Eu sou fã de Star Trek, essa famosa franquia de ficção cientifica, com diversas séries de televisão, muitos filmes de cinema, e uma infinidade de quadrinhos, livros, audiobooks e todo o tipo de colecionáveis possíveis e imagináveis surgidos ao longo de 52 anos de sua existência. E no mundo todo, há uma legião de fãs fiéis e exigentes por novas aventuras, roteiros envolventes, histórias de qualidade, e personagens memoráveis, como Kirk, Spock, Harry Mudd, Picard, Data, Q, Odo, Quark, Sete de Nove, T’Pol, Michael Burnham, Lorca, entre tantos outros.
Jornada contou com momentos engraçados e muitas paródias foram feitas sobre ela. Atores famosos hoje, no início de suas carreiras, fizeram alguma graça com Star Trek. Jim Carrey é um exemplo clássico. Aqui no Brasil não foi muito diferente. Coube aos Trapalhões, icônica trupe de comediantes composta pelos inigualáveis Didi, Dedé, Mussum e Zacarias a tarefa de fazer uma homenagem bem humorada em seu programa dominical na Rede Globo a esta saga estelar.
Temos então Didi como um “capitão Kirk” bem atrapalhado, Dedé muito engraçado como “Spock”, e Mussum como uma “tenente Uhura” bem escandalosa, cuidando das comunicações da nave cheia daqueles velhos telefones grandes de mesa, com teclas. Infelizmente, Zacarias não participou pois já havia falecido.
Mas as homenagens não param por aí. Durante a época da minha infância, a Editora Abril lançou uma nova revista em quadrinhos do quarteto com a versão deles todos como crianças. Uma edição que me marcou e que guardo até hoje com zelo muito especial é a número 6, publicada em 1992. Essa era especial, pois as histórias traziam paródias de filmes e séries famosas que marcaram diferentes épocas, como “Robocop”, “Indiana Jones”, “Cavaleiro Solitário”, “Os Caça-Fantasmas” e… Jornada nas Estrelas. Quando eu vi na capa escrito “Star Treco” (sim, isso mesmo) comprei sem pensar e fui rapidamente ler.
Com argumento de Marcelo Cassaro, desenhos de Paulo Borges e arte-final de Jaime Podavin, a historinha é uma divertida homenagem a Jornada nas Estrelas – A Nova Geração, com direito a uma nave “Intertrapa NCC 1701-T” (o T, uma clara referencia aos Trapalhões) tentando vencer um conflito com os “farenguis” (alusão à famosa e gananciosa raça Ferengi, mas que nos quadrinhos em nada se parece com os vistos na televisão).
Temos Didi como capitão, Dedé e Zacarias como piloto e navegador, respectivamente, e Mussum sendo o engenheiro-chefe da nave. Após muitos problemas, ele recebem a ajuda de um cientista “vulgano” chamado “Spitapoc” (a única referencia à série original e ao famoso vulcano Sr. Spock) que acaba resolvendo todos os problemas da nave, fazendo com que essa tripulação pra lá de atrapalhada consiga vencer os tais “farenguis” ao final.
Enfim, o gibi é sem dúvida uma bela homenagem a esta série que cativou e continua a cativar milhares de pessoas ao longo dos anos, e que eu guardo com carinho em minha coleção.