PRO 1×09: A Moral Star, Part 2

Star Trek Prodigy "A Moral Star, Part II"

Sim, agora temos uma voz. Bom para nós. Ruim para você

Sinopse

Data estelar: 61103.1

Em Tars Lamora, Jankom, Rok e Murf recebem a missão de consertar os danos causados no gerador para que eles possam sair dali com a VER-12. Enquanto isso, Dal e Zero tentam avisar os mineiros para irem para a nave. Eles acabam encontrando grande dificuldade devido à impossibilidade de comunicação rápida entre eles a longa distância. Dal acaba resolvendo esse problema usando as braçadeiras de tornozelo e sua insígnia para torná-los tradutores universais.

Enquanto isso, a Protostar rapidamente retorna a Tars Lamora, ativa os observadores e ainda envia Drednok para a superfície. Rok, Jankom e Murf estão encurralados na sala do gerador tentando não deixar os observadores entrarem. Rok e Jankom mudam de posição. Enquanto Jankom tenta manter a porta fechada, Rok conserta o gerador. Drednok finalmente consegue chegar ao local e transporta o protonúcleo para a Protostar, mas, na sequência, é destruído pelos mineiros que foram ajudar a proteger Rok e Jankom.

Mineiros de Tars Lamora finalmente conseguindo se comunicar

Na Protostar, o Adivinho descobre que Gwyn não só desabilitou os escudos, mas também instalou um programa de segurança que não permitiu que a holograma Janeway fosse de fato corrompida. Gwyn quer saber a todo custo as motivações do pai e acaba desabilitando Janeway para que ela não interfira.

O Adivinho leva Gwyn até o holodeck e mostra a história de Solum, seu planeta natal. Solum era uma sociedade muito avançada, mas isolados do resto do universo. A chegada da Federação muda isso e o planeta se divide em dois, entre aqueles que querem estreitar as relações com a Federação e aqueles que querem permanecer isolados. Eles entram em guerra civil e o planeta fica devastado. Em 50 anos não sobrou nada do que era a civilização avançada de Solum. Com sede de vingança, o Adivinho é enviado ao passado para usar a Protostar como uma arma para destruir a Federação. Gwyn se mostra compreensiva com a situação, mas questiona o pai do porquê não terem conversado com a Federação. Uma tragédia não pode ser substituída por outra.

Solum, antes do primeiro contato com a Federação e a sua destruição

Nisso, finalmente Dal consegue se transportar para a Protostar e vai ao encontro de Gwyn, mas nem ele, nem ela são páreos para o Adivinho. Somente quando o resto da tripulação retorna à nave e Zero confronta o Adivinho, mostrando a sua verdadeira forma, é que o adversário é subjugado. O que ele não esperava é que Gwyn fosse ver Zero através do reflexo na insígnia de Dal, o que a deixa incapacitada.

No fim, o Adivinho é deixado em Tars Lamora, e os mineiros tomam a REV-12 e partem pelo universo para reconstruir suas vidas. Já na Protostar, Zero permanece ao lado de Gwyn o tempo inteiro em que ela se encontra na enfermaria. A visão da verdadeira forma de Zero custou a sua memória recente, e ela não se lembra de nada de sua conversa com o pai. Portanto, sem saber que a Protostar carrega uma arma para destruí-la, eles traçam curso exatamente para a Federação, agora que estão livres do Adivinho.

Dal tentando fazer Gwyn não olhar para a verdadeira forma de Zero

Na Dauntless, a alferes Asencia informa a vice-almirante Janeway que foi detectado novamente o uso da protodobra, sendo esta a terceira vez em um curto espaço de tempo. Janeway ordena, então, que eles tracem um curso para a última posição conhecida da Protostar, na esperança de descobrir o que aconteceu e resgatar o capitão Chakotay e sua tripulação.

Comentários

Em um segmento dividido em duas partes, ainda mais com uma duração de 24 minutos por episódio, seria quase impossível resistir à tentação de juntar ambas as partes e tratar tudo como um único “episódio grande”, aliás, como foi feito com o piloto da série. No entanto, Prodigy segue sendo surpreendente e sempre consegue entregar muito mais do que acreditamos ser possível.

Mesmo tendo feito essa afirmação, não há como escapar que “A Moral Star, Part 2” já começa no mesmo ritmo de seu predecessor, mostrando as dificuldades de Gwyn a bordo da Protostar, bem como dos demais personagens em Tars Lamora. E não poderia ser diferente, uma vez que já tivemos setup suficiente na primeira parte para que este segmento pudesse abraçar a ação de forma desenfreada. E, sim, ele nos brinda com muita ação e dinamismo, mas entrega mais do que isso.

O Advinho desconbre o plano de Gwyn e ordena Janeway holograma má cuidar dela

Desde o início da série, o tema “comunicação” sempre foi colocado, ainda que de forma lateral, como importante. Não é à toa que Gwyn domina várias línguas. Solum impedia revoltas e mantinha seus prisioneiros sob controle impedindo que eles se comunicassem, sendo assim, é significativo (e bem-vindo em termos de estrutura) que a libertação dos prisioneiros passe justamente por permitir essa comunicação, que leva ao entendimento e à união em torno de um objetivo comum. Não à toa, o roteiro faz questão de declarar o êxtase causado por essa comunicação entre dois prisioneiros. Comunicação, mais uma vez, é a chave.

O segmento também traz uma oportunidade de vermos Jankom e Rok trabalhando juntos, mas aqui temos um marco ancorado nos eventos de “Time Amok”. Tradicionalmente, seria o telarita o nosso “fazedor de milagres” oficial, mas neste episódio Rok assume o posto quando Jakon percebe que o buraco é mais fundo do que ele pensava. Esse desenvolvimento seria obviamente esperado em função dos eventos conhecidos do episódio anterior, mas é interessante perceber que o roteiro não fez isso de forma automática, que existe o cuidado de criar uma leve, porém bem-vinda, transição de status nessa cena.

Jakom e Rok na sala do gerador em Tars Lamora

Jankom manda Rok segurar a porta, mas vê que o problema é grande, entende que Rok parece mais bem preparada do que ele para resolvê-lo, e eles trocam de lugar. É aqui que percebemos esse cuidado em criar uma situação para que essa mudança de função de Rok aconteça de forma orgânica, pois é justamente o nosso miracle worker quem nos diz isso.

Outro ponto que pode levantar algum questionamento é o quanto o plano dos meninos teve que antecipar uma série de ações do Adivinho para conseguir sucesso. Mesmo com alguns percalços no caminho, os meninos agiram como profissionais, tanto planejando como improvisando algumas soluções no meio do caminho.

Mas é justo ponderar que cada um dos episódios que vieram antes das duas partes de “Uma Estrela Moral” ajudou a construir um cenário de verossimilhança aos assistirmos os eventos destes dois episódios, o que, sem dúvida alguma, é mais um dos grandes méritos de Prodigy, que cuidou com carinho e maestria desses personagens, fazendo com que acreditássemos neles, nos preocupássemos com eles, e os amássemos.

Os observadores são reativados

E falando em personagem, chegamos à estrela moral (mais uma vez) que dá nome e este belo segmento. Em sua primeira parte, é Gwyn quem dá a direção a Dal e o orienta sobre a decisão certa a tomar mesmo sabendo dos riscos. Aqui, é ela mais uma vez que, ao descobrir que o mistério que envolve a missão de seu pai está ligado à tentativa de destruição da Federação, sabe o que fazer, e não tem dúvidas sobre qual decisão tomar, mais uma vez se opondo a seu pai.

Tal decisão leva a um enfrentamento que exige a intervenção de Zero, que acaba usando suas capacidades para sobrepujar o adversário. Esse evento que acaba afetando Gwyn, também inserindo elementos novos no drama. Primeiro, afeta o emocional de Zero, que se sente culpado pelo dano causado à amiga e, segundo, permite que a audiência conheça o plano do Adivinho. Contudo, ao fazer Gwyn esquecer o que lhe foi dito, injeta mais um elemento de tensão para quem irá assistir aos próximos episódios. Simples, estratégico e cirúrgico.

Zero mostrando a sua verdadeira forma para atingir o Advinho

Dal aqui segue apenas agindo, o que não é pouco, mas nada que acrescente ao que já sabemos do personagem, que teve seu principal momento na primeira parte. Nesta segunda, seguimos com Gwyn tendo um pouco mais de destaque, com os demais (Rok, Jankom e Murphy) no mesmo plano e um leve destaque para Zero, mas tudo muito bem equilibrado.

Mas nem tudo são sempre flores. Uma observação, necessária neste ponto, é que não parece ser uma boa ideia deixar o Adivinho sozinho em Tas Lamora. Mesmo que o vilão tenha sido deixado para trás sozinho na condição em que ele ficou – o que parece algo pouco humanista a fazer -, isso nos dá a entender que ainda ouviremos falar dele. Resta saber como.

O Advinho deixado em Tars Lamora em estado catatônico

Além disso, desde que o tema foi oficialmente inaugurado na Nova Geração, algo que não pode faltar numa série de Star Trek é o bom e velho technobabble, que pode ser até eventualmente interessante, mas, na maioria das vezes, é chatissimo. Prodigy vinha lidando bem com isso até o momento e mesmo em “Time Amok”, onde tivemos uma overdose do “recurso”, sobrevivemos bem a isso.

Aqui, temos a dose repetida e, se falta pouco para o remédio virar veneno, é possível passar pano novamente. Como já foi dito, não há como passar ileso por isso, e aqui mais uma vez todo o tecniquês serve bem à trama e passa quase sem que o percebamos, o que é um ótimo sinal, mas foi por pouco.

Almirante Janeway e sua tripulação na Dauntless

Chegamos ao fim do segmento constatando que a equipe criativa de Prodigy continua dando um show criando tanto em tão pouco tempo de tela à disposição, usando com precisão os elementos estrategicamente plantados a cada segmento.

Por último e não menos importante, um segmento recheado de ação e aventura, elementos que Prodigy continua entregando muito bem, algo importantíssimo para manter a atenção do alegado público-alvo da série, mas que é bem-vindo a todos. Este é um segmento que nos prende do início ao fim por suas diferentes valências.

E, é claro, habemus Janeway, novamente. Mas isso é tema para outra conversa.

Avaliação

Citações

“You know, I can do more stuff than hold a door.”
(Você sabe, eu posso fazer mais coisas do que segurar uma porta.)
Rok-Tahk

“They did it. They did it! They’ve done it! We can all breathe easier now. Except me, of course. A benefit of being non-corporeal.”
“If you can’t use your hands, could you at least keep quiet? I can’t concentrate. Just…need…a moment.”
“We’re all out of moments.”
(Eles fizeram isso. Eles fizeram isso! Eles fizeram isso! Todos nós podemos respirar mais facilmente agora. Exceto eu, claro. Um benefício de ser não corpóreo.)
(Se você não pode usar suas mãos, você poderia pelo menos ficar quieto? Não consigo me concentrar. Só preciso… de um momento.)
(Estamos todos sem momentos.)
Zero e Dal

“We’re coming, Gwyn.”
(Estamos chegando, Gwyn.)
Dal

“We can’t go. We can never go. You can’t trade one tragedy for another! You need to talk to Starfleet,
not destroy them!”

(Não podemos ir. Nós nunca poderemos ir. Você não pode trocar uma tragédia por outra! Você precisa falar com a Frota Estelar, não destruí-los!)
Gwyn

“I’m coming, Chakotay.”
(Estou indo, Chakotay.)
Almirante Janeway

Trivia

  • O episódio foi dirigido pelo produtor executivo Ben Hibon e escrito por toda a sala de escritores da primeira temporada, da mesma forma como a primeira parte.
  • A USS Dauntless (NCC-80816), que aparece sob o comando da Almirante Janeway é praticamente uma réplica da nave de mesmo nome que aparece em “Hope and Fear”, de Voyager.
  • Primeira aparição da almirante Janeway (voz de Kate Mulgrew), da navegadora trill cadete Asencia (voz de Jameela Jamil), o andoriano comandante Tysess (Daveed Diggs) e do doutor telarita Noum (Jason Alexander) em Prodigy. Sendo que esses dois últimos não tiveram nenhuma fala no episódio.
  • Primeira aparição da almirante Janeway desde Star Trek: Nemesis.
  • Ainda sobre a Dauntless, Aaron Watlke disse a respeito: “Nos anos 2380 eles estavam fazendo muitos experimentos com toda a tecnologia que Voyager trouxe de volta do Quadrante Delta, e no final das contas pensamos que a Frota Estelar provavelmente construiu uma “nave de teste” que funcionasse e, então, eles decidiram construir pelo menos mais uma – a Dauntless da almirante Janeway – para colocar em uso para rápidas incursões.”

Ficha Técnica

Escrito por Kevin & Dan Hageman, Julie Benson, Shawna Benson, Lisa Schultz Boyd, Nikhil S. Jayaram, Diandra Pendleton-Thompson, Chad Quandt, & Aaron J. Waltke
Dirigido por Ben Hibon

Exibido em 3 de fevereiro de 2022

Título em português: “Uma Estrela Moral, Parte 2”

Elenco

Brett Gray como Dal
Ella Purnell como Gwyn
Jason Mantzoukas como Jankom Pog
Angus Imrie como Zero
Rylee Alazraqui como Rok-Tahk
Dee Bradley Baker como Murf
Jimmi Simpson como Drednok
John Noble como Solum (o Adivinho)
Kate Mulgrew como holograma Janeway/almirante Janeway

Elenco convidado

Laila Berzins como imobilizado pelo tornozelo/mineiro #1/mineiros
Bonnie Gordon como computador da nave
Jameela Jamil como Asencia
Rania Sharkawy como criança caitiana
Ben Thomas como alienígena cabeça pontuda/mineiro #2/mineiros
Debra Wilson como mineiros

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Edição de Mariana Gamberger
Revisão de Nívea Doria

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