Uma característica interessante nas séries de Jornada, a partir de A Nova Geração, foi o uso generalizado de interfaces de toque usado em inúmeros dispositivos portáteis nas naves. Esse futuro imaginado há 25 anos, chegou e parece que tudo será conectado e sensível ao toque: o que inclui as salas de aula. Pesquisadores da Universidade de Durham, no Reino Unido, descobriram que trabalhar coletivamente e com mesas multi-touch ajuda as crianças a aprender melhor matemática.
Um estudo que durou cerca de três anos e fez experimentos com mais de 400 estudantes, a maioria de 8 a 10 anos, percebeu que a flexibilidade e a fluência dos baixinhos com os números melhoram quando eles trabalham em grupo em mesas sensíveis ao toque – a sala é chamada de Star Trek. A ideia é que todos contribuem para o raciocínio, de forma criativa e coletiva.
“Percebemos que as mesas encorajam os estudantes a colaborar mais efetivamente. Ficamos impressionados ao observar grupos de estudantes ajudando a melhorar o entendimento dos outros de conceitos de matemática. Esse tipo de colaboração não aconteceu quando os estudantes usaram papel”, disse a pesquisadora chefe, Liz Burd, da Escola de Educação da Durham.
“Nosso objetivo era estimular níveis maiores de engajamento dos estudantes, onde o conhecimento é obtido no compartilhamento, na criatividade e na resolução de problemas, em vez de assistir (as aulas) passivamente”, continua Liz. Segundo os dados da pesquisa – publicados no periódico Learning and Instruction -, as crianças que trabalham em grupo e com mesas multi-touch melhoraram a flexibilidade e a fluência em matemática, enquanto as que lidaram com papel melhoraram apenas a flexibilidade.
O projeto Synergy, no qual se insere a pesquisa, desenvolveu mesas capazes de perceberem múltiplos toques simultâneos graças a sensores de visão que leem luzes infravermelhas. As mesas são conectadas entre si e com um quadro inteligente.
O programa desenvolvido pelos pesquisadores da universidade permite que o professor envie diferentes exercícios para cada mesa, e também de uma mesa para a outra, para que, por exemplo, um grupo complemente o trabalho do anterior. Ainda é possível o docente acompanhar cada grupo de alunos, identificar se algum está com dificuldades e o auxiliá-lo sem atrapalhar a atividade coletiva dos demais.
“É possível atingir fluência em matemática pela prática, mas ampliar a capacidade dos estudantes de achar diferentes soluções aritméticas é algo mais difícil de ensinar. Essa sala de aula pode ajudar professores a usar o aprendizado colaborativo para melhorar a flexibilidade dos alunos com a matemática”, afirma a pesquisadora Emma Mercier.
Os custos de implantar salas de aula como a Star Trek ainda é alto, dizem os pesquisadores, mas desde o início dos estudos os valores baixaram consideravelmente, apontam. Eles ainda indicam que outras disciplinas poderiam se beneficiar da tecnologia tanto quanto a matemática.
O Synergy foi desenvolvido em 12 escolas do nordeste britânico e é uma iniciativa interdisciplinar com colaboração da Escola de Educação, do Departamento de Psicologia e do Departamento de Ciência da Computação.
Fonte: Terra e SciFi Galaxy