Quatro especialistas, incluindo dois psicólogos, debateram quatro temas específicos, como parte de um painel para analisar os pontos fortes e fracos de duas maiores franquias da ficção científica: Jornada nas Estrelas e Star Wars. O debate se deu durante o Wondercon 2013, neste fim de semana, na Califórnia.
Para quem não conhece, o debate pode parecer trivial. Mas para os fãs de cada franquia, as diferenças têm grande profundidade, colocando a ficção científica mais cerebral de Jornada contra as histórias emocionais e de fantasia de Star Wars.
Abaixo, um resumo do que foi comentado neste painel.
Tema 1: Natureza vs Formação
Pelos últimos filmes de Star Wars sabemos que o vilão Darth Vader não foi sempre ruim. Mas o maior vilão de Jornada, Khan Noonan Singh, literalmente nasceu mau, um produto da engenharia genética que acreditava-se superior aos homens comuns. Então, qual é a melhor história?
“Vader é alguém que você provavelmente pode diagnosticar com transtorno de personalidade borderline”, disse Mattu disse. “Na verdade, a Associação Americana de Psicologia organizou uma palestra sobre este tema em 2007. Considerando que Khan é a coisa mais perigosa em psicologia social quando você desumaniza as pessoas. Você faz coisas como guerras de eugenia e os nazistas.”
“Khan teve uma transformação de vida depois”, disse Larry Nemecek (autor de Star Trek: The Next Generation Companion), “Quando conhecemos ele na série de televisão, ele era um vilão. Mas quando ele volta no segundo filme (“A Ira de Kahn”), sua esposa foi morta e seu planeta adotado arruinado”.
Por sua parte, a Dra. Andrea Letamendi, uma psicóloga, disse que a história de Vader foi mais atraente por causa de sua complexidade.
“George Lucas realmente tem uma compreensão do que faz o mal”, disse ela. “Há uma sofisticação do que causa o risco, a perda e o comportamento anti-social. Devemos lembrar que os seres humanos são complexos.”
Por sua parte, o escritor Hugh Sterbakov (“Robot Chicken”) viu uma falha comum nos dois líderes do mal: “Ambos são muito ruins em escolher assistentes”, disse ele, observando que nas fotos que acompanham o painel, os dois vilões são vistos levantando homens no ar por suas gargantas.
Tema 2: Força e Resistência
Mas quem nas duas sagas supera a maior adversidade? Foi a tripulação da Enterprise superando a morte de Spock? Ou Luke Skywalker vendo sua tia e tio assassinados e sendo forçado em um mundo completamente novo?
Dra. Letamendi disse que ambas as franquias têm semelhanças na maneira em que seus personagens mantem seus padrões de comportamento mesmo depois de experimentarem situações difíceis. Por exemplo, em “Star Trek 2”, Spock está disposto a aceitar a morte durante uma simulação de computador que não pode ser vencida. Mais tarde no filme, ele sacrifica a própria vida para salvar a tripulação da Enterprise.
Em “O Império Contra-Ataca”, Luke Skywalker rapidamente se raivesse durante um teste Jedi nas cavernas de Dagobah. Mais tarde no filme, ele sucumbe ao mesmo comportamento, e sofre por isso, quando enfrenta Vader.
“O ponto principal não é ganhar ou perder, mas como você caiu”, disse Nemecek.
Tema 3: Inteligência Artificial
Os palestrantes não foram autorizados a especular sobre quem ganharia em uma briga entre o capitão Kirk e Han Solo. Mas eles estavam livres para debater sobre quem tem os robôs melhores.
“Há um espectro de como eles tratam inteligência artificial em Jornada”, disse Nemecek. “Mesmo o criador de Data era uma pessoa rejeitada. É uma questão complexa no universo de Jornada.
Letamendi respondeu dizendo que os andróides de Star Wars eram mais agradáveis, porque eles são menos humanos, citando o conceito Uncanny Valley, que afirma que os seres humanos ficam emocionalmente mais afastados da inteligência artificial quanto mais se assemelha ao comportamento humano real e na aparência.
Mas Mattu discordou, concordando com Nemecek que a grande variedade de inteligência artificial em exibição no universo de Jornada foi encontrada com diferentes respostas de diferentes culturas.
Tema 4: O Teste
Os membros do painel, em seguida, mudaram para a fase final para argumentar qual saga mostra a maior jornada de seus personagens. Depois foi deixado para o público decidir quem tinha ganho o debate.
“É uma história inspirada, motivacional que vai para o núcleo do que significa a experiência de auto-realização e auto-individualização”, disse Letamendi referindo-se a Star Wars. “É, na verdade, o que os psicólogos consideram ser o estado mais avançado do ser. E eles têm comportamentos grosseiros”.
Mattu ofereceu o contraponto, dizendo de sua própria experiência, “O que aconteceu comigo quando assisti Jornada foi que eu poderia me ver lá. Foi um futuro que podia ver, um espelho em nós mesmos. Como a ciência com o conhecimento, empatia e onde podemos crescer, melhorar como sociedade e superar-nos.”
“Além disso, só em Jornada você pode explodir um planeta e criar algo simultaneamente usando a ciência.”
Em última análise, os aplausos foram altos para ambos os lados, embora pareceu ao autor do artigo que os argumentos a favor de Jornada tenham saído ligeiramente à frente, revertendo o que parecia ser uma audiência em favor de Star Wars, no início.
Mas, para qualquer participante que tenha se sentido decepcionado com os resultados, Mattu ofereceu uma mediação.
“Aqui todos nós ganhamos: Afinal, todos temos J.J. Abrams agora.”
Fonte: Yahoo News!