O antigo ilustrador de Jornada nas Estrelas Rick Sternbach expressou recentemente suas preocupações com relação à abordagem dada por Enterprise à tecnologia.
Embora não tenha sido chamado para trabalhar na quinta série da franquia, Sternbach revelou durante um chat no site StartrekUk.com que forneceu algumas informações para os produtores, incluindo dados astronômicos relativos à época em que Enterprise é ambientada. No entanto, o artista acha que seu trabalho não foi utilizado e critica a desatenção quanto à questão da tecnologia. “Até onde eu sei, dos poucos episódios de Enterprise que assisti, nenhuma informação teve algum efeito”, ele disse.
“Eles escrevem o tecnicismo sem a preocupação real de que faça algum sentido”, continuou. “Tecnicismo interessante não faz mais parte da equação. A boa ficção-científica sempre foi a mistura destas duas palavras, “ciência” e “ficção”, embora você possa ter séries que se baseiem mais no lado científico e outras no lado da ficção. Eu acredito que Enterprise se concentrou nesse último, isentando-se ativamente de qualquer embasamento científico e tecnológico crível, que tão bem teceram as séries anteriores de Jornada. Lembro de ter ouvido o Braga dizer algo como as histórias de Enterprise não precisarem mais se apoiar em soluções tecnológicas”.
Sternbach explicou do que se tratavam as informações que forneceu à equipe de roteiristas. “O que eu ofereci eram simples informações sobre o raio operacional de uma nave a certos fatores de dobra baixa, entre a dobra 2 e 5, usando a antiga escala dos fatores de dobra para chegar à velocidade equivalente. Do raio total de um ano de viagem, você pode ter uma idéia do número de estrelas que pode visitar ao longo de uma temporada. O raio máximo não é a mesma coisa que andar aleatoriamente dentro de uma esfera, é claro, mas você pode deduzir um número de trajetos”.
Durante a sessão de chat, ele também falou sobre o seu novo manual técnico. Sternbach escreveu manuais tanto para A Nova Geração como para Deep Space Nine, mas é muito provável que não saia um sobre Voyager. Essa foi a decepção dos fãs, quando perguntaram sobre o andamento do livro. “A Pocket Books mudou a ênfase editorial dela para ficção e a ocasional produção colorida, como o Star Charts de Geoff Mandel (que são boas, e não estou dizendo isso só porque o ajudei um pouco)”.
“Voyager e DS9 já percorreram o seu curso no que diz respeito à publicação técnica”, continuou. “Se alguém trabalhar em um manual para a Pocket, eu não estarei envolvido, já que a oferta deles era muito pobre, em comparação à quantidade de trabalho necessária para fazer o melhor manual possível. Os trekkers que são fãs do tecnicismo podem ficar desanimados com isso, mas não acho que veremos manuais ou plantas da Pocket Books nunca mais”.
A transcrição da sessão de chat com Sternbach pode ser lida na íntegra aqui.
Ainda sobre Rick Sternbach, o artista está novamente provomendo um leilão para os fãs de peças raras do universo de Jornada. O evento, que deverá incluir itens de Jornada nas Estrelas – O Filme e de A Nova Geração acontecerá no mês que vem e é patrocinado pela Profiles in History, uma empresa que também cuidou do leilão de Bob Justman e Matt Jeffries, da equipe criativa da Série Clássica.
Ainda não foram divulgadas muitas informações sobre isso, mas alguns detalhes adicionais podem ser encontrados aqui, no site da Profiles in History.
Fonte: Trektoday