ATENÇÃO: ESTE ARTIGO CONTÉM SPOILERS!
No 3º episódio da 3ª temporada de Star Trek: Discovery, “People of Earth”, encontramos muitos easter eggs e referências das outras séries e filmes de Star Trek, apresentados a seguir.
Este é o primeiro episódio ou filme a usar uma data estelar de seis dígitos (865.211.3). Os três primeiros dígitos (865) são mais ou menos consistentes com o sistema de data estelar usado em Star Trek: The Next Generation, Star Trek: Deep Space Nine, Star Trek: Voyager e Star Trek: Lower Decks.
A narração de abertura de Burnham preenche novos detalhes que anteriormente não tínhamos sobre a Queima, incluindo a ideia de que antes dela, cerca de “700 anos depois que saímos, as reservas de dilítio secaram.” Isso significa que, por volta do ano de 2957 ou mais, a Federação estava “testando projetos alternativos de unidade de dobra”. Não sabemos muito sobre o século 30 no cânone de Star Trek, além de Daniels de Star Trek: Enterprise ter conhecimento sobre aquela época. A ideia da Federação tentando mudar a forma como o drive de dobra opera faz uma vaga referência ao episódio “Force of Nature” de A Nova Geração.
Quando Burnham fala sobre ser um portador, alguém lhe dá um pedaço de equipamento contendo o registro NCC-4774 da Frota Estelar. Não sabemos a que nave isso pertence, mas parece que esta é uma piada visual que faz referência à longa e intencional piada interna sobre o uso do número 47 (ou 74) durante toda Star Trek, que começou em torno da 4ª Temporada de A Nova Geração. Há literalmente centenas de aparições dos números 47 ou 74 ao longo da franquia. A origem da piada faz referência ao número 42 de The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy, de Douglas Adams. Nesse romance, “42 acaba sendo a resposta para a vida, o universo e tudo mais. Nos anos 90, “47” tornou-se o “42” do cânone de Star Trek, e Rick Berman brincou uma vez que 47 era “42, ajustado pela inflação”. Ele aparece em diálogos e em telas de computador a bordo da Enterprise, por exemplo, 47 ocorrências da palavra Darmok são encontrados no banco de dados da nave, no episódio “Darmok” de A Nova Geração, Scotty tem 147 anos no episódio “Relics” de A Nova Geração e no episódio “Parallax” de Voyager, o Doutor tem a experiência de 47 médicos e pode ser encontrado no canal 47. No filme Star Trek de 2009, a Enterprise foi construída no Setor 47 dos Estaleiros Riverside, e 47 naves Klingon foram destruídas pela nave de Nero, a Narada. Várias citações de 47 em A Nova Geração podem ser vistas neste vídeo.
Nas cenas do ano em que Burnham se envolve no comércio, após sua chegada e antes da Discovery chegar, são, mais uma vez, vistos cardassianos, um masculino e um feminino, no planeta. Um cardassiano foi visto no primeiro episódio desta temporada “That Hope Is You, Part 1” (veja aqui)
Em uma luta, Burnham usa de novo as técnicas de artes marciais Suus Mahna, que ela aprendeu em Vulcano, explicadas aqui.
Burnham diz a Saru que ela enviou uma mensagem para Terralísio, para tentar encontrar sua mãe, mas eles responderam que não tinham conhecimento dela. Isso faz referência à 2ª temporada de Discovery, na qual aprendemos que a mãe de Burnham, Gabrielle Burnham, transportou humanos do século 21 para um planeta chamado Terralísio, no quadrante Beta, explicado aqui. Em teoria, Terralísio deveria ser o local onde Burnham e a USS Discovery acabariam, ao sair do buraco de minhoca.
Book e Burnham desfrutam uma cerveja romulana. A garrafa prateada em que eles bebem tem o mesmo logotipo, virado de cabeça para baixo, que as garrafas de cerveja romulana de Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan e de StarTrek: Picard.
Embora o nome de Book seja Cleveland, ele não é da Terra e nunca esteve lá.
Saru é promovido a capitão neste episódio. Ele foi o primeiro oficial de dois capitães até agora, capitão Lorca e capitão Pike. Este é o primeiro seriado de Star Trek que tem um alienígena como capitão regular na nave principal. Em Lower Decks, uma das naves do episódio “Moist Vessel” (ver aqui) tinha um capitão telarita, mas não era a Cerritos, a nave principal do seriado.
Do lado de fora, o casco da Discovery está sendo reparado por robôs DOT-7. Vimos pela primeira vez esses pequenos bots no episódio “Such Sweet Sorrow” da 2ª temporada, quando eles emergiram da Enterprise e efetuaram alguns reparos. Um desses robôs foi a estrela do episódio “Ephraim and Dot” de Short Treks.
A parede na qual Tilly visualiza as insignias da Frota Estelar homenageia 24 tripulantes mortos da Discovery, incluindo cinco cadetes. Parece também haver uma homenagem a Airiam, com um traje colocado ao lado.
Tilly faz uma referência ao Arco Gateway em St. Louis, e mantém miniaturas do Arco Gateway em seus aposentos, mostradas no episódio “Such Sweet Sorrow”, o que nos faz pensar que Saint Louis, Missouri é a cidade natal da personagem.
Georgiou menciona que Book tem vagabundeado (gallivanting) no espaço com a Michael. Esta pode ser uma referência ao filme Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan, na qual Kirk diz: “Vagabundear pelo cosmos é um jogo para os jovens.”
A Discovery carrega muito dilítio a bordo, mesmo depois de compartilhar com a tripulação de mineiros coridanitas no episódio anterior “Far From Home”. Não está claro se a câmara da qual Burnham retira o dilítio é a câmara de reação da nave ou se é algum tipo de área onde eles guardam o dilítio para um eventual uso no núcleo de dobra.
A capitão Ndoye (Phumzile Sitole) ao aparecer no episódio diz “Uma tela de visualização. Que curioso (How quaint)”. Isso lembra a cena de Scotty em Jornada nas Estrelas IV: A Volta Para Casa, quando tem que usar o computador e fala “Teclado, que curioso”. Veja a cena neste vídeo:
A história de Saru para explicar por que a USS Discovery ainda está em operação em 3189 é a ideia de que eles são uma nave geracional e são eles são descendentes da tripulação original.. Esse conceito ocorre no episódio “E²” de Star Trek: Enterprise, onde a tripulação da NX-01 encontra uma versão alternativa da nave, tripulada por seus descendentes.
A Terra Unida pode ser isolada, mas não é composta apenas por humanos: os inspetores da Força de Defesa da Terra que embarcam na Discovery incluem um telarita e pelo menos uma espécie insectóide adicional.
Quando Booker sarcasticamente diz “sim, sim” comandante, para Burnham, ela responde: “Um sim, não somos piratas.” Isso pode fazer referência ao episódio “Lower Decks” de A Nova Geração, no qual Riker diz a Lavelle que “Um sim é reconhecimento suficiente, alferes”. Nosso querido Riker, Jonathan Frakes, dirigiu este 3º episódio de Discovery.
Quando a Discovery vai ser inspecionada pelos integrantes de Força de Defesa da Terra, Georgiou veste o uniforme de almirante para “torná-la crível”. Esta é a segunda vez que a Georgiou do espelho usa um uniforme da Frota Estelar, mesmo que ela não esteja realmente na Frota Estelar. A primeira vez foi na 1ª temporada de Discovery, quando ela foi autorizada a se passar pela Georgiou Prime para liderar a missão contra o planeta natal klingon, no episódio “The War Without, The War Within”.
Book fica furioso ao descobrir que ele não está bebendo bebida de verdade, mas em vez disso, synthehol.. No cânone de Star Trek, synthehol., ou álcool sintetizado, parece ter o mesmo gosto e cheiro do álcool real para a maioria dos indivíduos, mas nenhum dos efeitos deletérios associados a ele para a maioria dos humanoides, como intoxicação debilitante, vício e intoxicação alcoólica. Pode embebedar, mas principalmente se você for um alienígena ou um ex-Borg. No episódio “Relics “, de A Nova Geração, Scotty reclama de ter que beber synthehol no bar Ten Forward.
É brevemente mencionado os piratas Wen têm torpedos quânticos. Torpedos quânticos foram mencionados pela primeira vez e vistos no episódio “Defiant” de Deep Space Nine.
Depois que Georgiou sugere que Saru tome medidas rápidas e agressivas, Saru protesta dizendo: “A Frota Estelar não dispara primeiro”. Ele está citando a própria Georgiou, no primeiro episódio de Star Trek: Discovery, “The Vulcan Hello”. Nesse caso, a Georgiou que disse “Frota Estelar não dispara primeiro” foi a capitão Georgiou da USS Shenzhou e não a do universo espelho.
Depois que é revelado que Wen (Christopher Heyerdahl) é na verdade um humano, também aprendemos que ele é de Titã. Na vida real, Titã é a maior lua de Saturno, e, ao contrário da maioria das luas, possui atmosfera. O cânone de Star Trek mencionou Titã várias vezes. Em “The First Duty “, Wesley estava treinando perto de Titã, e no filme Star Trek de 2009, Chekov escondeu a Enterprise atrás de Titã.
O planeta Saturno aparece na abertura de Star Trek: The Next Generation, mas esta é aparentemente apenas a quarta vez que Saturno aparece durante um episódio ou filme de Star Trek. Anteriormente, Saturno apareceu nos episódios “The Best of Both Worlds” e “The First Duty” de A Nova Geração. No filme Star Trek de 2009, Saturno aparece quando a Enterprise se esconde atrás de Titã (ver acima).
Christopher Heyerdahl, que interpreta Wen, é bem conhecido pelos fãs de Stargate por ter desempenhado vários papéis nessa franquia, mais notavelmente Todd, o wraith em Stargate Atlantis, mas este é seu primeiro papel em um seriado de Star Trek.
Aprendemos que Adira (Blu del Barrio) é um humano unido a um trill; especificamente a um simbionte chamado Tal. Burnham e Saru discutem sua ignorância geral dos simbiontes trill, mas Saru diz a Burnham que tudo o que sabe sobre os trills vem dos dados da Esfera. Isso faz referência à esfera alienígena gigante que a Discovery encontrou no episódio “An Obol for Charon” da 2ª temporada de Discovery. A primeira aparição da espécie trill foi em “The Host” de A Nova Geração, onde Will Riker se une a um simbionte por um curto período, quando seu hospedeiro original foi morto.
Saru desempacota o telescópio da capitão Georgiou e o coloca em seu novo gabinete. Este telescópio foi presumivelmente resgatado da USS Shenzhou e dado a Michael Burnham como parte do testamento de Georgiou em “The Butcher’s Knife Cares Not For the Lamb’s Cry” de Discovery. Mas no episódio seguinte “Choose Your Pain”, Burnham dá o telescópio para Saru. Saru e Burnham usaram este telescópio para fins práticos no primeiro episódio de Discovery, “The Vulcan Hello“.
Burnham diz que Book tem “um novo começo, em um novo quadrante.”. Sabemos que a Terra está localizada no quadrante Alfa, o que parece implicar que Book e Burnham estavam operando anteriormente no quadrante Beta.
Embora a Frota Estelar não esteja mais operacional na Terra, a tripulação visita os terrenos da Academia da Frota Estelar em São Francisco. Lá, eles encontram o que parece ser uma enorme árvore de olmo. Esta árvore foi realmente referenciada por Jean-Luc Picard nos episódios de A Nova Geração “The Drumhead” e “The Game”. Em teoria, esta pode ser a mesma árvore que foi cuidada por Boothby, um humano que trabalhou como jardineiro chefe na Academia da Frota Estelar em São Francisco na Terra, e apareceu no episódio “The First Duty” de A Nova Geração.
A cena final do episódio mostra a versão do século 32 da ponte Golden Gate. A última vez que vimos esta ponte cronologicamente, foi em Star Trek: Picard, em 2399. A vista de São Francisco que parece apropriadamente avançada a partir das representações do século 23 e 24 que vimos recentemente no episódio “Such Sweet Sorrow, Part 2” de Discovery, e em Picard, no ano 2399.
A ponte deve ter sido reconstruída, porque foi cortada ao meio durante o ataque dos breen na Terra, durante a guerra do Domínio, no episódio “The Changing Face of Evil” de Deep Space Nine.
O logotipo da Academia da Frota Estelar tem a ponte Golden Gate representada, como visto nos episódios “The First Duty” e “Time’s Arrow” de A Nova Geração e “In the Flesh” de Voyager.
Esses são os easter eggs e as referências que encontramos. Se você encontrar mais alguns, coloque nos comentários.