Uma dúvida recorrente na mente dos fãs brasileiros de Jornada nas Estrelas sempre foi a exata data de estreia da Série Clássica na televisão nacional. Sabíamos que ela chegou até rápido, menos de um ano e meio desde a sua primeira aparição na NBC dos Estados Unidos, em 8 de setembro de 1966. A questão era: quando, por aqui? Alguns falavam no final de 1967, sem dar dia ou mês, e a maioria cravava 21 de janeiro de 1968, um domingo.
Trekker já de longa trajetória, o jornalista Paulo Gustavo Pereira resolveu ir atrás de dados concretos para enfim solucionar a questão. Com pesquisas em jornais da época na Biblioteca Mário de Andrade, uma das principais da capital paulista, encontrou provas de que Jornada nas Estrelas apareceu pela primeira vez na televisão do Brasil às 21 horas do domingo 14 de janeiro de 1968, pela TV Excelsior, canal 9 de São Paulo. Confira o vídeo que ele publicou em seu canal do YouTube, o BesTV, nesta terça-feira (8/09).
Recorte da seção Ilustrada da Folha de S.Paulo de 14 de janeiro de 1968, com a estreia de Jornada nas Estrelas pelo canal 9 (TV Excelsior) na programação do dia.
Após o anúncio de Paulo Gustavo, os trekkers do Rio de Janeiro foram atrás da data de estreia de Jornada por lá. Regina Amorim, do grupo Carioca Trekker, pesquisou na hemeroteca da Biblioteca Nacional e encontrou uma propaganda no Jornal do Brasil de 3 de março de 1968, revelando que Jornada nas Estrelas chegaria naquele domingo na capital fluminense pela TV Excelsior, canal 2. Confira:
Os trabalhos de dublagem da Série Clássica começaram em 1967, pela empresa AIC (SP), sendo coordenados por Emerson Camargo. Foi dele a tarefa de traduzir os termos alienígenas até então. O próprio Camargo optou em dublar o capitão Kirk. Sua tradução foi a que deu origem às palavras em Língua Portuguesa tão corriqueiras no vocabulário dos trekkers de nosso país: Jornada nas Estrelas, torpedos fotônicos, teletransportador, Magro, dobra espacial, entre tantas outras. Em 2004, o Trek Brasilis conversou com Emerson numa entrevista muito interessante, que você pode ler aqui.
Colaborou Maria-Lucia Racz.