O autor David Mack foi entrevistado pela ComicMix, onde falou sobre os seus mais recentes romances gráficos de Jornada, entitulados Star Trek Destiny e Star Trek Vanguard, da editora Pocket Books. Mack, que também foi autor de dois episódios de Deep Space Nine, contou como se deu o trabalho na franquia, a criação desses novels e quais os planos para o futuro. David Mack é um conhecido autor de novels. Ele já produziu histórias para Sin City e para o universo Marvel, com X-Men: Wolverine e Demolidor.
David também já escreveu publicações em quadrinhos para Alias e The 4400. Sua obra mais conhecida é a premiada série Kabuki. Em relação a Jornada, ele co-escreveu dois episódios em Deep Space Nine, “StarShip Down” e “It´s Only a Paper Moon”. Entre suas obras literárias, relacionados a franquia, temos Star Trek: Mirror Universe, Tales of the Dominion War , Star Trek: Starfleet Corps of Engineers, entre outros. Seus mais recentes trabalhos são as novas edições dos romances em quadrinhos com ilustração Star Trek Vanguard e Star Trek Destiny, com lançamentos previstos para 2009.
Star Trek Vanguard (em sua 4ª edição) é baseada na série original, enquanto que a trilogia Star Trek Destiny (primeiro volume já lançado) faz um crossover com personagens das séries A Nova Geração, Deep Space Nine, Voyager e com o livro Star Trek: Titan.
Como você conseguiu iniciar em Jornada? Mack: “É uma longa história. Minha primeira tentativa de escrever para Jornada ocorreu quando eu era estudante do segundo ano na universidade. Foi quando a produção de A Nova Geração anunciou a sua política de portas abertas para os scripts de seus episódios. Colhi muitas rejeições, e nunca conseguiu sucesso nesta série. Mas continuei apresentando os scripts para Deep Space Nine, e tive também muitas rejeições. Foi quando um amigo meu de faculdade me apresentou o editor John J. Ordover. John tinha conexões com os produtores do estúdio, na época, o que lhe faltava eram escritores experientes, para a qual eu havia sido treinado na escola filmes. Por isso, me chamou. Trabalhando juntos, John e eu fizemos uma apresentação para a produção inicial de Voyager, e outra, algumas semanas mais tarde, para a série Deep Space Nine, já em seus últimos anos. A história de Voyager foi comprada, mas nunca produziram; a história de Deep Space Nine foi lançada num episódio da quarta temporada, “Starship Down”. Pensávamos que as portas estavam abertas após as vendas, mas levou três anos para outra história ser aceita em Deep Space Nine (“It´s Only a Paper Moon”). Nesse ínterim, trabalhei como freelancer para ajudar a pagar a minha faculdade, dívidas, empréstimos, etc. A minha grande oportunidade foi quando John Ordover (trabalhando como um dos editores da Pocket Books) pediu-me para escrever uma peça de 5.000 palavras, no estilo de um ultra-secreto relatório da Frota sobre o Dispositivo Gênesis do filme Jornada II: A Ira de Khan. Tratava-se de um complemento de algum tipo da novela de John Vornholt, A Genesis Wave – Livro Um. Fez tanto sucesso com os editores que se tornou o capítulo quatorze do romance e John Vornholt graciosamente escreveu uma seqüência para incorporá-lo no seu conto. Baseado na minha boa contribuição fui convidado, no início de 2000, por duas outras editoras da Pocket Books, Jessica McGivney e Margaret Clark para escrever meu próprio livro The Starfleet Survival Guide (Guia de Sobrevivência da Frota). Portanto, a minha carreira começou nesse livro. Nesse tempo, também trabalhava como editor associado do site NRN e editor de ficção científica do Sci Fi Channel”.
O que é Star Trek Vanguard e como você se envolveu?
Mack: “Star Trek Vanguard é uma obra literária baseada no tempo da série original de televisão. Tem lugar em Taurus Reach, a região do espaço mais distante da fronteira da Federação. Vanguard é o nome para base estelar 47, posto avançado que a Frota Estelar construiu apressadamente, devido à sua proximidade com o Império Klingon e a Assembléia dos Tholianos. Esses Impérios reagiram com hostilidade e agressão a esta nova base. Ela apresenta uma mescla de personagens diferentes do habitual de Jornada, “comandante, primeiro oficial, médico, engenheiro-chefe”, etc. O elenco principal de Vanguard foi projetado para se concentrar sobre pessoas com diferentes responsabilidades, afim de gerarem diferentes tipos de histórias. Entre as personaliades dramáticas da série temos um ressentido comodoro que comanda a base e o setor em torno dele, com três naves da Frota a sua disposição; um funcionário da inteligência Vulcana com problemas psíquicos, um idealista J.A.G. da Frota (promotor de justiça); um cientista que tem problemas de lidar com autoridades, um repórter civil, que é um péssimo ser humano; um bêbado mercenário que virou empresário, um lorde Orion do crime, e muitos mais. Devido aos personagens serem profundamente imperfeitos, com ênfase na redenção, no tom obscuro e árduo de suas histórias e a intensidade de seus conflitos pessoais e políticos, alguns fãs e críticos têm comparado Star Trek Vanguard à reimaginação de Battlestar Galactica. Outros já chamaram de uma traição a tudo que é padrão de Jornada, o que demonstra que não é possível agradar a todos. Na Primavera de 2004, depois de eu ter acabado de escrever a novela relacionada a A Nova Geração, o editor Marco Palmieri ligou-me e perguntou se eu estaria interessado em trabalhar com ele para desenvolver este novo livro. Naturalmente, eu aceitei. Juntos, elaboramos uma manual detalhado que definiu os principais personagens, a estação, o clima político da série, e como se relacionar essa nova luz sobre a série original. Nós também previmos grandes arcos de história, mas também deixamos espaço suficiente para permitir que a série crescesse e mudasse organicamente, o que ela fez, superando até mesmo as nossas melhores expectativas”.
Como você começou o trabalho de escrever a trilogia Star Trek Destiny?
Mack: “No Outono de 2006, meus editores, Marco Palmieri e Margaret Clark, queriam um grande livro de Jornada, evento para o final de 2008, uma vez que foi nesse momento quando todo mundo pensou que um novo filme da franquia seria liberado. Aparentemente, Margaret queria convidar-me para o projeto da trilogia durante algum tempo, mas pensava que eu não estava disponível. Então, quando eu disse que estava, começamos a conversar. Eles me convidaram para um almoço à tarde, em novembro de 2006. Nós nos conhecemos em um pub irlandês perto dos escritórios Simon & Schuster. Durante o almoço, eles abriram uma cópia de Ships of the Line (excelente coletânea de naves de Jornada) e me mostraram uma pintura de Pierre Drolet, da Columbia NX-02 caída em um planeta deserto. A imagem sugeriu que a Frota Estelar tinha encontrado destroços da Columbia, no Quadrante Gama. Os meus estimados editores queriam que eu embacasse em uma trilogia épica com crossover, usando essa imagem como salto inicial. Eu pensei nisso por um momento, tomei um gole da minha cerveja e disse – Está bem”.
O que os leitores podem esperar dessa nova leitura? Quais são as suas ramificações de longo prazo com o universo de Jornada?
Mack: “Tudo o que posso compartilhar a vocês, neste momento, é que os personagens que estão mortos antes de começar a trilogia continuarão mortos; personagens mortos durante a trilogia vão continuar mortos. Não existe um botão reset na parte final da história; mundos que ouvimos falar antes serão destruídos; e espécies deixarão de existir”.
Quais são os seus próximos projetos, tanto dentro como fora de Jornada?
Mack: “Em janeiro de 2009, após o final da trilogia Destiny chegar as lojas, vou ter uma história na nova antologia de Star Trek: Mirror Universe, chamada Shards and Shadows. A minha contribuição em For Want of a Nail, é a última história do livro, e define o palco para as futuras aventuras no Universo Espelho. Estou, a partir da data desta entrevista, elaborando o primeiro rascunho da minha fantasia-thriller, The Calling. É a história de um homem que às vezes ouve as orações de outras pessoas e se sente compelido a ajudar. Após anos ouvindo pequenas preces em sua cidade natal, ele ouve uma oração de muito longe, em Nova Iorque, a partir de uma jovem raptada. Logo, o nosso herói deverá lutar contra policias corruptos, russos mafiosos, e bandidos maus. Ao longo do caminho ele descobre a verdadeira natureza das suas habilidades e aprende sobre o seu papel em relação a antiga luta entre as forças do bem e do mal. The Calling será publicado como um trade paperback (em formato de livro) pela Simon & Schuster, em julho de 2009. Após meu período de férias, vou começar a escrever o quinto livro da série Star Trek Vanguard, que será publicado em dezembro de 2009. Esse livro não tem título ainda, nem um esboço de história. Além disso, estou conversando com os editores de Pocket Books sobre algumas novas idéias inovadoras sobre Jornada para 2010, e à espera para ver se haverá um pedido por uma sequência de The Calling. Quando eu tiver mais novidades, você saberá”.
Fonte: TrekWeb