A última edição da revista Star Trek Magazine publicou uma nova entrevista com o ator Alexander Siddig, que interpretou o Dr. Bashir da série Deep Space Nine. Ele falou novamente de seu trabalho na franquia, dos produtores Ronald D. Moore e Ira Behr, além de criticar a produção das sucessoras Voyager e Enterprise. Veja alguns trechos.
Siddig parece realmente orgulhoso de ter feito parte da forma como Deep Space Nine extrapolou os limites de Jornada. “Eu acho que ela ainda permanece como uma série individual, em todo o gênero de Jornada”, comenta. “É a única que alguém gosta. É muito diferente. Possui o selo de Ron Moore e Ira Behr.”
O ator disse que no início não era bem visto pelo estúdio, por causa de sua interpretação do personagem, “Não aconteceu realmente até a quarta ou quinta temporada, quando o produtor executivo se abriu para mim e disse: ‘Olha, nos dois primeiros anos desta série, a cada vez que tínhamos uma reunião com os chefes executivos do estúdio, eles estavam tentando te detonar!”, lembra Siddig. “Eles olham para os números, e vêem que você é simplesmente o personagem mais impopular da série. Mas nós fizemos um acordo, o produtor Rick Berman e eu, que o cara iria começar sem esperança, e evoluir. Tivemos o luxo do tempo. Sabíamos que íamos conseguir, pelo menos, seis temporadas.”
Deep Space Nine também inovou, apresentando tantas relações interpessoais. Bashir particularmente ficou ligado (no início um pouco antagônico) a Miles O’Brien (Colm Meaney) e Garak (Andrew J. Robinson). “Eles exploraram a clássica desavença britânica/irlandesa”, disse Siddig, referindo-se a amizade Bashir/ O’Brien. “Nós estávamos sendo este par, que brigava em cada oportunidade.”
Continuando Siddig sobre sua relação com o ator Colm Meaney, “E isso se manteve fora do cenário – Colm e eu tivemos brigas furiosas sobre a Inglaterra e Irlanda, e eu não tinha idéia politicamente sobre qualquer uma das coisas que eu suspeitava, agora, olhando para trás, vejo que ele não tinha nenhuma idéia de qualquer uma, mas ele falou de forma apaixonada e veemente e eu acreditei em cada palavra que ele disse! Mas ele me levaria para bares irlandeses, especialmente a ridicularizar-me diante da clientela irlandesa! Foi uma boa diversão no final. Nós nos amamos e nos odiamos um ao outro . E escolhemos sair um com o outro, mesmo que fosse para discutir a noite toda, então deve ter havido algum vínculo por lá, além do corriqueiro. Gostei muito de meu tempo com Colm, e gostei muito da relação que se desenvolveu como resultado disso. O assunto era ostensivamente sobre a liberdade, rebelião, terrorismo e opressão religiosa, esta era uma relação que resultou em antipatia, mas floresceu em um verdadeiro amor, que era realmente grande. ”
Depois que Deep Space Nine terminou em 1999, seu estilo de narrativa serializada não foi tentada novamente nas outras séries, até o penúltimo ano de Enterprise, em 2003. “Eles perderam a coragem”, critica Siddig. . “Eles pensaram que Deep Space Nine foi um erro durante vários anos, e assim eles se apressaram para chegar mais uma série em que mais precisasse repetir o sucesso de A Nova Geração. Daí veio o Voyager, que é praticamente uma cópia exata de A Nova Geração. Voyager foi uma série decente, mas não era original. Ninguém pode me dizer que era um conceito original. Enterprise foi uma espécie de comédia de erros no mesmo sentido. Eles devem ter olhado para a esquerda ou a direita e visto o que Battlestar Galactica estava fazendo, ou mesmo Bablyon 5, e repensaram: – “Bem, há um mercado para o estilo de Deep Space Nine .”
Fonte: TrekWeb.