O designer de som, Ben Burtt, foi um dos membros da equipe de J. J. Abrmas a ser entrevistado pela revista inglesa Star Trek Magazine. Burtt falou sobre os elementos da série original de Jornada nas Estrelas que ele tentou copiar para o novo filme Star Trek, juntamente com novos sons. Veja os pontos mais importantes.
Benjamin Burtt é um especialista em efeitos sonoros, vencedor de dois Oscar no gênero com os filmes E.T. e Os Caçadores da Arca Perdida. Entre outros trabalhos seus temos os efeitos sonoros em Guerra nas Estrelas: o robô R2-D2, os sabre de luz, bem como o som da respiração de Darth Vader. Em 2008 produziu a “voz” do robô WALL-E e os efeitos sonoros de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal.
Para Star Trek, Burt destacou a sonoridade utilizada na Série Clássica, que ele procurou manter intacta, acrescentando novos efeitos.
“Duas coisas nos originais efeitos de Jornada foram revolucionários: Roddenberry teve uma equipe que criou muitos detalhes. Cada sala da nave soava diferente. Cada botão fazia um barulho, quando pressionada uma alavanca ou um switch. Não só havia lá os sons articulando todas essas coisas para fazê-los soar como reais, mas os sons eram muito musicais. Alguém apertava um botão, havia uma pequena melodia. Isso não estava no filme, no ponto em que cheguei: você apenas ouvia um pequeno beep. Se era Jornada, precisava cantar um pouco e sentir como isso estava vivo. Você realmente sentia que havia uma complexa operação em curso e foi divertido ouvir. As naves e as armas e os ambientes dos lugares que eles foram era uma forma de música. Quando eles íam para planetas havia sempre um tom acontecendo, como uma campainha, ou harmonia em eco. Eu tentei criar sons nesse estilo”.
“A outra coisa que foi muito utilizada na série original foi muita gravação de rádio de ondas curtas e sons das transmissões e de código Morse, coisas que você pode pegar entre as estações num rádio de ondas curtas. Eu adoro esse tipo de coisa e eu tenho colecionado isso há anos. Há alguns que, no original programa de televisão e no início de todo o filme, nestes primeiros minutos ou dois, onde a Kelvin está sendo vista, é tudo sons de rádio de ondas curtas. Isso mostra para o público que ela está a caminho da borda do universo, apenas em contato. As coisas estão longe: há esses sons desencarnados que estão sendo transmitidos ida e volta. Essa não é a forma como o som se propaga, mas eu queria fazê-lo parecer como naves que estavam lá fora. Eles imaginavam encontrar algo novo, então tentei aproveitar esse legado na ficção científica de usar o rádio”.
Fonte: Trek Movie e TrekWeb