Na espera por mais novidades quanto a nova sequência de Star Trek, começamos o ano com uma discussão referente a que caminho o próximo filme deverá seguir, uma vez que Justin Lin será o diretor e Orci está fora do roteiro. A Paramount confirmou a estreia para 8 de julho de 2016. Que história teremos para o ano de aniversário da franquia? O site What Culture, entrou nessa discussão e deu 10 dicas de como este filme pode alavancar a franquia de vez.
“A reimaginação de Jornada por J.J. Abrams foi relativamente bem em termos de reintroduzir uma franquia envelhecida para uma nova audiência. Ao andar na corda bamba, Abrams procurou ser fiel ao espírito original da série e ao mesmo tempo caminhou por conta própria”, disse o site What Culture.
Apesar da segunda sequência ter deixado uma sensação de frustração para alguns fãs, a nova audiência (fora dos EUA) não se importou muito, e elevou a bilheteria em todo o mundo.
Portanto, no 50º aniversário da franquia, não pode fazer feio. Existe um universo rico para novas e boas aventuras.
A notícia de que Justin Lin sentará na cadeira do diretor, o afastamento de Orci da direção e roteiro, além do rumor de que o estúdio quer um filme nos moldes de “Os Guardiões da Galáxia” deixou um receio nos corações de quem esperava uma abordagem mais cerebral.
Mas, na opinião do site, existe um meio termo entre fazer o próximo longa-metragem mais “Trekkie” e manter o estilo visualmente mais atraente dos dois últimos filmes. “Justin Lin pode ou não gostar da franquia, mas é de se esperar que ele a tratará com respeito”, diz o autor do artigo.
Abrindo a discussão sobre o que seria melhor para o próximo filme, o What Culture enumerou 10 pontos de interesse para os roteiristas e o Sr. Lin que poderia tornar a terceira sequência um sucesso maior.
- Um capitão forte
O Kirk de Chris Pine era impulsivo, infantil e o personagem não pareceu ter crescido a partir do garoto, que jogou o carro de seu padrasto num penhasco.
Depois de tudo que o passou, para esta nova história, o capitão da nave mais nova da Frota deveria ser alguém mais calmo, comedido, ter uma confiança que inspira outros a segui-lo.
No próximo filme, a Enterprise está em plena missão de cinco anos para o desconhecido (considerando o comic da IDW). Então, este novo filme deveria ter um capitão experiente e mais crível para começar a reparar os erros dos dois primeiros filmes.
Passou tempo suficiente, e muitas experiências ocorreram, Kirk agora pode calçar sapatos maiores.
- Um Spock mais lógico.
Spock, na série original, foi sempre muito consciente do seu lado humano e constantemente lutou para mantê-lo sob controle. Liberar emoção foi doloroso e vergonhoso para ele, demorou situações extremas para mostrar flashes da humanidade genuína.
Zachary Quinto foi uma excelente escolha e seu Spock está quase lá. A relação entre ele e Kirk na série original foi construída na confiança e experiência compartilhada.
Nos novos filmes, até agora, o relacionamento tem sido de atritos, desconfiança e com um subterfúgio tardio, e um pouco inacreditável, de reconciliação. O que é necessário no próximo filme é um sentido de história compartilhada e respeito mútuo.
Apesar da morte de sua mãe e da perda de seu planeta, o personagem precisa voltar às suas raízes. O capitão Kirk teve que bater no Vulcano para Spock voltar a si na série original e bater na emoção dele no primeiro filme da reinicialização. Spock precisa parar de bater em si mesmo e voltar a ser o duende de sangue verde controlado e sarcástico que todos nós conhecemos e amamos.
- Nova história com mais coração e cérebro
A maior queixa dos fãs sobre estes filmes de J.J. Abrams é que eles contem mais ação do que nos filmes antigos. Não há coração e cérebro, principalmente na segunda sequência onde os eventos convergem em uma massa de explosões.
O terceiro filme deve contar uma história. Essa história precisa ter relevância para o mundo em torno de nós e dar um pouco de esperança do que a humanidade pode encontrar de uma maneira melhor. Além da Escuridão era para ser sobre o terrorismo, ainda assim não conseguiu direcionar qualquer solução potencial. A Federação e a humanidade apresentadas não são a sociedade avançada que aspiramos como mostrado na linha de tempo original.
As audiências não são tão estúpidas como alguns estúdios acreditam e há um desejo sim de aventura sci-fi de uma forma mais cerebral. Uma bem traçada e inteligente trama focada nos personagens para cimentar as relações da equipe, se impõe agora mais ainda do que outro filme pipoca.
O 50º aniversário merece mais do que isso.
- Um pouco mais dos Klingons.
A breve introdução dos Klingons em Além da Escuridão foi bem-vinda e emocionante, mas os guerreiros ferozes foram mortos muito facilmente. A maquiagem e próteses foram excelentes e o antigo inimigo pareceu tão assustador quanto antes. Parece uma aposta justa se tiver um passeio maior no terceiro filme, e que deveria ser uma boa notícia.
Na linha de tempo original não havia estado de guerra aberta entre a Federação e o Império Klingon, mas Além da Escuridão define claramente o próximo filme para um conflito. Talvez o terceiro filme possa tomar um rumo um pouco diferente e ter uma paz inquieta no lugar, com a Enterprise descobrindo alguma trama aparente Klingon.
Vendo mais da espécie Klingon, cultura e relações internas, seria divertido, contanto que não ande muito longe com em Star Wars. Mas é certo que mais tempo de tela deve ser dado à raça guerreira para mostrar a justaposição nas abordagens. Vendo um maduro e confiante capitão Kirk negociando o seu caminho através de um problema que pode ser apenas o que o médico receitou.
- Inimigo interno.
Além da Escuridão foi baseada em torno da ideia de que centenas de membros da Frota Estelar construíram a maior nave da história e ninguém notou. Isto foi, obviamente, ridículo, mas a ideia de um informante dentro da Frota Estelar é interessante. Talvez um simpatizante Klingon ou agente secreto, talvez algum personagem que mostre como a humanidade está agora e seja um espelho para a sociedade.
Isso teria que ser tratado com delicadeza ou correria o risco de ser uma pantomima, mas se feito corretamente, pode ajudar a mostrar como a ganância e a desconfiança podem ser superadas. A melhor parte de Jornada era sempre quando ela refletia a sociedade de uma forma pós-referencial, zombando de nossa barbárie atual e relativa imaturidade como uma espécie. A expectativa é de que a missão de cinco anos seja bem encaminhada para que haja bastante espaço para que nostálgicos, cansados e traumatizados tripulantes se rebelem contra a Frota Estelar. Talvez uma insurgência de pacifistas que sentem que a Frota Estelar é nada mais do que uma organização militar, democracia com conotação vagamente imperial.
Ou, em uma veia mais humana, talvez um personagem que se sinta lesado pela rápida ascensão de Kirk, um ex-colega de classe com ciúmes ou intenção oficial superior em fazê-lo cair. Isso pode ser muito perto da história de Finney (episódio “Court Martial”), porém, em uma coisa a produção deveria evitar no próximo filme; referências constantes às encarnações anteriores.
- Ir Audaciosamente onde Nenhum Homem Jamais Esteve
O próximo filme realmente precisa esculpir o seu próprio caminho e ter seu próprio mérito. Uma vez que os personagens estão mais bem estabelecidos e mais formados, é a história que deve tomar o centro do palco. Não há nenhuma razão para que a ação e a narração de histórias cerebrais não possam coexistir. A produção deveria ser corajosa o suficiente para fazer um filme envolvente e emocionante, isso permitirá a Lin definir seu filme à parte.
Enquanto muitos vão chorar por um retorno aos velhos inimigos, personagens antigos e histórias referenciadas, uma abordagem mais ousada deveria esculpir um caminho totalmente novo. Como mencionado anteriormente, o caráter dos principais protagonistas fez necessário aproximá-los da série original, mas novas experiências deveriam, obviamente, levar a diferentes personalidades.
Somos todos um produto de nossos genes e de nosso ambiente, então pedir a Kirk e Spock que sejam dadas disposições mais reconhecíveis (com os da série original) não significa que eles não devam ser capazes de esticar em novas direções.
O caminho conceitual do primeiro filme foi bem e seguiu mais a fundo, por isso faz sentido para a tripulação apenas ir em outro rumo. Sim, tem os Romulanos e Klingons, mas a dinâmica pode ser completamente diferente devido a alteração da história por Nero. O cânon não foi jogado fora, mas a maioria do que tem lá, deveria ser retalhado.
- “É vida, Jim. Mas não como a conhecemos”.
Na série original e nas demais séries, havia uma infinidade de espécies novas introduzidas toda a semana. Seria bom ter um filme com novas, poderosas e perigosas espécies para adicionar ao cânon.
Como observado anteriormente, as indicações são de que o próximo filme terá lugar no espaço profundo. É totalmente improvável que a nova tripulação siga o mesmo caminho e conheça exatamente as mesmas espécies homólogas da série original, então há muito espaço para a imaginação.
De acordo com a tradição de procurar novas formas de vida seria divertido fazer exatamente isso. Como observado anteriormente, os Klingons tem que ter o seu lugar, mas eles não tem que ser todo o foco. Talvez a nova espécie represente uma ameaça para ambas as espécies e eles tenham que trabalhar juntos, talvez os Klingons venham a tentar trair a Federação, talvez ambos disputando o controle ou relações diplomáticas com o novo poder no setor.
Existem muitas opções, mas uma nova espécie é uma obrigação. O maior estímulo que Jornada teve desde o seu retorno com A Nova Geração foi com os Borgs. Isso não quer dizer que eles deveriam fazer uma aparição, articular mais e pensar com ousadia, pode levar a grandes coisas.
- Espaço, a Fronteira Final.
Muitas das antigas histórias de Jornada, e histórias de ficção científica, em geral, foram contadas com a Terra em perigo. Estar fora em uma missão no espaço profundo deve permitir que o filme possa respirar e lidar com questões que afetam os seres humanos, em vez da humanidade.
Com todas as maravilhas da ciência que nós descobrimos desde os dias da série A Nova Geração e da natureza exploratória da Frota Estelar, há potencial para um sabor no estilo da dura realidade das viagens espaciais de Interstellar, bem como expondo a beleza do universo.
Afastar-se da Terra, ter uma viagem no espaço e mostrar a vulnerabilidade de estar fora no grande, negro, e vazio sem fim. Um filme “O barco – Inferno no Mar” para o mundo Sci-Fi? Fora do alcance mais distante do espaço explorado apenas com ciência, inteligência e treinamento para ajudar a nossa valente tripulação a sobreviver? As batalhas claustrofóbicas de A Ira de Khan foram remanescentes, na ocasião, de dramas de submarinos, a analogia é perfeita.
Justin Lin tem uma chance aqui para levar Jornada em uma direção totalmente nova e ele seria louco se não pedisse a Ronald D Moore para, pelo menos, dar uma olhada no script. O que ele fez com Battlestar Galactica foi nada menos algo de gênio e não é nenhum segredo que ele ficou um pouco frustrado por não conseguir fazer com Jornada o que ele queria. Moore conhece Jornada, ele conhece Sci-Fi e ele sabe como tirar de algo cafona e torná-lo incrível.
- Diálogos inteligentes.
Não é nenhum segredo que a série original era mais ficção do que ciência e continuou assim até que A Nova Geração, numa decisão consciente, trouxe a ciência de volta ao Sci-Fi. Mas uma coisa que foi consistente em todas as várias encarnações das séries foi a qualidade do diálogo.
Ter experientes atores da Broadway e de Shakespeare, com a escrita que referenciou o próprio Shakespeare, houve um princípio de vocabulário inteligente e loquacidade. Com exceção muito estranha, porém, os novos filmes até agora têm sido mais emocionais do que Hamlet.
Os sinais iniciais não são exatamente incentivadores dada a equipe de roteiristas e suas credenciais anteriores, mas pode-se, pelo menos, segurar uma lasca de otimismo que o terceiro capítulo da franquia recém-renovada irá retornar a um paradigma mais eloquente de contar histórias.
É de se esperar que uma adequadamente atraente, envolvente e convincente história com abordagem científica possa ser construída de uma maneira condizente com origens tão auspiciosas, mantendo a unidade e visualmente interessante do estilo dos dois primeiros filmes de JJ Abrams. Esse filme, sem dúvida, aplacaria as massas febris de fãs de Jornada que foram marginalizadas, em seus pontos de vista. Seria também para atrair aqueles que tinham gostado dos dois filmes anteriores e introduzir ainda mais novos espectadores para o mundo de Gene Roddenberry.
Um conto forte vai ficar sozinho e viver muito tempo na memória. Mas os produtores passam esta oportunidade em favor das riquezas frívolas e fugazes por sua conta e risco, para os fãs não tardará em perpetuidade.
10.Uma experiência divertida.
O primeiro filme da reinicialização tem muitas, muitas coisas erradas, mas foram perdoados os seus defeitos, pelo simples fato de ser um novo filme de Jornada.
Sim, houve a pequena questão de matar quase todos os Vulcanos, mas o que é um filme sem um pouco de drama e perigo?
Além da Escuridão embora tenha ido bem, foi sombrio. Milhares de mortos em ataques terroristas, incontáveis corpos esmagados por prédios caindo, não havia quase nenhuma alegria em toda a coisa. Karl Urban fez o melhor que pode, mas havia muita animosidade e raiva no filme para seus bons e velhos comentários sulistas salvá-lo.
Sim, deve haver drama e perigo, mas ir ao cinema para ver um filme de Jornada deve ser uma experiência divertida, e não traumática. Como se observa, deve haver drama e suspense, mas que não seja necessariamente com matança indiscriminada e uma completa falta de empatia para com os mortos. Havia um ar de indiferença pela perda de vidas durante os primeiros filmes e que foi uma adição indesejável.
Andar na corda bamba, batendo em todos estes pontos e mantendo antigos e novos fãs felizes pode não ser uma tarefa fácil, mas pedir um bom filme com uma história decente não deve ser demais.