O site Empire online publicou uma entrevista com o produtor e diretor J.J. Abrams, onde ele fez uma análise do trailer de Jornada nas Estrelas que estreou recentemente. Temos também outros comentários de Abrams a respeito de uma possível continuação.
J.J. Abrams conversou com o Empire e analisou as cenas do trailer. Veja abaixo os trechos mais importantes de seus comentários.
“Abrimos com o jovem Kirk (Jimmy Bennett) correndo a toda a velocidade em uma estrada no deserto com um carro roubado. Não há nada de Jornada evidentemente ou de ficção científica”, diz Abrams, “E foi de certo modo o ponto inicial. Eu senti que deveria começar o filme de uma forma inesperada e restrita”, disse referindo-se a cena inicial.
“Existem algumas seqüências que tiveram lugar em Iowa e outras em San Francisco, e foi importante que o filme se sentisse ligado ao terreno familiar, antes de transformar-se nas coisas que você mais espera”.
“As cenas na Terra foram importantes para ter um senso de futuro, mas também um verdadeiro sentido de agora. Guerra nas Estrelas está a um longo tempo atrás em uma galáxia muito, muito distante, mas Jornada é o nosso futuro, por isso é importante que nós não nos sintamos desconectados disso”.
“A idéia para o trailer era de começar com algo inesperado e vinculado à Terra e, em seguida, impulsionar você no mundo de Jornada. A dica fica por conta do perseguidor de Kirk que tem decididamente um visual futurista de policial de trãnsito”.
“Chris Pine, como Kirk, observa a USS Enterprise ainda em construção. A voz de fundo (Bruce Greenwood como capitão Pike) fala da juventude e do desperdício de potencial. Kirk, neste momento, tem muito potencial e sente-se bastante inútil. Ele é um bom rapaz, mas faz algumas coisas doidas, principalmente porque não sabe bem como usar seu poder e o que fazer”.
“Você vai encontrar Kirk no filme à noite, na cena do bar. Essa é uma típica noite muito bonita para ele. A mulher que ele está tentando conquistar, neste caso Uhura, apenas acontece de ser a única que estava lá naquela noite. Não é que ele não seja capaz ou inteligente, mas ele está sem rumo e parte de sua história neste filme refere-se a tornar o homem que todos nós esperamos ver”.
“Acho que você é Kirk no filme. Spock é pesadamente importante nele, mas neste filme a audiência é Kirk”.
“Jornada é algo que algumas pessoas poderiam imaginar ser uma espécie de experiência de pouca energia. Eu espero que as pessoas que assistirem a ação aqui, que talvez tenham pré-julgado sobre o que é Jornada, abram os olhos um pouco mais e digam – “oh, isso não é o que eu achava que ia ser”.
“Anton está fantástico como Chekov. Ele é originalmente da Rússia e uma das nossas primeiras discussões foi a de que eles não trocam o ‘w’ pelo ‘v’. Essa não é uma coisa de russo. Na verdade é mais uma coisa de polonês. Mas eu achei que tínhamos de fazer isso de qualquer jeito. Isso é o que você sabe de Chekov, por isso mantivemos o que veio antes”.
“A série televisiva sempre presumiu esta amizade entre Kirk e Spock. O que eu gosto sobre este filme é que ele mostra que eles não ficaram amigos rápido, eles realmente tiveram um começo muito difícil e uma série de conflitos. Como eles tornaram-se o Kirk e Spock que sabemos é muito dramático e repleto de tensão”.
Abrams fala de uma das referências no filme que será apenas conhecida pelos fãs, “Somente as pessoas que conhecem a série irão rir disto. É Sulu e Kirk … e o redshirt que vai morrer. Sim, o engenheiro Olsen morre”, referindo-se a cena da queda livre.
“Esta é uma cena muito engraçada onde Kirk está no quarto de Uhura, assistindo-a despir-se, e muito rapidamente ela percebe que ele está lá”.
“O casamento de Simon Pegg com uma escocesa deu a ele muita prática com o sotaque. Ele é o alívio cômico, mas não da forma que o comediante Ricky Gervais faz na sitcom em Extras. Você pode dar uma risada mas não é uma daquelas coisas que vai fazer você se curvar. Ele foi capaz de trazer toda a comédia, mas não à custa daquilo que parece verdadeiro no personagem”.
Nero em trapos sendo levado a força por guardas klingon. “Parte da história passada de Nero conta que ele estava sendo mantido em uma prisão Klingon (Rura Penth?)”.
“Existem alguns monstros no filme, o que é incomum para Jornada. Neville Page desenhou eles. Ele fez o monstro de Cloverfield e fez um trabalho incrível. Ele é um brilhante designer”.
“Este não é um do sete anos do Pon Farr de Spock. Não é que o vulcanos não sintam, mas essa é a escolha deles em suprimí-las para purgar as emoções e escolher o caminho vulcano. Isso é realmente parte do conflito de Spock. Sendo metade humano, uma anomalia. Essa é uma de suas lutas e ele tornar-se insano neste filme”.
“Acho que o que este filme está trazendo é um novo e energético jovem elenco e um tratamento ao mundo de Jornada que eu penso ser tão íntimo quanto a história é grandiosa no alcance. Este é o tratamento de Jornada no filme, com ação, comédia, romance e aventura, em oposição a uma reunião de intelectuais falantes”.
Em entrevista recente ao FemaleFirst, Abrams insiste em oferecer uma visão otimista e esperançosa do futuro “Batman:The Dark Knight é inegavelmente divertido e maravilhoso, mas ele, e muitos filmes, antes disso, são extremamente sarcásticos, sombrios e não muito pós-apocalípticos, mas pré-apocalípticos. Sinto que Jornada, que é uma espécie de alívio, de certa maneira, abraça completamente o otimismo. É inegável, apenas intrinsecamente, toda a raiz do otimismo”, disse o diretor.
“Esses humanos não só irão sobreviver e prosperar, mas na realidade colaborarão com outras espécies. A noção de fronteira final na exploração do espaço é muito boba e cliché em tantas mentes, mas quando você realmente parar (para pensar) irá considerar que Jornada é, ao mesmo tempo que uma fantasia, o nosso futuro”.
Será que isso significa que Abrams estaria interessado em dirigir o inevitável sequel? “Posso dizer que eu adoraria ver a família, a Enterprise que você começa a ver, reunirem-se, o que farão no próximo. Eles são tão maravilhosos, os atores, e vê-los juntos nestes papéis é simplesmente tão divertido que eu acho que existe um sentimento de querer ver a seguir”.