Orci e Kurtzman falam sobre filme para 2012

Bob Orci Alex KurtzmanDurante a apresentação do DVD/Blu-Ray de Star Trek em Los Angeles, a Paramount Home Video apresentou os escritores Roberto Orci e Alex Kurtzman, que responderam perguntas sobre o filme, extras do box-set, e o foco para a sequência. Saiba também como anda a produção do próximo script que pode ser lançado em 2012.

Mais sobre o sequel de Star Trek

Com relação ao sequel de Star Trek, é mais interessante para vocês chegarem a uma nova aventura para estes personagens, ou reinterpretarem e revisitarem um episódio anterior ou de uma situação anterior? 

Alex: “Cada franquia tem uma necessidade diferente, então você tem que olhar para os filmes de maneira diferente, com base no que seja permitido. No caso de Transformers era muito importante para nós termos uma idéia sequel que ficasse por conta própria. Você não precisava ter visto o primeiro filme para apreciar um segundo. Assim, O Império Contra Ataca, Superman 2, Aliens, Exterminador 2, Star Trek 2. O que todos esses filmes têm em comum? Bem, são histórias surpreendentes, tudo por conta própria. Você não tem que ver o primeiro filme, e houve algum incrível teste emocional para o personagem em todos esses filmes. O super-homem tem que desistir de seus poderes para o amor. A relação de Spock e Kirk sendo testada por Khan. Ripley encontra uma filha. Todas essas coisas são tão grandes idéias em si mesmas, e você realmente não pode contar essas histórias em um filme, porque um filme é muito sobre a criação de um mundo”.

Christine ChapelExistem alguns conceitos ou noções, coisas que vocês queriam colocar no primeiro filme que não puderam, e que gostariam de colocar no sequel?

Bob: “Nós tivemos alguns personagens em rascunho: a enfermeira Christine Chapel, talvez alguns amigos na Academia. Mas em termos de grandes conceitos, ficamos com a impressão de que não iriam caber dentro”. 

Haveria qualquer coisa das séries Enterprise ou A Nova Geração ou Deep Space Nine, elementos, como os Borgs, Cardassianos, Bajorianos, qualquer coisa no topo da sua lista que vocês poderiam querer jogar no próximo filme? 

Bob: “Eu acho que nós pensamos nisso, só porque amamos A Nova Geração … Acho que o nosso instinto seria primeiro olhar a série original, antes de considerar isso. Mas, tudo está sobre a mesa”.

Foi dito que há uma idéia de fazer o segundo e o terceiro filmes de Star Trek sucessivos e casados? Existe alguma possibilidade disso? 

Alex: “É muito, muito importante para nós termos certeza de que cada filme seja bom e não fazermos o maior número possível. Nós sentimos que herdamos esta honra incrível, este manto de Jornada, e a coisa mais importante é termos certeza de que o estamos protegendo. Assim, se o estúdio quer mais do que um, ótimo. Mas, o nosso pensamento vai ser muito sobre a história e se a história aconselha isso, haverá mais de um”.

spock primeAgora você tem Spock Prime que vai ser um problema para a exploração do próximo filme, porque você tem um personagem que pode dizer: “se você for desse jeito vai bater nos Denobulanos e se você for por aquele lado … “? 

Alex: “Não, porque Spock voltou para um tempo diferente, onde tudo é …. As circunstâncias destes planetas poderiam ser totalmente diferentes do que o que Spock sabe”. 

Bob: “Spock pode decidir que é errado dizer-lhes tudo”. 

Alex: “Mesmo voltar no tempo é uma violação da primeira diretriz para ele”. 

Será que o sucesso do primeiro filme irá encorajar vocês a tomarem mais liberdades, com idéias para o próximo? Ou será colocará mais pressão em vocês para irem mais longe para explorar o canon? 

Bob: “Acho que a pressão será exatamente a mesma como no primeiro. É como se disséssemos: – Ótimo, estamos contentes que tenhamos uma boa vitória, mas agora teremos que fazer isso novamente – Há a mesma quantidade de trepidação e reverência pela Jornada”. 

Alex: “Mas, a emoção é saber que temos tudo no lugar. Com relação ao primeiro filme, não tínhamos idéia do que os atores se pareceriam. Agora, sabendo qual é o sentimento e quem está interpretando os personagens, vai certamente ser útil”. 

nokia-star-trekEm Star Trek, ouvimos Greg Grunberg como o padrasto, mas você não o vê. Poderemos vê-lo no DVD?

Alex: “Você vai ver o padrasto no DVD, mas não Greg. Você verá uma cena lá que acabamos cortando”. 

Bob: “Greg não estava originalmente no elenco, e em seguida, ele entrou com a voz. Há uma cena que foi filmada com outro ator”.

Há espaço para Greg Grunberg no sequel de Star Trek?

Alex: “Há sempre mais espaço para Grunberg. O problema é saber se ele vai ou não encontrar tempo. Ele está na série Heroes. Vamos ver como isso vai ficar. Se ele tiver tempo, nós vamos adorar isso”.

Grunberg quer interpretar Harry Mudd, e quanto a isso?

Bob: “Talvez, ele possa lutar contra Jack Black (Escola do Rock)”.

 

Sobre o filme Star Trek.

J.J. (Abrams) falou sobre a importância do envolvimento de Leonard Nimoy em Star Trek, então eu estava pensando, a partir de um ponto de vista do escritor, o quão importante foi sua participação? 

Alex: “Nós não poderíamos ter feito o filme sem Leonard. Nós sabíamos desde cedo que muito do que iria ser exigido na re-imaginação, e também para manter-se como verdadeiro tudo que veio antes dele, dependia de Leonard, de certa forma, nos abençoar a avançar. E dizer ao público que estamos OK, você pode fazer essa transição, agora, estou aqui para ajudá-los. E nós sabíamos que sem ele, nunca íamos ser capazes de ter um filme”. 

Bob: “Nós não concordamos em fazer o filme até que tivéssemos a idéia de que se poderia obter Leonard concordando com a história, que é uma maneira de fazer agradar tanto fãs antigos quanto tê-lo, a alma de Jornada , como a razão para as mudanças. Então, nós precisávamos de sua bênção … não aconteceu até que batemos em cima disso, e dissemos a nós mesmos: “agora sabemos como fazê-lo”. Desse modo foi fundamental para nós”. 

Alex: “Estabelecer o destino de Spock, para o Spock, foi um pouco amedrontador. Mas, foi ótimo e realmente nos deu a confiança. Ele não confirmou imediatamente, mas nos deu a confiança para seguir em frente, sabendo que gostou da direção que estava seguindo. Então, eu acho que pensando de maneira tanto criativa quanto no fundo do coração, onde queríamos que o filme fosse, não poderia ter acontecido sem seu OK”. 

Bob: “Nós tomamos um grande risco. Passamos cinco meses a escrevê-lo, sem saber se ele diria sim“. 

kirk spock primeAlguém me enviou uma carta dizendo que o fato de Spock ter que parar o filme para explicar a Kirk era algum tipo de quebra no script. Vocês concordam com isso? Vocês tiveram que parar e explicar para o público, tudo o que aconteceu? 

Alex: “Eu acho que nós tendemos a ser atraídos para estruturas que são muito misteriosas, pelo menos por uma hora ou hora e quinze minutos. Como um membro da platéia, eu sempre gosto muito de me perguntar: – O que está acontecendo aqui? Eu não entendo isso. É realmente intrigante. Onde está a piada nisso? – Mas, quando você está em dívida, então você deve pagar, e pagar é sempre o momento em que alguém chega e diz: – Ok, aqui estão algumas das respostas as perguntas que você está pedindo para estas uma hora e quinze minutos – O truque com esses tipos de cenas, é torná-las realmente interessantes e torná-las muito dirigidas ao personagem, porque o que você não quer é uma cena em que alguém está apenas dizendo que você pensa. Isso é realmente chato, e o público tende a se desinteressar. O ás na manga que tínhamos era que sabíamos que era uma história muito emocional para Spock dizer, porque ele estava contando sobre a perda de seu planeta, e ele estava falando sobre sua responsabilidade nisso”. 

Bob: “E é um elo mental. Não é apenas um depósito de informações. É um elemento artístico de Jornada”. 

Alex: “É literalmente um novo Kirk, que não gosta de Spock, mas percebe que Spock é um personagem muito mais amplo do que ele conhecia. Então, tivemos muita sorte nesse caso, em ter tantas coisas do personagem infundidas em uma cena”. 

Você pode dizer, qual foi o primeiro momento em que vocês viram que era Jornada, seja na escrita ou quando começaram a ver na sala de edição, onde vocês começaram a sentir que tinham isso? 

Bob: “Você ganha duas vezes. Você percebe uma vez, quando sabe que tem a história, e acho que sentimos isso, muito fortemente, quando estávamos escrevendo. Vem o “Ah-ha!” de ter Leonard Nimoy, que foi grande para nós. Mas então, você realmente tem que filmar. E fica a dúvida, você pode realmente substituir os ícones? O que é que vai ser? Mesmo no meio da filmagem, quando você vai para o cenário, você está esperando que seja legal e que não seja um Saturday Night Live (um programa de comédias), ou algo assim. Acho que foi depois que vi o primeiro corte, provavelmente. Assim, sentimos uma vez quando escrevemos e outra vez quando vimos o primeiro corte e vimos que os atores são ótimos, e o desenho de produção realmente pareceu ótimo”. 

Alex: “Eu acho que a escrita foi provavelmente a experiência mais emocionante que tivemos, porque você está tratando não só destes personagens icônicos, mas da responsabilidade que de repente você está tendo de trazê-los de volta para o mundo de uma maneira nova e em seguida, contar uma história que é profundamente emocional”. 

Quando você está escrevendo sobre os personagens que são muito bem estabelecidos,  na série original, alguns diálogos são um pouco duvidosos, com gírias da época. Como vocês capturaram o som deles, sem fazer com que o diálogo seja dos anos 60? 

Bob: “Nós tivemos sorte nisso, quando surgiu a idéia, porque sabíamos que ia ser sobre jovens e se transformando no que são, portanto, fixou um arco muito natural em que eles não chegam a ser as pessoas que você vê na série, até o final do filme. Isso nos eximiu de não ter de imitá-los exatamente, e sermos capazes de contar uma história deles se comportando com responsabilidade”. 

Alex: “Também, porque esses personagens estavam muito enraizados em nossas mentes desde a infância, eles ainda estão vivos em sua cabeça, de alguma forma. Assim, uma vez que você está sentado escrevendo-os, você está ouvindo sua voz infantil, voltando-se para você, e que se torna sua melhor bússola, quando você está escrevendo um diálogo, porque todos nós sabíamos que existiam certos traços fundamentais sobre todos os personagens, que tinham de ser representados. Mas a questão que se tornou foi: – Como é que você vai fazer isso de uma forma nova? – Nós não tínhamos qualquer elenco de atores, quando estávamos escrevendo o primeiro rascunho, por isso era muito importante saber sobre suas personalidades, para depois encontrar uma maneira de torná-la frescas”. 

Bob: “E, lendo os romances ajudou, um monte de romances de Jornada”. 

narada kelvinA seqüência de abertura de Star Trek foi muito surpreendente. Como é que evoluiu, e como vocês abordaram isso? 

Alex: “Curiosamente, essa não foi a primeira cena do filme que nós escrevemos. Essa foi a segunda cena do filme, e a primeira cena do filme está realmente no DVD. A primeira cena do filme foi o nascimento de Spock. Sabíamos que a maneira como esses personagens nasceram iria definir tudo sobre quem se tornariam. Sabendo que Kirk estava indo ser um renegado, sabendo que ia ter problemas com o padrasto, sabendo que ele estava perdido, sabendo que ia ter que se tornar capitão, prescreveu uma série de coisas que permitiram-nos pensar em como criar um homem como esse e enfrentar o desafio dele ser tão bom quanto seu pai, que, literalmente, morreu no serviço para mantê-lo vivo. Será que estamos à altura desse desafio? Era um lugar muito emocional para começar”. 

“Além disso, uma das coisas que temos ouvido muito foi que as mulheres não gostam de sci-fi, porque não há emoção. Ficamos totalmente ofendidos com isso e pensemos:  – Bem, isso é besteira. Vamos mostrar a eles o quanto estão errados, de imediato, e em seguida, todos estarão igualados. Então, todos nós podemos ir para a frente”. 

Bob: “Eu acho que o primeiro núcleo da história que tivemos foi que: “Kirk deve nascer no espaço. Ele está na nave de seu pai, que está em batalha”. Começamos a pensar que ele deveria nascer no espaço … e não Iowa”. 

 

Sobre o DVD e Blu-ray do filme.

J.J. falou sobre aproveitar a oportunidade do DVD para explorar ou examinar algumas das questões lógicas que os fãs de Jornada ainda tem. Há mesmo uma possibilidade, com Star Trek, do tipo fazer alguns saltos lógicos ou explicação lógica para a história no DVD?

Bob: “É. Como dissemos anteriormente, nós tentamos estar abertos sobre o que temos consciência no momento. Certamente, algumas das decisões que tomamos, cientificamente, em termos de cânon, estão lá, sim. Isso é o que o filme inteiro se refere. É canon ou não é? E onde você se situa sobre ele, se você é fã? Você não pode evitar essa discussão”.

star trek blu rayExiste uma grande quantidade de cenas deletadas no DVD do filme, e houve até cenas excluídas do script antes, que foram filmadas. Qual foi a cena mais difícil para vocês perderem? 

Bob: “Não houve nenhuma, porque o nosso roteiro original não incluía as cenas que acabaram ficando cortadas”. 

E sobre toda a coisa Klingon? 

Bob: “Nós adicionamos mais tarde. Sabíamos que poderia ser longa, mas só fizemos para ela. Então, nos sentimos bem como exatamente ela acabou”. 

Vocês poderiam falar sobre algumas das diferenças da abordagem feita para o DVD de Star Trek e as características especiais para o DVD de Transformers? Há laguma diferença?  

Alex: Não. Acho que as diferenças estão na maneira que os filmes foram feitos, mas não necessariamente na abordagem dos extras do DVD. O que é realmente legal sobre os extras do DVD é que, em ambos os casos, eles documentaram tudo o que estávamos fazendo juntos, desde o minuto em que começou, até o filme ser lançado”. 

Bob: “Nós tentamos ser o mais abertos no modo como chegamos a tornar as coisas possíveis. Não é apenas, “Eu me lembro daquele dia.” É mais uma interpretação do que fizemos”. 

Alex: “Nós crescemos não tendo nada disso. Por exemplo, havia um livro de roteiro. Só isso. Agora, há DVDs, você pode ficar online, e pode ver tudo. Há muita coisa lá. Acho que nós sentimos como se fosse legal as pessoas terem uma coisa que não tivemos. Então, tentamos dar o máximo para os extras do DVD que pudemos”.

O site IGN publicou um artigo onde os roteiristas dão as últimas notícias a respeito de como anda o trabalho de produção da nova história.

“Estamos no processo de releitura de alguns dos nossos romances favoritos de Jornada e olhando para a série de TV (original) novamente. Temos alguns temas básicos. A resposta honesta é que não sabemos ainda”, Orci revelou. Quanto aos personagens, ele disse: “Eles estão, finalmente, em sua contínua aventura. Eles estão definitivamente estabelecidos”. 

Quando perguntado sobre uma data de lançamento, Orci disse que parece que o sequel virá em 2012, “mas não temos certeza”. 

Kurtzman acrescentou que para transformar a nova história no primeiro rascunho, “Inicialmente, estávamos pensando que o prazo era até o Natal (deste ano), mas o lançamento foi alterado. Certamente eu diria que terminaremos nos próximos oito meses”. 

Orci reiterou que, nesta seqüência, “Os personagens estão estabelecidos. Eles são finalmente uma tripulação. Vai se assemelhar mais ao que você já viu em termos deles já serem como são”.

A Paramount está preparando quatro blockbusters para 2011: Thor, Capitão América, Kung Fu Panda 2 e Transformers 3. Além disso, segundo informação do site Variety, o estúdio estaria tendendo a colocar J. J. Abrams na produção de Missão Impossível III IV para lançamento em 2011. Agenda cheia tem também o ator Chris Pine, que está em negociações com a Paramount para trabalhar em The Art of Making Money, com direção de D.J. Caruso, cuja estréia está programada para o mesmo período. Portanto, a possibilidade de Star Trek 2 vir a ser visto em 2012 é grande, ainda mais que J. J. Abrams planeja um espaço de três anos para cada filme. Só resta aguardar. 

Fonte: TrekMovie e TrekWeb