A atriz Alice Krige, que interpretou a Rainha Borg no filme First Contact e nos episódios da série Voyager, disse em entrevista ao site IGN DVD que, mesmo com as dificuldades no vestuário, conseguiu criar um personagem vilão importante para a franquia. Aqui, reproduzimos alguns pontos dessa entrevista.
A característica sensual e agressiva de seu personagem em Jornada é atribuída ao script ou ao seu desenvolvimento pessoal?
Krige: Quando eu fiz o teste, eles não me disseram muito e, então, convidaram para me apresentar lá em três semanas. De novo, não disseram muito; me pediram apenas para fazer as cenas. Então, eu trabalhei com o Brent Spiner (Data) numa tarde, e o Brent me esclareceu muito porque eu achava que se tratava da Rainha Borg e Picard. Brent disse: “Não é verdadeiramente sobre a Rainha Borg e Picard. É sobre a Rainha Borg e Data”. Isso deve ter sido escrito no script, mas nunca foi discutido. Ninguém nunca conversou comigo sobre exultar a sexualidade, nós nunca tivemos uma conversa sobre isso. Eu apenas a usei. O visual dela era muito perturbador, e esse traje era algo sem igual, porque era muito pequeno para mim e me fez andar e mover de um jeito particular. Eu estava sempre lutando contra a tração da borracha, que era muito justa. Então, ela me deu uma musculatura sexual particular, que sobressaiu no traje. Foi uma coisa estranha. Eu senti como se fosse um tubo. Nunca tive uma decisão consciente de gerar uma energia sexual, apenas aconteceu.
Das cenas que você fez em Jornada existe alguma que você goste mais? Você gostou do seu vestuário?
Krige: Não. Todas foram fascinantes. Eu realmente gostei de todas elas. Todo momento era um tipo de momento inesperado e interessante. Eu não poderia escolher um momento particular, já que cada um foi mais especial do que o outro. O traje que eu vesti (no filme), no primeiro dia, tornou visível para mim que seria algo sem precedentes e arrepiante, já que ficou muito apertado. Nós o tiramos a meio caminho do dia de gravação para eu urinar e não pudemos usá-lo de novo porque minhas mãos e pés estavam ficando dormentes. Então, percebemos que necessitávamos fazer um novo traje, de modo que agradeço a Tood Masters, que trabalhou no final de semana e fez um novo traje para mim. Eu fiquei efetivamente embrulhada em um marshmallow pelo resto das filmagens.
Finalizando, a atriz disse que não somente ela, mas os figurantes também tiveram dificuldades em atuar usando as vestimentas dos Borgs. “Meus queridos Borgs estavam em constante dor. Eles tiveram bolhas nos tornozelos e em seus pescoços. Estavam em constante desconforto. Não só a dor, mas também na presença eles causavam espanto. Eu estava no set e havia uma mesa com comida e bebida. Eu estava parada e aconteceu de ter um serviço para lanche e havia duas pessoas se servindo de chá. Usualmente o pessoal fica acompanhado no serviço de mesa. Um Borg chegou subitamente a mesa e as duas pessoas, sem perceberem isso, se afastaram dele. Foi como se eles tivessem um tipo de repulsa, porque os Borgs eram muito sombrios. A hostilidade, não da pessoa que está fazendo a interpretação, mas o personagem carrega tanto medo que o pessoal sem perceber dá a eles um espaço maior”.
Fonte: TrekWeb