Continuando com as edições em quadrinhos de Star Trek Ongoing, apresentamos para você um resumo da décima edição que finaliza mais uma história da série original adaptada ao universo de J. J. Abrams. “The Return of Archons, Parte II” mostra Kirk e cia enfrentando os mistérios de um planeta oculto pela Frota Estelar.
Como já foi dito anteriormente, a coleção em quadrinhos Star Trek Ongoing traz um universo paralelo (criado pelo filme Star Trek) que explora velhas histórias no contexto de uma nova configuração.
“The Return of Archons” é um exemplo claro dessa nova postura. Embora boa parte da trama seja consistente com o episódio original, novos caminhos foram criados a partir disso, trazendo um atrativo a mais para o leitor e que poderão ter um papel relevante no próximo filme.
Na parte I da história tivemos Sulu sendo convidado por uma organização secreta na Frota Estelar que parece muito com a Seção 31, vemos as ações de Kirk levando a um debate sobre as aplicações da Primeira Diretriz, o mistério do planeta Beta III proibido pela Federação e o computador Landru com programação da própria Frota, usando energia de uma nave desaparecida.
A situação não parece muito favorável. Kirk e seu grupo, tendo ainda que salvar a Enterprise de queimar na atmosfera, causada por Landru, estão cercados por centenas de betanianos enraivecidos que parecem não temer a ameaça das armas. A única saída é tentar abrir caminho pelos phasers. Kirk ordena o uso da força, em violação a Primeira Diretriz. Com a condição de tonteio eles vão conseguindo abrir caminho lentamente.
Os próximos quadros são de pura ação, misturada com um toque de humor, mas sem perder a seriedade da situação, uma vez que os protagonistas se vêem em posição desconfortante, tendo de enfrentar pessoas claramente agindo sobre controle externo.
Vendo que é quase impossível de transpor o enorme grupo de agressores, Spock tenta contato com a Enterprise, em vão, a transmissão é falha. A muito custo conseguem se refugiar numa sala, temporariamente. Kirk se preocupa com McCoy e os demais que sumiram, mas Spock aconselha procurarem por um melhor sinal da Enterprise para o transporte, já que a energia dos phasers está quase no fim.
Num ato de desespero conseguem alcançar o lado de fora do prédio e correm pelas ruas perseguidos pelos nativos. Durante a fuga, Kirk ouve o chamado de alguém em uma das janelas, é McCoy. Outra pessoa abre uma porta, Kirk e os demais entram, estão protegidos, por enquanto. McCoy está a espera e apresenta a bela Ariel, uma nativa.
A partir desse ponto algumas questões começam a serem esclarecidas através de Ariel:
Que não só ela, mas todos são descendentes da tripulação da Archon e de colonos;
Que existem poucos que não estão sob o controle de Landru. Quando são capturados acabam convertidos ou reeducados;
Que uma história transmitida através das gerações, conta que a nave USS Archon foi enviada para fundar e vigiar uma das primeiras colônias mais distantes da Federação. A colônia seria abastecida e regulada por um protótipo de tecnologia avançada produzido pelo centro de pesquisas da Frota. Tal dispositivo seria uma inteligência artificial, que controlaria toda a organização da colônia. Seu criador era o cientista Corneluis Landru que ficou em Beta III para monitorar sua criação;
Que o cientista tinha outros planos para a máquina. Fez secretamente experimentos de controle populacional, programando a mente de suas vítimas de acordo com seu desejo, o de criar um mundo utópico em que ele seria o governante supremo.
Sua trama foi descoberta e o capitão da USS Archon tentou impedi-lo. Mas a máquina de Landru fez com que a USS Archon entrasse na atmosfera e caísse.
Com a nave semi-destruída, a tripulação sobrevivente refugiando-se distante da colônia e sem contato com a Federação, os colonos foram perdendo a ligação com a civilização de origem, e sob o controle de Landru, que escondeu sua tecnologia, eles regrediram a um nível pré-industrial, basicamente agrícola. A nova geração, sem conhecimento dos fatos, via Landru como um Deus e a Archon como o instrumento dele. Construíram um templo e formaram uma religião, tendo os legisladores como guardiães das leis. Landru morreu, mas sua mente permaneceu na máquina que continuou seu trabalho.
Tendo conhecimento da história e vendo a impossibilidade de chegar perto da máquina sem ferir os habitantes, Kirk decide retornar a nave, assim que a comunicação com a Enterprise foi reestabelecida, levando Ariel com ele.
Um fato interessante que foi observado é que McCoy começa a ser um questionador das atitudes, as vezes intempestivas, de Kirk, como ocorria na série.
Ele indaga a Kirk se levar Ariel para a nave teria sido a coisa certa, uma vez que ela nunca viu uma civilização avançada antes e se isso não seria uma forma apenas de impressionar a moça. Kirk replica que sua presença era importante para ela ter conhecimento de onde veio e que poderia assim facilitar a aceitação dos demais habitantes para um retorno de comunicação com a Federação, uma vez livres de Landru.
Pela primeira vez vemos uma reunião da tripulação para discutir o que poderia ser feito.
Scott informa que terão cerca de duas horas até que a nave penetre na atmosfera, que poderá apenas usar os propulsores para estabilizar antes de atingir o solo.
Daí segue-se um debate de opiniões que poderá ser a tônica do próximo filme.
Voltar a superfície para tentar desativar a máquina ficou fora de cogitação. “Que tal destruí-la remotamente?”, sugere Kirk. Chekov informa que as armas estão online, mas Sulu adverte que as coordenadas da máquina levam a cavernas no subsolo da cidade, uma destruição poderia implodir a cidade matando seus habitantes.
“Então vamos transportá-la para baía de carga da nave”, sugere novamente Kirk. Scott diz que transportar uma máquina imensa de uma grande profundidade teria como consequência trazer alguns detritos também. Kirk explica que bastaria transportar a central de comando e todo o resto ficaria desativado e a nave se livraria do raio trator. “Interesssante”, diz Spock.
Acertadas as medidas de ação, Kirk ordena que Scott prepare o transporte e Sulu manobre a nave para ficar acima da máquina.
No entanto algo angustia McCoy: a possibilidade de morte dos habitantes se a máquina for desativada, questionando se a medida estaria sendo correta.
Spock também questiona, mas sob outro aspecto: De que eles estavam ali investigando por conta própria, sem ordens da Frota e que deveria manter a Primeira Diretriz de não interferência, enviando relatório narrando o acontecido, sem tomar medidas apenas baseado na história de uma única pessoa.
Kirk diz que ambos estão corretos, “se fosse num mundo ideal”, mas ele não poderia permitir que a nave, e assim como a tripulação, sirvam aos propósitos de Landru.
Tudo deu certo, máquina transportada e desativada, Enterprise livre, habitantes desorientados, mas vivos. Ariel transportada de volta com a promessa de que terão ajuda da Federação para se organizarem.
Kirk se reporta ao almirante Pike relatando o acontecido.
Pike (ainda de cadeira de rodas) o parabeniza pelo trabalho e garante que fará com que os habitantes tenham a ajuda necessária, mas adverte Kirk para não cobrar explicações da Frota sobre o que aconteceu porque isso é papel dele e não de um capitão de nave e que da próxima vez que se deparar com situação semelhante o contate primeiro.
A história aqui termina, mas o mistério se mantem sobre Beta III e o submundo da Federação. Pike recebe uma comunicação de um superior não identificado que faz críticas pela intromissão de Kirk no caso, trazendo a tona algo que foi guardado há décadas com muito esforço. “Kirk é um projeto seu”, disse a voz misteriosa, “Dessa vez deixamos passar sua falta de relação com o protocolo. Mantenha Kirk na linha, sem surpresas, porque da próxima vez… responsabilizarei você pessoalmente”, termina em tom ameaçador.
Aguarde pela próxima história, a de número 11, que nos levará aos famosos Pingos. “The Trouble With Tribbles, Parte I”.