Uma nova entrevista com os escritores Alex Kurtzman e Roberto Orci foi realizada pelo site SciFi Wire. E como de costume falaram a respeito do filme de Jornada nas Estrelas, dessa vez incluindo mais de detalhes sobre a produção, o cânon e a intenção de trazer um pouco de Guerra nas Estrelas para a franquia.
Você ficaram intimidados em reavivar a franquia de Jornada?
Orci: “Essa não é uma coisa que você vá levianamente, a menos que você ache que tem alguma coisa realmente séria a contribuir, porque realmente crescemos com Jornada. Nós não poderiamos recusar por falta de conhecimento ou porque não temos opinião sobre o que gostamos de Jornada. O que ficou mais forte foi a pergunta – Será que somos dignos? – E chegamos à conclusão de que esta é a nossa profissão escolhida. Então, poderíamos também tentar conseguir algo para ela”.
Kurtzman: “E com Damon (Lindelof) envolvido, que também é um grande fã de Jornada, nós nos sentamos com ele durante um minuto, e percebi o quanto seria divertido para nós três trabalharmos em conjunto. Não havia desculpa para dizer não. Não poderíamos ter medo”.
Há uma enorme quantidade de material da franquia para trabalhar. Como é que vocês adaptaram na história o que querem contar?
Kurtzman: “Foi acordado que iria ser sobre a tripulação original, e no minuto que fizemos isso, ficou limitado o alcance do que gostaríamos de procurar para história”.
Qual é a história?
Orci: “É sobre a forma como a original tripulação chegou a se reunir, e que isso nunca foi coberto na sua totalidade, quer pela série ou qualquer dos seus filmes. Ninguém jamais contou a história de como a Enterprise zarpou”.
Kurtzman: “Há detalhes no cânon onde os personagens referem-se ao passado deles, mas existem grandes áreas de interpretações e é o tipo de claro onde você pensa – Peraí, eu entendo isso, mas como eles fizeram para chegar lá antes de irem a esse ponto? – E é aí onde você tem alguma margem”.
Até ficar consistente ….
Kurtzman: “Você tem de ser coerente. Você não pode quebrar uma regra de algo que foi feito antes”.
Quando foi seu primeiro conhecimento de Jornada?
Kurtzman: “Eu era um pouco jovem para o primeiro filme da série original. Jornada me tocou em A Ira de Khan. A experiência de estar em um cinema e ver esse filme, com certeza foi a primeira vez algo paralelo a Guerra nas Estrelas para mim, em termos de intensidade emocional e erudição scifi. Isso, por si só, já era motivo suficiente para fazer o filme, mas não sem estar ciente das regras”.
J.J. Abrams não faz segredo que ele tem mais amor a Guerra nas Estrelas do que a Jornada, mas vocês dois são completos fãs?
Orci: “Em termos de fandom sim, e Damon também é um fanático. Não vamos deixar cair a bola por falta de conhecimento. Ninguém pode dizer que não conhemos de Jornada. Poderia haver algumas coisas que fazemos e que as pessoas poderiam questionar do tipo – Detesto eles por algumas razões – mas não podem dizer – Eles não sabem de seu material”.
Orci: “E é controverso até mesmo mencionar Guerra nas Estrelas e Jornada na mesma frase, mas Alex disse – Temos que levar mais Guerra nas Estrelas em Jornada“.
Kurtzman: “A Guerra nas Estrelas original”.
Orci: “A Guerra nas Estrelas original. Quero sentir o espaço, quero sentir a velocidade e quero sentir todas as coisas que podem ficar um pouco perdidas quando Jornada se torna muito pomposa, o que eu gosto, mas ….”
Kurtzman: ” Jornada é muitas vezes o espaço equivalente a sub batalhas (de submarinos), e é o que a torna única e diferente de Guerra nas Estrelas, por isso não podemos passar longe, de qualquer modo”.
Além de compartilhar a parte criativa com Abrams, por que foi tão importante buscá-lo para dirigir o filme?
Kurtzman: “O que obtemos de J.J. dirigindo Jornada é cem por cento a tradução do script para a cena. Uma aventura épica no espaço é algo que poucos diretores podem conduzir. Você precisa de alguém que entenda o gênero e o espírito de Jornada para realizar um filme deste escopo, o que é maior do que qualquer coisa feita para a franquia antes”.
Sua história de Jornada conquistou J.J. Abrams. Parece que vocês estão muito confiantes de que os fãs vão gostar dela, também?
Orci: “Vai haver um debate quando esse filme sair, se é ou não compatível com o cânon. Argumentamos que ele é. Mas, literalmente, não há nada que possamos dizer sobre este filme. Mesmo que pense que não seja controverso, as pessoas vão dizer – Oh, isso é conveniente, eles estão cobrindo uma história que nunca foi feita antes de lidar com o cânon.”
É um legado bastante intenso.
Kurtzman: “As perguntas que mais nos atraíram foram – Quais são as regras desses personagens, as regras desse universo e as regras daquilo que faz Jornada funcionar? – Se não tocarmos nisso, não importa o quanto o filme é coerente com tudo que veio antes, quem se importa? Se tocarmos nisso e apresentarmos algo que encarne o espírito daquilo que nós sentimos quando a vimos pela primeira vez, então esperamos que tenhamos Jornada“.
Fonte: Trek Movie