O ator Stephen Collins, que interpretou o comandante Willard Decker no primeiro longametragem de Jornada, falou ao site SF Gate sobre o filme Star Trek, de J. J. Abrams. Veja também uma entrevista publicada nos anos 70 pelo Atlanta Jornal, onde o ator comenta sobre o trabalho que fez ao lado da atriz Persis Khambatta.
Além de Jornada, Collins trabalhou em outros filmes, como na comédia romântica Fica Comigo. Na televisão ele participou de oito minisséries, incluindo The Two Mrs. Grenvilles, que lhe garantiu uma indicação ao Emmy, e A Woman Named Jackie, onde viveu o papel do ex-presidente JFK. Ele também participou de um episódio de As Panteras e emprestou sua voz a um personagem do desenho animado Batman Beyond. No teatro, o ator participou de diversas peças, incluindo Macbeth, com Christopher Walken, e Twelfth Night, com Michelle Pfeiffer. Stephen também já trabalhou como diretor, e provou que é dinâmico ao dirigir três episódios do seriado 7th Heaven. Atualmente Collins tem 63 anos, é deputado e está casado com a atriz Faye Grant.
Questionado sobre o que achou do filme Star Trek, disse Collins: “Eu adorei. Isso é estranho, mas eu não sou realmente um aficcionado por Jornada, e por isso eu não vi muitos filmes. Porém, esse novo, eu acho que é apenas um filme fantástico em todos os sentidos. É um bom filme por seus próprios méritos. Acho que Chris Pine é um grande achado. J.J. Abrams simplesmente fez um trabalho incrível”.
Sua única participação em Jornada foi no primeiro longametragem, Star Trek: O Filme, dirigido por Robert Wise e escrito por Harold Livingston. Na semana do seu lançamento, Collins foi a Atlanta participar da campanha de divulgação do filme. Na época, concedeu uma entrevista ao jornal local, falando de sua expectativa quanto ao retorno da franquia, após o cancelamento da série. Transcrevemos abaixo alguns trechos desse artigo publicado em 1979.
Collins falou sobre os efeitos especiais produzidos no filme sob a orientação do supervisor Douglas Trumbull, “Eles trabalharam sete dias na semana”, disse o ator, “Foi o único caminho que tiveram para aprontar até a estréia”.
Para o ator, em razão do padrão de cenários utilizados nos outros filmes de ficção científica da época, o criticado orçamento de Star Trek: O Filme, “não foi exorbitante”.
De acordo com o artigo do jornal, a surpresa ficou por conta do filme ter ficado com a classificação de censura G, significando que poderia ser assistido por todas as idades. O risco ressaltado pelo jornal é que essa classificação poderia deixar os adolescentes, da época, relutantes em verem o filme por acharem ser para crianças. Collins rebate tal receio, “Eu gostaria de pensar que isso não fará qualquer diferença. O que isto significa é que não há sexo, termos profanos, violência de natureza traumática. Eu acredito que poderá ser muito atraente para muitas pessoas”.
Collins disse ao jornal que nunca viu a Série Clássica, “Eu era completamente não familiarizado com a série. Não por antipatia, mas só porque eu, de certo modo, a perdi. Eu não estava entre os devotados”.
Mas, um pouco antes dele entrar no cenário pela primeira vez, viu algumas reprises da série, “Eu descobri ser uma série encantadora e entendi como toda a coisa aconteceu. Foi realmente sobre as pessoas, não os habituais ditames da ficção científica – com robôs, metal e hardware”.
Ele observou que a versão do filme continuaria a ênfase no “caráter e relacionamentos”.
“Eu vou dizer para aqueles que viram Star Wars ou aqueles que pensam que todos os filmes de ficção científica são apenas iguais, que eles podem ficar agradavelmente surpreendidos”.
Trabalhar nessa produção foi um prazer para Collins. Ele disse que ele e a atriz Persis Khambatta (Ilia) são atores novos com dois papéis principais, mas o elenco veterano foi gentil com ele. “Eles pareciam me acolher, como se eu fosse um primo que nunca tinham visto antes. Eu era um estranho e, em alguns casos, eu estava interpetando um papel maior importância do que alguns deles. Mas eles não poderiam ter sido mais agradáveis”.
Collins relatou como um dos fatos curiosos durante a produção, que mesmo após ter sido escolhido para o papel, ele não sabia nada sobre o roteiro, “Eu disse para eles se poderiam me enviar o script e eles disseram “não” e que o roteiro não poderia sair do estúdio”, comentou o ator, “Eles me levaram para a Paramount, dentro de um tipo de cela, onde me foi permitido ler o script. E foi como uma dessas cenas de Todos os Homens do Presidente: – Ok, você poderá ler isso, mas somente por meia hora e nós estaremos observando”.
O encontro com Gene Roddenberry causou boa impressão a Collins, “Eu gostei muito dele imediatamente. Ele é uma maravilhosa combinação de ser notadamente eloquente e bem falante e ainda ter um tipo de inocência de uma criança de 03 anos. Ele vai de um falante a uma criança grande”.
Fonte: TrekWeb