PIC 2×02: Penance

Picard e sua tripulação tentam escapar de penitência em realidade distópica imposta por Q

 Sinopse

Picard se vê em seu château, mas o planeta está diferente. Uma sirene toca ao fundo, um escudo envolve a atmosfera e poluição é claramente perceptível por toda parte. Q introduz o almirante a esta nova realidade, em que ele é o general Picard, responsável por incontáveis atrocidades em nome da Confederação da Terra, um império expansionista que vive pelo mote “uma galáxia segura é uma galáxia humana”.

Picard fica chocado ao descobrir que tem escravos romulanos e ver a coleção de crânios de sua contraparte desta linha do tempo (entre os executados estão Sarek, gul Dukat e Martok). Então, ele é informado pelo androide Harvey de que é esperado no palácio presidencial para uma data especial: o Dia da Erradicação.

Sete de Nove acorda na cama e descobre que agora é apenas Annika Hansen, jamais assimilada pelos borgs e ninguém menos que a presidente da Confederação. Confusa, ela conversa com o marido, magistrado confederado, e pede uma atualização da frente de guerra contra Vulcano. O magistrado oferece uma conversa com o general Sisko, mas ela quer alguém da linha de frente e contata o coronel Cristóbal Rios — que está a bordo da versão deste universo da Sirena, como parte de uma flotilha confederada combatendo nas cercanias de Vulcano. Pela conversa, constatam que ambos são versões da outra linha do  tempo, e Sete ordena que Rios se apresente à Terra com a Sirena.

Em Okinawa, insurgentes cometem atos terroristas contra a Confederação. Entre eles, está Elnor, perdido em meio ao caos. Uma oficial confederada acaba por rendê-lo, mas é Raffi. Como chefe de segurança, ela tem autoridade para ordenar que Elnor seja levado vivo como prisioneiro para interrogatório. Os dois partem, então, para São Francisco, onde se reencontram com Picard.

Enquanto isso, o magistrado e a presidente continuam nos preparativos para o Dia da Erradicação e visitam o laboratório de Agnes Jurati, onde está sendo mantida a prisioneira que será executada no palco, pelas mãos de Picard, durante o evento: uma rainha borg. Jean-Luc, Raffi e Elnor se juntam ao grupo, e a criatura reconhece Picard como Locutus, mas ao mesmo tempo indica que há algo errado e houve uma mudança na linha do tempo. Ela aconteceu em 2024, em Los Angeles. Será preciso voltar no tempo para corrigir o que quer que Q tenha feito. Picard sugere usar a técnica do estilingue gravitacional ao redor do Sol, viável graças à capacidade da Rainha Borg de calcular a trajetória.

Contudo, uma tentativa de transportar todos para a Sirena falha, por questões de segurança, e Sete e Picard acabam tendo de ir ao palco para o espetáculo. Raffi fica de abrir uma brecha nos escudos, e Jurati, de restabelecer contato com Rios. Sete e Picard terão de protelar a execução da Rainha Borg no palco, até o resto da equipe providenciar o transporte. Superadas as dificuldades, todos são levados para a Sirena.

Jurati começa a conectar a Rainha Borg aos sistemas da nave, sob protestos de Rios, e há pressa para iniciar a fuga. Mas o magistrado é mais rápido: os escudos da Sirena são baixados remotamente e uma equipe de abordagem é transportada. Elnor é ferido e os demais são rendidos, com o magistrado prometendo executar Picard como traidor da Confederação.

Comentários

“Penance”, assim como seu antecessor “The Star Gazer”, apresenta uma história com início, meio e fim — embora se relacione diretamente a seu antecessor e ao seu sucessor por meio de ganchos –, mais uma vez diferindo esta temporada de sua antecessora, de natureza mais serializada. Com sua ambientação em um novo universo — que, pelo visto em teasers e trailers de divulgação da segunda temporada, não é o dos episódios que o seguirão –, dá até mesmo um gosto de um novo piloto. Este é um segmento que se divide da seguinte forma: a longa conversa entre Q e Picard e a apresentação da nova realidade (a da “penitência” imposta por Q a Picard); o despertar e a adaptação dos protagonistas a esse novo universo e a consequente busca por se reunirem novamente; a descoberta do que precisam fazer e a tentativa de fuga. De forma que o espaço para a contemplação e reflexão encontra-se mais nos minutos iniciais, pois logo a aventura e a ação tomam mais tempo de tela devido à urgência de os personagens saírem da realidade alterada em que se encontram.

O diálogo entre Q e Picard nos remete a momentos anteriores de interação entre os personagens, vistos ao longo de A Nova Geração, porém podemos perceber uma mudança em Q. Se, em ocasiões passadas, o personagem de John de Lancie trazia um lado cômico em seu antagonismo com o sério e sisudo ex-capitão da Enterprise, aqui sua forma nem sempre tão direta de dizer o que quer soa bastante enigmática e urgente. Suas maneiras são tensas e Picard chega mesmo a sugerir que Q possa estar doente ou perturbado — ou, se completarmos as lacunas deixadas pelo seu raciocínio, até mesmo morrendo. O que quer que, de fato, as palavras e o comportamento de Q queiram dizer, desperta um grande sinal de alerta que uma entidade com poderes tão extensos possa, no mínimo, mostrar-se desestabilizado por algum motivo. Afinal, ignoramos os efeitos que isso pode ter sobre o Q Continuum como um todo e em seres bem menos poderosos, como nós, de maneira geral. Não seria de se estranhar que as palavras de Q se mostrem mais importantes ao longo dos demais episódios — e que tenhamos de voltar a elas mais adiante — do que nos parecem ao ouvi-las uma primeira vez.

O fato é que Q impõe a Picard uma penitência por algo que nós ainda não sabemos exatamente do que se trata. A julgar pelo que nos foi apresentado até o momento, podemos especular que se relaciona com as escolhas de Picard do dever em detrimento de  sentimentos pessoais. Embora possa ser interpretado pelo jogo cênico entre John de Lancie e Patrick Stewart que talvez haja algum fato concreto, um segredo entre Picard e Q, a verdade é que, da forma como o texto foi escrito e encenado, também pode apontar para algo mais generalizado. A tal penitência consiste em uma realidade na qual a Terra, agonizante em poluição, se encontra sob um regime totalitário, xenofóbico e sanguinário, chamado de Confederação, com sede em um belo e imponente palácio presidencial. Segundo Q, aquela é a única vida que Picard entende (e aparentemente ele não se refere apenas a sua contraparte, um general que guarda os crânios de seus inimigos mais célebres e escraviza os mais fracos), uma consequência de seu medo. Há uma forma de expiar e obter perdão por seus erros, mas Picard se recusa a fazer o que quer que Q tenha em mente — que é a resposta que esperamos do almirante, assim como esperamos que ele acabe entrando no jogo de qualquer forma.

No château modificado, vemos o almirante se chocar com o que descobre a respeito de sua contraparte, não apenas pelos troféus que o general Jean-Luc Picard coleciona, mas também um discurso proferido por ele anteriormente. No entanto, se pararmos para pensar no que vem sendo dito nesta segunda temporada e pelo que conhecemos ao longo das décadas, se o que define Picard e seu arquétipo é justamente o seu senso do dever e o respeito às suas obrigações militares, podemos nos perguntar o que realmente difere o almirante do general. O “nosso” Picard faz parte da Federação Unida de Planetas, que preza pela diplomacia, pela superação das diferenças, pelo diálogo, pela exploração espacial e busca de conhecimento; portanto, ele é um oficial que segue esses ideais. Já o general é de um contexto de uma Terra que subjuga outras raças, matando-as e escravizando-as, ou seja, ele também é um oficial que segue os ideais de seu próprio mundo e os deveres de seu posto. Sob esse prisma, eles não parecem tão diferentes assim.

Esse tipo de reflexão, no entanto, é um pouco mais difícil de se fazer em relação aos demais personagens, pois conhecemos pouco a respeito das vidas e personalidades de suas versões do universo confederado. Rios — nos fins de um combate a bordo da Sirena confederada –, Raffi e Elnor — em lados opostos em um conflito entre a Confederação e rebeldes de espécies subjugadas — despertam em meio a momentos de ação. Pouco podem interagir com personagens daquela realidade. Por seu turno, Jurati aparentemente é a mesma pessoa em qualquer universo: uma mulher solitária, que convive melhor com seres sintéticos e com um grande senso de não pertencimento à realidade/sociedade em que está inserida. Possivelmente esse seu deslocamento total será algo a ser explorado no decorrer dos demais episódios.

Um caso que merece atenção é o de Sete, embora de forma bem diferente de Picard, pois não temos uma referência da “versão prime” de Annika Hansen. Nos séculos 24 e 25 alterados, Annika nunca foi assimilada pelos borgs, chega à idade adulta aparentemente com uma vida bem-sucedida para os padrões daquela sociedade e é a presidente daquele regime totalitário e xenofóbico. Talvez, por meio das interações com personagens que a conhecem, as informações que possamos colher sobre essa mulher e a adaptação de Sete àquele corpo humano possam nos dar algumas pistas de quem seria a humana Annika do universo prime caso não tivesse sido assimilada. Isso pode levar até mesmo a um outro grau de desenvolvimento da própria Sete, no caso de ela voltar a ser quem era — ao menos fisicamente — no fim dessa experiência.

Ainda falando sobre os personagens, temos um caso peculiar: a Rainha Borg. Se, por um lado, já vimos em outras ocasiões essa personagem ser encarada por duas atrizes diferentes (Alice Krige e Susanna Thompson), nunca ficou bem definido se se tratava de indivíduos diferentes ou não. Em Picard, temos uma rainha fora da coletividade, apenas com seu dorso e braços. Ao mesmo tempo em que ela está vulnerável e perturbada por estar em uma realidade que não deveria existir — e ela está consciente desse fato –, ainda sentimos um grande tom de ameaça em sua presença. Afinal, por mais que seja o elemento central para que realizem sua fuga, ela não deixa de ser (ao menos uma versão de) uma antiga e perigosa inimiga. O trabalho feito por Anne Wersching é brilhante em passar todas as nuances necessárias de vulnerabilidade, perturbação e ameaça, que se acentuam com diversos gestuais, como movimentos de cabeça, olhares e forma de enunciar seu texto. Ela tem ótimas interações com Jeri Ryan, Patrick Stewart e Alison Pill — por sinal, é bastante promissora a atenção que a rainha parece dispensar a Jurati.

Toda a introdução e ambientação dessa realidade modificada é muito bem conduzida. Numa primeira vista, esse universo da Confederação nos remete diretamente ao Universo Espelho, o qual tanto conhecemos: a Terra vivendo um regime totalitário, que subjuga demais espécies pelo universo. Temos como exemplo máximo da natureza desse regime a cerimônia do Dia da Erradicação, com o público notadamente maltrapilho festejando a execução dos inimigos de quem detém o poder, o que também nos lembra do Império Terrano. No entanto, um dos grandes atrativos dos episódios que abordam o Universo do Espelho é a interação de personagens da realidade prime com contrapartes espelhadas de personagens que conhecemos. Aqui, isso não ocorre, os protagonistas apenas encontram personagens que só existem no universo confederado — ao menos para nós. Isso por si só já nos ajuda a identificar uma realidade diferente, o que só é confirmado pela Rainha Borg e sua consciência transtemporal.

Quando, no entanto, as cartas já estão postas sobre a mesa e os personagens precisam se mover para sua grande fuga, começamos a perceber que o episódio começa a se alongar demais, não havendo trama suficiente para mais de 50 minutos em tela no total. Isso se evidencia na cena da cerimônia do Dia da Erradicação. Obviamente que uma fuga daquela Terra não seria facilitada pelo governo confederado, e nós esperamos por percalços e pequenas reviravoltas para os heróis. Contudo, o que vemos é Picard ficar no palco segurando uma pistola apontada para a Rainha Borg enquanto incita o público a pedir por sua porção de pão e circo indefinidamente. Isso se mostra bastante cansativo. O velho Jean-Luc, tão competente com palavras e discursos não conseguiria improvisar algumas palavras diante daquela plateia — tendo ele assistido a um discurso do general Picard, tendo ouvido Sete se dirigir àquele público com o discurso escrito pelo magistrado — e, com isso, ir ganhando mais convincentemente os minutos de que Raffi, Elnor e Jurati necessitam para preparar a fuga? Seria mais interessante de se assistir — e até nos assustar com uma performance dessas.

Se não bastassem as pequenas reviravoltas até chegarmos ao fim esperado, além da falha de Jean-Luc como animador de torcida sanguinária, então, ao finalmente conseguirem partir, temos a reviravolta final com a invasão do magistrado e seguranças à Sirena, ferindo Elnor, que fica entre a vida e a morte. Tratando-se de um personagem que divide opiniões, este parece ser um gancho um tanto melancólico. Se o destino fatal se concretizar, pode tanto trazer uma interessante carga emocional aos demais personagens que pode (ou não) ser bem explorada, quanto evidenciar que talvez ele não tivesse qualquer papel relevante a desempenhar na narrativa — alimentando argumentos de quem não gosta do personagem. Se a consequência não for fatal, apenas intensifica a sensação de falsas encrencas que as reviravoltas no plano de fuga já despertam e evidencia o declínio da narrativa do segmento em sua porção final.

Apesar do exposto acima, em termos técnicos, “Penance” é bem executado. Novamente, o visual se destaca com os escudos ao redor da Terra, tanto vistos da superfície do planeta quanto do espaço; notam-se as pequenas variações nas naves para que se caracterizem como modelos equivalentes, porém de um universo diferente daquele a que estamos acostumados. Os figurinos fazem trabalho semelhante ao se contrastarem (embora se remetam de alguma forma) aos da Frota Estelar. A riqueza de detalhes, os objetos de cena dispostos no cenário do escritório do general Picard, no qual encontramos suas coleções de armas, crânios e troféus de guerra são primorosos, evidenciando sua importância e o temor que despertam, além de nos trazer nostalgia ao verem citados velhos nomes conhecidos em meio àquela morbidez. Mais uma vez, o som complementa muito bem as imagens, inserindo-nos na narrativa proposta. O uso novamente de “Non, Ne Regrette Rien” (de Edith Piaf) — assim como em “The Star Gazer” — na cena do diálogo entre Q e Picard nos põe a pensar se seu significado (“não, não me arrependo de nada”) se aplica apenas a Picard ou também a Q.

Avaliação

Citações

“What do you want, Q?”
“Oh, I could tell you, but you’re too clever to listen. That said, we’re never too old to be students of our own behaviors, Jean-Luc.”
“I have had enough of your stupid patronizing.”
“And I’ve had enough of your obstinance, your stubbornness, your insistence on changing in all ways but the one that matters. This is not a lesson. It’s a penance.”
(O que você quer, Q?)
(Ah, eu poderia te contar, mas você é esperto demais para ouvir. Dito isso, nunca somos velhos demais para aprender com os próprios comportamentos, Jean-Luc.)
(Eu já me cansei dessa sua condescendência idiota.)
(E eu já me cansei da sua obstinação, sua teimosia, sua insistência em mudar de todas as maneiras menos aquela que interessa. Isto não é uma lição. É uma penitência.)
Picard e Q

“This is the only life you can understand. Shall we see what else has been lost in the wake of your fear? Now, you’re welcome to remain here in the body of a madman, in the world of a madman, to attempt, like Macbeth, to wash the blood from your hands. But I assure you, Jean-Luc, it’s unwashable. Or…”
“Or?”
“Atonement. Maybe even forgiveness?”
Forgiveness for what?”
“I think you know. But don’t worry. I won’t let you do this alone.”
(Esta é a única vida que você entende. Vamos ver o que mais se perdeu em consequência do seu medo. Então, você pode ficar aqui no corpo de um louco, no mundo de um louco, e tentar, como Macbeth, limpar o sangue das suas mãos. Mas eu te garanto, Jean-Luc, ele não pode ser lavado. Ou…)
(Ou?)
(Expiação. Talvez até perdão.)
(Perdão pelo quê?)
(Eu acho que você sabe. Mas não se preocupe. Não vou deixar que faça isso sozinho.)
Q e Picard

“I am in a cage. I am burning the quadrants of distant systems. Reality has been split. There is division. Time. Time has been broken.”
“The Borg Queen has a kind of transtemporal awareness. It bridges into adjacent times, realities. They hear echoes of themselves, of each other.”
(Eu estou em uma gaiola. Eu estou queimando os quadrantes de sistemas distantes. A realidade foi dividida. Há divisão. O tempo. O tempo foi rompido.)
(A Rainha Borg tem uma espécie de consciência transtemporal. Ela se estende a tempos, realidades adjacentes. Eles ouvem os ecos de si mesmos, um do outro.)
Rainha Borg e Sete de Nove

“Answer the question. What did Q do?”
“A temporal recision. A single change.

“What was it? When was it?
“Calculating. 2024. That is the when. Where is the where? Calculating. Earth. The change in the timeline originates here. In Los Angeles. Calculating. There is someone there to help. A Watcher. Seek the Watcher”.
(Responda à pergunta. O que o Q fez?)
(Uma ruptura temporal. Uma única mudança.)
(O que foi? Quando foi?)
(Calculando. 2024. Esse é o quando. Onde é o onde? Calculando. Terra. Uma mudança na linha do tempo se origina aqui, em Los Angeles. Calculando. Tem alguém ali para ajudar. Um observador. Procure pelo Observador.)
Picard e Rainha Borg

Trivia

  • Esta é a terceira vez que Doug Aarniokoski dirige um episódio de Star Trek. Em Picard, ele dirigiu “Nepenthe”, da primeira temporada, além do episódio anterior,  abertura da atual temporada.
  • Como em “The Star Gazer”, os showrunners Terry Matalas e Akiva Goldsman compartilham os créditos de escrita com Christopher Monfette, que se juntou à primeira temporada como produtor supervisor. O showrunner da primeira temporada, Michael Chabon, também compartilha o crédito de história.
  • No vinhedo de Picard, Q põe para tocar a mesma canção — “Non, Je Ne Regrette Rien” (Não, não me arrependo de nada”) — que Picard ouviu ao enfrentar a Rainha Borg de aparência diferente, no final do primeiro episódio.
  • O escritório do general Picard está cheio de armas e outros objetos da conquista da Terra sobre os planetas da galáxia, incluindo os crânios de gul Dukat, da União Cardassiana; do general Martok, do Império Klingon; o diretor Sarek, da Academia de Ciências Vulcana; o grande nagus, da Aliança Ferengi; Um de Dois, um borg; o chefe M’Talas, de uma espécie nova, Lihn Zhee; e o comodoro Y’Shi, um sauriano. Cada crânio está sobre um pedestal, no qual encontra-se uma arma ou objeto da respectiva espécie. Por exemplo, o bastão de ouro do grande nagus é montado no pedestal que segura o crânio do ferengi.
  • As armas da coleção de Picard incluem um feiser manual padrão da milícia bajoriana e um rifle feiser, ambos introduzidos em Star Trek: Deep Space Nine. Também em exposição estão a tradicional armadura militar e um feiser cardassianos, uma lâmina de Kar’takin, dos jem’hadar, do episódio “To The Death”, de Deep Space Nine, e uma de suas pistolas também.
  • Entre as armas romulanas que podem ser vistas na coleção, temos: uma pistola disruptora de Jornada nas Estrelas: Insurreição, um rifle e uma adaga do Zhat Vash, vistos na primeira temporada de Picard, uma espada do Qowat Milat, armas do Tal Shiar. Também é visto um trio de armas remanas (uma pistola disruptora, um rifle e a faca de Shinzon), de Jornada nas Estrelas: Nemesis.
  • Os artefatos klingons incluem a grande armadura do portador da tocha do episódio “The Vulcan Hello”, de Star Trek: Discovery, um disruptor klingon padrão introduzido em Jornada nas Estrelas III: À Procura de Spock, e uma faixa metálica bastante semelhante à de Worf, em exposição atrás da mesa de Picard.
  • As armas da Frota Estelar da Federação parecem também ter feito parte da história da Confederação da Terra. Um feiser manual da série original e um feiser de assalto do filme Jornada nas Estrelas IV: A Volta para Casa estão montados na parede do estúdio, juntamente com um trio de rifles fêiseres e o traje EVA de Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato, além de um rifle de 2399, introduzido em “Stardust City Rag”, da temporada passada de Picard.
  • O marido da presidente Hansen se oferece para trazer o general Sisko para compartilhar um resumo sobre a Guerra Vulcana. Esta é a primeira menção a esse nome desde a conclusão de Deep Space Nine.
  • Quando Sete estava procurando informações sobre Rios, uma tela descreve como a operação contra os vulcanos era para implantar a cascata metreon, uma arma de destruição em massa vista em Voyager.
  • Os detalhes sobre a Guerra Vulcana são os seguintes: “As forças de defesa vulcanas capturaram a Companha Delta-7 da Confederação e estão mantendo-as no sopé norte do Monte Tar’Hana”. A Companhia Delta-7 tem o gatilho para a cascata metreon e a derrota do inimigo vulcano é improvável se não conseguirmos recuperar esse gatilho”.
  • Um gráfico se refere ao mundo natal vulcano como Vulcano (Ni’Var), sugerindo que a unificação romulana e vulcana ocorreu mais cedo na linha do tempo alternativa devido à agressão da Terra.
  • O relatório da presidente Hansen sobre os vários conflitos enfrentados pela Confederação inclui o coronel Cristóbal Rios comandando um esquadrão contra Vulcano e seu comandante de campo Tuvok; forças terrestres sob o comando da tenente-coronel Tasha Yar na Rebelião Andoriana; e detalhes sobre a guerra da Aliança Dominion, sob a vigilante liderança do general Miles O’Brien.
  • O palácio presidencial da Confederação foi filmado no Walt Disney Concert Hall, no centro de Los Angeles.
  • Para enganar o magistrado, Jurati afirma estar preocupada com uma trama do Qowat Milat romulano, que ela disse também ser conhecido como os “últimos estranguladores”.
  • A Rainha Borg se refere a Sete como terciary adjunct of unimatrix 01 (adjunto terciário da unimatrix 01), que é parte de sua designação borg completa. Ela diz que Annika Hansen foi assimilada em 2350, mas esse foi o ano em que ela nasceu. Annika foi realmente assimilada em 2361.
  • O gato virtual de Jurati foi nomeado Spot 73, uma homenagem ao gato de Data, Spot. O Spot 73 tem a voz original do ator nerd e comediante Patton Oswalt, que brinca sobre a física de Star Trek em seu stand-up e falou klingon no filme Please Stand By, baseado na franquia.
  • O magistrado foi interpretado por Jon Jon Briones, pai de Isa Briones (Soji), que não aparece neste episódio.
  • Alex Diehl retorna para interpretar os sintéticos Harvey e 335, do modelo A500 .
  • Q faz referência aos títulos de episódios envolvendo linhas de tempo ou realidades alternativas distópicas, citando os episódios “Yesterday’s Enterprise”, de A Nova Geração, e “In a Mirror, Darkly”, de Enterprise. Na versão brasileira feita pela empresa Grupo Macias, a referência à TNG se mantém (“Isso é tão elo perdido de sua parte” — sendo que “Elo Perdido” é o título do episódio citado na dublagem da VTI-Rio), porém a referência à Enterprise é perdida (título do segmento citado na versão da Alcateia é “Reflexo Sombrio”, mas Q, na voz de Luiz Antonio Lobue, fala em “por um espelho em enigma”).
  • A famosa nave do general Picard nesta linha do tempo sombria não é a USS Enterprise, mas a CSS Worldrazer, a nave de guerra mais poderosa da frota da Confederação da Terra.
  • Na linha do tempo da Confederação, Laris e Zhaban eram líderes do Movimento Romulano Livre e foram mortos durante uma revolta romulana.
  • Após acordar, Sete testa seu conhecimento escrevendo a identidade de Euler em seu espelho. A equação é considerada por alguns como a mais perfeita e bela de todas as expressões matemáticas, pois expressa a relação entre as cinco constantes mais importantes da matemática.
  • Os motores da Sirena são dourados na linha do tempo da Confederação, em comparação com a sua coloração azul na realidade normal.
  • As naves vulcanas vistas neste episódio têm o mesmo desenho introduzido em “Lethe”, da primeira temporada de Discovery.
  • Este episódio parece explicar por que nenhuma outra tripulação de Star Trek usou a manobra de estilingue para viagens no tempo: “sem alguém com a inteligência para isolar a divergência e fazer a passagem em torno da radiação cronotrônica durante a dobra do tempo”, como Spock, não é possível ter sucesso.
  • Pode ser vista uma grande estátua holográfica de Adam Soong perto da ponte Golden Gate, transmitindo uma mensagem de voz de Brent Spiner: “Uma galáxia segura é uma galáxia humana”.
  • Annie Wersching é a terceira atriz a interpretar uma rainha borg em Star Trek. Alice Krige fez a primeira, em Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato, retornando para o episódio final de Voyager“Endgame”. Já Susannah Thompson interpretou a rainha borg em “Dark Frontier” e nas duas partes de “Unimatrix Zero”, todos episódios de Voyager.
  • Resolvendo o debate sobre se as diferentes rainhas borgs vistas em Star Trek são supostamente a mesma pessoa ou têm apenas desenhos parecidos, Sete se refere à personagem de Annie Wersching como uma rainha borg “mais típica”, indicando que há um modelo geral para a construção da rainha, mas nem todas são a mesma entidade específica. A expressão “mais típica” também parece aplicar-se a uma oposição à rainha borg diferenciada, vista em “The Star Gazer”, na semana anterior.

Ficha Técnica

História de Michael Chabon, Akiva Goldsman & Terry Matalas, Christopher Monfette
Escrito por Akiva Goldsman, Terry Matalas & Christopher Monfette
Dirigido por Doug Aarniokosky

Exibido em 10 de março de 2022

Título em português: “Penitência”

Elenco

Patrick Stewart como Jean-Luc Picard
Alison Pill como Agnes Jurati
Jeri Ryan como Sete de Nove
Michelle Hurd como Raffi Musiker
Evan Evagora como Elnor
Santiago Cabrera como Cristóbal “Chris” Rios e Emmet

Elenco convidado

John de Lancie como Q
Annie Wersching como Rainha Borg
Jon Jon Briones como magistrado da Confederação
Patton Oswalt como Spot 73 (voz)
Toni Belafonte como Zilah
Alex Diehl como Harvey
Paula Andrea Placido como soldado do palácio
Hanna-Lee Sakakibara como rebelde romulana

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Trívias de Maria Lucia Rácz
Edição de Nívea Doria

Revisão de Susana Alexandria

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