O produtor Rick Berman foi um dos membros da produção que permaneceu por mais tempo no comando de Jornada nas Estrelas. Desde o piloto da série A Nova Geração, até o último filme, Nemesis, Berman esteve à frente por dezoito anos. Numa entrevista realizada em 2006 e só agora disponível, ele faz um balanço do seu trabalho, comentando sobre sua ascensão e queda do comando de uma das maiores franquias da TV.
Keith Richard Berman é um veterano escritor e produtor de televisão. Em 1986 ele entrou para a franquia, para compor a equipe de Gene Roddenberry que criaria a série A Nova Geração. Com a morte de Gene, Berman assumiu o comando, tornando-se produtor das demais séries: Deep Space Nine, Voyager e Enterprise. Ele também produziu e co-escreveu os quatro últimos filmes.
Sob a orientação de Berman, A Nova Geração tornou-se a primeira série de Jornada a ser lançada em Syndication e a receber indicação para o prêmio Emmy de Melhor Drama em 1989. Ao todo, a série ganhou 16 prêmios Emmy e, com um total de 55 indicações ao Emmy, continua a ser uma das mais indicadas de todos os tempos. Deep Space Nine ganhou quatro prêmios Emmy e 31 nomeações, Voyager ganhou cinco prêmios Emmy e 26 nomeações.
Essa entrevista, que durou três horas, foi realizada em 31 de maio de 2006, ano em que Berman saiu da franquia. Foi produzida pelo Archive of American Television, que faz parte da Academy of Television Arts & Sciences, uma fundação que é notabilizada pelos arquivos de entrevistas com celebridades da televisão. O Archive possui uma grande biblioteca deste tipo. Nsse video, Berman fala sobre sua carreira na franquia e curiosidades. A Archive of American Television tornou essa entrevista acessível ao público somente agora e que foi publicado pelo site Trek Movie. Como o video é muito longo, foram colocados os principais pontos de seus comentários. Veja abaixo.
Início de trabalho em A Nova Geração
1 – Gene Roddenberry admitiu Berman parcialmente, porque achava que ele nunca tinha visto Jornada antes;
2 – A Nova Geração foi para o syndication porque poderia “fazer mais dinheiro” e porque “a Paramount sentia que a franquia estava no fim”;
3 – O teste final para a escolha de Picard ficou entre Patrick Stewart e Stephen Macht. Macht acabou sendo convidado depois para fazer um bajoriano em Deep Space Nine (The Circle e The Siege);
4 – Por insistência de Roddenberry, Stewart fez um teste com peruca. Mas o chefe da Paramount Network Television, John Pike, deu a palavra final: “vamos com a cara inglês, mas sem a peruca”;
5 – Berman queria James Avery para fazer Worf, e Roddenberry queria um ator mais novo. Michael Dorn foi escolhido (apenas quatro anos mais jovem);
6 – William Campbell, que fez Trelane e Koloth na série original, chegou a ser escolhido para interpretar Riker, mas o executivo Pike disse que não sentia que o ator tivesse presença de comando. Assim ficaram com 2ª escolha, Jonathan Frakes. Campbell depois surgiu em Deep Space Nine no papel do mesmo Klingon, mais envelhecido.
7 – Gates McFadden (Dra. Crusher) pediu para sair no final da primeira temporada, porque a atriz entrou em conflito com escritor chefe Maurice Hurley, que não gostava de sua atuação. Berman trouxe Gates de volta para 3ª temporada, depois que Hurley saiu;
8 – Whoopi Goldberg inicialmente queria substituir Gates McFadden como a médica da nave, para 2 ª temporada, mas percebeu-se que ela não estava certa para o papel, então criaram uma espécie de “nova Yoda”, Guinam.
9 – Berman disse que tanto Denise Crosby (Tasha Yar) quanto Wil Wheaton (Wesley Crusher) lamentaram terem deixado a série “num prazo inferior a um ano”;
10 – Berman disse estar “orgulhoso” dos atores que viraram diretores como Jonathan Frakes (Riker), Robert Duncan McNeill (Tom Paris), e Roxann Dawson (Belana Torres), mas outros “revelaram-se delatores” (não quis citar nomes);
11 – Nick Meyer veio a Berman com a idéia de amarrar Star Trek VI a série, resultando no episódio duplo “Unificação”;
12 – A visão de Roddenberry do século 24, sem conflitos entre os personagens, foi a mais difícil premissa para escrever;
13 – No término de 7 anos, A Nova Geração estava ” com saldo devedor”, devido aos custos crescentes e que o chefe da Paramount, Sherry Lansing, queria um filme da série.
O trabalho na série Deep Space Nine
1 – Berman disse que “nunca teve uma chance” de falar sobre Deep Space Nine com Gene Roddenberry, mas considera que a série “continuou verdadeira” com a visão de Roddenberry;
2 – Foi o chefe da Paramount, Brandon Tartikoff, quem primeiro levantou a idéia de outra série para coincidir com A Nova Geração. “Nós realmente não poderíamos por mais sete pessoas em uma nave espacial … tínhamos que fazer algo diferente”;
3 – De acordo com Berman, usar Bajorianos e Cardassianos para criar um conflito, permitiu-lhes ficar dentro das regras de Gene, de não haver conflitos entre as pessoas da Frota Estelar;
4 – O co-criador Michael Piller sugeriu a idéia de um capitão negro, resultando na escolha de Avery Brooks;
5 – Deep Space Nine era para ser “mais sombria e tensa”, parcialmente, em resposta à crítica de que A Nova Geração foi “muito suave e muito convencional”
6 – Berman observa que os soldados veteranos acham Sisko “mais verossímil” como um comandante militar dos capitães de Jornada;
7 – Berman chama o ator Colm Meaney de seu ator favorito “na Terra” e nomeou o personagem como Miles O’Brien em homenagem a seu sobrinho;
8 – A escolha da atriz para fazer Dax foi a mais difícil, porque é difícil encontrar atrizes que são bonitas e podem interpretar na televisão;
9 – O retorno de Worf (Michael Dorn) na quarta temporada foi porque as “avaliações estavam caindo”, mas ele não tinha certeza se fez a diferença na audiência, talvez “um pouco”;
10 – Berman, por vezes, questionou se Roddenberry teria prosseguido com elementos espirituais na série, mas sentiu que tinha o suficiente para um elemento sci-fi;
11 – Para os efeitos do episódio Trials and Tribble-ations, eles só puderam fazer metade do que foi feito em “Forest Gump“, com a mixagem dos personagens da série original;
12 – Executivos da Paramount gostavam de mostrar o cenário do Promenade quando havia visitantes no estúdio;
13 – Deep Space Nine foi criada para ter 7 temporadas.
O trabalho na série Voyager
1 – Após o final de A Nova Geração, a Paramount percebeu que duas séries sendo executadas simultaneamente funcionaram e queria uma substituta, mas Berman e Piller consideram que o estúdio “estava pressionando” com muita Jornada (série juntamente com filme);
2 – A Paramount “foi inflexível”, especialmente sobre o uso de Jornada como âncora para a nova emissora UPN;
3 – Sem A Nova Geração eles concordaram que a nova série “poderia voltar para uma nave”, mas queriam uma mulher como capitã e uma nova configuração (quadrante Delta) para “fazer algo que não tinham feito ainda”;
4 – Os co-criadores Michael Piller e Jeri Taylor “adoraram” a atriz Geneviève Bujold, originalmente escalada como a capitã Janeway, mas Berman sentiu “que havia algo estranho … e que isso não parecia certo” com ela e com sua capacidade para lidar com episódios de TV;
5 – Eles disseram a Bujold “o quanto é horrível” trabalhar num episódio para TV e “pintaram um quadro muito escuro”, mas ela ainda queria fazer o papel, em seguida, com a desistência no segundo 2 dia, ele sentiu “uma maravilhosa sensação de justificativa”, de que estava certo sobre Bujold. Mulgrew, como foi sua primeira escolha, era “perfeita para o papel”;
Nota do editor: A atriz canadense Geneviève Bujold já havia iniciado as filmagens no papel da capitã Nicole Janeway, e voltou atrás, largando o set de filmagens após dois dias de gravação, alegando não estar acostumada com o ritmo frenético da televisão. A substituta, Kate Mulgrew, começou a filmar dois dias depois de ser contratada, tendo sido o nome da personagem alterado para Kathryn Janeway.
6 – Berman comentou sobre a insatisfação do ator Robert Beltran (Chakotay) com seu personagem, “ele ficou um pouco frustrado porque nunca conseguiu uma parte tão grande quanto ele esperava que fosse, mas ele fez um bom trabalho”;
7 – Tim Russ foi a segunda escolha para fazer Geordi La Forge (interpretado por LeVar Burton), assim Berman estava ansioso para contratá-lo em outro papel, Tuvok;
8 – Berman sobre a personagem Kes (interpretado por Jennifer Lien), “a personagem simplesmente não funcionou, tornou-se supérflua”, assim ela foi preenchida;
9 – Trazer Jeri Ryan como 7 de 9 foi uma resposta à preocupação do estúdio quanto ao deslize da audiência e exigência para apimentar “as coisas”;
10 – O sucesso de Jeri Ryan “causou problemas” com a Kate Mulgrew e “houve um pouco de antagonismo” entre as atrizes;
11 – A alta utilização do Holodeck na Voyager foi um pouco devido aos escritores estarem “ansiosos” para usarem de novo o dispositivo depois de Deep Space Nine, onde as holosuítes de Quark eram “orgias”, com “efeitos desagradáveis”;
12 – Para o episódio final, eles “consideraram tudo”, inclusive o não retorno à Terra, 7 de 9 morrendo, morrendo Janeway e outros;
13 – Avaliação final de Berman sobre se a premissa da nave “levada para casa” era o certo a fazer: “Foi difícil. Acho que foi uma boa idéia ir nessa direção, mas há algo sobre aventurar lá fora e tentar voltar para casa, que são radicalmente diferentes um do outro. E eu acho que Jornada, em geral, é um espetáculo sobre a exploração, significa ir em frente e não tentar encontrar o seu caminho de casa, por isso nos detivemos em certas áreas, mas … Acho que foi o melhor dos dois mundos “.
O trabalho na série Enterprise
1 – O ímpeto para a Enterprise novamente veio do estúdio, quando Voyager estava terminando, e Berman disse que “implorou para que deixassem a franquia ter um descanso de alguns anos”;
2 – O estúdio queria que a série Enterprise tivesse início antes da Voyager terminar, mas Berman os convenceu a esperar até que terminasse com a série anterior;
3 – Berman achava que o prequel funcionaria melhor do que ir a frente após a era A Nova Geração, “não oferecia muito mais que isso”, pois seriam apenas trajes espaciais emborrachados e mais brilhantes no espaço;
4 – O produtor não concorda com os fãs que achavam que ele e o co-criador Brannon Braga ignoraram o canon e a continuidade, observando “Absolutamente não, nós tentamos prestar muita atenção a ele”;
5 – Lidar com alguma ciência e tecnologia foi “frustrante” porque a tecnologia moderna de hoje é mais avançada do que a mostrada em A Nova Geração ou Voyager (como os laptops sendo mais avançados que o computador de mesa de Picard ou celulares parecendo mais avançados do que os comunicadores da série original);
6 – Ele queria que o elenco de Enterprise fosse jovem e que o público se relacionasse com eles “mais do que fizeram com as outras séries”;
7 – Scott Bakula foi trazido pelo estúdio, mas a produção ficou entusiasmada com ele, já que ele era “perfeito” para Archer, e o personagem era “apenas humano”;
8 – Jolene Blalock (T´Pal) “foi outro caso de uma mulher bonita que pode interpretar”;
9 – Quanto a Conner Trinneer (Tucker), o mesmo “teve que lutar para ter o papel”, já que o estúdio queria um típico “menino bonito”;
10 – Dominic Keating foi encontrado fazendo o teste para um papel, que seria para a 7ª Temporada de Voyager;
11 – Berman e Braga entraram a bordo de um submarino na Base Naval de San Diego para obterem esse tipo de sensação para a NX-01, depois tiveram de convencer o estúdio que queria “cor, cor e cor” para a nave;
12 – Berman chama a escolha de “Faith of the Heart” para a canção tema de Enterprise como “outro exemplo de sua teimosia, certa ou errada”, mas salienta, “os fãs a odiaram”;
13 – O pensamento de Berman, inicialmente, era que ter “Star Trek” no título da série poderia torná-la “mais abrangente” e não levaria em consideração a importância da premissa como o início de tudo. Mas após avaliações da audiência, a CBS sugeriu colocar “Star Trek” de volta para o título;
14 – O longo arco para o terceiro ano foi uma resposta ao estúdio que estava preocupado com os índices de audiência, Berman achava que ajudaria a audiência e “permitiria Archer tornar-se um personagem mais durão”;
15 – A Paramount falou para a emissora UPN para ajudar a série a chegar perto dos mágicos 100 episódios na quarta temporada, reduzindo taxa de licença;
16 – Berman indaga se o episódio final These are the Voyages foi realmente “um erro”, reconhecendo que alguns o consideraram “desrespeitoso”;
17 – Ele cita Manny Coto e os laços com a série original como críticos para o sucesso da quarta temporada e afirmou que “não há qualquer dúvida de que poderíamos ter ido para as outras três temporadas se tivessem nos dado a chance”.
O trabalho nos filmes
1 – Star Trek VII VIII: First Contact é “sem dúvida” o filme favorito de Berman, e acredita “que realmente funcionou” e “foi o mais divertido de fazer”;
2 – Sobre a morte de Kirk em Star Trek: Generations: “este foi um personagem que morreu há muito tempo quando A Nova Geração teve lugar, mas ficamos marcados como matadores do Capitão Kirk”;
3 – Star Trek: Generations “foi melhor que o estúdio esperava, mas aprendemos muitas lições com isso”;
4 – Star Trek: Insurreição era para ser uma história mais “flexível”. Piller queria uma mudança depois de First Contact, que seria um “retorno ao filme de ação”;
5 – Berman sente que Insurreição “teve algumas coisas incríveis, mas não funcionou muito bem como First Contact “;
6 – O produtor considera Nemesis “um clássico filme de Jornada”, no espírito dos filmes de Nick Meyer, mas reconheceu que “não foi bem recebido por todos”
7 – Não acredita que a proximidade com o lançamento de O Senhor dos Anéis fosse fator para o fracasso de Nemesis, mas admite: “Eu não sei o que deu errado”, exceto possivelmente “fadiga de franquia”.
Seus favoritos em Jornada
1 – Star Trek VII VIII: First Contact é seu filme favorito;
2 – Não é preciso muito esforço para advinhar que a A Nova Geração é a série querida de Berman, porque foi a série em que ele “ganhou experiência” e “mais amigos com o elenco e produção”;
3 – Sua segunda escolha para série favorita foi Enterprise, porque ficou muito envolvido com a criação e roteiro;
4 – Seu convidado especial favorito foi Stephen Hawking;
5 – Os episódios de viagem no tempo são os seus preferidos, notadamente Yesterday’s Enterprise, mas Best of Both Worlds é o favorito dos favoritos;
6 – Berman acredita que o maior legado de Jornada é a visão edificante de Roddenberry “sobre o futuro, retratando a cultura do homem, mais desenvolvido na melhor maneira, ao contrário de outros sci-fi sombrios”;
7 – O ponto alto de sua carreira, ele considera que foi o trabalho no filme Fly (película de 19 minutos), como produtor assistente, onde foi capaz de trabalhar com John Lennon.
Quanto a tal comentada fadiga da franquia Berman explicou.
Jon Dulgen, que foi o presidente de todos os tempos da Paramount na época, usou a frase para mim: “fadiga da franquia”, que eu acho que foi uma das melhores explicações para o que estava acontecendo de errado. Porque, ao mesmo tempo, fizemos um filme com um dos roteiristas de topo de Hollywood (John Logan) chamado Star Trek: Nemesis e simplesmente fracassou e, simultaneamente, houve problemas acontecendo com a empresa. Nemesis era um bom filme. Não era um filme problemático de modo algum. Acho que ele realmente tinha algo a haver com uma sensação de fadiga da franquia e o fato de ter havido muita Jornada. Como eu disse antes, acabamos, depois da quarta temporada de Enterprise, produzindo 624 horas destas quatro séries de televisão, que é algo sem precedentes.
Em relação ao novo filme Star Trek, produzido por J. J. Abrams, Berman fez seu primeiro comentário, observando que em 2006, Abrams tinha sido contratado recentemente e ainda não havia nada sobre essa reimaginação.
Bem, há uma conversa de que J.J. Abrams, que é um dos diretores quentes da televisão e cinema, começará a desenvolver um tipo de reinvenção de Jornada. Isso poderia ser muito emocionante. Eu acho que, se houver, não “se”, quando houver outra série de televisão, ela provavelmente irá sair disso. Eu acho que a TV culta precisa de um descanso. a franquia ficou apenas fora do ar por um ano. Acho que ela precisa de um pouco mais de um descanso. Acredito que Jornada vai continuar por muito tempo. Dificilmente existe uma pessoa neste planeta que não saiba o que significa velocidade de dobra, do que “leve-me para cima, Scotty” significa, ou o que um torpedo de fóton é. Acho que Jornada, de um jeito ou de outro, vai continuar por muito tempo. Quanto a TV, acho que é bom dar um descanso por um número de anos.
Sobre a crítica dos fãs ao seu trabalho à frente da franquia.
Eu levei muito das críticas a sério. Eu não acredito que qualquer uma das pessoas envolvidas nesses sites achem que eu os tenha lido, mas na verdade foi o que fizemos. E eu acho que muitas das críticas que foram dirigidas a nós pelo pessoal mais conservador tenha a haver com o fato de que nós ignoramos os seus desejos e ignoramos a cronologia de Jornada e o cânon. Não é verdade. Eu gostaria que tivesse havido alguma forma de me comunicar com essas pessoas ao longo dos anos, de um jeito um pouco mais crível. Eu entrei uma vez na Internet e disse às pessoas quem eu era e não acreditaram em mim, então eu fiquei de fora.
Como ele gostaria de ser lembrado pelos fãs e pela mídia.
Correndo o risco de parecer piegas, eu gostaria de ser lembrado como alguém que teve a visão de Gene Roddenberry, do que Jornada era – as pessoas achavam que ele não teria esse espírito ao fazer mais uma série e foi muito emocionante ver como ele estava satisfeito com a reação que A Nova Geração causou depois de muitos anos sem produzir programas na TV. Eu gostaria de ser lembrado como alguém que teve a sua visão de futuro e a idéia do que Jornada foi imaginado ser, e que tentou manter essas quatro séries e quatro filmes fiéis a seus ideais. Eu me pergunto se essa visão terá fundamento no futuro. Eu gostaria de pensar que foi algo que eu consegui alcançar.
Atualizado.
Para quem quiser saber mais a respeito das produções de séries e filmes de Jornada acesse os links abaixo das respectivas matérias no TrekBrasilis.