Você, que fica reclamando da vida por não ter TV por assinatura e quer ver semanalmente os episódios das séries de Jornada. Você, que tem TV por assinatura, mas não suporta mais rever os mesmos episódios reprisados pelo USA. Você, que se revolta com essa situação enviando seu protesto para o TB, tentando encontrar outros que possam compartir da mesma dor. Você, que, indignado, manda cartas, mensagens eletrônicas e telefona para o USA. Você, que nem se incomoda mais com nada porque sabe da quase impossibilidade de mudar a situação a curto ou médio prazo e, então, corre atrás das outras fontes de aquisição de episódios. Você, que sonha com o dia no qual a Paramount do Brasil lançará todos os DVDs das séries de Jornada. Você, que não suporta mais ler estas linhas…
Saiba que, na Argentina, a situação é a mesma! Estive lá e vi de perto. A desgraça é para todos nós da “sudamérica”. Não somos o México, que está longe de Deus, mas perto dos EUA. A grade de programação da maioria dos canais é feita fora dos nossos países, isto é, em Miami. Então, para que ficar querendo uma distinção para nós de Pindorama, também chamados de “hermanos” ?!
Nem adianta especular sobre aquela pretensiosa e equivocada série que pretende contar a história da Frota Estelar antes da Federação. O episódio que vi em Buenos Aires foi “Carbon Creek“. Da Série Clássica, passou “Balance of Terror“. A Nova Geração com a bomba “Aquiel” e DS9 veio com “Past Tense“. De Voyager, “Before and After“.
Também não há legendas na língua nativa. “Viaje a las Estrellas” também é dublado para “los chicos y las chicas”. DS9 lá é “Abismo Espacial 9”. Comprende, compadre?
A questão fundamental parece ser a mesma: vivemos no Quadrante Delta, mas o território da Federação está há milhares de anos-luz daqui. O jeito é tentar ter mais sorte que Janeway para fazer contato com a “civilização humana”, ou se consolar com a possibilidade do universo paralelo e da linha temporal. Como você está na periferia de um planeta, que se situa perto da borda da galáxia que tem, pelo menos, umas cem bilhões de irmãs…
Cláudio Silveira escreve regularmente para o Trek Brasilis