Um dia antes do anúncio do cancelamento da série, Manny Coto, produtor executivo de Enterprise, deu uma entrevista ao site oficial dizendo o que nós deveremos ver até o fim de maio, quando terminará a temporada e a série.
O que pode nos dizer sobre os episódios restantes e último da temporada (e da série)?
Coto: “Eu estou afastado do (episódio) final. Rick Berman e Brannon Braga estão escrevendo o episódio e se eles quiserem dar algum spoiler (informação antecipada do episódio), acho melhor eles mesmo fazerem! Mas eu digo que não envolve viagem no tempo. Isto é tudo que poderei dizer, E que o episódio é muito bom. Após gastarmos essa temporada indo para Andoria, Vulcano, vendo Tellaritas, Romulanos…os próximos dois episódios, antes do episódio final, nos trarão de volta à Terra. O primeiro episódio do arco, “Demons”, refere-se aos nossos próprios demônios. A humanidade está enfrentando a última barreira para conseguir a formação da Federação, e de fato nós encontramos a última barreira, não indo de encontro aos romulanos, não indo de encontro aos Klingons, indo de encontro aos nossos últimos vestígios de intolerância. Existe um líder carismático na Terra, que se opõe à formação da Federação, que é uma estudante de história e está pegando suas lições do Coronel Green, que será interpretado por Peter Weller (“RoboCop” e “Odyssey 5”). Que, a propósito, é perfeito para esta parte.”
Quando você foi trabalhar na quarta temporada, esta seria uma temporada em que você teria maior controle criativo, e seria capaz de fazer ligações com a série original?
Coto: “Eu acho que consegui isso, razoavelmente. Quando a quarta temporada começou, Rick e Brannon me trouxeram para trabalhar nela e disseram – “você está indo trabalhar na equipe de roteiros, o que quer dizer que sou aquele que produz histórias”.
E eles foram legais com a nova direção?
Coto: “Oh, sim. Eles estavam excitados. Deram muito suporte e muitas idéias para esta temporada. Eles não estavam apenas sentados prestando atenção para o que eu dizia, eles estavam dando idéias e dando força a equipe para as produções.”
Quanto sucesso, criativamente, você sente que esta (quarta) temporada tem?
Coto: Isso é difícil de dizer. É um ano diferente. Eu não estou certo se foi melhor que a terceira temporada. Eu gosto da terceira temporada e também gosto da primeira. Eu presumo que a única temporada na qual eu possa dizer (onde a temporada atual) foi definitivamente melhor foi a segunda. Mas é uma diferente temporada e vai numa diferente direção, que eu acho ser mais divertida. A série tomou um rumo diferente e acho que não é a mesma série que você assistiu na terceira temporada. Ela tem diferentes elementos. Até onde está sendo melhor, eu não estou certo. Mas tem sido mais divertido para mim porque, criativamente, é realmente mais do que eu gostaria de fazer.”
Tem alguma história que você não esteja sendo capaz de encaixar este ano?
Coto: “Existe uma que eu realmente queria fazer, era sobre Stratos, a cidade das nuvens (do episódio da Série Clássica “The Cloud Minders”). Eu realmente queria fazer um arco duplo para este lugar, para ver Stratos em seus primeiros estágios. Foi um maravilhoso lugar e uma maravilhosa locação para um grande arco duplo. Eu também queria fazer um episódio sobre a fundação da primeira base estelar – nós teríamos chamado de Base Estelar 1. Teria sido realmente interessante vermos as origens de uma base estelar. Felizmente, nós fomos capazes de produzir um Gorn e os Tholianos quando eles aparecerem no conceito do universo espelho (“In a Mirror, Darkly”) e os produzimos sem violação de continuidade.”
Para você quais foram os pontos altos da quarta temporada, até agora?
Coto: “Eu gosto dos primeiros episódios de todos os arcos. Eu adoro “Borderland”, “The Forge” (um dos meus episódios favoritos) e “Babel One”. Eu estou realmente feliz com todos os episódios. Existe um episódio que eu fiquei menos feliz, foi “Daedalus”. Mas na maior parte da quarta temporada, eu estou orgulhoso. “Daedalus” é muito boa história, tipo Série Clássica, mesmo que você tenha suas reservas. Algumas pessoas adoram ela. Eu senti que o episódio estava necessitando de energia, estava em velocidade lenta. Eu senti que houve algumas escolhas, direcionalmente, que fizeram dele um pouco distante e difícil (do telespectador) de se interessar. Eu apenas achei o episódio um pouco frio, não caloroso e envolvente. Isto quer dizer que foi um episódio mais introspectivo.”
“Home” pareceu remanescente do episódio “Family” de A Nova Geração. Foi uma escolha consciente, mostrar a tripulação numa situação mais leve após a história pesada do arco Xindi, da terceira temporada?
Coto: “Sim foi. Nós passamos todo o ano fora (da Terra), na Extensão Délfica, e antes disso estávamos em episódios de aventuras exploratórias, eu pensei que a tripulação precisava descontrair e armazenar energia e avaliar o que o impacto do arco Xindi foi. Este é o gênese (da temporada) em “Home”, que nos traz de volta nos próximos episódios (“Demons” e “Terra Prime”); o que se iniciou em “Home” foi um tipo de conseqüência da xenofobia Xindi que cresceu além disso, e está tendo seus efeitos mais tarde. Então a temporada faz o seu círculo fechado.”
Fonte: StarTrek.com