PIC 2×07: Monsters

Valendo a espera de quatro episódios, finalmente mergulhamos na psique de Jean-Luc Picard

Sinopse

Picard está preso em seu estado comatoso, enquanto vive em sua mente um sonho dentro de um sonho. Ele está numa sessão de terapia com um conselheiro da Frota Estelar, que o insta a contar uma história. Após alguma insistência, ele cria uma que envolve uma rainha e seu filho, o príncipe, fugindo de um monstro. Na verdade, nessa trama, ele vê o jovem Jean-Luc e sua mãe, Yvette.

Tallinn está se preparando para entrar na mente de Picard e tentar resgatá-lo do pensamento que o mantém preso. Enquanto isso, Raffi e Sete vão à Sirena para tentar traçar os últimos passos de Jurati e encontrá-la. Sete descobre que a nave foi hackeada com código borg e finalmente obtém evidências de que Jurati está sendo controlada de algum modo pela mente da Rainha Borg.

Teresa chega de volta à clínica com o filho Ricardo, e Rios de início tenta impedi-la de ver Picard. No fim, ele pede que ela mantenha a mente aberta conforme ela adentra a sala e encontra Tallinn com os olhos brancos, de algum modo conectada a um Picard desacordado, mas em sofrimento.

Na mente de Picard, o jovem “príncipe” Jean-Luc se vê com o pé preso em um túnel, mas diz não poder se mover, para que a sua mãe possa encontrá-lo. Tallinn aparece e se propõe a salvá-lo. Ele hesita, mas acaba concordando. Na outra camada do sonho, o terapeuta confronta Picard e diz que ele nunca se abriu com ninguém.

Na clínica, o almirante está sob o risco de morte. Rios pede a Raffi que transporte para ele um estabilizador neural e o entrega a Teresa, que, mesmo sem saber direito o que está fazendo, consegue estabilizar Picard. Ela está cada vez mais chocada com o mistério que circunda Rios e seus amigos. Ao perguntar se ele é do espaço sideral, ele responde ser do Chile e apenas trabalhar no espaço sideral. Por fim, ele decide revelar a Teresa e Ricardo a sua nave.

Jurati está à solta pela cidade e entra em mais um bar com música ao vivo. Antes de sair, ela quebra uma vidraça, para o choque dos demais presentes.

Preso em seu sonho, Picard acaba encontrando o terapeuta em meio à lembrança em forma de conto de fadas e finalmente o reconhece: Maurice, o seu pai, a quem ele sempre considerou mau e implacável. Maurice tenta explicar que Yvette era, de fato, perseguida por um monstro, mas não ele, e sim a própria mente dela. Perdida em delírios, ela quase causou a morte do jovem Jean-Luc, perdido nos túneis sob o château. Maurice diz ter feito o que pôde para protegê-lo das crises da mãe. O momento parece de catarse para Jean-Luc, mas o sonho termina assim que ele estava prestes a usar uma chave para abrir uma porta, onde sua mãe supostamente clamava por ajuda.

Desperto, Picard reencontra Tallinn, que viu tudo e sabe que aquilo não acabou — ainda falta descobrir o que significa o abrir daquela última porta. Mas Jean-Luc usa o que viu até agora como forma de especular sobre o real desejo de Q — de alguma forma, a entidade quer que ele aprenda algo. Picard decide entrar em contato com Q, algo que Tallinn não pode fazer, mas Guinan, sim.

Jean-Luc volta ao 10 Forward para encontrar a bartender, que conta como os el-aurianos e o Continuum Q fizeram um pacto, após muito tempo de guerra fria entre eles. Por meio de uma garrafa usada naquela ocasião, que Guinan conserva consigo, é possível invocar um Q. Ela faz o ritual, mas nada acontece. Instantes depois, um homem entra no bar, mas ele quer apenas uma bebida. Então, revela um vídeo que tem de Picard se teletransportando em frente ao 10 Forward e detém os dois, dizendo-se do FBI.

Raffi e Sete identificam o paradeiro de Jurati por imagens de câmeras de monitoramente que a registraram quebrando a vidraça. Elas seguem em seu encalço, com um novo senso de urgência: sua majestade estaria levando Jurati a situações que produzem endorfinas para que ela possa tomar controle total e começar a assimilar pessoas, como uma nova Rainha Borg…

Comentários

Embora parta de um dos ganchos deixados no episódio anterior, “Monsters” dá continuidade, de fato, aos dois primeiros segmentos da temporada, fazendo um mergulho na psique do protagonista — ainda que não cheguemos exatametne a seu nível mais profundo. Além de avançar nessa trama, podemos acompanhar Raffi e Sete finalmente notarem o que de fato está ocorrendo com Jurati — e que nós vimos observando ao longo dos episódios anteriores — e o romance entre Rios e Teresa avançar alguns pequenos passos. Embora Q não dê as caras, ele não é esquecido, o que não podemos dizer de Soong e sua filha.

Partindo da trama principal, somos apresentados a camadas de sonhos que intrincadamente acabam por se entrelaçar à medida que o tempo de exibição do episódio avança. De início, vemos um Jean-Luc Picard, ainda em seus trajes de gala, sentado claramente em um gabinete da Frota Estelar, passando por uma sessão de avaliação psicológica com um conselheiro interpretado pelo ator James Callis (Dr. Gaius Baltar, de Battlestar Galactica).

Como era o esperado pelo que vem sendo mostrado na temporada (e podemos até mesmo dizer pelo que vimos em alguns episódios de A Nova Geração, a exemplo de “Family”), Jean-Luc não se mostra o paciente com atitude mais colaborativa da história da Psicanálise. A partir da proposta do conselheiro de que Jean-Luc preencha o “tempo restante da sessão” com uma história — já que não deseja falar de si mesmo e do que o impede de se abrir aos demais, incluindo os amigos mais próximos — que começamos a ter acesso ao que o almirante escondeu de todos durante tantas e tantas décadas de vida.

Em tom de conto de fadas, somos apresentados ao Príncipe (uma representação do jovem Jean-Luc) e à sua mãe, a Rainha (“de cabelos vermelhos como fogo”, representação de Yvette). Ela, uma amante da arte e da criatividade, é atormentada por um monstro sombrio. Para proteger a si mesma e ao filho, eles fogem por calabouços muito escuros… Obviamente que o palácio deles é uma representação do velho Château Picard e seus calabouços são os túneis do subsolo da propriedade. Em fuga ao lado da mãe, o Príncipe acaba ficando preso em um buraco no assoalho, enquanto ela continua a escapar. É nesse ponto que Tallinn aparece, encontrando o pobre menino muito assustado e preso. Ela se dispõe a ajudá-lo a enfrentar os monstros e a salvar a mãe dele.

Quando as duas camadas de sonho acabam se encontrando é que somos apresentados ao fato de que o conselheiro representa, na verdade, Maurice Picard, o pai de Jean-Luc. Nesse ponto, é bom que não fique completamente esclarecido se a aparência de Maurice quando na meia idade correspondia a do ator James Callis ou se Jean-Luc projeta na figura do terapeuta o seu pai. Isso não é, de fato, relevante. O que importa é aprender os papéis dos pais dele e como o almirante os processou ao longo dos anos.

Embora sempre tenha sido visto por Jean-Luc como um homem mau e implacável, que tolhia a imaginação da esposa e do filho caçula, Maurice se mostra um homem preocupado com a saúde mental de Yvette e as consequências que poderia acarretar à família. Ela, com toda a exuberância de sua imaginação (representada nos vidros pintados do solário do château), não apenas criava mundos de maravilhas, mas também os monstros que a perseguiam. Muito apegado à mãe e dono também de imaginação e curiosidade, Jean-Luc quase morreu nos túneis proibidos pelo pai, enquanto fugia dos monstros da mente de Yvette. Tanto por palavras quanto agora pelas lembranças menos fantasiosas do que ocorrera na infância, Jean-Luc parece conciliar-se com o pai e libertar-se do que o mantinha preso àquela época de sua vida e acorda na clínica de Teresa.

Um parêntese a acrescentar, pois no guia de episódios de “The Star Gazer” aventamos a possibilidade de Yvetter ter sido vítima de maus tratos praticados por Maurice: embora dramaticamente a frustração dessa expectativa seja bem-vinda, ao analisarmos que Jornada nas Estrelas sempre apresentou reflexões sobre questões sociais contemporâneas, isso pode não ser tão positivo. Embora estejamos atualmente no século 21, a violência doméstica contra a mulher não deixa de ser um assunto de suma importância e a descredibilização da palavra da mulher em casos do gênero (alegando algum tipo de problema de saúde mental) é ainda um grande problema, que leva a estigmatizações e reforço de estereótipos. Embora a história familiar dos Picard se passe num século 24 no qual muitas questões problemáticas da humanidade tenham sido resolvidas, ao analisar outros pontos sensíveis discutidos ao longo de tantas décadas da franquia, não se pode supor que a violência doméstica tenha sido completamente erradicada. Se assim o fizermos, temos de imaginar que todos os problemas de saúde mental tenham sido resolvidos, o que traria mais um problema, inviabilizando o segmento (e mesmo a temporada inteira) de funcionar e assuntos tão relevantes de nossa contemporaneidade de serem abordados. Ou seja, tratou-se de uma escolha narrativa, que funcionou muito bem dramaticamente, mas, como toda escolha, deixa em aberto pontos de debate.

Indo agora às outras tramas, temos mais uma separação do grupo: enquanto Sete e Raffi vão até a nave para descobrir mais sobre o que está acontecendo a Jurati, Rios protege o procedimento de Tallinn em Picard na clínica de Teresa. Pelos arquivos da nave (e em meio a DRs), elas descobrem aquilo que uma mera observação mais atenciosa de uma companheira de viagem poderia ter dado indícios: Jurati está (de alguma forma) sob controle da Rainha Borg. Seguindo os rastros deixados pela cientista nas ruas da Los Angeles atual, Sete conclui que a (até então presumida morta) Rainha está tentando acelerar o processo de transformação da doutora em uma nova rainha por meio da produção de endorfinas e encontrar formas de assimilar os humanos desprotegidos do século 21. Uma catástrofe que vinha sendo desenhada por vários episódios e possibilitada pela negligência do grupo a um de seus membros que se encontrava em uma situação presumível de vulnerabilidade. Agora, o problema deve ser resolvido com a urgência de apenas três episódios restantes para o fim da temporada.

Já a Rios cabe o papel de garantir que Tallinn obtenha sucesso em seu procedimento com o enfermo Picard, tentando manter Teresa longe do paciente que ele mesmo lhe trouxe. Ao longo do episódio, ele decide por contar toda a verdade de sua origem à médica, passando pelo teletransporte de um avançadíssimo estabilizador neural (que milagrosamente ela consegue usar) para salvar Picard da morte iminente e pela revelação de que ele vem do Chile e apenas trabalha no espaço (parafraseando James Kirk em Jornada IV: A Volta para Casa), até por fim mandar às favas toda a cautela e o medo do efeito borboleta e levá-la para conhecer sua nave. Talvez possa parecer uma evolução um tanto rápida na confiança de Teresa, mas podemos pôr na conta do forte instinto de Teresa sobre o caráter de Rios, além da evidente paixão emergente entre os dois personagens latinos. É bonito também ver Rios declarar que tem em Picard uma figura paterna, embora saiba que não seja visto como um filho por ele, além de ser inegável que ele próprio está se tornando um pai para Ricardo, o filho de Teresa. Sobre essa trama, cabe a nós o receio pelo final: juntos ou separados, haverá perdas irreparáveis tanto para o século 21 quanto para o 25.

Por fim, retornando ao almirante, sabemos que há algo em seu passado que ele ainda não está preparado para resolver — o que, embora frustre um pouco a audiência, faz certo sentido, tendo em vista tantas décadas sendo refém dos mesmos traumas. Retribuindo tudo o que descobriu a respeito do almirante, Tallinn revela ser uma romulana disfarçada entre humanos para realizar sua missão de supervisora, algo não tão comum e tampouco tão raro entre aqueles de sua profissão. Embora isso traga mais um elemento a respeito do trabalho dos supervisores (tivemos muito acréscimo a esse elemento que até então aparecera apenas em um episódio da Série Clássica) e solucione dúvidas suscitadas na audiência por causa dos dispositivos claramente romulanos utilizados por Tallinn, não se trata de uma informação crucial a respeito da personagem, acabando apenas por alimentar suspeitas de que possa ser uma antepassada de Laris. De qualquer forma, a cena marca o quanto a confiança entre ambos cresceu desde “Watcher” até aqui.

Tornando a entrar em movimento, Jean-Luc procura Guinan para ir atrás de Q, virando o jogo entre eles. Nessa parte, aprendemos um pouco mais a respeito da relação dos el-aurianos e o Continuum Q: há um ritual para evocar um Q, que envolve uma garrafa de bebida usada durante um pacto para encerrar uma guerra fria entre ambos “os povos”. É uma parte divertida, em que somos levados a pensar em representações de rituais místicos. De certa forma, devido ao fato de a personagem ser originalmente interpretada por Whoopi Goldberg, nos remete até mesmo a Ghost — Do Outro Lado da Vida. A lembrança de Goldberg torna-se ainda mais forte por Ito Aghayere repetir o gestual utilizado pela personagem quando encontra Q no episódio “Q Who?”, de A Nova Geração.

Contudo, apesar de todo o ritual, a evocação não dá certo, mas o bar é visitado por um agente do FBI, que prende Guinan  e Picard, pois existe uma gravação de câmera de segurança que mostra o almirante se materializando nas proximidades do bar. Se por um lado isso nos deixa com mais um gancho, também nos faz questionar: ao final do sétimo episódio de uma temporada de dez cabe uma nova trama, um novo mistério, uma nova prisão do protagonista, quando tantas pontas ainda estão soltas na trama? O outro questionamento é a respeito do personagem, teria ele alguma relação com o personagem pelo mesmo ator (Jay Karnes) em Voyager, já que se relacionava diretamente com viagem no tempo?

“Monsters” é o episódio que vinha sendo prometido desde “The Star Gazer” “Penance”. Apesar da demora em sua entrega, enriquece muito o passado de Jean-Luc Picard e nos faz cada vez mais ressignificar um personagem que conhecemos desde a segunda metade da década de 1980. Muito de sua qualidade se deve também à bela escalação dos atores convidados que interpretam os pais de Picard: James Callis e Madeline Wise, que entregam ótimas performances. Passamos a conhecer melhor Yvette Picard, não apenas pela sua saúde mental frágil, mas também a extensão de sua importância na vida do filho caçula — seja quando ela diz que ele inspiraria pessoas com suas palavras ou com a lição a respeito de inimigos, que Picard relaciona diretamente com Q, obviamente. Da mesma forma, podemos começar a fazer novas reflexões a respeito tanto de Maurice quanto de Robert: de que formas essas questões passadas pela família os afetaram para além da percepção de Jean-Luc? Estão relacionadas ao fato de ambos terem abraçado uma forma mais antiga de viver que a do século em que viviam?

Sendo centrado na psique de Jean-Luc e tendo em vista que os demais Picard estão mortos (deixando de lado a viagem no tempo e a presença de Renée e seus parentes diretos), essas perguntas não precisam ser respondidas nesse episódio ou mesmo até o final da temporada. A questão de Picard com o pai é resolvida, não porque Maurice tenha ressuscitado nos sonhos do filho, mas porque Jean-Luc já tinha as respostas dentro de si, embora não tenha conseguido aceitá-las por tantos e tantos anos. Possivelmente a porta que permaneceu fechada nos trará mais respostas de por que um trauma tão longínquo no tempo possa ainda afetar um nonagenário. Ainda assim, não resta dúvida de que suas questões psicológicas não afetavam o trabalho do almirante ao ponto de impossibilitar a sua carreira: ele tem, sim, dificuldades de relações interpessoais de caráter mais afetivo, mas isso não afetou o seu intelecto, sua sociabilidade em termos de trabalho e a sua capacidade de comando. As demais tramas seguem paralelamente a esta, trazendo ainda poucos avanços, apenas o necessário para as conectar aos segmentos vindouros.

Avaliação

Citações

“There is no better teacher than one’s enemy.”
(Não há um professor melhor do que o seu inimigo.)
Yvette Picard

“You must learn to lift people up in times of grave danger. To lead them with inspiring speech.”
“I’ll never be able to do that.”
“But you will. I know. Because I know the future.”

(Você deve aprender a elevar as pessoas em tempos de grandes perigos. Liderá-las com um discurso inspirador.)
(Nunca vou ser capaz disso.)
(Vai ser capaz, sim. Eu sei. Porque eu conheço o futuro.)
Yvette Picard e Jean-Luc jovem

“Why do you find it so difficult to be open, Jean-Luc? To let people in? You hold them… you hold everyone  at arm’s length. Lest… Lest what? Perhaps there’s a version of yourself you’re hiding. Something you’re afraid others will see. A darker version, perhaps. A secret shame? A guilt? What is it? What is it you define yourself by?”
(Por que acha tão difícil ser aberto, Jean-Luc? Deixar as pessoas entrarem? Você as mantém… você mantém todo mundo a distância. Talvez haja uma versão de você que está escondendo, algo que tem medo de que os outros vejam. Uma versão mais sombria, talvez. Uma vergonha secreta? Uma culpa? O que é? Pelo que você se define?)
Conselheiro da Frota Estelar

“Are you from outer space?”
“No. I’m from Chile. I just… work in outer space.”
(Você é do espaço sideral?)
(Não. Eu sou do Chile. Eu só… trabalho no espaço sideral.)
Teresa e Rios

“You’ll do so much with this pain. You’ll save worlds with it.”
(Você vai fazer tanta coisa com essa dor. Vai salvar mundos com ela.)
Tallinn

Trivia

  • Depois que a dra. Ramirez pergunta se ele é do espaço, Rios responde “Não, sou do Chile. Eu só… trabalho no espaço sideral”. Em Jornada nas Estrelas IV: A Volta para Casa, em São Francisco, em 1986, Gillian Taylor fez a mesma pergunta a James Kirk, obtendo uma resposta quase que da mesma forma que a de Rios: “Não, sou de Iowa. Eu só trabalho no espaço sideral”.
  • Como seu equipamento de aparência romulana dava a entender, Tallinn é, na verdade, uma romulana disfarçada de humana, com orelhas arredondadas. Picard sugere que ela pode ser uma ancestral de Laris.
  • Ricardo, filho de Teresa, é visto brincando com um modelo de brinquedo de um shuttle OV-165.
  • Quando Tallinn entra na mente de Picard pela primeira vez, ela ouve ecos de coisas que Picard disse ao longo de sua vida, em A Nova Geração: “Eu sou Locutus de Borg”, de “The Best of Both Worlds, Part One”; “Preferia morrer como era a viver… [a vida que acabei de ver]”, de “Tapestry”; “São quatro luzes”, de “Chain of Command, Part II”; “Vocês são perigosos; eles foram vítimas. Vocês fizeram deles o que eles são”, de “The Hunted”.
  • Este é o segundo crédito de escrita consecutivo para Jane Maggs, que se juntou à série como produtora supervisora na segunda temporada.
  • Este é o primeiro crédito em Star Trek para o diretor Joe Menendez, que é um veterano de 30 anos, incluindo dois episódios de 12 Macacos, em que trabalhou para o showrunner de Picard, Terry Matalas.
  • James Callis, que faz Maurice Picard, pai de Jean-Luc, é mais conhecido como Gaius Baltar, de Battlestar Galactica (2003). Ele também trabalhou anteriormente com Matalas, no papel de Athan Cole, um personagem recorrente, filho viajante do tempo de Cassie e James, em 12 Macacos.
  • Enquanto Picard fala com o misterioso conselheiro da Frota Estelar, mais tarde revelado como seu pai, eles estavam sentados em seu gabinete, provavelmente o da USS Enterprise-E, algum tempo depois dos eventos de Jornada nas Estrelas: Nêmesis. Também é possível que este seja o gabinete de Jean-Luc na USS Veritas, uma nave estelar que ele comandou durante a evacuação do Império Romulano, e na qual ele serviu com Raffi, como descrito nos eventos da minissérie em quadrinhos, Star Trek Picard: Countdown, de Kirsten Beyer e Mike Johnson.
  • Jay Karnes, que interpretou o agente do FBI Martin Wells, apareceu anteriormente em Voyager como o oficial Ducane, servindo a bordo da nave USS Relativity, da classe Wells, da Frota Estelar, sob o comando do capitão Braxton. Em Voyager, o personagem estava em viagem do tempo a partir do século 29. Os nomes da nave e de sua classe fazem referência a H.G. Wells, autor de A Máquina do Tempo.
  • O ator também trabalhou com Matalas em 12 de Macacos, com um personagem recorrente chamado Robert Gale, um agente do FBI dos anos 1940 até os anos 1960.
  • Este é o segundo episódio da temporada em que o Q de John de Lancie não aparece.
  • Na visão de Picard, o terapeuta de Callis usava um uniforme da Frota Estelar do final dos anos 2360 e início dos 2370, uma mistura dos uniformes de Voyager e de Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato, com a patente de comandante. Ele usa um comunicador de A Nova Geração.
  • Raffi revela que Seven gosta muito de café, um hábito que ela provavelmente adquiriu de sua ex-capitão, a famosa Kathryn Janeway, de Voyager.
  • Ivo Nandi, que interpretou o policial francês Leclerc, que perdeu o baço no episódio 5, é creditado, mas não está claro que papel ele desempenhou, mas possivelmente um dos monstros do calabouço.
  • A esposa de Patrick Stewart, Sunny Ozell, interpretou a cantora no bar de Los Angeles, mas não foi creditada. Em seu perfil do Instagram, Stewart revelou que ela executa uma canção de seu álbum Overnight Lows. Ela se apresenta no palco com os músicos Mark Stepro, Philip Krohnengold, Mason Stoops e Jonathan Flaugher. A música que ela canta é a faixa final do álbum, chamada “Take You Down”.
  • Esse bar, onde Jurati aparece, se chama Deacon’s. Deacon era um personagem secundário importante em 12 Macacos.
  • Quando Guinan suspeita que um Q está entrando em seu bar na Terra, ela coloca as suas mãos no mesmo gesto de garra que mostrou quando Q entrou no 10 Forward da Enterprise, no episódio “Q Who”, de A Nova Geração”.
  • Maurice ilustra que as paredes internas que Jean-Luc construiu em torno de sua culpa de infância são tão grossas que “nem um betazoide conseguia detectá-la”. Deanna Troi nunca detectou esse aspecto da vida de Picard.
  • Picard continua ouvindo pancadas em sua mente, que são emblemáticas do “bater” em Macbeth, que serve como um lembrete da culpa que ele sente desde a sua infância. Essa é uma associação apropriada com o passado de Stewart como membro da Royal Shakespeare Company.
  • Banners com o brasão da família Picard, introduzido na capa do álbum da família Picard em Star Trek: Generations, são vistos no flashback de Picard. O álbum de família também aparece brevemente no episódio.
  • Um livro da Barnes and Noble, The Iliad & The Odyssey (1999), de Homero, aparece na biblioteca do subconsciente de Picard.
  • Outro pequeno detalhe sobre Yvette Picard, que conhecemos anteriormente, é que ela gostava quando Jean-Luc tocava piano, visto no episódio “The Perfect Mate”, de A Nova Geração. Um piano é destaque na biblioteca do subconsciente de Picard.
  • Outro móvel do gabinete imaginário de Picard é a pequena mesa redonda, que é a mesa do gabinete de Janeway em Voyager, vista nos episódios “Latent Image”, “Initiations” e “The Q and the Grey”.
  • O gabinete imaginário de Picard apresenta uma amonita e o encouraçado Promellian em uma garrafa, vistos anteriormente em sua biblioteca em “The Star Gazer”.
  • O gabinete imaginário de Picard contém várias naves da coleção Hero Collector: estação espacial K-7; estação Regula I; uma nave da classe Excelsior; um modelo de classe NX; uma nave da classe Constitution quebrada.
  • O gabinete imaginário de Picard também apresenta a caixa prateada, com elementos do emblema da Federação na tampa e seu comunicador da era de Voyager, que ele tirou de sua mesa e usou no episódio “Maps and Legends”, da primeira temporada de Picard.

Ficha Técnica

Escrito por Jane Maggs
Dirigido por Joe Menendez

Exibido em 14 de abril de 2022

Título em português: “Monstros”

Elenco

Patrick Stewart como Jean-Luc Picard
Alison Pill como Agnes Jurati
Jeri Ryan como Sete de Nove
Michelle Hurd como Raffi Musiker
Orla Brady como Tallinn
Santiago Cabrera como Cristóbal “Chris” Rios

Elenco convidado

James Callis como Maurice Picard (ilusão) e conselheiro da Frota Estelar (ilusão)
Madeline Wise como Yvette Picard (ilusão) e Rainha (ilusão)
Sol Rodriguez como Dra. Teresa Ramirez
Ito Aghayere como Guinan
Jay Karnes como agente Wells
Ivo Nandi como Leclerc (somente crédito)
Steve Gutierrez como Ricardo
Dylan Von Halle como Picard jovem (ilusão) e Príncipe (ilusão)
Marti Matulis como prisioneiro (ilusão)
Oscar Torre como barman
Travis Walck como Jester (ilusão)
Cyrus Zoghi como barbudo ruivo

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Trívias de Maria Lucia Rácz
Edição de Nívea Doria

Revisão de Susana Alexandria

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