A escritora veterana D.C. Fontana foi entrevistada pelo site TrekMovie, durante a convenção de Las Vegas, onde falou sobre seu trabalho na série original e o que pensa a respeito do novo filme de Jornada.
Para Fontana de todos os trabalhos que já realizou na franquia o que mais gostou foi o da Série Clássica. “Apenas porque eu participei das fundações e pavimentei um novo terreno fazendo-o seguir por todo esse longo caminho”, disse a escritora, acrescentando. “Lá não havia um grande cânon atrás de nós. Nós o estávamos construindo e é claro que não sabíamos disso”.
Como fizeram para construir esse cânon? Que fontes foram consultadas?”Nós tivemos a ajuda de uma empresa maravilhosa, a DeForest Research e de uma pessoa que trabalhou conosco, Joan Pearce. Seu marido era um escritor de ficção científica e ela foi fã desse gênero de literatura por um bom tempo. Após ler o script, ela nos alertava se havia algo conflitante no episódio com os anteriores. Sempre fizemos desse modo, mas a única coisa não resolvida foi em “Where No Man Has Gone Before”, com o nome de James R. Kirk que passou a ser James T. Kirk. Mas sempre brincávamos dizendo que Gary Lockwood (Gary Mitchell) não era perfeito”.
Fontana comentou sobre o porquê das mudanças dos personagens ocorridas na Série Clássica após o primeiro piloto “The Cage”. “Houve muitas coisas com que Gene Roddenberry estava insatisfeito (no piloto) ou onde ele não estava de todo feliz. Por exemplo, Paul Fix, o ator que interpretou o doutor Piper, era um excelente profissional, mas não era exatamente o que Gene queria, em termos de relacionamento com o capitão. DeForest Kelley trabalhou com Gene alguns anos antes na série 333 Montgomery Street e num piloto chamado Police Story, onde fez um médico criminalista. Então ele foi ao encontro do que Gene queria para o seu médico e o convidou para fazer o personagem”.
Embora as últimas séries e filmes da franquia não tenham despertado o interesse da escritora, Fontana tomou conhecimento deles por causa de seu trabalho numa história para vídeo game. “Eu não vi os últimos quatro filmes de Jornada e nem mesmo a série Enterprise. Eu sei que é terrível para mim, mas não estava interessada nesses conceitos. Deus sabe que adoro Scott Bakula como ator, mas não fiquei interessada em Enterprise. No entanto, acabei vendo de alguma maneira um pouco dessas séries, quando trabalhei no game Star Trek Legacy, o qual nos levava ao tempo de Enterprise, Deep Space Nine e Voyager”.
Foi perguntado uma vez a Bob Justman se ele achava que Gene Roddenberry teria gostado da série Deep Space Nine e ele disse apenas que “as coisas mudam”. Você acha que o criador de Jornada teria aprovado essa série? “Eu suspeito que sim. Ela é uma extensão de A Nova Geração e do universo de Jornada. Ele estava sempre interessado nisso. Ele adorava esse universo”.
Sobre a Série Animada existem opiniões controversas a respeito do que deveria fazer ou não fazer parte do cânon da franquia. Quanto a isso Fontana comentou. “Eu honestamente, acho que deveria fazer parte, porque eu achava a maioria das histórias muito boas em relação à quantidade de tempo que tivemos para escrevê-las. Havia cerca de 22 minutos de história, o que é muito apertado, de modo que você poderia só se aprofundar em um enredo e talvez num pequeno sub-enredo, mas dentro dessas limitações eu achei que foram boas histórias”.
Quando perguntada sobre o que pensa do novo filme de Jornada, Fontana foi categórica. “Eu provavelmente não irei vê-lo”.
Fonte: TrekWeb e TrekMovie
Edição: Nívea Doria