Armin Shimerman é um dos artistas mais ativos. Quando encerrou seu papel como Quark em Deep Space Nine, ele continuou a trabalhar como ator, deu sua voz à personagens animados na TV e nos video games, além de dirigir peças de teatro em Los Angeles e ensinar novos atores. Em entrevista ao Star Trek.com, Shimerman falou de seu personagem, do trabalho na franquia e das convenções.
Quando você olha para trás em suas experiências de Jornada, quais são as primeiras coisas que vêm à mente?
“Alguém me disse que faz 23 anos, que eu fiz o meu primeiro episódio de A Nova Geração, onde eu era a caixa falante (em “Haven”). Então eu fiz “The Last Outpost” (como Ferengi não Quark). Isso parece fazer um milhão de anos atrás. Deep Space Nine e Quark, por alguma razão, não sinto como se fizesse muito tempo. Acho que é porque eu vou para as convenções e as pessoas sempre me lembram dos episódios e das coisas que fiz nesses episódios. Isso parece ser relativamente recente, embora não possa ser. E não é. Mas eu tenho ótimas lembranças. Quase tudo o que é bom acontece de vez em quando e assim eu topo com pessoas que eu não tenha visto já faz um tempo e colocamos as novidades em dia. Me encontrei por acaso com a Karen, que costumava ser uma das pessoas da maquiagem em Deep Space Nine, hoje. Havia um monte de pessoas maravilhosas que trabalhou na série e eu gosto de vê-los novamente. Eu sou relativamente ruim em manter contato com as pessoas, como meus amigos contarão para você, por isso é bom quando eu os vejo aproveitar ao máximo esses momentos.”
Se você estiver passando pelos canais na sua televisão e ver um dos seus episódios de Deep Space Nine ou A Nova Geração, faz você parar e dar uma olhada rapidamente ou mudar para a próxima estação?
“Eu paro. Se eu parar por mais de um minuto de cada vez, eu ficaria surpreso. Mas eu paro e continuo. Eu vou olhar para o que eu estava fazendo e me perguntar: – “Por que eu fiz essa escolha? Por que eu fiz esta escolha?” -E, mais importante, vou olhar para os outros atores que não estão com maquiagem e dizer: -” Uau, Nana (Visitor) parecia ótima, não é?” – Não que ela não pareça muito bem agora, mas é o tipo de marca da passagem do tempo nos rostos dos outros atores que não estavam com maquiagem.”
Em uma escala de um a dez, quanto potencial de Quark foi realmente aproveitado?
“Oh, eu diria que muito disso. Em uma escala de um a dez, eu daria um nove. Isso é em retrospecto. Se você me perguntasse durante a quinta ou sexta temporada de Deep Space Nine, eu teria dito “quatro”. Mas em retrospecto, sobretudo graças aos últimos episódios da série, eu aprendi muito sobre o que os escritores tinham feito com o Quark, em termos de seu potencial. E desde a experiência dos dois últimos episódios, acredito que um grande potencial de Quark foi aproveitado. Antes desses dois episódios eu sempre tive a impressão equivocada de que não estavam me usando ou o personagem para o meu potencial. Eu não posso explicar como, é uma longa explicação, mas eu vim perceber nesses últimos episódios que eles me usaram muito bem. Eu sempre reconheci que o personagem fluiu mais do que eu jamais pensei que seria, no início, mas eu achei que tinha florescido só um pouco para um longo período de tempo. No final, eu vim a perceber a extensão do que tinha acontecido com o personagem, que seu potencial havia sido aproveitado.”
Você mencionou as convenções de um momento atrás. Você vai estar no Creation Entertainment Official Star Trek Convention no Havaí neste fim de semana (dia 04 e 05), e é realmente um show orientado para Deep Space Nine, certo?
“Será. E estou animado. Vai ser fantástico. É o “Rat Pack” (grupo musical), e que Deus abençoe Max Grodenchik (Ron). Max tem tentado me convencer a cantar há 20 anos e desde a criação do Rat Pack eu aprendi a me sentir muito confortável cantando, especialmente as canções do Rat Pack e letras de Max. Nós agora estamos numa espécie de tour com The Rat Pack e estou muito feliz por fazê-lo com os caras. O único problema em ir a uma convenção, especialmente no Havaí, é a viagem, porque nós estamos normalmente em qualquer lugar por apenas 48 horas. Você voa, desembarca, ensaia o The Rat Pack e faz o Rat Pack. No dia seguinte, você passa o dia inteiro com sessões de pergunta e resposta, e então você já está cansado e vai dormir. Na manhã seguinte você pega um avião e vai para casa. Então, você tem sorte se sair do hotel. Farei o melhor possível para tentar sair do hotel, enquanto eu estiver no Havaí, mas as chances, as chances – se Quark pudesse falar – é que eu provavelmente não vou sair do hotel.”
Em geral, o quanto você aprecia as convenções?
“Algumas das pessoas de Jornada, como Rene Auberjonois (Odo) e Michael Dorn (Worf) e uma série de outros, eu converso e vejo numa base regular de tempo, porque todos nós vivemos em Los Angeles. Mas muitos amigos e colegas vivem em outros lugares do país, e alguns estão pelo mundo. Então, eu não consigo vê-los muito frequentemente. Assim, para ser capaz de me reconectar com as pessoas que foram muito importantes na minha vida, estas convenções são realmente deliciosas. E há um monte de fãs que agora são uma parte desse grupo também. São pessoas que não viram ou não vêem (seus ídolos), muitas vezes porque vivem em Wisconsin e Rhode Island e eu estou em Los Angeles. Então, alcançar essas pessoas eu descobri ser divertido. Uma das coisas que, à medida que se envelhece, é que você perde os relacionamentos que você tinha antes em sua vida. E estas convenções são uma ótima maneira de se reconectar, para mantê-los em sua vida.”
Aguarde a segunda perte dessa entrevista.