Episódio debela a “última tentação de Pike”, colocando-o a caminho de seu destino
Sinopse
Data estelar: 1457.9
A Enterprise e Cayuga visitam os postos avançados que vigiam a Zona Neutra, área que separa a Federação do Império Romulano. Pike recebe a visita de Hansen Al-Salah, comandante do Posto Avançado 4, mas fica chocado ao conhecer o filho dele. O menino, Maat Al-Salah, é um dos cadetes que será morto no acidente que deixará Pike numa cadeira de suporte de vida.
Decidido a mudar o futuro, Pike começa a escrever uma carta para Maat, a fim de avisá-lo, e então recebe a visita de um homem que diz ser o próprio Pike, vindo do futuro, alertando-o de que é um erro com repercussões devastadoras tentar mudar o destino. Para provar, ele traz a Pike um cristal do tempo obtido com os klingons de Boreth, que revelará o que acontece no futuro alternativo de 2266 (data estelar 1709.2).
A consciência de Pike é transportada para lá, e ele está no meio de uma cerimônia de casamento na Enterprise, quando soa o alerta vermelho. Postos Avançados na Zona Neutra estão sob ataque. O capitão confidencia a Spock, a essa altura primeiro oficial da nave, o que está acontecendo e descobre que está em 2266. O vulcano argumenta que Pike deve tomar as mesmas decisões que tomaria naturalmente, para que possa ver o destino terrível que seu futuro eu quis evitar.
O Posto Avançado 4 é destruído por uma nave romulana com dispositivo de camuflagem, que agora viaja na direção da Zona Neutra. A única nave federada nas redondezas é a Farragut, comandada por James Kirk. As duas se reúnem para decidir o que fazer e optam por espelhar os movimentos da nave romulana, para que possam ser confundidas com um eco. Enquanto isso, a tripulação lida com a revelação de que os romulanos, até então jamais vistos, são possivelmente parentes dos vulcanos. A decisão acaba sendo a de atacar os romulanos, mas não destruí-los, flanqueando a nave romulana de ambos os lados, assim que ela sair da cauda do cometa Icarus IV. Mas o plano é antecipado pelos romulanos e fracassa. A Farragut é destruída, e os sobreviventes são trazidos para a Enterprise. Kirk está frustrado com o que ele viu como hesitação da parte de Pike. Mas Spock tem uma boa notícia: a ave de rapina romulana está danificada e não será capaz de retornar a Romulus.
Pike decide tentar negociar um cessar-fogo com o comandante romulano, que concorda, estabelecendo um prazo de duas horas. Kirk ainda está preocupado e oferece um plano B a Pike, pedindo uma nave auxiliar. Na nave romulana, o subcomandante protesta com seu capitão e, sem o conhecimento dele, notifica o Império da situação. Quando o prazo de duas horas se esgota, uma frota de naves romulanas aparece. Traído, o comandante romulano ordena o aprisionamento de seu subordinado. Enquanto isso, a Pretora romulana ordena a rendição da Enterprise. Pike recusa, e uma frota de naves federadas aparece – são apenas naves automatizadas de carga e manutenção, trazidas por Kirk, mas os romulanos não sabem disso. Pike acusa os romulanos de iniciarem a agressão, ao destruírem o Posto Avançado 4, e a Pretora decide destruir aquela nave, por ter sido flagrada em sua missão. Em seguida, tem início uma batalha espacial. Kirk usa as naves automatizadas para proteger a fuga da Enterprise e se transporta a bordo. Em seguida, o Império Romulano transmite por rádio subespacial uma declaração de guerra à Federação. E Spock foi mortalmente ferido durante a batalha. Convencido de que este futuro é de fato trágico, Pike volta a 2259 e apaga sua carta a Maat, restaurando o fluxo natural dos eventos. Mas agora ele adquiriu um interesse pela carreira do jovem James Kirk, que pode vir a ser um ótimo substituto dele como capitão da Enterprise.
Reconciliado com seu destino, Pike se sente mais leve. Mas a paz não dura muito. A Cayuga volta a fazer um encontro com a Enterprise, e a capitão Batel anuncia que tem ordens de prender Una por violar o regulamento da Frota Estelar ao ocultar o fato de que ela é uma iliriana geneticamente aprimorada.
Comentários
“A Quality of Mercy” consegue, a um só tempo, resolver o principal arco da temporada com o capitão Pike – que precisa aceitar seu destino – e explicar como esse mesmo desfecho – apresentado em “The Menagerie”, da Série Clássica – veio a se desenhar. Tudo isso por meio de uma trama de realidade alternativa que lembra, na execução, o clássico “Yesterday’s Enterprise” (um dos melhores episódios de A Nova Geração), ao mesmo tempo em que recria, numa versão diferente, o ainda mais clássico “Balance of Terror” (um dos melhores da Série Clássica). De quebra, e só para não deixar de mencionar logo de saída, temos a introdução de James Kirk em Strange New Worlds.
Se parece muita coisa, é porque é mesmo. Mas o roteiro de Henry Alonso Myers e Akiva Goldsman consegue entregar quase tudo que ambicionou, contando para isso com o apoio de uma atuação fantástica de Anson Mount (que contracena até consigo mesmo) e de uma direção extremamente estudada e provocante de Chris Fisher.
Vamos lá, desempacotar a coisa toda. Começando pelo que é mais essencial de Strange New Worlds enquanto uma série que brota dos eventos apresentados na segunda temporada de Discovery. Lá, em “Through the Valley of Shadows”, Pike visita o monastério klingon de Boreth e descobre o que o futuro lhe reserva: um acidente terrível, em que o capitão é completamente desfigurado e colocado numa cadeira de suporte de vida, condenado a viver quase em estado vegetativo.
Esse triste fim, claro, é conhecido desde 1967, quando foi exibido o episódio duplo “The Menagerie”, da Série Clássica, responsável por introduzir Pike ao público como um capitão anterior a Kirk no comando da Enterprise (reaproveitando o material de “The Cage”, primeiro piloto da série). Mas Discovery dá a esse evento uma nova roupagem, transformando o que parecia ser um lamentável acidente em um ato de heroísmo. Em “Through the Valley of Shadows”, Pike concorda em sedimentar esse futuro ao levar consigo o cristal do tempo de Boreth (com o objetivo de cumprir a missão de salvar nada menos que toda a vida no universo).
Strange New Worlds retoma de onde Discovery parou, com o futuro salvo, mas Pike perdido em resignação, perguntando-se como poderá voltar à ativa e agir de forma competente como capitão agora que sabe exatamente quando e como sua vida vai terminar (ao menos na forma que ele a conhece). E o arco da primeira temporada para o personagem foi construído para que ele cogitasse e, finalmente, explorasse a possibilidade de mudar o futuro. Em “Strange New Worlds”, episódio de abertura da série, ele enxerga como pode usar esse conhecimento para informar seu julgamento em suas decisões como capitão. Em “Children of the Comet”, Una o convida a entreter a possibilidade de que essas informações teriam sido concedidas a ele justamente para que pudesse evitar esse destino. E a gota d’água vem neste episódio, quando Pike tem de confrontar o jovem Maat Al-Salah, um dos dois cadetes que morreriam no mesmo acidente em que ele seria seriamente ferido.
Mais uma vez, a trama ajuda a reforçar o heroísmo do capitão. Ainda lutando para aceitar a própria desgraça, Pike se mostra incapaz de aceitar a morte de outrem. E decide finalmente fazer algo a respeito, escrevendo uma carta para que o jovem Maat evite estar naquele acidente. E aí, com esse evento, partimos para uma linha do tempo alternativa. Pike de fato salva os cadetes e a si mesmo, evita o acidente, e então algo tão terrível acontece que motiva o futuro capitão Pike a dar um jeito de visitar seu antigo eu, com a ajuda dos klingons do monastério de Boreth, para desfazer essa realidade terrível e recolocar o destino em seu devido eixo.
Viagens temporais são sempre problemáticas do ponto de vista lógico, mas esta aqui é especialmente intrigante, porque parece sugerir que, na verdade, a linha do tempo conhecida (e retratada na Série Clássica) também jamais teria acontecido sem este episódio. É, é isso mesmo. Acompanhe o trem de pensamento.
Quando Pike de 2259 é “convidado” a ver esse futuro alternativo de 2266, ele descobre que ainda está no comando da Enterprise e vivencia, no lugar de Kirk (que já foi promovido a capitão, mas está no comando da USS Farragut), os eventos de “Balance of Terror”. Isso significa que, nessa linha do tempo alternativa, após ter avisado os cadetes do acidente, Pike segue sua vida como a teria vivido sem qualquer conhecimento do futuro, e isso o teria mantido como capitão da Enterprise. Suas decisões no comando da nave em 2266 atirariam a Federação numa longa e sangrenta guerra contra os romulanos, cujas consequências seriam tão nefastas que motivariam o Pike do futuro a ir a Boreth para tentar consertar tudo.
Ao expor o Pike do passado a esses eventos, o Pike do futuro o introduziu ao jovem e ousado James T. Kirk e plantou nele a ideia de que seria o substituto ideal para si mesmo a bordo da Enterprise em 2266. O que, ao se realizar, colocou Pike de fato no caminho para, depois de deixar o comando da Enterprise, sofrer o acidente na nave classe J cheia de cadetes. Ou seja, numa linha do tempo em que o Pike do futuro não volta ao passado, o Pike do passado jamais teria tomado a iniciativa de deixar o comando da Enterprise, passando a bola para Kirk.
Este talvez seja o maior paralelo com “Yesterday’s Enterprise”: os eventos da linha do tempo alternativa, embora “apagados”, são essenciais para o deslanche da linha do tempo “restaurada” (que, em “Yesterday’s Enterprise”, dão origem a Sela, a filha de Tasha Yar que jamais existiria numa linha do tempo puramente linear, sem os eventos retratados naquele episódio).
Aqui, apesar de termos uma “Tomorrow’s Enterprise” (uma Enterprise do amanhã que é alternativa, não uma do ontem, como a de A Nova Geração), o efeito é essencialmente o mesmo – o que impressiona mais porque o desfecho foi escrito de antemão, e agora o que se faz é a prequela. (Seria como se A Nova Geração primeiro tivesse introduzido Sela, do nada, para depois escrever o segmento que explicasse sua origem. E aqui estamos falando de nada menos que o motivo pelo qual James T. Kirk assume o comando da Enterprise!)
Como se não bastasse esse nível de entrelaçamento com o cânone mais amplo de Star Trek, o episódio ainda entrega easter eggs saborosos, como o velho Pike vestido numa versão alternativa, mas bem fiel, dos uniformes dos filmes da Série Clássica, e uma blocagem de cenas que segue praticamente à risca a de “Balance of Terror”, ao retratar os mesmos eventos em versão alternativa, com Pike no lugar de Kirk.
Se por um lado isso encanta, por outro causa estranheza – é inevitável algum estranhamento ao ver essa versão alternativa de “Balance of Terror”, com novos atores e visual moderno. Contudo, o fato de que a repaginada foi muito bem recebida pelos fãs parece ser o maior encorajamento que os produtores poderiam receber caso decidam, um dia, fazer algo como uma reimaginação da própria Série Clássica, com valores de produção atuais. Esse, entretanto, é um problema para o futuro.
Mais imediata é a discussão da escalação de Paul Wesley como James T. Kirk. Aqui, o ator traz uma versão alternativa do personagem, não como capitão da Enterprise, mas da Farragut. A sensação que dá é que até é possível enxergar alguma versão de Kirk na interpretação de Wesley – mas não se vê sinal de William Shatner, bem como do carisma que o protagonista original de Star Trek trouxe para o personagem. Impossível, porém, julgar definitivamente a versão repaginada pelos poucos minutos de tela.
A exemplo do que fez em praticamente todos os episódios da primeira temporada, Strange New Worlds não se contenta em meramente contar uma boa história; é preciso que ela reflita uma ideia. E aqui, ao que parece, o plano é, como sugere o título, discutir a “qualidade da misericórdia”: Pike, por sua própria natureza, quer buscar a todo custo uma solução diplomática para a crise com os romulanos, evitando destruir os agressores. Kirk, já sabemos por “Balance of Terror”, conclui que é importante destruir a nave romulana para dissuadi-los de uma invasão. No fim das contas, a decisão de Kirk era a correta para a circunstância. A misericórdia de Pike atirou federados e romulanos em uma guerra sem fim. E, em plano mais pessoal, transferiu a Spock o destino trágico então reservado ao capitão.
No fim das contas, é o drama de Spock que faz Pike aceitar que aquela não é de fato uma linha do tempo aceitável. E talvez tenha sido exagerado da parte dos roteiristas incluir a importância da existência futura de Spock para a galáxia no discurso do Pike do futuro – ao capitão, bastaria o drama pessoal e o fantasma de uma guerra com milhões de mortos, como bastou o destino pessoal de si próprio e de cadetes como Maat Al-Salah para que ele tentasse mudar o futuro em primeiro lugar.
Por sinal, o episódio também dá nova textura à lealdade de Spock a Pike – colocando sua carreira em risco para levá-lo a Talos IV em “The Menagerie” –, quando o vulcano percebe que a recíproca é verdadeira – Pike também teria optado por se sacrificar em vez de transferir seu destino horrendo para Spock. Muito bem sacado.
Outras escolhas notáveis do episódio foram escantear Una (mais uma vez na temporada!) e retratar Ortegas como a versão da linha do tempo alternativa de Stiles, o tenente que manifesta preconceito contra Spock e ódio dos romulanos em “Balance of Terror”. Em ambos os casos, fica a impressão de que são bolas jogadas para o alto para serem pegas mais adiante. No caso da Número Um, de forma imediata, com o desfecho do episódio e sua prisão – algo que promete um arco mais consistente para Una na segunda temporada, agora que o de Pike encontrou sua resolução. Quanto a Ortegas, temos de nos perguntar se em algum momento vão explicar por que ela ficaria tão avessa aos romulanos no futuro. Seria perfeitamente aceitável se não explicassem (sempre temos a carta da linha do tempo alternativa para lançar), mas, do jeito que a série vem costurando bem os arcos dos personagens, é duvidoso que haja ponto sem nó.
Também vale lembrar que há outros ecos da linha do tempo alternativa já se manifestando (como a própria prisão de Una, que é citada por La’an e Spock). Por sinal, é suspeito que a primeira oficial seja descoberta e detida logo depois que La’an deixou a Enterprise, em “All Those Who Wander”. Apenas ela, Chapel, M’Benga e Pike sabiam do segredo de Una, e só ela reagiu negativamente à revelação, em “Ghosts of Illyria”. Fica como uma provocação dos roteiristas, até que a segunda temporada possa esclarecer o mistério.
Por fim, cabe mais um elogio ao design de produção coordenado por Jonathan Lee, que modernizou o visual dos romulanos de “Balance of Terror” de forma ao mesmo tempo respeitosa e revigorante, como tem sido a marca de Strange New Worlds ao longo desta primeira temporada quando “cita” visualmente a Série Clássica. O mesmo vale para a música de Nami Melumad, que mais uma vez não teve vergonha de citar, quando não emular, trilhas clássicas – inclusive o tema dos romulanos, já usado antes por Jeff Russo para a primeira temporada de Picard.
Ainda que não perfeito, é um grande fechamento para uma grande temporada inicial de Strange New Worlds – possivelmente o primeiro ano mais forte de uma série de Star Trek desde a estreia da Série Clássica, em 1966.
Avaliação
Citações
“We all want to think our future is important, and ours — yours and mine — it is. Just not the way you think. Time is, hm, it’s complicated.”
(Todos queremos pensar que nosso futuro é importante, e o nosso – o seu e o meu – é. Só não do jeito que você pensa. O tempo é, hm, é complicado.)
Christopher Pike (de um futuro alternativo), falando a Pike de 2259
“I believe I might owe you a debt of gratitude, Captain. Although, for precisely what, I do not know.”
(Acredito que posso ter uma dívida de gratidão com o senhor, capitão. Embora, pelo que exatamente, eu não saiba.)
Spock, para Pike
Trivia
- O episódio foi escrito pelos produtores executivos e co-showrunners de Strange New Worlds, Akiva Goldsman e Henry Alonso Myers. Foi o quarto episódio da série escrito por Myers e o terceiro para Goldsman.
- O episódio foi dirigido pelo diretor de produção Chris Fisher, seu primeiro para a série.
- Paul Wesley está listado nos créditos principais como ator convidado especial, o que foi um estraga-prazeres para quem sabia que ele já havia sido anunciado como James T. Kirk na segunda temporada.
- Scotty foi na verdade creditado como “Engenheiro”, com o ator britânico Matthew Wolf fornecendo sua voz. Desconhece-se quem fez a mão.
- O título do episódio “A Quality of Mercy” é baseado na linha de abertura de um discurso de O Mercador de Veneza (The Merchant of Venice), de Shakespeare.
- Houve um episódio de Além da Imaginação (The Twilight Zone) chamado A Quality of Mercy que estrelou Leonard Nimoy como um personagem chamado Hansen.
- Em “Balance of Terror”, o comandante do Posto 4 era Hansen, aparentemente a mesma pessoa agora chamada pelo nome completo, Hansen Al-Salah.
- O Spock do futuro alternativo se refere à linha do tempo original de Pike como o Futuro Principal (Prime Future).
- O almirante Pike veste uma versão modernizada do uniforme da Frota Estelar da era Khan, chamada pelos fãs de monstro bordô, misturado de certa forma com o uniforme de serviço de Strange New Worlds. O design alternativo de futuro visto aqui apresenta painéis de couro estampados, um fecho ligeiramente diferente e uma variedade de crachás de grau diferentes.
- Esse uniforme é chamado de monstro devido a que, de todos os uniformes de Star Trek, tem sido historicamente o mais difícil de recriar para os cosplayers.
- Embora mencionados em “Balance of Terror” e em “Conspiracy”, esta é a primeira vez que vemos de fato os postos avançados da Zona Neutra do lado da Federação.
- A nave da capitão Batel, a USS Cayuga, é outra nave Constitution semelhante à USS Peregrine caída, vista no episódio passado.
- O casal sendo casado no compartimento de carga – aqui creditado como simplesmente “Noivo” (Ian Rayburn) e “Noiva” (Megha Sandhu) – são claramente destinados a ser Robert Tomlinson e Angela Martine que o capitão Kirk quase casou em “Balance of Terror”. O casal parece estar amaldiçoado em todas as linhas do tempo: Tomlinson morreu em “Balance of Terror”, Martine foi morta em “A Quality of Mercy” e ambos morreram nas mãos de Krall em Star Trek: Sem Fronteiras.
- A iluminação, os efeitos sonoros e visuais da Enterprise foram significativamente alterados para aproximar a nave de sua aparência de “Balance of Terror”; a iluminação da ponte foi reduzida e certos ruídos de computador também tiveram seu volume aumentado. O exterior das naves permanece intocado, no entanto – no futuro alternativo do capitão Pike, as naceles de dobra ainda carecem das tampas redondas na parte traseira que ganhariam depois de “Where No Man Has Gone Before”.
- Christopher Pike é agora o único oficial da Federação (que conhecemos) a entender a verdade por trás da espécie romulana: eles são uma raça divergente que se originou do planeta Vulcano. Não revelado ao resto da galáxia até “Balance of Terror” em 2266, será interessante ver se este conhecimento virá a ser usado em futuras histórias de Strange New Worlds.
- A nave do capitão Kirk, a USS Farragut, é finalmente vista pela primeira vez; com suas naceles de urdidura submersa, parece ser uma predecessora menor do projeto da classe Miranda, visto pela primeira vez em Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan. Seus interiores, retificação da ponte da Enterprise, também são ligeiramente diferentes, com destaques azuis e bronze em vez dos pretos e vermelhos da Enterprise.
- Neste futuro alternativo, Spock assumiu o papel de primeiro oficial depois do engano e prisão de Una; La’an Noonien-Singh (Christina Chong) soltou seus cabelos e agora serve como Número Um para o Capitão Kirk a bordo da Farragut, e não há sinal nem do tenente Sulu nem do Dr. McCoy a bordo da Enterprise.
- A enfermeira Chapel e o resto do pessoal médico da Enterprise usam macacões azul-claro no futuro do encontro romulano, uma mudança de cor apropriada para a época, o que deixa os trajes médicos brancos do “presente” no passado da Série Pré-Original.
- Como em “Balance of Terror”, não aprendemos o nome do comandante romulano da ave de rapina, mas em um aceno de cabeça para seu visual de A Nova Geração, esses romulanos da era da Série Clássica agora têm sobrancelhas, uniformes e capacetes mais refinados.
- Ao contrário da frota da comodoro Oh no final da primeira temporada de Star Trek: Picard, a armada romulana contém uma grande variedade de formas e tamanhos diferentes de naves.
- A canção que toca no retorno de Pike ao serviço é Makin’ Memories, de Melissa Carper.
- Enquanto trabalha em um tubo Jefferies para reparar os sistemas de armas da nave, Spock é assistido por um engenheiro invisível com um sotaque e um comportamento bastante distintos. Claro, o crédito só chama o homem misterioso de camisa vermelha de “Engenheiro”, mas sabemos que se trata de Scott.
- Em sua discussão final, o capitão Kirk conta a Pike sobre seu pai George, que serviu como primeiro oficial da USS Kelvin antes de ir para Iowa onde Jim cresceu, e antes de se mudar para Tarsus IV. Esta é a primeira vez que a história do universo principal de George Kirk é contada, desde que soubemos da Kelvin no filme Star Trek de 2009, confirmando sua permanência a bordo daquela nave ocorrida em ambos os universos. Ao contrário da linha do tempo Kelvin, a família Kirk e a Federação em geral nunca encontraram um romulano perigoso do futuro, a Kelvin não foi destruída, e George Kirk não foi morto em ação, permitindo-lhe criar seus filhos Jim e Sam.
- Pike se oferece para transportar a tripulação da ave de rapina a bordo da Enterprise, assim como Kirk fez em “Balance of Terror” depois que a nave foi desativada.
- Quando a consciência de Pike volta aos dias atuais da série, ele olha para o arquivo de Kirk e há algumas partes interessantes:
- seu registro mostra que ele recebeu a Ordem Grankite de Táticas, a Fita de Comenda Preantares e o Prêmio de Valor, todos estabelecidos em “Court Martial” da Série Clássica, mas acrescenta a Folha de Palma da Missão de Paz Aenar, que é mencionada aqui pela primeira vez;
- seu registro de serviço mostra a Farragut, seu tempo como treinador na Academia da Frota Estelar estabelecida em “Where No Man Has Gone Before”, e seu serviço a bordo do USS Republic, mencionado pela primeira vez em “Court Martial”;
- o treinamento de Kirk menciona especificamente o combate corpo a corpo, o que é adequado para um mestre de Kirk-Fu.
- Com a adição deste episódio, Paul Wesley torna-se o quinto ator a retratar o papel de James T. Kirk. William Shatner originou o papel, a atriz Sandra Smith retratou Kirk enquanto no corpo de Janice Lester no episódio “Turnabout Intruder” da Série Clássica, enquanto Jimmy Bennett e Chris Pine retrataram sua contraparte na realidade alternativa da linha Kelvin.
- Com a adição deste episódio, Ali Hassan torna-se o segundo ator a retratar o papel de Hansen Al-Salah. Garry Walberg originou o papel do comandante Hansen em “Balance of Terror”.
- Matthew Wolf torna-se o terceiro ator a retratar o papel de Montgomery Scott. James Doohan originou o papel, enquanto Simon Pegg retratou sua contraparte na realidade alternativa.
- La’an Noonien-Singh, Christine Chapel, Joseph M’Benga e George Samuel Kirk aparecem apenas no futuro alternativo de 2266.
- A maior parte do diálogo falado antes do Capitão Pike saudar os romulanos é tirada diretamente de “Balance of Terror”, com algumas linhas aqui entregues ao Dr. M’Benga, e o empurrão do tenente Stiles para atacar entregue à tenente Ortegas. Felizmente, o fanatismo anti-vulcano do tenente Stiles não foi reproduzido.
- Este episódio retrata os eventos do episódio “Balance of Terror” da Série Clássica, à medida que se desdobram em uma linha de tempo alternativa na qual Pike evita o acidente que levou à sua grave incapacidade. Neste caso, o encontro com a ave de rapina romulana levou a uma longa guerra entre a Federação e o Império Romulano.
- Ortegas comporta-se de forma muito semelhante ao tenente Stiles, que foi o navegador da Enterprise durante este incidente na linha do tempo principal. Ambos concluem que a nave atacante é romulana antes de isso ser comprovado, ambos defendem o disparo sobre a nave romulana, e ambos expressam desconfiança em relação ao Spock após as semelhanças vulcanas e romulanas serem reveladas.
- Imediatamente antes da Enterprise passar ao alerta vermelho, Pike está oficiando um casamento no porão de carga da Enterprise, assim como Kirk fez entre os tripulantes Robert Tomlinson e Angela Martine. Neste episódio, é Martine que morre como resultado do ataque, e não Tomlinson, como na linha de tempo principal.
- Os romulanos a bordo da ave de rapina na linha de tempo alternativa parecem ser do norte, como evidenciado por suas cristas frontais. Na linha do tempo principal, os romulanos não tinham cristas na testa, o que fez com que sua aparência fosse idêntica à dos vulcanos.
- A relação entre o comandante romulano e o subcomandante neste episódio espelha a do comandante e Decius na linha de tempo principal; como Decius, o subcomandante também envia uma mensagem codificada ao pretor romulano com uma atualização sobre o progresso do interação, contra as ordens de seu superior. Entretanto, nesta linha de tempo, a mensagem é bem-sucedida em atrair a frota romulana.
- O episódio estabelece que o acidente de Pike ocorre sete anos após os eventos da primeira temporada de Strange New Worlds, ou, pelo menos, deste episódio. Este é um período mais curto do que os 10 anos que Pike sugere no episódio “Strange New Worlds”. Na linha de tempo alternativa, Spock diz que o acidente ocorreu há seis meses. Portanto, na linha de tempo prime, o acidente de Pike, o Kirk sendo designado comando da Enterprise, e os eventos de “Balance of Terror” acontecem dentro de um período de seis meses. Se os episódios da temporada 1 da Série Clássica ocorrerem em ordem cronológica, então os eventos de “The Menagerie, Part I” e “The Menagerie, Part II”, que foram transmitidos antes de “Balance of Terror”, também acontecem durante esse mesmo período de seis meses. Entretanto, eles foram produzidos depois dele, e a ordem de produção é geralmente destinada a refletir a ordem cronológica em que eles deveriam ser vistos. Neste caso, as duas partes de “The Managerie” seriam definidas após o referido período de seis meses.
- Na linha de tempo alternativa, a tripulação principal de Pike permanece fundamentalmente inalterada, com Spock, Uhura (agora tenente), M’Benga, Chapel, Ortegas e Mitchell ainda presentes e até com os mesmos penteados de anos anteriores, embora Chapel esteja agora vestindo um uniforme azul. Ortegas e Mitchell sentam-se em lados opostos do console do leme de onde se sentam normalmente. As principais exceções são Una, que está encarcerada, e La’an, agora comandante servindo a bordo da Farragut até sua destruição.
- Na linha de tempo principal, Kirk não está particularmente familiarizado com Khan Noonien Singh do episódio “Space Seed” da Série Clássica. Na linha de tempo alternativa, isto provavelmente mudou, dado que um de seus principais oficiais é La’an.
- O Pike do futuro alternativo usa uma versão atualizada do uniforme da Frota Estrelar introduzido no final dos anos 2270, com a insígnia de posto de um contra-almirante. Além de uma fotografia de arquivo em Star Trek: Sem Fronteiras, este episódio marca a primeira aparição ao vivo desse uniforme desde o episódio “Flashback” de Voyager.
- Grande parte da ação copia o diálogo diretamente de “Balance of Terror”, a ponto de haver tantos exemplos que é quase demais para documentar. O escritor Henry Alonso Myers indicou que ele pesquisou diretamente o roteiro de “Balance of Terror” sempre que possível enquanto escrevia este episódio. No programa The Ready Room, Anson Mount também mencionou que certas cenas foram filmadas para emular diretamente o movimento exato de “Balance of Terror”. Alguns grandes exemplos:
- as falas de Uhura para Pike sobre a perda de contato com os postos avançados são quase exatamente as mesmas;
- o diálogo de Hansen sobre o ataque romulano é basicamente, palavra por palavra, o mesmo. “Você consegue ver isso, Enterprise?!!?”;
- o discurso de Spock na sala de reuniões sobre os romulanos que retêm uma “filosofia marcial” e “fraqueza é algo que não ousamos mostrar” é tudo a mesma coisa;
- o tributo agridoce do comandante romulano a Pike, dizendo “Eu poderia ter chamado você de amigo”, é idêntico;
- muitos personagens são iluminados com uma ênfase específica em seus olhos. Foi exatamente isso que o diretor Vincent McEveety fez em “Balance of Terror”.
- Na linha temporal alternativa, Pike ainda é capitão, embora no episódio “The Menagerie, Part I” da Série Clássica tenha estabelecido que ele era um capitão de frota e já tinha passado a capitania da Enterprise para Kirk na ocasião do seu acidente. Sugere-se que, na linha temporal alterada, a promoção nunca ocorreu, razão pela qual Pike permaneceu no comando da Enterprise. E, além disso, o futuro alterado é onde a versão principal de Pike aparentemente se encontra com Kirk pela primeira vez, pondo em marcha a decisão posterior de lhe dar o comando da Enterprise.
- O Pike do futuro expressa o conhecimento do papel que Spock desempenhou na reunificação romulano-vulcana. Ele sugere que a perspectiva de aproximação entre a Federação e o Império Romulano na linha do tempo prime é uma de suas principais motivações para mudar o passado, vista nos episódios “Unification I” e “Unification II” de A Nova Geração; Star Trek, o filme de 2009 e “Unification III” de Discovery.
- Supondo que Pike retenha lembranças de sua visita ao futuro, então ele está agora ciente das semelhanças dos vulcanos e romulanos, um fato que não se torna de conhecimento geral até o encontro de Kirk com os romulanos.
- Kirk menciona seu pai servindo a bordo da USS Kelvin, ligando-se ao passado de Star Trek; no entanto, o que ele diz sobre o destino de seu pai não é audível, embora ele tenha sido previamente estabelecido como vivo a partir de 2265, já que Spock Prime havia mencionado que George Kirk havia vivido tempo suficiente para ver James tornar-se capitão da Enterprise.
- Este é o segundo final da temporada de Star Trek a terminar com um personagem principal sendo preso como um clifhanger. A primeira foi no episódio “First First Contact”, final da segunda temporada de Star Trek: Lower Decks, no qual a capitão Carol Freeman foi presa sob suspeita de destruir o planeta dos pakleds.
- A prisão de Una é atribuida pela revelação de suas modificações genéticas ilirianas ao Dr. M’Benga e ao capitão Pike em “Ghosts of Illyria”. Pode ser também o incidente referido pelo chefe Miles O’Brien quando ele declarou que a Frota Estelar não tinha tratado de um caso como o de Julian Bashir, ou seja, um oficial geneticamente modificado, em cem anos, no episódio “Doutor Bashir, I Presume” de Deep Space Nine.
- O mapa da área ao redor da Zona Neutra correspondia ao estilo daquele visto em “Balance of Terror”, mas incluía muito mais detalhes, incluindo o sistema Algeron, que será onde o Tratado de Algeron entre a Federação e os Romulanos será feito no início do século 24.
- O mapa também incluiu o emblema de duas cabeças de ave de rapina para o Império Estelar Romulano, que não foi introduzido até o episódio final da primeira temporada de A Nova Geração, “The Neutral Zone”. Um emblema diferente foi usado no episódio “The Enterprise Incident” da Série Clássica.
- O primeiro pônei de Pike ganhou o nome de Sir Neighs-a-Lot (Relincha Muito), o que ele admite ser uma bobagem.
- Massa Mama é uma receita real para restos de massa.
- Embora tenha sido previamente estabelecido em cânon que Kirk serviu na USS Farragut, esta foi a primeira aparição da nave no cânone, e tem um design semelhante ao da classe Miranda, da era cinematográfica.
- A USS Farragut foi capaz de alcançar a dobra 9, que está além da dobra máxima da Enterprise, dobra 8, e de outras naves do século 23.
- Kirk usou o padrão de ataque Tiberius 4, seu próprio nome do meio.
- O comandante romulano mencionou a Campanha Remana. Os remanos eram uma raça submissa aos romulanos, introduzida em Jornada nas Estrelas: Nemesis, embora alguns tenham sido vistos no século 22 em Star Trek: Enterprise.
- Ao discutir a história de sua família, James T. Kirk mencionou que seu pai George serviu na USS Kelvin, que foi introduzida no filme Star Trek de 2009. Quando os romulanos que viajavam no tempo atacaram e destruíram a Kelvin, começou a linha do tempo do Universo Kelvin, apresentada nos três filmes de Star Trek que J.J. Abrams produziu.
- O código de conduta da Frota Estelar contra a modificação genética foi numerado como 587,63. No futuro alternativo, ela foi condenada à colônia penal da Frota Estrelar em Salius VI.
- Se voltarmos para a novela de 1967, escrita por James Blish, no primeiro livro de Star Trek você verá que esta é a última linha: “A Segunda Guerra Romulana tinha acabado. E não importam os mortos; oficialmente, ela nunca tinha começado”.
- A primeira Guerra Romulana foi travada de 2156 a 2160, após o seriado Star Trek: Enterprise. E, como o livro de Blish deixa claro, a Segunda Guerra Romulana nunca aconteceu. E isso porque Kirk a impediu. “A Quality of Mercy” apresenta o oposto desse resultado.
- Como visto nos episódios “Tapestry” e “Family” de A Nova Geração, Jean-Luc Picard e Jack Crusher usaram este estilo de uniforme no início das suas carreiras na Frota Estelar, tornando-o um dos únicos estilos de uniformes usados em cânones por personagens de épocas muito diferentes. Basicamente, agora Pike, Picard e Kirk usaram todos praticamente o mesmo uniforme.
- Pike e Spock falam sobre Pike ser levado a “sete anos no futuro”. Relevantemente, na linha do tempo Prime, este é na realidade um ano completo depois de Kirk ter assumido o comando da Enterprise. A maior parte da 1ª temporada da Série Clássica tem lugar em 2266 e 2267. Mas “Where No Man Has Gone Before”, o primeiro episódio da Série Clássica depois de “The Cage”, acontece em 2265. Isto significa que, em termos do “presente” de Strange New Worlds, há apenas seis anos entre agora e quando Kirk deveria estar no comando da Enterprise.
- Na 2266 alternativa, Kirk está no comando da USS Farragut. No universo Prime, Kirk serviu na Farragut em 2255, como tenente na sua primeira missão no espaço profundo. Isto foi estabelecido principalmente no episódio “Obsession” da Série Clássica, que teria tido lugar cerca de um ano antes da época da 1a temporada de Discovery.
- Sam Kirk menciona que Jim estava “sempre no topo de sua classe”, que se refere a “Where No Man Has Gone Before”. Naquele episódio, tivemos a impressão de que Kirk era um excelente aluno. Sam também diz “ele não gosta de perder”. Isto, é claro, faz referência a o teste Kobayashi Maru “No Win Scenario” de A Ira de Khan, especificamente a fala de Kirk para Saavik naquele filme, “Eu não gosto de perder”.
- Quando os romulanos são revelados e têm a mesma aparência dos vulcanos, a música de “Balance of Terror”, especificamente uma deixa escrita para os romulanos, toca enquanto ampliam o zoom no Spock. Esta é na verdade a segunda vez em dois anos que um novo programa de Star Trek toca este tema. No episódio de estreia de Star Trek: Picard em 2020, uma reformulação semelhante deste tema foi usada quando Narek, um romulano, foi introduzido no final do episódio “Remembrance”.
- Embora não seja nomeado, provavelmente ouvimos Scotty fora da tela dizer a Spock que ele é um “engenheiro e não um fazedor de milagres, Sr. Spock”. Esta é uma dupla referência! Em toda a Série Clássica, o doutor McCoy costumava dizer frases como “Sou um médico, não um pedreiro”, ou “O que sou eu, um médico ou um condutor de ônibus lunar?” Mas Scotty afirmando que não é um milagreiro também faz referência a Jornada nas Estrelas III: À Procura de Spock, no qual Scotty revela que ele aumenta suas estimativas de reparo para manter sua reputação como milagreiro. Em A Volta para Casa, Bones diz de Scotty: “Em casa, nós o chamamos de fazedor de milagres”.
- Como Pike está conhecendo Kirk na linha do tempo alternativa, ouvimos Kirk dizer: “Eu nasci em Iowa, meu pai George foi o primeiro oficial na colônia Kelvin antes de nos mudarmos para a colônia Tarsus”. Kirk sendo de Iowa foi estabelecido pela primeira vez em “The Deadly Years”, e tem sido repetido em toda a franquia muitas vezes. A referência a seu pai George na Kelvin é um aceno direto à reinicialização de J.J. Abrams em 2009, o que indica que na linha do tempo Prime, George não teria morrido na Kelvin, porque essa incursão temporal nunca teria ocorrido. Além disso, a última coisa que Kirk menciona é a colônia Tarsus, que faz referência ao episódio “The Conscience of the King” da Série Clássica, no qual soubemos que, quando muito jovem, Kirk testemunhou um massacre horripilante.
- Por que Kirk estava na Academia da Frota Estelar depois de ter servido na USS Republic? Bem, deixando de lado o fato de que sabemos que os cadetes frequentemente servem em naves como parte de seu treinamento, este pequeno detalhe é na verdade um corte profundo incrível. Em “Where No Man Has Gone Before”, foi estabelecido que o tenente Kirk dava aulas na Academia da Frota Estelar. Ou seja, depois da viagem de Kirk pela Republic, ele voltou para a Academia da Frota Estelar, basicamente lecionando como aluno de pós-graduação. Spock fez a mesma coisa na linha do tempo alternativa em Star Trek de 2009.
- Uhura reagindo à destruição do posto avançado 4 usa os mesmo icônicos brincos de argola verdes que Nichelle Nichols usou no episódio “Balance of Terror” da Série Clássica.
- Um telarita com três dedos é transportado da USS Farragut. É o primeiro telarita de três dedos que vemos em Star Trek de live-action desde o episódio “Whom Gods Destroy” da Série Clássica. Em todos os episódios posteriores, telaritas são exclusivamente de cinco dedos e sempre usam luvas em Discovery e Picard. O único outro telarita de três dedos visto recentemente é Jankom Pog de StarTrek: Prodigy.
- Neste episódio é a primeira vez onde se pode ler replicador (replicator) em um dispositivo nos aposentos do capitão Pike.
- As duas naves retratadas no gabinete do capitão Pike são a Enterprise NX-01 e a USS Essex NCC-173.
- O exterior do posto avançado da Zona Neutra 4 não foi visto em “Balance of Terror”, mas neste episódio podemos ver e saber como é o posto avançado.
- A ave de rapina romulana é uma reutilização da ave de rapina do século 23 de Kar Katar, do episódio “Absolute Candor” de StarTrek: Picard.
- O Spock de Ethan Peck levanta uma sobrancelha para a descoberta de que os romulanos são parecidos com ele, assim como fez o Spock de Leonard Nimoy no episódio “Balance of Terror”.
- O layout da ponte foi ligeiramente modificado para as cenas de 2266. Como no episódio “The Naked Time” da Série Clássica, as comunicações e não a engenharia, como nas cenas de 2259, estão localizadas atrás da cadeira do capitão.
- A insígnia do posto avançado da Zona Neutra de Hansen Al-Salah é semelhante à do episódio “Balance of Terror”. Esta insígnia apareceu novamente em Cestus III, no episódio “Arena” da Série Clássica.
- Pike possui algumas facas impressionantes em sua cozinha, entre elas uma faca dupla para o serviço pesado de limpar carne da marca Kitory (Kitory Dual Edges Heavy Duty Meat Cleaver).
Ficha Técnica
Escrito por Henry Alonso Myers & Akiva Goldsman
Dirigido por Chris Fisher
Exibido em 7 de julho de 2022
Título em português: “Uma Qualidade de Clemência”
Elenco
Anson Mount como capitão/contra-almirante Christopher Pike
Ethan Peck como oficial de ciências Spock
Jess Bush como enfermeira Christine Chapel
Christina Chong como La’an Noonien-Singh
Celia Rose Gooding como cadete Nyota Uhura
Melissa Navia como tenente Erica Ortegas
Babs Olusanmokun como Dr. M’Benga
Rebecca Romijn como Una Chin-Riley
Elenco convidado
Paul Wesley como James T. Kirk
Melanie Scrofano como Capitã Batel
Dan Jeannotte como George Samuel Kirk
Mathieu Bourassa como subcomandante Romulano
André Dae Kim como chefe Kyle
Rong Fu como Jenna Mitchell
Ali Hassan como comandante Hansen Al-Salah
Matthew MacFadzean como comandante Romulano
Ian Rayburn como noivo
Rio Chris como Maat Al-Salah
Megha Sandhu como noiva
Carolyn Scott como Pretor
Matthew Wolf como engenheiro
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Trivia de Maria Lucia Racz
Revisão de Susana Alexandria