A grande atração na convenção do Grand Slam XVI foi a presença de Zachary Quinto e Leonard Nimoy, que interpretam as versões nova e velha de Spock. A dupla conversou com a platéia, respondendo as perguntas sobre o filme e o personagen. O site da TV Guide também entrevistou os atores, durante o evento.
Procurando seguir a “política” de J. J. Abrams em não revelar detalhes sobre o filme, a dupla limitou-se apenas a dar opiniões pessoais e informações da produção em geral.
Zachary Quinto, inclusive, defendeu Abrams por manter tudo em sigilo, mencionando um fato ocorrido nos primeiros dias de filmagem e que acabou por fazer a produção tomar tal atitude, “No primeiro dia em que gravei, antes de terminar a filmagem, J. J. veio até a mim com seu iPhone e me mostrou uma imagem que foi baixada na internet. Na imagem podía-se ver que estávamos em pé numa sala ainda filmando. Ele disse que essa foto já estava na internet. Então isso foi o que instigou a produção a manter uma segurança elevada. No dia seguinte, tivemos de vestir capas longas com capuzes e entrar em carros de golfe cobertos com lona escura”.
O ator contou ainda que ficou admirado com o script e o trabalho de J. J. Abrams e que aprendeu o significado de certas palavras como “lógico”. Ele também falou sobre ter trabalhado com os atores Ben Cross e Winona Ryder, indicando que o jovem Spock estará em cenas juntamente com seus pais, Sarek e Amanda. Ele também deu sua opinião sobre a visão que tem do personagem Spock, “Uma das coisas que ficaram claras para mim, nesse personagem, foi que Spock está constantemente explorando a noção de como evoluir de um modo responsável e respeitoso. Eu acho que são todas essas coisas que nós, como uma sociedade e certamente o mundo, poderíamos implementar. Ser parte de alguma coisa que ponha isso para fora é realmente gratificante. Eu acredito que como Heroes, essa série (de Jornada) refere-se ao potencial das pessoas e o poder das pessoas em mudar o mundo para melhor”.
Já Leonard Nimoy comentou um pouco mais sobre o filme, “Esse é realmente um fantástico filme e uma revigoração da franquia. Isso é muito grande. Em 50 anos de trabalho no ramo eu nunca estive envolvido numa coisa desse tamanho. E, ao mesmo tempo, a grande performance de maravilhosas pessoas. É um grande script, um grande diretor e um grande elenco. Vocês têm toda a razão para estarem animados”.
Nimoy contou que pegou novamente o papel de Spock para esse filme por causa do script, “Quando li o script fiquei impressionado. Eu percebi que eles capturaram os personagens maravilhosamente. O roteiro teve uma grande dimensão, uma grande escala. E ao mesmo tempo fez algum trabalho de desenvolvimento nas origens de Spock, Kirk, Uhura, Scott e Sulu”.
A respeito do assunto “Shatner” e sua não presença no filme, Nimoy disse, “Isso teria sido muito dificil e talvez causasse dano ao filme se eles tentassem injetar Bill na história. Eu me sinto ruim sobre isso, todos sentem que é uma perda. Teria sido maravilhoso, mas não funcionaria e espero que vocês possam entender isso e aceitar. Eu aceitei o fato e acho que o Bill (Shatner) também. Eu falei com ele há umas semanas atrás e ele estava bem com isso”.
Durante a apresentação, Nimoy fez questão de elogiar o trabalho de Zachary Quinto como o novo Spock e que se sentia feliz em “passar o bastão” para o companheiro ao entregar-lhe uma camisa com a inscrição “# 1 Vulcano” dizendo ao público, “É hora de passar a diante”, dando a entender que esse será seu último trabalho na franquia de Jornada nas Estrelas.
Os dois atores também falaram a revista TV Guide, durante a convenção. Os assuntos abordados foram o arco Spock, a evolução do personagem e o trabalho de J. J. Abrams. “Nós já enfrentamos aspectos dessa narrativa antes, mas nunca com a visão geral que esse roteiro dá para toda a história do personagem, o crescimento dele, o começo e sua chegada na Enterprise“, disse Nimoy.
Para Quinto a história proporcionará uma visão mais profunda sobre a relação entre humanos e vulcanos, “Existe uma outra coisa que J. J. Abrams traz à tona, foi o modo como ele re-imaginou o filme Missão Impossível III, por mostrar o lado do personagem que você não tinha visto antes. Bob Orci e Alex Kurtzman, na verdade, abraçaram essa idéia. Leonard estava procurando pela palavra certa para descrever como foi tratada nesse filme a interação vulcano/humana e a complexidade dela. Creio que houve uma tremenda quantidade de virtude que foi usada nessa exploração, especialmente entre Sarek e Amanda. Eles trazem tal dignidade em suas perspectivas, em seus ponto de vista para seus personagens”.
O ator ressaltou, mais uma vez, seu entusiasmo por trabalhar com J. J. Abrams, tecendo elogios ao produtor e diretor, “Ele traz sua habilidade para executar sua visão, a qual é basicamente sem paralelo. Um espírito generoso e muito respeito pelas pessoas com quem trabalha, um senso de humor e a habilidade de um percursionista vocal irado, entre as gravações”.
Leonard Nimoy também elogiou o trabalho de J. J. Abrams dizendo que a maneira do diretor em procurar manter tudo em sigilo já vinha sendo pensada há tempos dentro do estúdio, “Havia sempre um debate sobre tentar proteger o próximo filme de Jornada, o que ocorreu com esse. Têm pessoas que fazem seu próprio comércio ao tentarem colocar as mãos no script e dizerem que sabem o que está acontecendo”.
Por fim, Nimoy parecia se despedir quando comentou sobre sua longa jornada pela franquia, “Essa tem sido uma longa estrada, quando primeiro me envolvi em 1964, cerca de 44 anos atrás. Ela já teve alto e baixos. Houve vezes quando ela era fantástica e outras vezes quando era triste. Houve tempos de esforço e questionamento: o que vamos intoduzir? O que faremos no próximo? Devemos fazer qualquer coisa porque não devemos parar?”, questionou Nimoy, “Então, de repente há uma reestruturação e que a torna excitante outra vez. É um percurso longo e muito interessante e agora eu realmente sinto que posso deixá-la ir e assistí-la ir embora em uma nova e boa direção”, finalizou.
Fonte: TrekWeb, SyFy Portal, Trek Movie