Por ocasião do 25º aniversário do lançamento de “Jornada II: A Ira de Khan”, Nicholas Meyer, diretor do filme, foi entrevistado pelo site The Trek Movie.
Ao rever o filme, Meyer disse ao site que ainda sentia a mesma emoção de quando o assistiu pela primeira vez. “Eu fiquei sinceramente eletrizado quando vi a cena em que a Enterprise deixa a doca espacial. Fiquei emocionado. Creio que minha reação não seria diferente de qualquer outro diretor”, comentou.
Meyer disse que, após o lançamento da primeira produção de Jornada no cinema, o chefe executivo da Paramount ordenou que ele fizesse um outro filme que fosse mais barato, já que “Jornada nas Estrelas – O Filme” havia ultrapassado em muito o limite orçamentário previsto. Embora houvesse a exigência de restrição financeira, o estúdio permitiu que ele tivesse alguma liberdade para expor suas próprias idéias. “Tudo o que eu estava fazendo era produzir um filme do modo que eu imaginava que poderia ser feito, porque todos no estúdio preocupavam-se com o orçamento e não estávamos quebrando o caixa”, explicou.
Para o diretor, mesmo que pudesse voltar no tempo quase nada mudaria no filme, apenas gostaria de ter filmado um amplo ângulo de cena com os personagens no planeta (Regula I), já que, para ele, essa cena do filme ficou muito artificial, mas infelizmente não houve dinheiro suficiente para fazer essa tomada.
Sobre o processo de remasterização da Série Clássica, comentou Meyer que não aprecia esse tipo de projeto e acredita que isso não venha a ocorrer com os filmes. “A única razão para eu fazer isso seria para controlar o que estava sendo feito, mas não acredito nisso. Seria o mesmo que imaginar os sintetizadores existindo agora e nós podermos reorquestrar a quinta sinfonia de Beethoven. Creio que os trabalhos de arte deveriam ter algum tipo de integridade preservada”, criticou Meyer.
A respeito do produtor e diretor J. J. Abrams, Meyer expressou satisfação ao saber que Abrams havia escolhido “A Ira de Khan” como o seu filme favorito. “Eu estou feliz que ele goste do filme”, disse o diretor sugerindo que Abrams use seu instinto e crie uma história de “homens em relação ao universo”, uma idéia ao estilo Howard Hawksiano (famoso cineasta americano de estilo arrojado).
Por fim, Meyer disse que a visão de futuro otimista da série é o coração da franquia e que isso nunca venha a ser alterado. “Eu acredito nesse otimismo. A noção de que as pessoas possam trabalhar juntas, e que afinal de contas, todo mundo é humano. Se vai ser verdade ou não, é outra questão. Mas creio que é agradável sonhar acordado”, finalizou.
Fonte: The Trek Movie
Edição: Nívea Doria