A revista SciFiNow Magazine entrevistou os roteiristas Roberto Orci e Alex Kurtzman, que falaram sobre Nimoy, cânon e a velha discussão com Star Wars. Temos ainda o site The Hollywood Reporter analisando a campanha de marketing do filme, com informações do terceiro trailer e opinião de Richard Arnold.
Falando ao SciFiNow Magazine.
A entrevista da SciFiNow começa com a opinião dos escritores sobre a decisão da Paramount de mover o filme para o verão americano, temporada de maior competição entre os blockbursters e acaba na repetitiva comparação com outra grande franquia, Guerra nas Estrelas.
“Obviamente que era confortável para o Natal, porque esse era o seu nicho”, disse Orci sobre a mudança. “Mas todos nós sentimos que o filme possa sustentar o que necessita para sustentar, no verão. Uma das coisas que disse logo de início, é que Guerra nas Estrelas e Jornada são sempre as que estão sendo comparadas entre si por determinadas pessoas. Por que Guerra nas Estrelas é capaz de superar tudo isso, embora todos eles estejam no espaço e alguns personagens sejam semelhantes? Parece apenas que Guerra nas Estrelas teve um pouco mais de rock and roll que Jornada“.
“Por isso calculamos que faltava um ingrediente, que era necessário um pouco de rock and roll”, concordou Kurtzman. “E se nós conseguimos fazê-lo, acho que vai de encontro as expectativas do verão (americano). Jornada era essencialmente um submarino de batalha naval, exceto por ser no espaço. Guerra nas Estrelas estava voando baixo no fosso da Estrela da Morte, à velocidade de Mach 70.000, para dar um pouco de emoção. A experiência que você tem como observador é diferente: há uma velocidade, eu acho, associada a essa experiência. Para mim, não havia nenhuma razão para elas serem mutuamente exclusivas. Obviamente você tem que ser muito fiel ao espírito do que Jornada é e você não pode violar o cânon, mas não significa que você não possa ter alguma coisa disso também”.
Na entrevista eles discutiram ainda sobre a importância de Leonard Nimoy nessa nova empreitada e Orci novamente falou sobre a forma como o roteiro foi escrito, tendo o veterano ator em mente e fazendo muito mais do que apenas uma participação especial.
“Ele também está lá porque ele quer estar lá, e, na verdade, foi o maior elogio para todos nós e, em muitos aspectos foi a nossa bússola”, acrescentou Kurtzman, “Porque ele tinha dito que absolutamente não iria fazer Jornada novamente, e não que precisasse de dinheiro. Se ele vai fazê-lo, é porque ele realmente acredita nesse filme e realmente acha que está indo na direção certa. Para nós isso foi o barômetro”.
Os roteiristas terminaram comentando sobre a diminuição na audiência dos filmes e séries da franquia nos últimos anos e que se tornou uma das razões para estes dois escritores assumirem a tarefa de rejuvenescimento dela, “Isso foi o que nos motivou”, disse Kurtzman, “Teria partido nossos corações se Jornada apenas desaparecesse”.
“Ela apenas significou muito para nós em vários graus e formas. Obviamente, a possibilidade de herdar o manto é tão épico que você não pode ir a frente se não acreditar nele com sua alma. Nós todos nos chamamos de suprema corte de Jornada, e este é o nosso mandato agora”.
O marketing do filme.
O famoso site The Hollywood Reporter também publicou uma ampla reportagem sobre o filme de J. J. Abrams, onde faz um resumo da sua campanha de marketing, que vai dos trailers aos produtos de consumo.
Na opinião do autor do artigo, a Paramount optou por dar um formato novo a quarentona franquia, com a finalidade de ampliar o número de fãs e voltar a arrecadar milhões de dólares, como fez nos seus áureos tempos. Mas, eles procuram também agradar a velha audiência, mesclando novos produtos, como bonecos, naves, games, comic books, com o lançamento dos modelos originais para colecionadores e DVDs dos filmes anteriores em Blu-ray.
O orçamento chegou na casa dos 150 milhões de dólares, pelo menos, sendo dez milhões estes destinados a propaganda, “A nossa intenção era fazer Jornada algo que agrade a todos que o descartaram, no passado, por ser muito sci-fi ou demasiado inacessível”, disse Kurtzman.
O artigo diz ainda que a turnê de apresentação dos 20 minutos de cenas a imprensa, não terminou e se estenderá para o lado asiático, mais precisamente Japão e Coréia, onde J. J. Abrams e Bryan Burk tentarão mostrar para a mídia local, que a franquia ainda é viável comercialmente.
“Um novo trailer irá unir-se com Watchmen no dia 6 de março”, diz o artigo, “E irá destacar os aspectos emocionais da história de Kirk, e o final da apresentação irá chegar às famílias que viram e gostaram dessas fantasias, na faixa de censura 13 anos, como Indiana Jones e Transformers“.
A estratégia da Paramount em trazer de volta a franquia para o novo público não está isenta de risco, é claro. E Richard Arnold, ex-assistente de Roddenberry, e uma vez consultor da Paramount, adverte para que o estúdio não esqueça dos antigos fãs, “O pior cenário seria não comercializá-lo corretamente e ofender os fãs”, disse . “E eles vão ser uma parte importante da bilheteria porque existem 25 milhões de fãs em todo o mundo”.
Para o ex-assistente de Roddenberry, mostrar o filme é uma coisa, conseguir o sucesso que foi com Batman é uma história diferente. “A Paramount continua dizendo aos fãs para assistí-lo de qualquer maneira”, disse Arnold. “E eu continuo dizendo – “Sim, mas você deseja que suas preces sejam atendidas e se eles não atenderem, não haverá aquele boca-a-boca, e você não vai ter essa adicional audiência para vê-lo”.
Segue a análise do artigo, “Ao mesmo tempo, os estúdios e cineastas são rápidos para amenizarem os enganos de Jornada com a promessa de um espetáculo igual aos maiores filmes sci-fi”.
“Certamente a perspectiva deste Star Trek é diferente do que foi visto antes,” diz Kurtzman. “Assim, se você quiser sequências de ação no espaço na dimensão de Transformers, isso é o que você terá quando assistir Star Trek“.
“Essa é uma delicada questão: Será que a alma da série foi tão modificada que acabaram inadvertidamente trocando os antigos fãs pelos novos?”, indagou o artigo. Fato ou não, segundo Arnold, o criador Gene Roddenberry já contava que alguém o substituísse um dia no comando da franquia. Em uma entrevista pouco antes de morrer (em 1991), ao ser indagado sobre o que Jornada iria tornar-se no futuro, Gene respondeu que esperava algum dia um brilhante jovem ir acompanhá-la de novo, maior e melhor do que ele já tinha feito”.
Fonte: TrekMovie