uma variedade de mulheres incrivelmente lindas e uma delas se chama Sherry Jackson. Ela fez Andrea o andróide do episódio “What Are Little Girls Made Of ?”, onde usava uma roupa que desafiou os críticos conservadores da época. Jackson também co-estrelou em séries como Make Room for Daddy, Além da Imaginação, Perdidos no Espaço, Batman, James West, O Incrível Hulk, As Panteras, Ilha da Fantasia, CHiPs. Aos 72 anos ela ainda participa de seção de autógrafos nas convenções que frequenta. Numa entrevista ao Star Trek.com Sherry falou sobre seu trabalho na série.
Você tinha feito um episódio numa série de Gene Roddenberry antes de Jornada, The Lieutenant. Será que isso tenha tido algum impacto sobre ganhar o seu papel em Jornada?
JACKSON: Eu não sei. Eu não me lembrava que Gene Roddenberry estava naquela série. É uma série que, desculpe a minha falta de modéstia, eu gostei do desempenho, e amei trabalhar com Gary Lockwood. Ele era muito sério com o trabalho e não estava fazendo isso pelos números. Nós elaborávamos uma cena e tornava-a melhor que poderíamos fazer. Mas com Jornada, meu agente me ligou e disse: “Eu quero que você vá nessa entrevista”. Então eu fui, mas eu nunca me importei em particular com sci-fi. Gostei de 2001, mas não sou uma pessoa fã de ficção científica, e eu realmente não vi nenhum dos outros episódios ou filmes. Mas, para responder à sua pergunta, eu tive que encontrar com Gene Roddenberry em três momentos diferentes, antes que ele decidisse que me queria para Jornada.
Seu traje em “What Are Little Girls Made Of ?” foi inesquecível. O que você lembra dos acessórios quando William Ware Theiss trouxe à vida em você?
JACKSON: Bill Theiss foi simplesmente maravilhoso. Bill e Gene Roddenberry e eu … nós três estávamos projetando essa roupa. Era como um trabalho de engenharia mecânica fazê-la funcionar. Posso contar-lhe algumas histórias sobre a roupa. Inventei o corte na parte da frente da perna. Tenho apenas 1,62 metros de altura e queria parecer mais alta. Isso me fez parecer mais alta. A roupa se tornou mágica. Além disso, cintura baixa não era moda naquela época, mas, aparentemente, depois desse episódio, a cintura baixa se tornou moda. Tenho certeza de que foi por causa de Jornada.
Andrea, como um androide, certamente expressou muita emoção e sensualidade …
JACKSON: Se você olhar de perto, você pode ver a transição, que é muito sutil. Eu estava interpretando esse papel, como interpretasse um ser humano, de certa forma, porque eu sabia que tinha havido androides antes de Andrea, mas não tinha visto em nenhuma série ou filmes com androides e eu não tinha noção de como era um androide. Então, criei o que eu achei que o androide sentiria ou não. Claro que, no início, ela não sente. Ela só obedece ordens. E então acaba ficando com sentimentos e você pode vê-la lentamente em torno desses sentimentos, e isso é realmente um choque para ela.
Você compartilhou alguns momentos agradáveis com Majel Barrett, Michael Strong e William Shatner. O que você lembra do trabalho com eles?
JACKSON: Bem, Majel, naquela época, estava namorando Gene Roddenberry, eu acho, mas eu não sabia disso. Ela estava fazendo o seu papel, a mulher forte e independente, e ela também era assim no set. Ela não era uma adorável, divertida pessoa. Era muito sistemática. Ela fazia suas cenas e sabia suas falas. Era uma profissional. Michael Strong foi um ator de teatro, e adorei trabalhar com ele. Ele também estava fazendo o que eu estava fazendo, porque estava interpretando um andróide. Quando ele acabou, pensei: “Uau, isso foi realmente um bom trabalho aqui”. Ted Cassidy era uma boneca, também. E Shatner … bem, o que posso dizer? Ele é uma boa pessoa. Claro, ele teve uma espécie de flerte comigo. Mas no geral, eu gostei de trabalhar com Shatner.
Pouco antes de fazermos essa entrevista com você, assistimos ao episódio novamente. E repetimos a cena de quem puxa o gatilho do phaser. De uma vez por todas, quem puxou o gatilho?
JACKSON: Você sabe, essa é uma boa pergunta. Eu não tenho certeza se fui eu mesma.
Você é uma das raras atrizes em que fez a transição com sucesso de estrela infantil para atriz adolescente e para atriz adulta. Você percebe no momento o quão raro era conseguir isso?
JACKSON: Sim, eu sabia que era muito, muito difícil, em parte por causa das leis do Conselho de Educação. Você poderia trabalhar sendo mais jovem do que seis anos, mas só se pudesse trabalhar em horários limitados. Então, eles preferiam contratar alguém que tinha sete anos, mas que parecia ter cinco. Se você pensar bem, é por isso que você via tantos atores baixinhos na tela, especialmente os meninos que cresceram para serem atores. Mas eu continuei recebendo trabalho, e fiquei muito grata pelas oportunidades. Era o meu objetivo para o trabalho. Eu queria fazer papéis mais maduros. Eu não suportava quando me chamavam “Sherry Jackson bonequinha de tranças”. Eu disse: “Algum dia, eu vou mudar isso”. Jornada foi realmente o começo. Então, quando eu me vi em Gunn , eu disse: “Agora, sou uma mulher adulta”. Eu pensei por um minuto que nunca teria que trabalhar novamente, porque eu alcancei meu objetivo de fazer essa transição, mas depois eu continuei trabalhando.
JACKSON: Eu estou apenas curtindo a aposentadoria, yoga e estudando algumas coisas e aprendendo espanhol. Estou fazendo todo o tipo de coisa, e isso me mantém ocupada. Eu gosto de ter uma agenda lotada.
Você ainda vai a seção de autógrafos ocasionalmente e estará dirigindo-se para Las Vegas em agosto para grande convenção Creation Star Trek. Deve ser divertido atender os fãs …
JACKSON: Eu amo isso. Minha base de fãs vai de 17 anos a cerca de 80 anos, que é fenomenal, e muitos deles são fãs de Jornada. Eu recebo cartas de todo o mundo. E ouço muitos fãs no meu site. Nas convenções, eu gosto de passar tempo com eles, vendo como eles são, ouvindo de onde eles vem, se eles têm filhos. A minha alegria é falar com eles.