O site IGN conseguiu, em entrevistas separadas, falar com o roteirista Roberto Orci e o diretor J. J. Abrams, sobre a produção de Jornada nas Estrelas. Abrams falou de sua escolha para dirigir o filme e como pretende tornar Jornada interessante novamente, enquanto que Orci comentou a respeito da série original e o que não foi visto antes pelos fãs.
Na primeira entrevista ao site IGN, Abrams conversou sobre como foi dirigir o filme e o que espera dessa produção.
Por que você aceitou dirigir um filme de Jornada e como foi esse trabalho?
Abrams: “Foi incrivelmente bem. Uma experiência espetacular. Quando você olha para um filme como esse na forma como está, incrivelmente bruto (sem cortes), e estamos apenas começando a editar, muitas vezes é difícil achar (onde cortar). Mas porque o elenco é muito bom. Você vê as cenas agora e não tem mais a tela verde (para efeitos especiais) ou uma falha na gravação. É como se eles vivessem esses papéis completamente. De modo que, tudo que sei é que os personagens estão maravilhosos e os atores estão como se você quisesse ser um da tripulação. Você quer estar com eles. A decisão de fazer esse filme foi um grande acontecimento (para ele), mas eu li o script e como um cara que realmente gosta de Jornada, embora nunca fosse um fã radical, senti que estaria agonizantemente morrendo de inveja de quem chegasse e dirigisse o filme. Apenas achei que deveria pegar a direção também”.
Qual é o segredo para o público gostar desse novo filme de Jornada?
Abrams: “Acho que a resposta honesta é você contar uma boa história. Eu sinto que se é algo que entretenha, excite e emocione, mesmo sendo Jornada ou qualquer que seja a franquia, funcionará. Mas honestamente, não estou certo de que a maioria do público seja tão consciente de Jornada como poderia-se imaginar, ou mesmo que tenha consciência de haver dez filmes dela. Eu garanto a você, que se fosse por aí e randomicamente perguntasse quantos filmes de Jornada existem, poderiam dizer cinco ou seis. Eu não creio que as pessoas saibam que existem dez filmes. O caminho de Jornada tem existido por vários anos, eu honestamente, não acho isso tão relevante quanto poderia ser, quando você considera que é o número onze e que houve centenas de horas (na TV). Então meu sentimento é que nós estamos prontos para introduzir pessoas que nunca foram vistas antes em Jornada e dar aos fãs da série essa inacreditável diversão, esse excitante passeio”.
Como foi dirigir com Leonard Nimoy?
Abrams: “Bem, a coisa que mais me intimidou foi chegar e dizer para ele: Aqui está o que eu gostaria que fizesse”. Mas eu pensava comigo, quem diabos eu era para dizer a ele o que fazer. Ele é o Spock. Na verdade, ele literalmente me chamou a atenção para que eu dissesse o que fazer. Ele é simplesmente uma pessoa aberta, curiosa e com fome de ser melhor e que terminou sendo pura brincadeira. Adoro o Nimoy”.
O que causou a mudança do filme para maio de 2009?
Abrams: “Eu quero dizer que o filme estará pronto no Natal, mas foi apenas pensamento do estúdio achar que ganharia mais dinheiro com ele em maio”.
Em outra entrevista ao IGN, Roberto Orci conversou um pouco mais sobre o roteiro.
Como será essa história de agradar aos velhos fãs e ao grande público?
Orci: “É complicado, mas achamos que foi uma agradável oportunidade, na qual nunca havia sido mostrada uma história origem de Kirk, Spock e Magro e de toda a tripulação, como eles se encontraram. De modo que, quando começamos a pensar sobre o assunto, percebemos que isso nunca havia sido tratado. Não é exatamente um remake (contar a mesma história com outro elenco). É simplesmente uma história de como eles ficaram juntos. Quando pensamos nisso, achamos que resolvemos o problema da introdução do filme, porque literalmente será a introdução desses personagens que todos conhecem, mas ninguém sabe como eles se encontraram. Então, sabíamos que poderíamos contar uma história que ainda seria viável para os fãs, porque isso não é contar a história novamente. E sabíamos que por aqueles que não conhecem Jornada, será uma introdução a esse mundo. De modo que aproveitamos isso, que nunca havia sido feito antes”.
O problema das histórias de origem é que o roteirista e o diretor dizem ser apenas de introdução, para sua sequência ser mais excitante. Como fazer essa primeira história também excitante para o público?
Orci: “Eu posso dizer agora para você, que não precisamos usar qualquer qualificativo como esse. Isso não é algo como: ‘Apenas assista ao primeiro filme chato e depois divirta-se com o próximo’. Isso é apenas uma história das origens e não guardamos nada para depois. Nós queremos ter a certeza que será notável para os fãs, mas para uma audiência em geral, eles não serão capazes de valer-se de que já gostam do Kirk ou do Spock. Eles irão adorar o filme pelo seu próprio mérito. Como já foi dito, Transformers e Jornada são coisas diferentes. Contudo, eu não acho que alguém diria que o primeiro filme de Transformers, de um certo modo, foi como uma espera para o segundo acontecer. Nosso objetivo é não ser arrogante o bastante para acharmos que iremos fazer mais de um filme. Fazer um bom filme, e se der resultado, então esperançosamente iremos fazer um outro. Não guarde qualquer coisa para depois. Não planeje uma sequência. Isso é um erro. E foi assim que abordamos o projeto. Apenas fazer um bom filme e, se Deus quiser, fazer um outro”.
Fonte: Trek Movie