A última edição da SFX Magazine (n º 231) publicou uma matéria exclusiva a respeito de Jornada, com relação a sequência Além da Escuridão. A revista entrevistou o ator Chris Pine, o co-produtor e roteirista Damon Lindelof e o diretor J.J. Abrams. Além disso apresenta um olhar para o primeiro filme Star Trek: The Motion Picture que estreou em 1979 através do escritor Alan Dean Foster que fez a novelização.
Do artigo, destacamos a entrevista de J.J. Abrams. O diretor nada revelou a respeito da história ou do vilão, mas comentou sobre a dificuldade de fazer algo novo e revigorado hoje como a continuação de Star Trek. “O problema com filmes que meu amigo Steven [Spielberg] fez, e pessoas como George [Lucas] têm feito, é que eles fizeram tudo”, disse ele. “É muito difícil fazer qualquer coisa e não ser lembrado como – “Oh, isso é uma espécie de Poltergeist”, ou “Isso é Munique”. É muito difícil fazer algo em que você não sinta como um aceno para quaisquer destes filmes clássicos do gênero. Este filme é, definitivamente, um thriller de ação e aventura que é tão romântico e tão assustador, tão engraçado e tão inesperado quanto qualquer filme que eu amo. É o coquetel de todas as coisas que me fez querer fazer filmes quando criança. Certamente, com a abertura do filme (cena com Kirk e McCoy pulando no mar), estávamos cientes do aceno para a abertura de Os Caçadores da Arca Perdida, mas o espírito do filme é sobre um grupo de personagens que eu espero que faça você querer rir, e torcer”.
Abrams disse ainda que a Paramount não faria Além da Escuridão, a menos que ele concordasse em filmá-lo em 3D. No entanto, o diretor não se sentia confortável em ter de fazer isso,”O estúdio disse: – Você tem que fazer isso em 3D, se você quiser fazê-lo, por razões econômicas”, explicou Abrams. “Mas o meu sentimento era de que eu não gostava de 3D. Assim, a idéia de fazer Star Trek em 3D era ridícula. Mas isso foi muito útil em alguns aspectos, porque permitiu-nos trabalhar com stereógrafos e equipes em 3D de uma forma que admitimos que simplesmente ficamos amando 3D.”
Ele admite que, inicialmente, aceitou sem estar convencido disso, mas ao trabalhar em estreita colaboração com a equipe, acabou convencendo-se de que valia a pena, “Eu tenho problemas com 3D, às vezes. Eu não posso vê-lo muito bem, tenho dor de cabeça, me irrita, eu odeio os óculos, eu odeio o fato de que as coisas ficam tão turvas. Então me aproximei muito cinicamente. E o fato é que estamos usando técnicas que não foram usadas antes em 3D. Eles descobriram coisas. Eles fizeram filmes suficientes agora, com este novo processo, onde podem entender maneiras de eliminar alguns desses problemas. Coisas como interrupção de filmagens em zonas, zonas 3D, usando múltiplas câmeras virtuais. Muito disso fez-me um crente, enquanto que antes eu era realmente contra … Há esse mito de que se você não filmar em 3D não vai parecer bom. Na verdade, pode ser o oposto. Porque estamos fazendo isso na pós-produção. Eu comecei a filmar com lentes anamórficas. Você não pode filmar com lentes anamórficas em 3D originalmente. Filmamos anamorficamente por isso tinha o mesmo visual e sentimos como o primeiro filme. Mas como estamos convertendo-o depois, você tem muito mais oportunidade criativa e capacidade de fazer as coisas certas e limitar certas coisas, e afinar-las para que o público comece a ver algo realmente divertido e dinâmico. A chave para mim é que eu tenho que fazer o meu filme em 2D que eu queria fazer, do jeito que eu queria, e chega aumentada em 3D, mas isso não diminui o que foi feito em 2D”.
Chris Pine também falou sobre seu personagem e a relação com Cumberbatch.
O quanto é sombrio Além da Escuridão?
Pine: Do mesmo modo que é intenso, sombrio e há explosões violentas e todos os tipos de coisas que atraem as pessoas, é também muito engraçado. Nós gostamos de fazer os outros rirem. J. J. adora frivolidade, e ele também sabe que para cada momento profundo, cada dramático sombrio existe a luz. J. J. sempre tem um bom senso da tonalidade. Nós levamos a sério, mas não tão seriamente.
O que você pode nos dizer sobre a relação entre o capitão Kirk e o personagem de Benedict Cumberbatch?
Pine: Um grande antagonista. É alguém que está indo em uma viagem semelhante à do protagonista. Esse é um componente. O segundo é o maior patrimônio de Benedict – sua capacidade de manipular a tripulação e fazer estes jogos psicológicos com a tripulação – e com Kirk em particular. Ele é capaz de identificar a fraqueza de Kirk e a fraqueza de Kirk é o seu excesso de confiança. Ele traz a insegurança sobre ser um capitão bom o suficiente, de ser capaz de levar as pessoas para a batalha. Estas são coisas que Benedict é capaz de identificar especificamente e trazer à tona a Kirk a medida que a história avança. Puxando as cordas ele debilita Kirk a um ponto onde a sua capacidade de levar seus amigos para a batalha entra em questão.
Para o co-roteirista Damon Lindelof, mesmo que o vilão seja um personagem conhecido da franquia, o objetivo é fazer com que você não possa identificá-lo imediatamente, como Khan por exemplo, mas apenas durante o desenrolar da história, “Quando eu vi A Ira de Khan, eu não tinha visto Space Seed, eu não sabia quem era esse cara (Khan) – ele me disse quem era. Então, eu fui capaz de conseguir isso sem saber nada. Nosso trabalho é que, se estamos trazendo alguém do cânon clássico, não podemos tratá-lo como se você devesse conhecê-lo. Eles têm que nos dizer quem são”.
A SFX n º 231 procurou fazer algumas comparações da sequência atual com Star Trek: The Motion Picture. O escritor Alan Dean Foster explicou como ele imaginou James T. Kirk para o primeiro filme de Jornada no cinema. “Eu pintei um Kirk mais sombrio”, disse ele. “Pensei em um capitão de mar típico preso na terra sem um navio. De repente, ele tem a chance de recuperar o comando, mas isso significa deslocar aqueles de suas posições. Muito conflitantes”.
Embora seja um filme muitas vezes visto como sendo um pouco sem graça, Foster insiste que The Motion Picture tinha humor, e teria mais se uma certa linha fosse mantida no script. “Sim, há humor, mas é mais sutil”, disse Foster. “Na verdade, havia uma linha maravilhosa que Leonard Nimoy improvisou quando eles estavam filmando. Spock está lá e ele pergunta se Kirk e McCoy vão permanecer a bordo. Kirk diz que sim e Nimoy disse algo como “Se o Dr. McCoy vai permanecer a bordo, então a minha permanência aqui é imperativa”. É uma linha grande, engraçada e eu gostaria que eles tivessem mantido”.
Alan Dean Foster, que escreveu a novelização do filme Star Trek, também irá produzir a do novo filme, com lançamento ainda sem data, pela Gallery Books e impressão da Simon & Schuster.
Fonte: TrekToday.