Os atores Colm Meaney (chefe Miles O´Brien) e Nana Visitor (major Kira Neris), em entrevistas concedidas ao site Rotten Tomatoes e a rádio ScreenGeeks Radio, falaram a respeito de seus trabalhos na série Deep Space Nine, que teve seu último episódio exibido em 1999. Meaney e Visitor lembraram da produção, filmagens e elenco.
Colm Meaney disse que não ficou triste por não haver uma história da série para a telona, mas que se sente como sendo dois atores, um para a TV e outro para o cinema, “Quando estávamos fazendo a série e as pessoas me perguntavam se eu gostaria de fazer um longa-metragem, minha posição foi sempre que se eu fizesse um filme preferiria que não fosse num traje espacial. Eu levei sete anos em um traje espacial, e foi legal. Mas o engraçado é que muitas pessoas que assistem Jornada nas Estrelas sabem o que eu faço lá, mas não sabem que eu faço outros filmes também e por outro lado, as pessoas que vão ao cinema assistir os filmes em que trabalho não sabem que já fiz Jornada. É como se fossem dois diferentes atores em diferentes carreiras. É maravilhoso. Eu adoro isso. Acredito que se você começa a entrar no mundo de Jornada, você se torna conhecido por uma ampla audiência e também se torna restrito”, disse o ator.
Ainda sobre a série acrescentou, “Nós tivemos um ótimo período fazendo essa série. Tivemos um grande elenco e uma grande equipe de produção. E os roteiros nela foram muito bons. Fizemos vinte e seis episódios por ano durante sete anos e havia três ou quatro episódios fracos por temporada, o que não é nada mal. Nós evoluímos, de modo que foi muito divertido e todos gostaram, mas, após sete anos, foi um tempo perfeito para nos despedirmos, irmos embora e fazermos outras coisas”.
O ator disse ainda se chegou a ser fã ou não de Jornada, “Não. E a ficção científica não teria sido meu gênero favorito. Eu nunca, na verdade, desenvolvi um interesse por isso. as fazer a série foi interessante porque eu percebi que a scifi pode ser usada para tecer comentário sobre os dias de hoje, num caminho muito direto. Nós ficamos falando sobre engenharia genética, por exemplo. E, eu me lembro de ter havido um episódio em duas partes sobre pessoas desabrigadas, por volta de 2040. Foi um comentário social, onde num futuro não muito distante nós poderíamos desenvolver uma sub-classe permanente que seria diferenciada pela sociedade. Na televisão contemporânea não poderíamos discutir isso. Então eu percebi o valor da ficção como um gênero, ao fazer a série”.
Malcom disse estar agradecido por Rick Berman ter compreendido sua situação de querer fazer outros trabalhos conjuntos com Jornada, “Foi muita sorte a nossa termos um executivo como Rick Berman. De fato, uma das minhas preocupações quando eles me ofereceram para trabalhar em Deep Space Nine foi que eu iria ficar em tempo integral, após ter aparecido periodicamente em A Nova Geração. Eu poderia ter dado um chute (na série) e feito o que eu queria, mas eu estava num elenco regular da série. Foi quando Rick (Berman) sentou comigo um dia e prometeu que deixaria eu fazer outros trabalhos que quisesse. E no curso dos sete anos ele fez isso. Houve algumas vezes em que ele disse “não”, mas foram coisas que eu não estava desesperado para fazer. O importante é que eu consegui fazer o que queria”.
Malcom Meaney está atualmente trabalhando no filme comédia Three and Out e na nova série Life On Mars, um remake do original inglês, que mistura drama com um pouco de ficção científica, e estréia no canal ABC.
Já Nana Visitor lembrou de suas primeiras filmagens no estúdio e toda a movimentação durante a primeira coletiva do elenco à imprensa, “Me lembro de nossa primeira entrevista. Estávamos no set de filmagens e quando encerramos, de repente havia milhões de flashs de fotógrafos e câmeras filmando, era quase uma opressiva atenção”, disse a atriz acrescentando, “Eu nunca havia sentido isso antes, foi muito diferente”.
Ela recorda também da cena mais estranha que já gravou em Deep Space Nine, “Eu lembro quando o personagem Odo (interpretado por Rene Auberjonois) vaporizou-se, era uma cena em que Kira e Odo faziam amor. Foi a única vez em que fiz amor com alguém que se liquefaz. E você sabe, era apenas eu e a câmera rodando em volta. Houve um leve incômodo para a produção. Foi algo muito bizarro”, lembrou a atriz.
A atriz lembra ainda, entre outros pedidos estranhos de fãs durantes convenções, um que jamais esqueceu, “Me foi pedido para assinar para um bebê de seis meses. Eu fico envergonhada só em dizer. Mas não foi no corpo dele, e sim na fralda”, brincou a atriz que atualmente está fazendo o papel de Pamela Voorhees, a mãe do assassino Jason, no remake de Sexta-Feira 13, além de uma passagem na série Battlestar Galactica.