Sem um acordo, o Writers Guild of America (Sindicato dos Escritores dos Estados Unidos) iniciou nesta terça-feira (2) uma greve que pode abalar Hollywood — inclusive as novas produções de Star Trek.
É a primeira vez que os roteiristas param em 15 anos, e suas demandas vêm no sentido de valorizar a profissão em meio a uma explosão de produções em streaming que não têm recompensado adequadamente os escritores.
O sindicato alega que certas estratégias adotadas pelos estúdios, como a criação de minissalas de roteiristas para o desenvolvimento prévio de uma série, reduzindo o tempo de contratação dos profissionais, e o não pagamento de valores residuais por reexibição em streaming têm deixado muitos profissionais em situação precária — a despeito de serem a força motriz de uma indústria que nunca gastou tanto para gerar seus produtos como em tempos recentes.
A greve veio após o esgotamento de todas as tentativas de negociação entre o WGA e a AMPTP (Aliança de Produtores de Filmes e Televisão). Os produtores simplesmente se recusaram a fazer qualquer oferta no que diz respeito a dois pontos cruciais para os roteiristas: tamanho mínimo de equipes e duração mínima de contratos.
“Pelo bem de nosso presente e nosso futuro, não tivemos outra escolha”, disse o WGA a seus membros, convocando a greve, que havia sido aprovada por ampla maioria dos filiados. A entidade acusa os estúdios de quererem converter sua profissão ao regime de freelance.
Não está claro quanto tempo a greve irá durar. A última foi de 5 de novembro de 2007 a 12 de fevereiro de 2008 e custou estimados US$ 2,1 bilhões somente à economia da Califórnia. Hoje, com a grande descentralização das produções, o estrago se espalhará por muitos outros estados, como Nova York, Geórgia e, cruzando a fronteira, cidades como Toronto e Vancouver, no Canadá.
Durante o período de greve, roteiristas estão proibidos de praticar sua profissão. Aqueles que são escritores-produtores podem continuar trabalhando, mas somente nos aspectos de produção, não na escrita. Roteiros que já estejam prontos podem ser filmados, mas não podem ser alterados.
Foi, por sinal, nessas condições que Star Trek (2009), o filme de J.J. Abrams, foi filmado, durante a última greve.
Decerto os estúdios têm roteiros prontos para manter algumas das produções em andamento. Mas é bem possível que a paralisação ocasione atrasos. Em Star Trek, as filmagens da terceira temporada de Strange New Worlds estão para começar, e algumas refilmagens de Discovery (para sua temporada final) estão em andamento.
A expectativa do Paramount+ era também filmar neste ano ainda o filme Section 31, com Michelle Yeoh, mas não está claro se o estúdio tem um roteiro em forma final para tocar essa produção sem sofrer com a paralisação.
Fonte: Variety
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