O site da New Scientist, uma das mais conceituadas revistas sobre área científica e tecnológica, publicou um artigo a respeito do filme Star Trek, onde comenta a tecnologia ficcional utilizada, fazendo comparações com os estudos atuais. Veja também a opinião da CNN sobre o filme e a previsão de bilheteria do Box Office Mojo.
“Poucas séries podem dizer que inspiraram tanto as pessoas a tornarem-se cientistas e engenheiros quanto Jornada nas Estrelas“, disse o artigo do New Scientist. “Durante seu apogeu na Corrida Espacial, a ênfase da série no conhecimento, na descoberta e na invenção tocou a imaginação de milhões de pessoas”.
Mas, de acordo com a revista, embora a premissa da série original seja explorar novos mundos, procurar novas vidas e novas civilizações, a maioria das séries subsequentes ficaram centradas na ação, relegando à ciência para uma exposição technobabble. “Teria J. J. Abrams reestabelecido o equilíbrio?”, indaga o autor.
O artigo classifica o trabalho do criador de Lost como uma “reinicialização feliz”, mantendo as caracterizações originais dos personagens, com um enredo e direção atraentes e de movimentos rápidos, mas ressalta que a história refere-se a fome de vingança e conflitos pessoais, e não a fome por conhecimento. Apesar disso, o filme continua com “‘o hábito de utilizar o aparato científico para vestir as suas fantasias”. Às vezes, segundo o artigo, isso é duvidoso: uma supernova ameaçar a galáxia inteira e um buraco negro que, como na maioria da ficção, comporta-se como um aspirador de pó cósmico. Outro conceito favorito do Sci-Fi e de caráter não comprovado é o de “mundos paralelos, usados em ardilosos e enlouquecedores efeitos”.
O autor lamenta também que outras teorias científicas, como o teletransporte e a viagem no tempo, enquanto ainda estão fazendo manchetes no mundo real com suas pesquisas, não tenham nada de novo sobre sua utilização como dispositivos ficcionais no filme.
Mas no geral, a revista considera que “a tecnologia usada é mais plausível” e cita a misteriosa matéria vermelha usada por Nero para destruição maciça, que tem paralelo com o (possivelmente fictício) mercúrio vermelho que ocasionalmente assusta experts em controle de armas. Bem como a “deslumbrante seqüência, em que Kirk e companhia voam de para-quedas para a superfície do planeta a partir de uma órbita, o que poderá em breve ser o próximo esporte radical”.
Nota: a substância mercúrio vermelho nasceu de rumores, após o fim da União Soviética, de que estaria sendo vendida como ingrediente de artefato não nuclear de grande potência ou a chamada bomba suja. Até hoje é científicamente discutível essa sua função. Ela foi tema do filme Operação Mercúrio Vermelho.
Artigo do CNN.
A CNN publicou um artigo, através de sua repórter Mairi Mackay, sobre a promoção do filme e a opinião da crítica em geral. Abaixo alguns trechos.
A grande publicidade em torno de Star Trek sugere que ele poderia se transformar em um filme para rivalizar a Batman: The Dark Knight, e introduzir Jornada para uma nova legião de fãs.
Abrams resolve o problema de forma convincente ao lançar um prequel de uma série cujos personagens, como o capitão James T. Kirk (de Wiliam Shatner), estão indelevelmente gravados na consciência coletiva pop-cultural com uma inspirada combinação de novos e conhecidos rostos.
A Paramount, o estúdio por atrás de Star Trek, já deu luz verde para o próximo filme da série e assinou contrato com J. J. Abrams para produzir – uma indicação, talvez, da grande esperança que eles depositam para este filme.
Previsão de bilheteria para Star Trek.
O site IMDb publicou uma previsão de Brandon Grey, o homem por detrás do Box Office Mojo, que considera Star Trek como a terceira maior arrecadação do ano com 230 milhões de dólares, atrás apenas de Transformers: Revenge of the Fallen (400 milhões) e Harry Potter and the Half-Blood Prince (315 milhões), ultrapassando grandes blockbusters como X-Men Origins: Wolverine e Terminator Salvation. Ele também fez uma pequena avaliação do filme.
Esta é uma previsão ousada quando a história aponta para uma menor receita, para não falar do último filme (Nemesis) e séries televisivas que saíram com nota baixa. Mas este é posicionado como um reboot a la Batman Begins e Casino Royale, oferecendo a familiaridade de personagens culturamente icônicos, com a promessa de uma grande e visceral aventura. Este é o coringa imprevisível que tem potencial para ser este ano, o ano do Homem de Ferro … ou poderia simplesmente cair dentro da norma da franquia.