O episódio “Night” da série Star Trek: Voyager estreou a holo-novela The Adventures of Captain Proton que é uma série de programas de holodeck realizados no estilo das histórias em preto e branco de Flash Gordon dos anos 30.
Projetado pelo navegador Tom Paris (Robert Duncan McNeill), quando a bordo da nave USS Voyager, o programa contava histórias divertidas do protagonista Capitão Próton, interpretado pelo próprio Tom Paris, que combatia as “forças do mal” representadas pelo doutor Chaotica e a rainha Arachnia. Próton tinha a ajuda do seu fiel companheiro Buster Kincaid, interpretado pelo alferes Harry Kim (Garrett Wang). As aventuras do Capitão Próton surgiram em nove episódios de Voyager.
Na época da série, o ator Robert Duncan McNeill definiu que Capitão Proton “seria um epítome do amor à nostalgia de Paris e combinaria a nostalgia com o elemento de ficção científica”.
Recentemente, os atores Robert Duncan McNeill e Garrett Wang participaram do primeiro painel virtual produzido pela Creation Entertainment e o assunto Capitão Próton veio à tona, quando Wang mencionou uma ideia trazida por McNeill, em uma convenção passada. A ideia seria a respeito de produzir uma webserie do Capitão Próton, como continuação das aventuras do herói no holodeck da USS Voyager.
A ideia de uma webserie ainda agrada McNeill que comentou:
“Adorei as histórias de holodeck do Capitão Próton. Eu acho que deveria ter havido muito mais disso, em parte porque gostei do personagem que pude interpretar. Isso poderia ter sido uma coisa incrível para explorar a história dentro da história. E foi um eco tão grande onde poderíamos tirar sarro de nós mesmos; poderíamos fazer referência a velhas tramas de Star Trek. Poderíamos ter feito muitas coisas na história do Capitão Próton. Então, sim, acho que há uma grande oportunidade de revisitar isso”.
McNeill, que atualmente é produtor e diretor de TV, revelou que chegou a correr atrás de interessados em escrever Próton.
“Conversei seriamente sobre isso com David Goodman, que trabalhou em Enterprise como escritor, e que também está em The Orville, onde pude dirigir alguns episódios. Conversei com Goodman sobre talvez escrever essa série. Não sei se seria uma coisa da CBS All Access ou algo que poderíamos fazer que seria divertido e bobo e podemos reunir nosso elenco novamente, o que seria incrível”.
Garrett Wang, que fez o fiel parceiro de Próton, Buster Kincaide, apoia a ideia, e acredita que eles poderiam conseguir até um financiamento dos fãs.
“Se seguíssemos a rota do crowd-funding, semelhante a Alan Tudyk, com quem você trabalhou no Con Man. Eu acho que eles receberam seu financiamento em dois dias. Apenas fluiu. Milhões de dólares. Eu sinto que teríamos a mesma reação se fôssemos financiar por crowd-funding”.
Como ficariam Paris e Kim em Star Trek: Picard?
Durante o painel com perguntas e respostas, McNeill e Wang também foram questionados como imaginariam seus personagens em Picard.
McNeill encontrou um trabalho bem diferente para Paris.
“[Paris] está disfarçado. Ele é algum tipo de espião”, disse McNeill. “Ele está fingindo ser um cara mau, mas esse é o disfarce dele”
Já Wang brinca que Kim sairia descontente da Frota e arrumaria um trabalho próprio.
“Alferes Kim largou a Frota Estelar porque ele nunca foi promovido, mas, furioso, aluga o espaço de varejo ao lado da sede da Frota Estelar e abre o Bar e Grill do Almirante Kim, onde apenas alferes e classificações inferiores ganham descontos“.
A primeira temporada de Star Trek: Picard contou com a participação de uma atriz de Voyager, Jeri Ryan, como Sete de Nove. Outro do elenco está em negociações para aparecer na segunda temporada, Robert Picardo (o Doutor).
A dupla falou um pouco sobre seus colegas de elenco, e Wang não acredita em sua participação na série Picard.
“A menos que tentássemos fazer lobby em nosso nome, eu duvidaria disso”, disse Wang descrente de uma presença na série. “Eu sempre digo que o melhor networker é Robert Picardo, porque ele está em tudo. Ele deveria estar em Picard, ele está em Orville duas vezes, ele fez muitas coisas. Isso se deve à diligência de conversar constantemente com as pessoas e sussurrar em seus ouvidos. Eu nunca fui o cara que interage com tanta intensidade. Se eu contasse com meu Bob Picardo interior, talvez eu estivesse em Picard”.
Já McNeill preferiu elogiar uma colega que esteve na série.
“Eu amo a Jeri na série, estou muito feliz por ela. Como Sete e como atriz, ela teve a oportunidade de se interessar por isso de uma maneira totalmente nova. Eu acho legal. Isso é incrível”.
Berman recusou filme sobre Voyager
Quando perguntados se houve alguma conversa sobre um longa-metragem de Voyager, Wang revelou um fato que ocorreu com ele, ao conversar com o produtor, na época, Rick Berman.
“Quando li o roteiro final de Voyager, “Endgame”, na primeira hora achei brilhante. Foi bem escrito. O tom estava certo. E na segunda hora achei que amarrou tudo rápido demais. Terminamos a série em órbita da Terra. Nós nem colocamos os pés na Terra. Foi uma espécie de decepção”, disse o ator.
Wang continuou dizendo que foi aos escritórios da produção e conversou com Berman, dando a ideia de uma frase final da série: “Para continuar em um cinema perto de você’.
”E depois gaste seu tempo filmando um filme de duas horas e meia voltando para casa e nos mande pousar na Terra, fazer um desfile e lidar com todos os relacionamentos. E então, assim como Gilligan’s Island (Ilha dos Birutas), nos perdemos novamente no final do filme e voltamos ao espaço, para que pudéssemos ter uma série de filmes”, disse Wang a Berman.
Mas Berman não compartilhou dessa ideia. “E teria sido perfeito, pois teria substituído o terrível [Star Trek: Nemesis ] que estava sendo filmado exatamente quando estávamos terminando nossa série. Os dois últimos filmes de A Nova Geração foram horríveis. Eu realmente senti que um filme de Voyager teria sido incrível e a decisão certa a ser tomada, mas Berman me olha diz: “O que você sabe, você é o garoto da série”.
Você gostaria de ver uma websérie do Capitão Próton?
Fontes: TrekMovie e Daily Star Trek News