TOS 2×09: Metamorphosis

Episódio apresenta personagem icônico da franquia

Data estelar: Desconhecida

Sinopse

Kirk, Spock e McCoy estão retornando à Enterprise a bordo da nave auxiliar Galileo, trazendo com eles a comissária da Federação Nancy Hedford. A comissária, que deveria seguir para Epsilon Canaris 3 a fim de mediar um conflito, contraiu a doença de Sakuro, uma rara e grave enfermidade, motivo pelo qual está sendo levada para tratamento. Entretanto, no caminho eles são surpreendidos por um tipo de fenômeno desconhecido, obrigando-os a um pouso forçado.

Eles descem em um planeta adequado para a vida humana, segundo as leituras de tricorder feitas por Spock e fazem um diagnostico da nave, concluindo que todos os sistemas parecem estar em perfeita ordem. Apesar disso, nada – nem a comunicação – funciona. McCoy também identifica leituras idênticas às do fenômeno que os forçou a descer.

Enquanto o doutor apresenta seu relatório, uma pessoa aparece saudando-os, para espanto do grupo. A despeito da surpresa do grupo, o homem se mostra absolutamente entusiasmado com a presença deles e com o fato de poder entender a língua dos visitantes. Ele identifica-se como Cochrane, dizendo estar perdido naquele lugar há muito tempo.

Kirk identifica-se, bem como ao restante do grupo, e tanto Cochrane quanto Hedford parecem mais impressionados um com o outro do que os outros integrantes do grupo. Cochrane mostra interesse também pela nave auxiliar Galileo, elogiando-a, mas ao mesmo tempo dizendo que não há forma de fazê-la voltar a funcionar.

As leituras de McCoy confirmam que se trata se um ser humano, enquanto Kirk lhe informa sobre os eventos que o obrigou a descer naquele lugar – o qual se repete na superfície, mas Cochrane afirma não saber nada sobre isto. Spock então pergunta por que ele acha que a nave não poderá voar, recebendo como resposta a explicação de que há um campo amortecedor impedindo o funcionamento dos sistemas de força.

Kirk pergunta também sobre como Cochrane teria chegado ali, mas este se limita a dizer que se perdeu e que eles terão muito tempo para conversar, convidando o grupo para sua casa, construída com sobras dos destroços de seu acidente.

Kirk fala ao doutor que acha Cochrane familiar, despertando a mesma sensação em McCoy. Nesse ínterim, a situação da comissária piora. Sem muitas alternativas, eles vão até a casa de Cochrane.

Uma vez lá, Kirk continua tentando descobrir algo sobre seu anfitrião, enquanto a comissária começa a sentir os efeitos da doença aumentarem. Nesta hora uma entidade gasosa aparece por alguns segundos no quintal da casa. Perguntado sobre tal fenômeno, Cochrane responde ser imaginação dos recém chegados. Spock refuta tal afirmação e volta a pedir a uma explicação.

Após insistência, ele finalmente explica que chama a entidade de “companheiro”, que ele o trouxe ao planeta após Cochrane sofrer um acidente que quase o matou. Tal entidade não só tratou de Cochrane, como o rejuvenesceu. O homem não sabe explicar o que ela é exatamente, apenas que ela existe e se comunica com ela.

Kirk descobre que o prenome de Cochrane é Zefram, o inventor da Dobra Espacial, dado como morto há 150 anos. Cochrane diz ter ido para espaço para morrer aos 87 anos de idade, quando foi salvo pelo companheiro, passando a viver com ele desde então. Spock lembra que o corpo de Cochrane nunca foi achado.

Enquanto o quadro de Nancy Hedford se agrava, Spock examina alguns instrumentos encontrados na casa de Cochrane e conclui que estes são da data indicada pelo inventor como sendo a de seu desaparecimento.

Kirk pede a Cochrane que descubra por que parte da tripulação da Enterprise foi trazida para aquele planeta, sendo informado que o motivo seria servir de companhia para Zefram, que se queixou da solidão na esperança que o companheiro o deixasse livre. Ao invés de disto, a entidade resolveu arrumar-lhe companhia.

Ao ouvir tal afirmação, Nancy Hedford entra em choque. Kirk pede novas analises da criatura, procurando por formas de neutralizá-la. Cochrane diz a Kirk que caso saia daquele planeta, ele voltará a envelhecer, mas afirma que quer sair de lá mesmo assim, pois tem curiosidade de como o mundo está fora dali depois de todo o tempo.

Spock volta à nave Galileo e, enquanto trabalha no seu reparo, o companheiro aparece novamente. O vulcano tenta algum contato físico com a entidade, que é repelido violentamente, deixando Spock inconsciente, enquanto os sistemas da nave auxiliar são danificados pela criatura.

Ainda sem saber o que aconteceu com Spock, Kirk se concentrada agora em tentar fazer com que Zefram convença a criatura em ajudar Nancy, cujo estado de saúde piora a cada instante. Cochrane afirma que eventualmente consegue estabelecer alguma comunicação com a criatura. Embora não saiba dizer como, está disposto a tentar.

Do lado de fora da casa, Cochrane, observado por Kirk e McCoy, se posiciona para tentar o contato, o que acaba acontecendo. Durante este processo ambos concluem que a relação do homem e da criatura é mais complexa do que eles supunham até então. Para decepção de Kirk, Cochrane diz que o companheiro não pode ajudar Nancy Hedford, que parece condenada à morte.

McCoy descobre Spock inconsciente após o ataque do companheiro, servindo para que ele deduzisse que a criatura era composta em grande parte por impulsos elétricos. Assim, Spock constrói um aparelho teoricamente capaz de causar um curto circuito na criatura. Cochrane, apesar de ter concordado em ajudar, resiste à ideia de destruir a criatura que salvou sua vida, mas após uma breve discussão com Kirk, ele concorda em servir de isca.

Cochrane entra em contato com o ser, mas quando Spock ativa o dispositivo, Cochrane desmaia. O companheiro ataca Kirk e Spock violentamente. McCoy implora inutilmente pela vida dos dois, mas somente quando Cochrane acorda é que consegue chamar o companheiro, que finalmente deixa os dois livres.

Buscando uma alternativa à destruição do ser, Kirk pede que Spock modifique o tradutor universal para falar com a criatura, enquanto o quadro de saúde de Nancy Hedford vai piorando.

Nesse ínterim, com Scott no comando a USS Enterprise chega às ultimas coordenadas conhecidas da Galileu. Sem sinal da nave auxiliar, inicia uma busca seguindo na direção dos últimos vestígios captados pelos sensores da nave com esperança de encontrar algo, uma vez que o rastro que ele seguiam sumiu repentinamente.

Com o tradutor universal adaptado, Cochrane chama a criatura. Assim Kirk descobre que o ser é feminino e está apaixonada por Cochrane. Ele tenta convencer a companheira a libertá-los, sem sucesso. Quando Spock afirma que a companheira enxerga em Cochrane um amante, este passa a sentir raiva do ser.

A Enterprise continua a busca até se deparar com um cinturão de asteroides com milhares de corpos que podem suportar vida humana, onde a nave poderia ter caído.

Enquanto isto, Kirk tenta convencer a criatura que ela será a responsável pela morte de quem tenta proteger, a não ser os liberte, explicando que ela e Cochrane não podem viver juntos, por serem diferentes. Porém, a tentativa de Kirk não surte o efeito desejado. Enquanto discutiam a questão, Nancy aparece em pé na entrada do abrigo e, após ser examinada por McCoy, conclui-se que ela está sem nenhum traço da doença que a estava matando.

Na verdade, a companheira tomou o corpo de Nancy Hedford, que agora fala como a criatura. Nancy explica que agora ela partilha seu corpo com a companheira, e por algum processo desconhecido, ambas estão conscientes ao mesmo tempo. Chamando a si mesmo de nós, ela diz que Nancy estava fraca demais para resistir, caso a união não fosse feita. Ela tenta se aproximar de Cochrane, que fica assustado com a nova condição de ambas. Através da experiências de Nancy, a companheira começa a finalmente entender o significado da solidão e compadecer-se da condição de seu amante.

Kirk manda Spock verificar a nave auxiliar, mas a companheira lhe diz que isto não será necessário, pois os equipamentos encontram-se funcionando. Cochrane pergunta se ela deixará que eles partam e ela reponde não ter mais o poder de impedi-los, pois ao une-se a Nancy, passou a compartilhar sua condição humana, tendo perdido todos os seus dons especiais, o que a levará, entre outras coisas, ao envelhecimento e à morte, tudo para compreender o significado do amor, da forma dita por Kirk.

Cochrane entende o gesto e começa a mudar sua posição anteriormente de repulsa para um certo apreço e carinho. Como um casal de namorados no Jardim do Éden, os dois saem para passear deixando para trás Spock, McCoy e Kirk, que consegue finalmente estabelecer contato com a Enterprise e informar sua posição.

Longe dali, Cochrane fala à companheira de sua intenção de levá-la e mostrar o mundo lá fora, mas ela diz que não pode deixar o planetoide onde se encontra, pois se o fizer morrerá. O homem, então, entende a magnitude do sacrifício da companheira. Esta, por sua vez, apesar de ciente que irá deixar de existir por causa de sua escolha, declara-se feliz por tê-la feito e por poder experimentar sensações até então absolutamente desconhecidas para ela, enquanto Cochrane agora se sente impelido a ficar.

A Enterprise chega e Scott aguarda o grupo da Galileo. Cochrane declara sua intenção de não seguir com grupo, mesmo sabendo que ele e a companheira envelhecerão até a morte, pedindo a Kirk que não conte a ninguém sobre ele. O capitão concorda e finalmente deixa o planeta e os dois amantes sozinhos.

Comentários

Se é fato que alguns episódios da Série Clássica são como um bom vinho e ficam melhores a cada revisita, outros não funcionam tão bem. “Metamorphosis“, embora seja um segmento importante da série, reúne alguns clichês da série como mais um representante irritante da Federação (mesmo descontando a doença da moça), o discurso cíclico de Kirk e mais um acidente da nave auxiliar. O roteiro fica com um gosto deja vu cada vez mais perceptível.

É um fato que a aparição de Zefram Cochrane ajuda um pouco no processo de construção de um mundo que conhecemos tão pouco, no caso a Federação dos Planetas e suas origens, um elemento ainda incipiente na série. Por outro lado, não há como negar que o Zefram Cochrane que conheceríamos em Star Trek: First Contact sem dúvida é muito mais interessante do que vimos aqui. De qualquer forma, esse nome ficaria marcado na história da franquia, o que já garante ao segmento um lugar de importância.

O maior problema desse roteiro é o tratamento da questão do/a companheiro/a. Se olhado com sessenta anos de indulgencia até que ideia da relação proposta parece ter seu charme. Porém, um olhar mais atual para a redução desse elemento a questão do gênero masculino e feminino, além do tratamento dessa relação como um caso de paixonite do alienígena, diminui em muito a amplitude da proposta.

Não se trata aqui de discutir as questões (tão necessárias atualmente) de gênero e sexualidade, mas de pensar uma relação de um ser de outra espécie em termos de um relacionamento humano convencional. Uma relação análoga e um pouco mais bem trabalhada é a relação de Vger – Ilia -Decker em Star Trek: The Motion Picture, onde ainda que mantendo a esfera do romance, o relacionamento transcende (literalmente) o corriqueiro e se torna maior e mais relevante ao final do filme.

Em “Metamorphosis” ficamos com uma resolução quase de comedia romântica, com um belo passeio no parque entre Cochrane e companheira. A favor do segmento podemos elencar o momento em que Cochrane descobre como o/a alienígena se relacionou com ele durante os anos em que ficou preso, de forma até surpreendentemente ingênua e se sentindo-se ultrajado por isso.

As reações de Kirk, Spock e McCoy são o ponto mais significativo do segmento ao apontar que trata-se apenas de uma forma de vida diferente, de maneira absolutamente natural. Muito embora devamos lembrar que a primeira reação de Kirk fosse a de destruir o ser antes de buscar o diálogo, tal afirmação está no cerne da filosofia da aceitação e de abraçar diferentes culturas e filosofias das mais variadas formas de vida.

Tal mensagem pode e deve ser convertida para uma realidade onde o respeito, a cooperação, o entendimento e aceitação das diferenças ainda hoje é uma bandeira que precisa ser hasteada com vigor e determinação. Podemos racionalizar o desvio de Kirk talvez como uma representação da lembrança do quanto ainda precisamos evoluir nessa questão, mesmo estando cobertos de boas intenções em teoria.

No quesito ficção cientifica o roteiro dá algumas marretadas para fazer a história andar, a começar pelo tradutor universal e da forma improvável come ele surge aqui como um deus ex machina, permitindo a Kirk usar sua retorica um tanto quanto ultrapassada para convencer a companheira a libertá-los.

A teoria de Kirk e Spock, de que uma criatura de energia, que não tem um cérebro (de acordo com o nosso conhecimento humano sobre o que seja um cérebro) possa ter ondas cerebrais passiveis de comparação pelo aparelho, ou que existam “certos conceitos universais comuns a toda vida no universo”, são proposição com a sutileza de uma manada de elefantes em disparada. Fica claro que technobaboseiras nunca foram o forte da Serie Clássica.

A questão do gênero é outro desses conceitos em que o episódio aposta, mas que não fazem sentido. O fato da solução final depender fortemente desse conceito pesa ainda mais para aumentar as arestas desse roteiro.

Pode-se pensar, em última análise, que talvez o roteiro tivesse a pretensão de usar o comportamento de Cochrane (a questão da aceitação do companheiro) com intenção de revelar tabus e preconceitos aparentemente sutis que surgem quando algumas das convenções com as quais fomos forjados são desafiadas e nos causam desconforto. Infelizmente, mesmo descontando os anos de produção e tentando aceitar a boa intenção, temos que admitir que a noção de que a semelhança é necessária para aceitação é uma afirmação a qual poderia ser interpretada como racista. Kirk afirma que a companheira não pode amá-lo totalmente por ambos serem diferentes.

Tal diferença serve a Kirk (e justiça seja feita, também a McCoy) quando este não pensa duas vezes antes de decidir por eliminar a criatura, e depois a Cochrane quando este acha que foi usado. O roteiro usa a mesma afirmativa para acionar mecanismos diferentes, mas igualmente discutíveis tanto em Kirk quanto em Cochrane. O primeiro sequer cogita a possibilidade de entendimento antes que a tentativa de eliminar a companheira falhe, mas não entende a irritação de Cochrane, enquanto este se sente forçado a não pactuar com o plano inicial de Kirk, mas se sente traído ao entender como a forma de vida se relacionou com ele ao longo dos anos.

Kirk não se sente eticamente obrigado a preservar uma forma de vida com a qual não se identifica e Cochrane se sente ultrajado ao descobrir a verdade pela mesma razão. Nem Kirk está preocupado com o direito à vida de cada ser, nem Cochrane está disposto aceitar um “não igual” como parceiro.

É difícil afirmar se o segmento tinha a intenção de causar incômodo ou se apenas se tornou anacrônico em seu tratamento com o passar dos anos em relação a questão do preconceito embutido neste segmento pelos seus autores.

Mas não é só em termos de proposta de discussão que o esse segmento tem seus percalços, mas também em sua execução, que acabam por torná-lo um pouco monótono. Além das ideias recicladas já citadas as ações no planeta, ou segunda aparição da nave Galileu na Série Clássica e segunda tripulação perdida em um planeta afastado. Um índice de insatisfação de cem por cento fazem com o que a história evolua de forma lenta e sem causar muito interesse, algo muito perceptível após uma primeira assistida.

Os atores convidados fazem um bom trabalho. Ainda que a versão de Glenn Corbett para Zefram Cochrane tenha se tornado obsoleta, o desempenho do ator nesse episodio é muito bom, assim com o de Elinor Donahue como Nancy Hedford.

Metamorphosis” parece um segmento bem-intencionado e com algumas propostas interessantes, mas que ao envelhecer revela algumas falhas que hoje incomodam um pouco. Mas mesmo em sua época, sua maior contribuição – que seria a inserção de um personagem importante na mitologia da serie – foi ofuscada com a versão de First Contact para o personagem Zefran Cochrane. Assim, esse episódio pode ser considerado no máximo regular.

Avaliação

Citações

“Not one hundred percent efficient, of course… but nothing ever is.”
(Não é cem por cento eficiente, é claro, mas nada é.)
Kirk

“The idea of male and female are universal constants.”
(A ideia de macho e fêmea são constantes universais.)
Kirk

“Love sometimes expresses itself in sacrifice.”
(Amor algumas vezes se expressa em sacrifício.)
Kirk

“There’s nothing disgusting about it [the Companion]. It’s just another life form, that’s all. You get used to those things.”
(Não há nada de errado com isto. Ele é apenas outra forma de vida, só isso. Como o tempo você se acostuma a estas coisas.)
McCoy

“You [humans] are, after all, essentially irrational.”
(Vocês [humanos] são antes tudo irracionais.)
Spock

Trivia

  • Este episódio introduziu o tradutor universal.
  • Elinor Donahue participou de diversas series de TV ao longo de sua carreira (inclusive uma participação em Friends em 1994). Em uma destas participações, na famosa serie “Papai Sabe Tudo” (Father Knows Best) ela atuou com Jane Wyatt, co-estrela da série e que ficou conhecida em Jornada como Amanda, a mãe de Spock.
  • Glen Corbett, o primeiro Zefran Cochrane da história de Jornada nas Estrelas, participou da serie Dallas interpretando o personagem Paul Morgam. O curioso é que um dos episódios protagonizados por ele teve o titulo de “When the Bough Breaks”, mesmo titulo de um segmento da primeira temporada de A Nova Geração. Corbett faleceu em 1993 de câncer de pulmão, três anos antesFirst Contact ir às telas de cinema.
  • Elizabeth Rogers faz a voz original da companheira e voltaria à série em carne e osso como a tenente Palmer nos episódios “Doomsday Machine” e “The Way to Eden”.
  • Richard Edlund, então trabalhando para a Westheimer Company, foi o responsável pelo efeito visual da companheira. A Westheimer esteve envolvida em Jornada nas Estrelas IV: A Volta para Casa e Edlund, posteriormente em produções ganhadores do Oscar, tais como Raiders Of the Lost Ark (Caçadores da Arca Perdida), Star Wars: Episode IV – A New Hope (1977), Star Wars: Episode V – The Empire Strikes Back (1980), Star Wars: Episode VI – Return Of the Jedi (1983).

Ficha Técnica

Escrito por Gene L. Coon
Dirigido por Ralph Senensky

Exibido em 10 de novembro de 1967

Título em português: “Metamorfose ” (AIC-SP), “Metamorfose ” (VTI-Rio)

Elenco

William Shatner como James T. Kirk
Leonard Nimoy como Sr Spock
DeForest Kelley como Dr Leonard McCoy
James Doohan como Tenente Comandante Montgomery Scott
Nichelle Nichols como Tenente Nyota Uhura
George Takei Tenente Hikaru Sulu
Walter Koenig Alferes Pavel Chekov
Majel Barrett Tenente Christine Chapel

Elenco convidado

Glenn Corbett como Zefram Cochrane
Elinor Donahue como Nancy Hedford
Elizabeth Rogers como A voz da companheira (não creditada)

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Edição de Carlos Henrique B Santos
Revisão de Roberta Manaa

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