Segmento acerta em referências ao legado clássico, mas não avança nenhuma das tramas da temporada
Sinopse
Picard e Jurati estão na Sirena, mas não conseguem estabelecer contato com ninguém. Diversos sistemas da nave estão em autorreparo, e o frio se intensificou com o anoitecer. Picard ativa a camuflagem da nave, e ele e Jurati se veem nos arredores do Château Picard, em 2024. A casa está abandonada há quase cem anos, desde que os nazistas a usaram como base de operações na França ocupada, e os Picard tiveram de fugir para a Inglaterra. Jean-Luc acende a lareira e rememora os tempos de menino, quando sua mãe o tranquilizava ao colocar “No, Je Ne Regriette Rien”, de Edith Piaf, para tocar.
Jurati ainda tenta se lembrar do momento no tempo em que a mudança crucial irá ocorrer, informação que extraiu da Rainha Borg. Conscientemente, ela fracassa, mas depois de mover 15 pedras num ábaco, pegar o volume 15 de uma enciclopédia e querer abrir uma garrafa de vinho Pinot Noir de 1915, Picard conclui que esse é um número essencial. Eles estão em 12 de abril de 2024 e concluem que a referência é ao dia do evento crucial, que ocorrerá em 72 horas. Picard decide, então, se teletransportar para as coordenadas extraídas da Rainha Borg, enquanto Jurati fica a bordo para tentar restabelecer comunicação com os demais.
Enquanto isso, em Los Angeles, Raffi e Sete vão à clínica Las Mariposas, onde haviam detectado o sinal do comunicador de Rios. Elas são informadas de que ele foi detido junto com a dra. Teresa. Tomam, então, um ônibus até uma delegacia, no caminho encontrando um velho punk que morava em São Francisco em 1986. Na polícia, Raffi pressiona por informações sobre Rios, mas descobre que somente os sistemas da Imigração as teriam. Ela invade um carro da polícia, acessa o computador e consegue entrar no sistema pertinente, descobrindo que Rios será mandado para um distrito santuário próximo à fronteira. Detido, Chris é atacado por um oficial com um taser ao defender outro imigrante sem documentos e acaba colocado num ônibus. O oficial diz que “a vida como ele a conhecia vai terminar”.
Picard se materializa na Forward Avenue, número 10, e se dá conta de que é o bar de Guinan. Ele entra e encontra a jovem el-auriana, mas se surpreende com a hostilidade. Ela não o conhece, está furiosa, prestes a fechar o bar e abandonar tudo, e fica ainda mais intimidada quando ele revela que sabe de sua origem alienígena. Picard tenta recrutar a ajuda dela dando o menor número de pistas possível sobre o futuro, mas ela pressiona por mais. Ele acaba revelando seu nome e tempo de origem. Ao falar “Picard”, Guinan resolve ajudar, embora diga que ela não é uma Observadora, mas sabe onde encontrar uma, também conhecida como Supervisora.
Raffi e Sete conseguem contatar Jurati, que aumentou o alcance dos comunicadores, mas descobrem que o teletransporte, agora, é que está em autorreparo. Elas decidem, então, roubar a viatura da polícia e ir atrás de Rios por terra. Uma perseguição se segue. Jurati precisa reativar os transportes para salvá-las e negocia a ajuda da Rainha Borg. Em troca, ela se dispõe a “fundir” seus pensamentos com os de sua majestade, aplacando, assim, a solidão de ambas. Raffi e Sete estão para ser detidas pela polícia quando são, enfim, teletransportadas.
Em outra parte de Los Angeles, Guinan leva Picard até o parque MacArthur, onde ele é guiado por uma série de humanos zumbificados até uma misteriosa mulher, aparentemente a Supervisora. E ela se parece muito com Laris, só que com feições humanas. Sem nada explicar, ela leva Picard consigo em um portal aberto do nada.
Sem qualquer relação com esses eventos, uma jovem lê um romance de Dixon Hill em uma praça e é observada ao longe por Q, que lê um exemplar do jornal Los Angeles Times e veste um jaleco com o símbolo do Projeto Europa, uma missão espacial do século 21. O diário registra a data como 21 de janeiro de 2024. E quando o ser onipotente tenta usar o seu famoso estalar de dedos… nada acontece.
Comentários
“Watcher”, embora não comece literalmente do ponto onde “Assimilation” terminou, liga-se intimamente à história de seu predecessor. Aparentemente, a temporada toma uma feição de serialização, tornando-a mais próxima à primeira, com pouca autonomia entre os segmentos que a compõem. De uma maneira geral, é um episódio divertido, que brilha principalmente em suas homenagens ao legado trekker clássico e peca no praticamente nenhum avanço das subtramas abordadas — todas continuam de onde pararam, apresentam um ou outro novo detalhe, mas nada que nos faça ver a história de fato caminhar.
Enquanto somos apresentados a mais alguns flashbacks pouco claros da infância de Picard — mas que ainda assim acabam bastante reveladores de sua psique –, devido à insistência de Jurati em sempre referir-se ao número 15 de forma inconsciente, o almirante e a cientista concluem que a grande alteração temporal ocorrerá em 15 de abril de 2024, ou seja, em 72h. Isso desperta o senso de urgência e heroísmo de nosso protagonista — a ponto de ele tomar a iniciativa de ir procurar pelo tal Observador, deixando Jurati sozinha na nave avariada com a Rainha Borg que quase a assimilou. Por mais que haja a justificativa de urgência por um lado e a necessidade de restabelecer comunicações por outro — tarefa para a qual Jean-Luc designa a cientista –, é algo potencial e extremamente perigoso deixar Jurati — e sabe-se lá por quanto tempo — naquelas circunstâncias e com aquela companhia. E, obviamente, a amedrontadora Rainha Borg de Anne Wersching aproveita-se de cada momento que tem com ela, tentando seduzi-la com promessas de fim de sua solidão e de sua sensação de não pertencimento ao longo das cenas que compartilham no episódio. O duelo parece que nunca vai ter fim, e nunca se consegue medir realmente quem está ganhando ou perdendo.
A trama de Rios continua dialogando com a questão dos imigrantes. Se no episódio anterior o vimos ser atendido em uma clínica comunitária de uma médica latina que procura ajudar seus semelhantes sem documentação legal, aqui vemos o que significa estar detido pela agência de imigração segregacionista do século 21. Ele se encontra encerrado em uma cela que mais se assemelha a uma gaiola ou jaula, remetendo o público ao drama real dessas pessoas — especialmente de origem hispânica — em território norte-americano em nossa atualidade. É impossível não nos recordarmos das imagens de crianças alijadas de seus pais e em celas semelhantes. Tampouco podemos esquecer que se trata de pessoas que não sabem o que será de suas vidas, quando apenas tinham ido em busca de melhores condições de vida em um país que desde sempre se apresenta como um paraíso na Terra. Rios vai ser transferido para um distrito santuário da fronteira — o que aparenta, na verdade, ser praticamente uma sentença de morte. Para além da discussão do problema social, ele é o personagem que mais cria laços com pessoas do passado — o que pode trazer consequências múltiplas ao fim da missão.
Já o grupo avançado encabeçado pela intempestiva Raffi precisa mudar as suas prioridades: em vez de ir atrás do Observador para trazer Elnor de volta à vida, descobrir o paradeiro de Rios, resgatá-lo e evitar uma possível nova tragédia. É nesse núcleo da narrativa que temos a melhor cena do episódio, evocando mais uma vez Jornada IV: no ônibus que tomam para poderem se deslocar pela cidade após saberem da prisão de Rios, elas (assim como Kirk e Spock no passado) encontram nosso velho conhecido punk. Não se trata de mera recriação da cena de 1986: temos a presença do mesmo ator, uma variação sutil da música e aparentemente uma lembrança dolorosa de quase quatro décadas atrás. Uma série que faz parte de um legado tão rico como a franquia trekker não tem como não oferecer seus fanservices aqui e ali, prestando homenagens a quem já fez parte dela e trazendo-os de volta quando possível. É sempre louvável, divertido e respeitoso ver esse tipo de manifestação, desde que não comprometa aquilo que está sendo contado no momento.
A participação das duas ainda engloba uma longa sequência de roubo de uma viatura da polícia — uma vez que Jurati, apesar de restabelecer comunicação, está com dificuldades em fazer o teletransporte funcionar — e subsequente perseguição por terra. Trata-se de uma cena divertida porque Sete “sabe pilotar uma nave estelar, mas não dirigir um carro” e ela precisa aprender a fazê-lo ao mesmo tempo que tem a polícia de Los Angeles em sua cola. Contudo, é uma situação que acaba se alongando demais, servindo apenas de passatempo enquanto Jurati tenta consertar o teletransporte com a ajuda da Rainha Borg. A conclusão dessa perseguição — com Sete tendo de parar o carro, enquanto ela e Raffi são encurraladas pela polícia e sendo providencialmente transportadas na frente de tantas pessoas do século 21 — faz acender um alerta no público. Afinal, no século 21 as pessoas não se desmaterializam de uma hora para a outra, mas as consequências desse ato para o futuro a ser restaurado não são discutidas, ao menos até o fim do episódio.
Tendo um melhor direcionamento que seus três companheiros de viagem no tempo, Picard segue as coordenadas fornecidas pela Rainha Borg, mais uma vez deparando-se com certo bar localizado em uma avenida Forward, número 10. Aparentemente as especulações dos fãs estão corretas: Guinan é a Observadora e, com isso, os próximos 6 episódios devem ser de muita ação para eles poderem frear o plano de Q, mas não é bem assim. Guinan não é aquela de que nos lembramos, e não apenas por não ter o rosto de Whoopi Goldberg. Agora ela é uma el-auriana desiludida com a humanidade e deseja partir da Terra, não vemos seu conhecido acolhimento. Ela não nos soa nem um pouco como a personagem que amamos — não há culpa alguma em Ito Aghayere nisso. Ela faz um belo trabalho com o material que lhe é dado — e ela mesma disse em entrevista que revisitou a Guinan de Whoopi para rever os momentos em que pudesse haver indícios de suas maiores tristezas para poder construir a sua própria versão da personagem.
Chegamos, então, a um ponto de reflexão: essa personagem que vimos em “Watcher” é uma nova ou é a nossa velha Guinan, porém sem ter passado exatamente por todas as experiências que a tornaram a pessoa que ela era? Partindo do princípio de que Q modificou a linha do tempo a partir de 2024, somos tentados a pensar que os eventos de “Time’s Arrow” estão intactos, pois se passaram no século 19. No entanto, para que exatamente a trama do episódio ocorresse, era necessária a viagem no tempo empreendida pelos membros da tripulação da Enterprise. Se não temos Federação, não temos o capitão Picard encontrando Guinan pela primeira vez naquele passado. E não nos esqueçamos de que a tecnologia da Confederação não desenvolveu a viagem no tempo — por isso a tripulação da Sirena teve de fazer uso da “grosseira” manobra do estilingue em dobra para voltarem ao século 21. Tudo isso poderia indicar que o encontro de Picard e Guinan no século 19 foi importante para que ela não viesse a perder a fé no potencial da humanidade e, quando não ocorreu, ela foi levada ao ceticismo em relação a nossa raça? Seria a figura de Picard tão importante assim historicamente? Bem, é o nome dele que está no título da série…
O fato é que a el-auriana não é a chave para deter Q, mas é quem serve de guia até ela. Guinan ainda revela que a Observadora também é conhecida como Supervisora e que tem a missão de preservar a trama da história. Essa informação conecta esta subtrama da temporada diretamente ao episódio “Assignment: Earth”, da Série Clássica, em que Gary Seven, também designado como Supervisor-194, diz ser um humano treinado por alienígenas com o mesmo tipo de missão. O vínculo de “Watcher” com o episódio clássico é reforçado ao final, quando a Observadora se teletransporta com Picard em um grande quadrado azul, tal qual Gary Seven na década de 1960. Assim como a cena do punk, homenagear a era clássica de Jornada é um presente para os fãs e nos mostra o grau de conhecimento dos responsáveis pela série a respeito da franquia em que se meteram. A figura desses supervisores, que acabou não sendo explorada em um idealizado spin-off de fins da década de 1960, pode finalmente ser mais explorada em Picard, enriquecendo o conhecimento que temos sobre eles.
Não faz muito sentido, no entanto, a possessão temporária de corpos para levar Picard até o encontro da Supervisora em carne e osso. Primeiro, porque ela não estava tão longe dali, segundo porque é difícil de acreditar que ela não teria como saber se Picard estava sendo seguido ou se havia espiões dele por ali. Guinan diz que ela tem como saber se Picard vai ser sincero ou não, então não teria como ele traí-la. Outro fator que causou estranhamento foi a aparência da Observadora: ela tem o mesmo rosto de Laris, ou melhor, o rosto da atriz Orla Brady sem maquiagem romulana. Isso abre um leque de questionamentos possíveis, entre os quais: seria ela a própria Laris trazida ao passado e com modificações físicas; seria uma antepassada dela; os supervisores podem mudar de forma; eles são enxergados de formas diferentes pelas pessoas que os procuram etc. Ainda é muito cedo para saber, pois, assim como as tramas de Rios, Raffi e Seven, e de Jurati com a Rainha Borg, esta não se encerra neste episódio.
Por fim, no epílogo, temos uma jovem vestida de vermelho lendo um livro enquanto é observada atentamente por Q. Após ele dizer algumas palavras — e a essa altura de suas intervenções é meio difícil não imaginar talvez que elas se refiram não somente a Jean-Luc e à humanidade, mas também ao próprio Q –, tenta estalar seus dedos para agir sobre essa jovem, mas inesperadamente seus poderes não funcionam. Talvez isso se relacione de alguma forma com o seu estado de espírito quando conversou com Picard no início de “Penance”, agregando um ingrediente à especulação de que ele pode estar doente e/ou morrendo. Quais consequências isso trará ao que está ocorrendo ou até mesmo ao universo como o conhecemos, descobriremos apenas ao final da temporada (ou talvez da próxima, quem sabe?) — a julgar pelo ritmo da narrativa até o momento.
“Watcher” é um episódio divertido, porém que, situado bem próximo à metade da temporada, nos dá uma sensação de que estamos sendo um tanto enrolados, pois, além da figura da Observadora e a “impotência” de Q, temos poucos novos elementos. Isso sem falar em todas as subtramas inconclusas levantadas até o momento. Apesar disso, a revisita e homenagem a elementos que nos remetem a Kirk e sua tripulação e a discussão de temas relevantes à sociedade atual mostram-se satisfatórias. Tecnicamente, a série continua muito bem, embora sem grandes momentos de efeitos visuais no segmento em questão. O contraste entre as cenas na nave (e no château abandonado) e as ruas ensolaradas de Los Angeles nos remetem à liberdade que os personagens sentem ao saírem e a toda a solidão sentidas por Agnes Jurati nos únicos cenários em que a encontramos até aqui — mesmo a prisão de Rios e sua transferência via ônibus parecem ter algum raio de sol, seja pelos que entram pelas janelas do veículo ou a presença de Teresa na detenção. O balanço final é que, dos quatro episódios exibidos até o momento, este mostra-se o mais fraco, pois o tempo todo temos a impressão de ser um episódio filler, servindo meramente para fazer a ligação entre os três primeiros e os que estão ainda por vir.
Avaliação
Citações
“Where are you?”
“Uh… lost in the past, I suppose. In more ways than one.”
(Onde você está?)
(Ah, perdido no passado, eu imagino. De várias maneiras.)
Jurati e Picard
“Hey! Hey! You mind stopping that noise?”
“Yeah, OK, fine! I just like that song. OK? I’m sorry, I’m sorry. Apologies.”
(Ei! Ei! Você se importa de parar com esse barulho?)
(É, tá bom! É que eu curto essa música. Tá bom? Desculpa. Desculpa. Foi mal.)
Sete e punk no ônibus
“Humankind will change. You must be patient.”
“You know who has the luxury of patience here? Someone who looks like you and not like me. This world had more potential than I had ever imagined.”
(A humanidade vai mudar. Você tem que ser paciente.)
(Você sabe quem tem o luxo de ter paciência aqui? Alguém com a sua aparência e não com a minha. Esse mundo tinha muito mais potencial do que eu imaginava.)
Picard e Guinan
Trivia
- A Observadora é uma “Supervisora” — o mesmo grupo a que Gary Seven pertencia, no episódio “Assignment: Earth”, da Série Clássica. Gary Seven também era conhecido como Supervisor-194. Ele parecia familiarizado com viagens no tempo e trabalhava para alienígenas. Quando a Observadora diz o nome Picard, ela bate no ombro e eles são levados por uma nuvem de fumaça azul quadrada, muito semelhante ao método de viagem empregado por Gary Seven.
- A não ciência de Guinan sobre Picard faz sentido. Ela não se lembra dele de “Time’s Arrow” (TNG) porque aquele Picard nunca voltou no tempo para São Francisco. Mas, assim que Picard diz quem ele realmente é, o nome clica, o que parece certo para Picard.
- A mulher de vermelho, que aparece na cena final com Q, está lendo um livro de Tracy Torme, o autor fictício das histórias de Dixon Hill que aparecem em A Nova Geração. O título do livro, The Pallid Son, é uma referência ao Homem Pálido, do seriado 12 Macacos (que teve como showrunner Terry Matalas, produtor que exerce a mesma função em Picard). O nome desse autor fictício é uma homenagem a Tracy Tormé, membro da equipe de escritores nas duas primeiras temporadas de A Nova Geração. (O nome já figurou como o autor dos romances de Dixon Hill em “The Big Goodbye”, episódio de A Nova Geração que introduziu o personagem.)
- A mulher de vermelho está sentada em frente ao edifício Jackson Roykirk, o cientista fictício do século 21 criador de NOMAD, a sonda espacial com inteligência artificial do episódio “The Changeling”, da Série Clássica.
- Essa mulher de vermelho é Renée Picard, mencionada no primeiro episódio desta temporada no discurso de Picard. “Uma prima, Renée Picard, foi fundamental na exploração precoce deste sistema solar”.
- Toda a ação do episódio ocorre no dia 12 de abrir de 2024. A Revolta de Bell não acontece até setembro. Portanto isto teria sido antes de Chris Brynner ter conhecido Jadzia e ter sido inspirado a ajudar o povo do distrito santuário, como visto no episódio duplo “Past Tense”, de Deep Space Nine.
- O personagem de Orla Brady chama-se Tallinn, mesmo nome da capital da Estônia.
- Kirk Thatcher reedita seu papel como o punk no ônibus do filme Jornada nas Estrelas IV: A Volta para Casa, em cena que se passa em 1986 na cidade de São Francisco. Em Picard, ele estava ouvindo uma versão atualizada da música “I Hate You” (Eu odeio você), de 1986, intitulada “I Still Hate You” (Eu ainda odeio você). Ele mesmo escreveu e interpretou as duas músicas. No filme, Spock aplica a pinça vulcana no punk. Em Picard, sua reação ao ser avisado por Seven para desligar a música foi colocar a mão no pescoço. Tanto Kirk como Seven se referem às respectivas canções como “ruído”.
- Kirk Randolph Thatcher era muito mais do que apenas o punk no ônibus, ele era o assistente criativo de Leonard Nimoy, diretor do filme, e cuidava de todos os tipos de pequenos projetos.
- O comentário de Raffi a Sete quando elas estão prestes a roubar um carro da polícia, “Você pode pilotar uma nave estelar, mas não pode dirigir um…”, lembra muito o diálogo entre Archer e T’Pol, quando o capitão está prestes a roubar um Dodge Ram em Detroit, no episódio “Carpenter Street”, de Enterprise.
- O sotaque inglês de Picard, apesar de ele ser da França, foi explicado por ele, dizendo que sua família, durante a Segunda Guerra Mundial, se mudou para a Inglaterra e não voltou à França por muitas gerações, só retornando durante a infância de Jean-Luc, séculos depois.
- O som original de camuflagem da nave klingon do filme Jornada nas Estrelas: A Volta para Casa foi usado na camuflagem da La Sirena.
- Tio Dale, que pegou Luna, a cachorra de Guinan, foi interpretado por Brian Quinn, do Impractical Jokers.
- Ito Aghayere é a terceira atriz a interpretar Guinan, depois de Whoopi Goldberg e Isis J. Jones. Ela assume o papel de Goldberg, retratando uma versão mais jovem da personagem, que apareceu pela última vez na estreia da temporada, “The Star Gazer”.
- Ao contrário de quase todas as suas outras aparições, Guinan não usa chapéu neste episódio. Anteriormente, Guinan só apareceu sem algum tipo de chapéu em uma cena do filme Jornada nas Estrelas: Generations.
- As “borboletas” são um motivo recorrente na temporada, mencionado pela primeira vez por Agnes Jurati em “Assimilation”, em referência a danos potenciais à linha do tempo. Durante o primeiro encontro de Picard e Guinan com a Observadora, esta se apresenta como uma garotinha que usa um vestido com padrão de borboletas.
- Este episódio é o primeiro crédito de escrita para Juliana James, Jane Maggs e Travis Fickett. James juntou-se a Picard como redatora da equipe durante a segunda temporada. Maggs é uma produtora supervisora de The Man Who Fell to Earth, outro seriado de ficção científica produzido por Alex Kurtzman, e Fickett foi escritor e desenvolvedor de 12 Macacos, produzida pelo showrunner Terry Matalas, desta temporada de Picard.
- Pelo terceiro episódio consecutivo, Isa Briones (Soji) não aparece e não é creditada.
- Quando Picard cita as pistas sobre 15 de abril, Jurati diz a ele: “Olhe para você, Dixon Hill”, referindo-se ao detetive fictício e favorito de Picard, Dixon Hill.
- A canção tocada no bar de Guinan quando Picard aparece é “So Good”, de Jacopo Tittarelli Rubboli.
- A canção “Non, Je ne regrette rien”, de Edith Piaf, é tocada novamente, com Picard explicando que sua mãe a usava para acalmá-lo quando pequeno. Essa música francesa já havia tocado na ponte da Stargazer momentos antes da destruição da nave, no episódio “The Star Gazer”.
- Guinan experimenta um momento de enjoo devido a af-kelt, uma doença el-auriana causada por uma corrupção na linha do tempo. Anteriormente, ela demonstrou sentir mudanças na linha do tempo no episódio “Yesterday’s Enterprise”, de A Nova Geração, embora nenhum mal-estar físico, como o vômito, tenha ocorrido nessa situação.
- Guinan dirige um Ford Bronco clássico, com placa S02 E01. A personagem foi introduzida em A Nova Geração no primeiro episódio da segunda temporada (ou, em inglês, Season 02 Episode 01) e reintroduzida também no primeiro episódio da segunda temporada de Picard.
- Picard viu pela primeira vez a evidência de que Guinan ainda estava cuidando do bar ao avistar uma garrafa de conhaque sauriano.
- A implicação deste episódio é que o Ten Forward (Bar Panorâmico), bar de Guinan na USS Enterprise-D, foi nomeado como seu bar original em Los Angeles.
- Jean-Luc diz a Guinan que não se aposentou porque “as sestas da tarde e os quebra-cabeças não combinam muito comigo”, mas a verdade é que Patrick Stewart adora os quebra-cabeças.
- A área fora do bar é um distrito santuário, e Rios estava sendo levado para um distrito santuário diferente, na fronteira. Também vimos um desses distritos no episódio anterior. Os distritos santuários de 2024 foram estabelecidos no episódio “Past Tense”, de Deep Space Nine.
- O sobrenome da dra. Teresa foi revelado como Ramirez.
- Sete dizendo que uma luz amarela significa “ir mais rápido” pode ser uma referência ao filme de ficção científica Starman, de 1984.
- O encontro com a Observadora foi filmado no MacArthur Park, que é onde Raffi disse ter detectado um sinal alienígena no episódio anterior.
- O jornal que Q estava lendo tinha a data de 21 de janeiro de 2024, três meses antes da chegada de Picard e sua tripulação, em 12 de abril de 2024.
- A data em que a Sirena aterrissou na Terra em 2024 é mais de quatro meses antes da visita de Benjamin Sisko e membros de sua tripulação em agosto desse ano a São Francisco, no episódio “Past Tense”, de Deep Space Nine.
- O artigo sobre o projeto Europa cita um engenheiro da Fundação Argosy, uma organização de caridade verdadeira, focada em questões ambientais.
- O jornal também tem um artigo sobre a Brynner Information Systems, uma empresa estabelecida no episódio “Past Tense”, de Deep Space Nine. É liderada por Chris Brynner, o magnata da tecnologia com quem Jadzia Dax se associou.
- O artigo sobre a Brynner tem uma linha fina atribuída a Mark Zuelzke, diretor de arte supervisor de Star Trek: Picard.
- Além disso, a contracapa tem um artigo sobre os distritos santuários, uma frase sobre cartões UHC falsificados e uma linha observando que “O alumínio transparente poderia ser um perigo para a indústria”, graças a Scotty, que compartilhou a fórmula do composto com o dr. Nichols em Jornada nas Estrelas IV: A Volta para Casa.
- Como não existe um tratado de Algeron para impedi-los, as naves da frota da Confederação da Terra empregam dispositivos de camuflagem.
- As políticas do distrito santuário estão em exibição no recinto da polícia de Los Angeles que Raffi e Sete visitam.
- Fora do bar no número 10 da Forward Avenue, na década de 2024, há um cartaz anunciando uma luta de boxe local com a mesma linha de luta vista em “The City on the Edge of Forever (Série Clássica), e localizado ao fundo da rua do bar está a Floyd’s Barber Shop. Guinan está doando uma caixa de coisas, incluindo um ursinho de pelúcia, para a missão da Rua 21. Esta é uma referência à missão da Rua 21, de São Francisco, de Edith Keeler, como visto no episódio clássico.
- Rios aproveita para se divertir com a substituição do corpo de Jean-Luc Picard no final da temporada anterior, chamando-o de um “velho almirante que, se bem entendi, é agora um robô de carne e osso, mas não posso ter certeza porque ninguém pode me explicar isso”.
- No artigo do jornal, podemos ver que a nave do projeto Europa se chama Shango, provavelmente em homenagem ao deus iorubá Xangô.
Ficha Técnica
História de Travis Fickett & Juliana James
Roteiro de Juliana James & Jane Maggs
Dirigido por Lea Thompson
Exibido em 24 de março de 2022
Título em português: “A Guardiã”
Elenco
Patrick Stewart como Jean-Luc Picard
Alison Pill como Agnes Jurati
Jeri Ryan como Sete de Nove
Michelle Hurd como Raffi Musiker
Orla Brady como Tallinn
Santiago Cabrera como Cristóbal “Chris” Rios
Elenco convidado
John de Lancie como Q
Annie Wersching como Rainha Borg
Madeline Wise como Yvette Picard
Ito Aghayere como Guinan
Leif Gantvoort como oficial Morris
Penelope Mitchell como Renée Picard
Sol Rodriguez como Teresa Ramirez
Chloé Wepper como Gabi
Karl T. Wright como Francis Puga
Oscar Camacho como Pedro
Sean Freeland como homem alto
Kelli Dawn Hancock como oficial Stauss
Isabella Meneses como garotinha
Brian Quinn como Dale
Kirk Randolph Thatcher como punk do ônibus
Danielle Thorpe como oficial Johnson
Dylan Von Halle como Picard jovem
TB ao Vivo
Enquete
Trívias de Maria Lucia Rácz
Edição de Nívea Doria
Revisão de Susana Alexandria
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