Sinopse
Quando uma disputa entre seres divinos ameaça a galáxia, todos os melhores capitães da Frota Estelar serão necessários para pará-los. Junte-se a James T. Kirk, Jean-Luc Picard, Kathryn Janeway e Benjamin Sisko em uma competição que determinará o destino da Terra e além. Eles serão capazes de sair vitoriosos ou serão dilacerados pelo conflito de Q? Uma minissérie, prestes a se tornar um clássico, de seis partes começa aqui!
O universo dos quadrinhos sempre foi tomado por momento icônicos e grandes crossovers. Na DC, Crise nas Infinitas Terras uniu diferentes heróis com o objetivo de salvar o Multiverso. Na Marvel, Guerra Civil dividiu o panteão de heróis em dois na discordância sobre o registro de super-heróis pelo governo. É fato que crossovers como esses chamam a atenção do público e vendem muito mais edições por atrair leitores de todas os heróis envolvidos.
Jornada nas Estrelas não combina com figuras super-heróicas, mas combina com vilões maléficos e personagens com valores e objetivos em comum, que em situações normais não se encontrariam. Partindo dessa premissa, a primeira edição dessa minissérie apresenta Q, um dos vilões mais poderosos de Jornada, introduzido em A Nova Geração, com conflitos pessoais a resolver no Continuum e nenhum medo de unir, com um estalar de dedos, as tripulações mais memoráveis da história da Frota Estelar para solucionar esses impasses.
A tripulação da Enterprise-E está investigando uma atividade suspeita no quadrante beta: foram localizadas três supernovas, uma próxima a outra, em apenas dois dias. A nave se aproxima de Cestus III, planeta que precisa ser evacuado o quanto antes para que a população não sofra as consequências do seu sol se tornando supernova.
Um grupo especial desce ao planeta para começar a evacuação, mas o sol simplesmente volta à seu estágio anterior, como estava há dois dias. Geordi classifica a atividade como antinatural e Picard, devido a sua experiência, começa a suspeitar do envolvimento de Q nessa série de eventos. Dito e feito.
Os encontros de Picard e Q em A Nova Geração são recheados de indagações sobre a responsabilidade da Frota, a importância da humanidade e o abuso de poder de Q. Aqui não é diferente. Q esnoba as preocupações de Jean-Luc, mas não sem motivos: o Continuum está em guerra. Invertendo a balança, é a vez de Picard esnobar as preocupações de Q, enfurecendo o todo-poderoso.
De repente, Picard e Q não estão mais na Enterprise-E. Nem Geordi, Riker, Crusher e Data. Todos são levados a um “campo neutro” e veem diversas outras tripulações da Frota se aproximando. Benjamin Sisko e sua equipe são os primeiros, seguidos da capitã Janeway e seus subordinados da Voyager, fechando com chave de ouro com a chegada de James T. Kirk e um singelo grupo formado por Spock, McCoy, Uhura, Sulu, Chekov e Scotty.
O cenário está montado e as peças estão na mesa. Q, os Metrons, Trelane e os Organianos comandam a disputa e cada grupo representará um deles. Quem sairá vencedor desses jogos vorazes?
Comentários
Página após página, torna-se claro que a premissa da primeira edição de The Q Conflict é unir os personagens mais queridos dos fãs. E nada mais. Se houvesse uma real intenção de justificar o encontro ocasional de quatro gerações diferentes de Jornada nas Estrelas, o Q – um personagem com poderes tão absurdos que serve praticamente como um coringa para os roteiristas – não teria sido o vilão escolhido para uni-los.
Porém, sejamos sinceros, seria de um contorcionismo gigantesco tentar dar uma explicação científica para esse encontro. O formato dos quadrinhos sempre permitiu, não apenas em Jornada, a criação de cenários mais fantasiosos, desde planetas mais sofisticados até uma mera conversa entre personagens os quais os atores que os interpretam nunca se encontraram de fato. Esse é o poder das HQs, assim como das animações, e nessa minissérie ele é acertadamente levado ao extremo.
Como entretenimento, é um prato cheio, um deleite para o fã que sempre quis ver cenários hipotéticos se tornando realidade, como o Odo ao lado do Spock ou a Uhura ao lado do Geordi. E é assim que esse gibi deve ser encarado: uma grande salada mista que tem como objetivo não ser levada a sério. No final das contas, além dos papos cerebrais, dos dilemas morais e da exploração espacial, Jornada sempre foi sobre se desligar dos problemas da atualidade, mirar um futuro otimista e se divertir.
Vamos desligar um pouco o botão da lógica e nos divertir com o que vem por aí nas próximas edições.
Avaliação
Ficha técnica
Escrito por Scott Tipton e David Tipton
Artes por David Messina, Elisabetta D’Amico e Alexandra Alexakis
Letras por Neil Uyetake
Edição por Chase Marotz e Denton J. Tipton