As revistas em quadrinhos de Jornada nas Estrelas nunca foram um sucesso editorial em nosso país. Frequentemente negligenciadas pelas editoras, até houve tentativas de publicações regulares nos anos 1970 e 1990, e também estiveram disponíveis ao trekker, e ao interessado por ficção científica, em formatos especiais mais luxuosos. EBAL, Abril, Brainstore, Devir, Geektopia, Mythos… várias empresas fizeram a sua parte, mas as sagas de Star Trek têm pouco mais do que uma nota de rodapé na longeva cronologia das HQs brasileiras.
Nos Estados Unidos, é claro, o papo sempre foi outro. Desde 1967, com as histórias controversas da Gold Key, Jornada estava presente na chamada “Nona Arte”. E foi a partir de 1984, quando a série criada por Gene Roddenberry chegou à DC Comics, é que as coisas começaram a ter contornos mais interessantes.
Durante 4 anos, até 1988, a editora do Batman e do Superman trouxe 56 edições mensais, e cinco especiais, com histórias bem criativas e interessantes, respeitando a mitologia trekker (algo que a Gold Key não costumava fazer, e que a Marvel fez de maneira limitada por algum tempo no começo dos anos 1980) e bolando até mesmo linhas de tempo alternativas entre os filmes de cinema para entreter o fã de Jornada nas Estrelas, necessitado de material naquela parte da década. E é justamente esta fase 1 de Star Trek na DC Comics, que ficou inédita no Brasil, que o volume 33 da Coleção Trek Brasilis, lançado agora em setembro, se dedica. Já a fase 2, publicada de 1989 a 1996 nos EUA, teve alguma coisa aparecendo nas bancas de jornais por aqui, e no futuro também será tema a ser explorado.
“Hoje, com tantas produções de Jornada, é difícil se imaginar num momento em que os quadrinhos eram a única forma de vivenciar uma série de Star Trek. Acaba que, embora não canônicos, eles trazem aventuras bem legais com os personagens clássicos em uma época que, pela natureza dos filmes, acabou pouco explorada em tela”, destaca o coeditor da coleção, Salvador Nogueira.
“O volume traz sinopses, comentários e curiosidades de cinco dezenas de edições regulares, três anuais e duas quadrinizações dos longas cinematográficos”, comenta o também coeditor Fernando Penteriche. “Foi um trabalho de fôlego, para que o fã brasileiro possa conhecer essa fase com detalhes.”
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O volume 33 da Coleção Trek Brasilis tem textos de Salvador Nogueira, Fernando Penteriche e Ivanildo Pereira. A diagramação é do talentoso Will. Para adquirir o livro de 64 páginas, ou assinar a coleção, é só visitar a página trekbrasilis.org/colecao.