Star Trek sofre a primeira baixa por conta da greve de roteiristas em andamento nos EUA. Embora a produção de Strange New Worlds ocorra em Toronto, no Canadá, a equipe de escritores trabalha a partir de Los Angeles, e o estúdio achou por bem adiar o início das filmagens da terceira temporada, originalmente marcada para começar em 2 de maio.
Não é o tipo de informação que seja colocada em notas à imprensa, claro. Mas é a única conclusão que deixa a listagem de produções ativas mantida pelo DGC, o sindicato dos diretores do Canadá, monitorada pelo site TrekCentral. Era lá que constava o início da produção em 2 de maio. Só que, desde 17 de abril, quando o WGA (sindicato dos escritores dos EUA) recebeu a autorização dos seus membros para convocar a greve, ela foi retirada.
Originalmente, a previsão era que as filmagens fossem de 2 de maio a 28 de setembro. Com a suspensão, não sabemos quando os trabalhos serão retomados.
Consistente com essa informação não oficial, os atores de Strange New Worlds começaram a pipocar em convenções no mês de junho — algo que dificilmente aconteceria se a série estivesse em meio às filmagens.
É razoável supor que já há um bom estoque de roteiros para filmar pelo menos alguns dos episódios. Mas duas razões indicam a precariedade dessa escolha. Em primeiro lugar, roteiristas não poderiam trabalhar durante as filmagens para ajustar falas, processo que é feito rotineiramente nessas produções. Em segundo lugar, começar a filmar e então interromper a produção por falta de roteiros concluídos seria mais custoso e conturbado que simplesmente adiar o início da produção.
Por enquanto, os estúdios têm bancado a linha dura de que estão preparados para isso e têm material suficiente para passar com poucas turbulências pela greve. De fato, basta lembrar que Strange New Worlds ainda nem estreou sua segunda temporada, a ser transmitida a partir de 15 de junho, no Paramount+. O estúdio também tem na “gaveta” a quinta temporada de Discovery (embora ela também ainda requeira filmagens adicionais), com estreia marcada para o início de 2024.
As animações (Lower Decks e Prodigy) em tese estão protegidas, porque escritores de animação não estão em greve — são representados por outro sindicato, cujo contrato com os estúdios ainda não expirou. Porém, outras nuvens negras podem se formar no céu de Hollywood. Os contratos dos sindicatos dos diretores (DGA) e atores (SAG) estão para expirar em 30 de junho. Não há no momento perspectiva de greve, mas certamente é algo que adicionará pressão à situação. Se eles também pararem, todas as etapas de produção da indústria estariam congeladas.
A última greve dos roteiristas, ocorrida em 2008, durou cem dias. Vamos ver quanto tempo esta durará e quem vai piscar primeiro.
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