Patrick Stewart fala sobre seu trabalho em Jornada

A revista inglesa London Theatre Guide postou uma entrevista com o ator de A Nova Geração e atualmente estrela do filme “X-Men”, Patrick Stewart (Picard), que fala sobre o seu trabalho em A Nova Geração. Alguns pontos mais importantes.

Stewart relembra como ele se tornou o capitão Picard de A Nova Geração: “Eu fui a Hollywood porque eu estava dando um curso na UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles) e um produtor da Paramount havia se inscrito nele. Assim foi como eu abri a porta de Jornada. É engraçado. Eu não estava correndo atrás de um papel para séries televisivas em Hollywood, foi pura sorte. Então você tem a medida certa da sorte. Estar na hora certa, no lugar certo.”

Sua boa sorte significou que ele substituiria o legendário capitão James T. Kirk . Era tentador pensar que haveria algum profissional a rivalizar a bordo da nave Enterprise? Respondeu Stewart: “Não, não havia nada igual a isso. Houve um pouco de comentário irônico bem no começo, quando as pessoas diziam que ‘você estava seguindo os passos de Kirk’…Eu estava construindo os meus próprios passos.”

Você teve alguma inveja do modo sexy do Shatner atuar? Disse Stewart: “Não, Deus, não. O Bill tem um estilo. Nós temos personalidades completamente contrastantes. Nós somos bons amigos, Bill, e eu. Ele é uma maravilhosa pessoa, eu adoro ele, mas nós somos muito diferentes, de modo que eles (os roteiristas) foram espertos o bastante para escreverem personagens que refletissem isso. Com o passar do tempo, eu fiz campanha para dar um pouco mais de leveza ao personagem, para introduzir algum romance dentro dos episódios, atividades extras, como cavalgar, esgrimar, e montanhismo.”

Sobre as dificuldades no seu começo de trabalho lembra Stewart: “O que foi muito difícil, a princípio, foi adaptar a pressão do trabalho. Eu nunca experimentei algo como isso, nem mesmo quando fazia o repertório teatral semanal. Nós fizemos 26 episódios em uma temporada, cada um com 43 minutos e um episódio a cada sete dias. Isto quer dizer que foram no mínimo 12 horas e isto foi apenas o ponto de partida: daí nós aumentamos a carga horária para 15, 16, 17, 18 horas diárias e tendo o personagem que eu tive, eu estava quase sempre lá (nos episódios). Você termina de ler um script e começa outro, e começa outro. Era como uma esteira rolante e havia vezes que eu costumava ficar em pânico porque meu cérebro apenas não era capaz de gravar qualquer leitura. Você ficava fisicamente muito cansado. Mas, fizemos isso por sete anos e em 178 episódios.”

Perguntado se já chegou a ficar doente alguma vez nesse período, respondeu Stewart: “Sim, eu já fiquei. Perto do fim foi um esforço. Mas eu comecei dirigindo episódios que foi uma grande luz por dois meses. Nós nunca diminuímos nossa audiência, mas ela tornou-se algo que você tinha apenas de trabalhar ao invés de ser um prazer. Foi apenas interpretar o mesmo personagem por sete anos. É muito tempo.”

Sobre fãs famosos de Jornada, disse: “Nós tivemos alguns fãs muito distintos: Eu sei de um chancellor (professor titular da cadeira) de uma grande universidade inglesa que costuma agendar seus encontros em torno (do horário) de Jornada. Nós ficamos espantados ao descobrirmos que Frank Sinatra era um grande fã e Tom Hanks sabia o nome de todos os episódios. Alíás, Tom Hanks atualmente sabe mais sobre nossa série do que eu. Quando eu o encontrei pela primeira vez, fiquei excitado por vê-lo, porque eu era fã de seu trabalho e tudo o que ele queria era conversar sobre Jornada.”

Fonte: TrekWeb