Emulando clássicos filmes de submarino, série explora a mitologia dos gorns
Sinopse
Data estelar: 3177.3
A Enterprise está a caminho de Finibus III, para entregar filtros atmosféricos urgentemente requisitados naquela colônia. Durante a viagem, a tripulação usa pins comemorativos do Dia da Lembrança, em memória de naves perdidas na exploração espacial. La’An se recusa a usar um, em razão de seu trauma, quando toda sua família foi morta pelos gorns na nave colonizadora SS Puget Sound.
Ao chegarem a Finibus III, descobrem evidências de um massacre. Os colonos sobreviventes são encontrados numa nave em órbita, e a Enterprise se mobiliza para atracar com ela e resgatá-los. Uma menina descreve os agressores como monstros e reproduz os sons que faziam, o que desperta uma memória em La’An. Ela está convencida de os atacantes são os gorns e aquilo é uma armadilha para atingir a Enterprise. De fato, a nave é atacada em seguida. Muitos são feridos, dentre eles Una, que é levada à enfermaria. La’An vai à ponte e assume provisoriamente a função de primeira oficial, por ordem de Pike.
Ela recomenda uma saída estratégica, e Pike decide mergulhar a Enterprise na atmosfera de uma anã marrom a orbitar um buraco negro. Lá, navegação, trava de mira e escudos serão inúteis, nivelando o confronto com os gorns caso eles decidam manter a perseguição. No voo atmosférico, Spock bola um meio de usar sensores de correntes de ar em um radar, a fim de detectar a nave inimiga. Pike então ordena que a Enterprise se aproxime e despeje o único torpedo fotônico disponível direto sobre ela. O plano dá certo, mas então três novas naves aparecem nos sensores, uma delas bem maior – os gorns sacrificaram uma de suas naves para descobrir a posição da Enterprise e atacar.
Pike ordena a nave a descer mais na atmosfera, mas a pressão é excruciante. Enquanto isso, na área de carga, Uhura trabalha com Hemmer para manter os equipamentos da colônia em ordem. O aenar foi ferido e teve a mão inutilizada. Na enfermaria, Una precisa de cirurgia para a extração de um estilhaço de dentro de si, e só há uma bolsa de plasma sanguíneo. Quando outra tripulante precisa dela, Una ordena que seja dada à colega, pouco antes de perder a consciência.
Na ponte, o mergulho atmosférico cobra seu preço, mas dá resultado. Uma das naves gorns que foram atrás da Enterprise acabou esmagada pela pressão. Mas Pike precisa de outra ideia, já que a anã marrom está sendo consumida pelo buraco negro vizinho e ameaça dragar a nave junto. Incapaz de sair com a Enterprise sem chamar a atenção dos gorns, La’An oferece a ideia de ir numa nave auxiliar, mais manobrável, para identificar a situação dos inimigos. Spock se oferece para ir junto, e os dois partem na Galileo. Ao se aproximarem das naves gorns, notam que elas estão trocando pulsos de luz entre si. La’An sente saber do que se trata, e Spock ajuda a reavivar as lembranças com um elo mental. Ela então se lembra do irmão, que teria decifrado a comunicação por luz dos gorns antes de morrer. La’An percebe que Spock também tem um trauma com uma irmã, e o vulcano rompe o elo antes de revelar seu segredo.
La’An então usa o banco feiser da Galileo como uma fonte de pulsos de luz para emular uma mensagem da nave menor à maior, dizendo ter sido abordada por humanos. Ela está convencida de que os gorns não toleram sinais de fraqueza e destruirão a nave menor para evitar capturas. É o que eles fazem, e agora só resta a nave mãe.
A dupla volta à Enterprise, mas Pike ainda precisa de uma solução para evitar serem perseguidos pela nave mãe quando deixarem a anã marrom. Enquanto isso, os equipamentos na área de carga estão irremediavelmente perdidos e explodirão em breve. O capitão então tem uma ideia: a Enterprise deixará a anã marrom e fará um sobrevoo rasante do buraco negro. Ao passar próximo ao horizonte dos eventos, a nave liberará o equipamento para explodir no espaço, e a explosão servirá para distrair os gorns, que suporão que a Enterprise foi destruída. Enquanto isso, haverá chance de uma fuga discreta. A ideia funciona.
Na enfermaria, Una foi salva, graças a uma transfusão direta de sangue de M’Benga. Na área de carga, Hemmer e Uhura conseguem sobreviver à despressurização usando trajes extraveiculares e se prendendo à nave. Mas a Enterprise acaba com sete tripulantes mortos. La’An decide usar o pin da SS Puget Sound, mas teme pelo futuro, agora que os gorns parecem estar mais próximos do espaço da Federação. Mas Pike diz que eles estarão prontos, quando a hora chegar.
Comentários
“Memento Mori” segue as melhores tradições das histórias de “batalha naval no espaço” de Star Trek. Seus tons remetem bastante a “Balance of Terror”, episódio da primeira temporada da Série Clássica abertamente inspirado nos filmes A Raposa do Mar (1957) e O Mar É Nosso Túmulo (1958). Não por acaso, o roteirista Davy Perez admitiu abertamente ter bebido das mesmas fontes, bem como do mais recente A Caçada ao Outubro Vermelho (1990).
A captura do espírito de combate entre navio e submarino é perfeita, com uma interessante inversão com relação a “Balance of Terror”. Naquela ocasião, a Enterprise era o navio, e a nave romulana, capaz de camuflagem, era o submarino. Aqui, quem faz o papel de veículo submerso é a Enterprise, literalmente mergulhando na atmosfera de uma anã marrom para se evadir das naves agressoras.
O episódio faz um trabalho excepcional no desenvolvimento do capitão Pike, que já no quarto episódio mostra que entrará com facilidade no rol dos comandantes mais queridos e admirados de Star Trek. Kirk e Picard que se cuidem, porque o que Pike faz aqui, animado pela atuação sempre excelente e calibrada de Anson Mount, é combinar sagacidade e espírito de liderança para manter sua tripulação acreditando em um desfecho positivo mesmo diante das piores circunstâncias.
Antes de prosseguir nessa análise de personagens, contudo, precisamos falar do elefante, ou melhor, do lagartão, na loja de cristais: os gorns! Quem poderia imaginar que os répteis inteligentes e ardilosos de “Arena”, outro episódio da primeira temporada da Série Clássica, fossem ter uma presença tão forte na série do capitão Pike?
A escolha abre uma controvérsia em sua relação com o cânone da Série Clássica. Até agora, “Arena” sempre foi interpretado pelos fãs como o primeiro encontro da Federação com os gorns. Agora, Strange New Worlds nos força a repensar isso, o que por sua vez nos encoraja a revisitar “Arena” com outros olhos. Vale a pena, aos mais preocupados, assistir a “Memento Mori” e emendar com o episódio clássico. Quem mantiver a mente aberta descobrirá bem menos conflitos do que aparentemente existem. Os pontos essenciais de “Arena”, para efeito dessa releitura na prequela, são o fato de que a nave atacante é de configuração desconhecida e o de que Kirk não aceita pelo valor de face a afirmação dos metrons de que ele esteja diante de um gorn, tratando-o como um “suposto” gorn.
“Memento Mori” viola alguma dessas premissas abertamente? Não. Mas o mais engraçado é que, ao terminar o episódio, o espectador acaba torcendo para a produção colocar essas questões de lado e ousar mais. Quem ali, fã das antigas, não quis dar uma olhadinha nos gorns que atire a primeira pedra (ou dispare o primeiro canhão improvisado). O episódio flerta ao menos três vezes com a ideia de mostrar os gorns, e, no entanto, não o faz. Conte aí: quando La’An proclama estarmos diante de um ataque gorn; quando Pike diz para se prepararem para uma abordagem; e quando Spock mergulha na mente de La’An via elo mental e recupera parte de suas experiências com os gorns. Apesar das deixas, em nenhuma das ocasiões vemos de fato as criaturas.
É quase uma promessa para o futuro: em algum momento os produtores terão de entregar isso, até porque o suspense excessivo em torno dos gorns pode fazer sentido para os fãs clássicos, cientes da história de “Arena”, mas faz muito menos para os recém-chegados, público importante que Strange New Worlds também precisa cativar.
Para os propósitos deste episódio, o mistério veio bem a calhar. Até porque a tripulação acaba tendo como única referência mais concreta desses enigmáticos vilões o depoimento enviesado e raivoso de La’An. É a personagem a principal ganhadora do segmento, ao lado de Pike. Sua situação traumática com os gorns já havia sido abordada no piloto “Strange New Worlds”, mas aqui ganha contornos mais concretos, com as cenas de flashback e o interessante conceito do Dia da Lembrança. Ela serve como uma ótimo contraponto para Pike, que atua como um mentor: enquanto La’An está presa no passado e convencida de que uma catástrofe incontornável é o único desfecho possível em um confronto com os gorns, Pike a lembra de olhar as coisas com um viés mais otimista, não só porque a possibilidade de sucesso existe, mas sobretudo porque o único modo de um líder estimular sua equipe a produzir soluções criativas e miraculosas e instigar ele mesmo a crença de que o milagre é possível. É nesse lance que o capitão sai maior do que entrou nesta aventura.
Spock também ganha algum trabalho, com citações ao tecido conectivo da série com a segunda temporada de Discovery e a percepção de que ele esconde o segredo da ida de Michael Burnham ao futuro distante, a grande custo pessoal.
Enquanto isso, quase numa trama B, Uhura e Hemmer formam uma dupla improvável e cativante, quase tendo de enfrentar a morte juntos. Mais uma vez, a exemplo do que temos entre Pike e La’An, estamos diante de uma relação de mentoria: o convicto Hemmer e a trepidante, mas competentíssima, Uhura formam um grande par. E é interessante como estabelecem um elo de respeito mútuo bem conquistado, conforme o aenar perde parte de sua segurança ao ferir sua mão a ponto de não poder usá-la, e a cadete vai ganhando mais confiança enquanto avança no trabalho sob a orientação do engenheiro. No fim, os dois precisam cumprir um papel delicado – e possivelmente fatal – no plano de Pike para escapar. Felizmente, dá tudo certo.
Por falar nisso, vale gastar dois dedinhos de prosa com a ciência da aventura em si. Muito divertido ver a Enterprise mergulhando na alta atmosfera de uma anã marrom, que por sua vez está sendo devorada por um buraco negro. Os efeitos visuais são maravilhosos, e há alguma verossimilhança astrofísica na sequência, o que sempre ajuda os mais exigentes a suspender a descrença.
E esse é, no fim das contas, o contorno mais importante da história: verossimilhança. Precisamos ser capazes de acreditar na história, para que ela seja capaz de nos entreter. Nisso, “Memento Mori” é especialmente eficaz, fazendo pleno jus ao título em latim, que significa basicamente “lembre-se de que você morre”. Há poucos momentos durante os 53 minutos em que o espectador é dado a esquecer esse fato, diante da tensão e da claustrofobia a bordo da Enterprise. Os gorns se mostram inimigos formidáveis, que ainda prometem mostrar as garras – e tirar mais “finas” do cânone estabelecido pela Série Clássica – em futuros episódios.
Avaliação
Citações
“Humans waste so much life worrying about death. The Aenar believe the end only comes once you have fulfilled your purpose. It provides meaning.”
“I like that. So what was your purpose?”
“To fix what is broken.”
(Humanos perdem muito da vida se preocupando com a morte. Os aenares acreditam que o fim só vem quando você cumpriu seu propósito. Isso fornece significado.)
(Eu gosto disso. E qual foi o seu propósito?)
(Consertar o que está quebrado.)
Hemmer e Uhura
“Earlier today, we were reminded of the cost of exploration. What it means to chart the stars. To push the boundaries of what is known and what is possible. When we seek out the unknown, we will find things that challenge us, that frighten us. But we do not back down. We do not give into fear. And I believe today will not be our last mission but our finest hour.”
(Hoje mais cedo, fomos lembrados do custo da exploração. O que significa mapear as estrelas. Empurrar as fronteiras do que é conhecido e do que é possível. Quando buscamos o desconhecido, encontramos coisas que nos desafiam, que nos apavoram. Mas não recuamos. Não cedemos ao medo. E acredito que hoje não será nossa última missão, mas nosso melhor momento.)
Christopher Pike
Trivia
- Memento mori é uma expressão da antiguidade, em latim, que significa algo como “lembre-se de que você é mortal”, “lembre-se de que você vai morrer” ou traduzido literalmente “lembre-se da morte”.
- Este é o primeiro crédito de escrita de Star Trek para o coprodutor executivo Davy Perez e o produtor supervisor Beau DeMayo.
- Davy Perez, escritor deste episódio, disse que “Memento Mori” foi projetado para fazer referência ao episódio “Balance of Terror” da Série Clássica, bem como aos filmes de submarinos da Segunda Guerra Mundial. Isto também se conecta ao filme A Ira de Khan, pois Nicholas Meyer também se inspirou na guerra submarina para fazê-lo.
- Este é também o primeiro crédito de Star Trek para o diretor Dan Liu.
- O episódio começou na data Estrelar 3177.3 e terminou na data Estrelar 3177.9
- No episódio La’an detém o cargo de Segundo Oficial. Spock ocupou esse cargo enquanto servia com Kirk. La’an também não era a única oficial de segurança a servir como Segundo Oficial: Reed, Worf e Tuvok também desempenharam essa função. Além disso, Spock tampouco foi o único oficial de ciências a servir como Segundo Oficial, uma vez que Jadzia, Saru e Data também serviram nessa função. Engenheiros também serviram como segundos oficiais, com Trip e Scotty.
- A pronúncia da palavra sensors (sensores) pelo Spock de Ethan Pack, com ênfase na segunda parte da palavra, soando como “oars” é consistente com a pronúncia da palavra pelo Spock de Leonard Nimoy na Série Clássica. No episódio “Moist Vessel” de Lower Decks, Mariner achou engraçado quando o Almirante Vassery pronunciou a palavra desta maneira.
- O episódio faz uma homenagem ao Dia da Lembrança (Memorial Day), homenageando naves e tripulantes que foram destruídos ou morreram, na mesma semana em que este feriado muito importante é comemorado nos Estados Unidos.
- Nessa homenagem, os tripulantes usam vários distintivos de naves:
- USS Discovery – Pike
- USS Kongo – Spock
- USS Palenque – Ortegas
- USS Excalibur – Parker
- USS Cuyahoga – M´Benga
- USS Shenzhou – Kyle
- USS Farragut – Chapel
- USS Angelou – Hemmer
- USS Yangtze – Amigo do Kyle
- USS Antares – Una
- USS Gallant – Uhura
- SS Puget Sound – La´An
- O distintivo memorial do capitão Pike homenageia a USS Discovery, que foi relatada como destruída após a grande batalha em “Such Sweet Sorrow, Part 2”. Embora o salto para o futuro da Discovery seja altamente secreto, a aparente destruição da nave tornou-se a história de pública dos acontecimentos desse episódio.
- A Farragut é provavelmente uma referência à nave em que James T. Kirk serviu por volta de 2257, o que seria apenas alguns anos antes deste episódio. No episódio “Obsession ” da Série Clássica, ficamos sabendo que Kirk estava na Farragut quando ela foi atacada por uma criatura gasosa.
- A Kongo apareceu em vários livros mais antigos de Star Trek, começando com The Making of Star Trek, que a lista como possivelmente uma das várias naves irmãs da Enterprise.
- Puget Sound (estuário de Puget, ou, menos comumente, estreito de Puget ou enseada de Puget) é o nome da nave colônia de quando La´an era criança e foi atacada pelos gorns. Este nome é homenagem a uma profunda enseada estuarina do oceano Pacífico, localizada na costa noroeste dos Estados Unidos. Administrativamente suas águas e costas pertencem ao estado de Washington.
- Anteriormente, aprendemos que, quando criança, La’an estava na SS Puget Sound, uma nave colônia não pertencente à Frota Estelar. Entretanto, as jaquetas usadas por La’an e seu irmão nos flashbacks indicam que a Puget Sound era uma nave da Federação, como evidenciado pela sigla UFP (United Federation of Planets) nos ombros das jaquetas.
- No episódio não foi visto um único gorn; apenas suas naves.
- A voz de Michael Burnham dizendo a Spock “eu também te amo, irmão” foi usada durante o elo mental de Spock com La´an na nave auxiliar. A voz é do episódio final da 2ª temporada de Discovery, “Such Sweet Sorrow Part 2”, na qual Spock vê Michael pela última vez. Curiosamente, Spock estava pilotando uma nave auxiliar quando isto aconteceu.
- Isto confundiu La´an, uma vez que os arquivos pessoais de Spock não faziam nenhuma menção a uma irmã, referenciando o fato de que todas as informações sobre a USS Discovery, sua tripulação e os eventos que levaram à batalha perto de Xahea e durante ela tinham sido classificados como secretos pela Frota Estelar.
- Timothy Peel, primeiro assistente de direção de arte de gráficos em movimento, afirmou que, como grande fã da série Battlestar Galactica (2003-2009) de Ronald D. Moore, foi inspirado pelas suas telas de rastreio DRADIS para desenhar o sistema VINCI a bordo da Enterprise.
- Daniel Burns, em colaboração com o designer da produção Jonathan Lee, projetou e desenhou as naves Gorn Hunter & Gorn Destroyer. O nome das naves gorn pode ser visto nos gráficos da nave auxiliar.
- Neste episódio é a primeira vez que uma nova peça de decoração é vista nos aposentos de Pike: sua sela. Um cavaleiro experiente tem naturalmente sua própria sela.
- O tripulante Zuniga estava usando um uniforme tipo skant na ponte.
- No mapa do sistema Finibus, visto neste episódio, parece que a anã marrom está localizada em uma órbita ao redor do buraco negro entre Finibus I e Finibus II.
- O cachorro que aparece latindo no planeta é um doberman. Dobermans já haviam sido vistos antes em Star Trek, nos pensamentos violentos de Tuvok em “Random Thoughts” de Voyager e em “Carpenter Street” de Enterprise.
- Una intitula-se o monstro de Frankenstein devido a ter sido costurada, e apenas uma semana depois de La’an a ter chamado de monstro por ser uma iliriana geneticamente modificada.
- Pike diz a Spock e La’an para levar a Galileo. Esta é, sem dúvida, a mais famosa nave auxiliar da Enterprise, nomeada em homenagem ao astrônomo italiano do século XVII Galileo Galilei, especialmente após o episódio “The Galileo Seven” da Série Clássica.
- O programa de Spock para criar o “sonar” chamava-se Vinci 7, homenagem ao polímata italiano do século XVI Leonardo da Vinci.
- A verdadeira ciência utilizada incluía o aspecto de buracos negros, a força de Coriolis e o desvio gravitacional para o vermelho.
- Sete membros da tripulação e 3 civis foram perdidos.
- A dor de Pike por ter de fechar as portas poderia ter sido parcialmente devido a ter testemunhado a almirante Cornwell sacrificar-se do outro lado de uma porta da USS Enterprise no episódio final da 2ª temporada de Discovery.
- Spock converte a tecnologia de navegação na Enterprise em um radar para localizar as naves gorn. O efeito sonoro usado, como um sonar, é praticamente igual ao da Série Clássica, especificamente em “Balance of Terror. Será que a modificação de Spock se tornou padrão após “Memento Mori”?
- A noção de que a Enterprise e as naves gorn não podem usar seus escudos ou sensores nas proximidades da anã marrom parece fazer referência à nebulosa Mutara em Jornada nas Estrelas: A Ira de Khan. Naquele filme, a Enterprise se dirige a uma nebulosa para que a Reliant não possa vê-los, e ninguém tem escudos. A sugestão de Spock de ir para a nebulosa Mutara cronologicamente ocorre cerca de 26 anos após este episódio. Será que Spock estava pensando no combate contra os gorns com Pike quando sugeriu entrar na nebulosa Mutara no filme?
- Enquanto M’Benga e Una consideram as drogas intravenosas como tecnologia médica “antiga”, medicamentos intravenosos foram usados em nos episódios “Whom Gods Destroy” e “Obsession” da Série Clássica, e mais tarde para tratar Odo e Quark após a sua aventura no deserto em “The Ascent” de Deep Space Nine.
- A Enterprise usa um tubo de transferência físico para tirar as pessoas da nave cargueira da colônia, muito mais realista do que o sistema de campo de forças azul néon, usado para mover a tripulação da Discovery para a Enterprise no episódio “Such Sweet Sorrow Part 1” da 2ª temporada de Discovery.
- O sensor de movimento improvisado de Spock parece ser um protótipo do utilizado para localizar a ave de rapina romulana em “Balance of Terror”, fazendo o mesmo som de “ping” sonar ao entrar em contato com o sensor.
- O compartimento de carga onde Hemmer e Uhura ficam presos parece estar na parte inferior do casco secundário da Enterprise, num local semelhante aos porões de carga vistos brevemente em Jornada nas Estrelas: O Filme.
- Ao contrário dos filmes clássicos de Star Trek, os torpedos fotônicos são lançados logo abaixo do meio da seção disco. Isto é totalmente consistente com o local onde esses torpedos geralmente saíam na Enterprise da Série Clássica.
- A nave de Khan Noonien-Singh, o SS Botany Bay, foi nomeada em homenagem a uma baía na Austrália, localizada em Sydney, Nova Gales do Sul, 13 km (8 milhas) ao sul do distrito comercial central de Sydney.
- A nave de La’an Noonien-Singh, o SS Puget Sound, foi nomeada em homenagem a uma enseada americana, a profunda enseada estuarina do oceano Pacífico, localizada na costa noroeste dos Estados Unidos.
- Além da famosa aparição de um capitão gorn em no episódio “Arena” da Série Clássica, as únicas outras vezes em que vemos gorns no cânone de Star Trek são:
- No episódio “The Time Trap” da Série Animada (1973)
- No episódio “Veritas” de Lower Decks (2020)
- No episódio “In a Mirror, Darkly Part II” de Enterprise (2005)
- Na 1ª temporada de Discovery, como um esqueleto mantido pelo capitão Lorca (2017)
- Este é um dos quinze episódios de Star Trek com títulos derivados do latim. Os outros episódios com títulos latinos são “Dramatis Personae” e “Inter Arma Enim Silent Leges” de Deep Space Nine, “Sub Rosa” de A Nova Geração, “Ex Post Facto”, “Non Sequitur” e “Alter Ego” de Voyager, “Terra Nova” e “Vox Sola” de Enterprise, “Si Vis Pacem, Para Bellum”, “Terra Firma, Parte 1” e “Terra Firma, Parte 2” de Discovery, “Et in Arcadia Ego, Parte 1” e “Et in Arcadia Ego, Parte 2” de Picard e “Veritas” de Lower Decks.
- Embora Spock afirmasse nunca ter usado o elo mental em humanos antes dos eventos de “Dagger of the Mind”, neste episódio ele é mostrado fazendo exatamente isso com La’an Noonien-Singh.
- Este episódio continua a tradição iniciada no episódio 2, “Children of the Comet”, no qual o episódio começa com uma entrada no diário de bordo de uma pessoa diferente do capitão. Tivemos entradas de registro de Uhura, Número Um, e agora, La’an em três episódios separados.
- Alguns tripulantes do grupo avançado estão carregando espingardas feiser. Estes parecem ter o mesmo desenho usado pela capitão Georgiou e por Michael Burnham no primeiro episódio de Discovery, “The Vulcan Hello”.
- A partitura de Nami Melumad para este episódio incorpora muito do sabor da Série Clássica, incluindo tambores e sinais musicais que lembram “Arena”, o primeiro episódio com os gorns.
- Os sobreviventes do ataque dos gorns mencionam um som alto de campainha, que mais tarde é postulado como sendo um canhão ultrassônico. Isto faz referência a táticas similares dos gorns no episódio “Arena” da Série Clássica.
- A propósito, na realidade, o 40º aniversário de A Ira de Khan é no dia 4 de junho, quase uma semana depois de “Memento Mori” ter sido exibido.
- O Dr. M’Benga menciona sintetizadores de matéria ficando off-line. Embora a versão da USS Enterprise da Série Clássica não tivesse replicadores como em A Nova Geração, nós vimos compartimentos de comida ao longo do clássico show dos anos 60. Em Discovery, um sintetizador de matéria foi usado em muitas ocasiões. Pense nisto como um precursor do replicador.
- M’Benga menciona que a enfermeira Chapel tem interesse em medicina arqueológica, o que inclui a costura de ferimentos com uma agulha real. No episódio “What Are Little Girls Made Of?” foi revelado que Christine Chapel fez um treinamento para ser cientista como aluna do Dr. Roger Korby, um cientista de renome, descrito por Spock como o “Pasteur da medicina arqueológica”. Eles se apaixonaram e ficaram noivos.
- A ideia de que portas de emergência separam os deques inferiores da Enterprise do resto da nave vem do episódio “Day of the Dove” da Série Clássica. Nesse episódio, centenas de membros da tripulação são separados do resto da nave nos conveses inferiores. Obviamente, agora associamos a frase deques inferiores com a série Lower Decks. Em Strange New Worlds, tanto Kyle como Uhura poderiam ser vistos como subalternos dos deques inferiores.
- Ortegas (Melissa Navia) dá uma resposta sardônica Aye aye, skipper – dive dive dive! ao capitão Pike. Aye, aye Skipper é uma frase usada no seriado Gilligan’s Island. “Dive dive dive dive” (mergulhar) se refere à guerra submarina, especificamente ao filme Run Silent, Run Deep, de 1958.
- Ortegas diz que se a tripulação fizer este truque, ele será chamado de manobra Pike. A ideia aqui é que o desvio gravitacional para o vermelho fará com que pareça que a Enterprise parou de se mover, mesmo que não tenha parado. Isto é o oposto da manobra Picard, na qual Picard fez parecer que a Enterprise estava em dois lugares ao mesmo tempo.
- O efeito de buraco negro usado neste episódio reflete o pensamento atual dos astrofísicos em termos de como os buracos negros realmente são. Este buraco negro se parece com o buraco negro ilusório da segunda temporada de Discovery, no episódio “If Memory Serves”. Mas a cena em que a Enterprise escapa do buraco negro e depois voa triunfantemente parece fazer referência visual à montagem de abertura de Lower Decks. Na abertura de todos os episódios, a Cerritos parece ser sugada para um buraco negro semelhante, mas depois foge em segurança, usando a manobra Pike.
Ficha Técnica
Escrito por Davy Perez & Beau DeMayo
Dirigido por Dan Liu
Exibido em 26 de maio de 2022
Título em português: “Memento Mori”
Elenco
Anson Mount como capitão Christopher Pike
Ethan Peck como oficial de ciências Spock
Jess Bush como enfermeira Christine Chapel
Christina Chong como La’an Noonien-Singh
Celia Rose Gooding como cadete Nyota Uhura
Melissa Navia como tenente Erica Ortegas
Babs Olusanmokun como Dr. M’Benga
Bruce Horak como Hemmer
Rebecca Romijn como Una Chin-Riley
Elenco convidado
Genevieve Adam como Jennifer
Angela Besharah como Thandie
Ava Cheung como La’an jovem
Kaylee Harwood como tenente Parker
Jennifer Hui como alferes Christina
André Dae Kim como chefe Kyle
Atticus Mitchell como alferes Todd
Oscar Moreno como tripulante Zuniga
Cameron Roberts como Manu
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