O ano que se foi e o ano que começa

O ano de 2006 foi meio esquisito para Jornada nas Estrelas (Star Trek). A velha franquia completou 40 anos com um estranho silêncio — pela primeira vez, desde a temporada 1987-1988, não havia pelo menos uma série baseada no universo de Gene Roddenberry em produção.

Mesmo no Brasil, essa “crise” se fez sentir. A Paramount ameaçou trazer ao país LeVar Burton (Geordi La Forge) para promover o lançamento dos novos DVDs de A Nova Geração, mas abortou os planos na última hora. Uma editora estava planejando o lançamento de um livro para celebrar a data, e a coisa também foi parar no limbo.

Rick Berman, “o poderoso chefão” da franquia desde a morte do criador Roddenberry, em 1991, foi destronado após os recentes fracassos, e hoje o futuro está nas mãos de uma revelação de Hollywood, J.J. Abrams. Depois de conquistar legiões de fãs com as séries “Alias” e “Lost”, Abrams pareceu dar demonstrações ao estúdio de que pode soprar vida nova em Star Trek.

No entanto, seu planejado filme ainda não tem uma luz verde da Paramount para entrar em produção, e tudo pode acabar como tantos outros projetos abortados na longa história de Jornada (para conhecer o que possivelmente foi o maior desses momentos, visite nossa seção sobre a quase lendária série Fase II).

A despeito dessas incertezas, a mensagem geral de Jornada nesses últimos 40 anos é a de que vale a pena ter esperança no futuro. Com a chegada de um novo ano, mais do que nunca a equipe do Trek Brasilis está disposta a fazer valer essas palavras.

Estamos planejando uma série de novidades para o site ao longo deste ano, que vão desde os detalhes mais sutis às propostas mais audazes. Prepare-se para mudanças boas no horizonte.

Além disso, vamos redobrar nossos esforços para nos adaptarmos ao momento de “vacas magras” e respondermos pela responsabilidade que adquirimos ao longo dos últimos sete anos — ser a principal referência de Star Trek em língua portuguesa.

E, se pararmos para pensar, as coisas poderiam ser bem piores. Num momento de “estagnação”, ainda antevemos para o ano que começa novidades como o avanço da produção de novos efeitos especiais para a Série Clássica, numa iniciativa arriscada e corajosa da CBS/Paramount, os burburinhos sobre o próximo filme para cinema, a possibilidade de concretização de uma nova série de desenhos animados para a web e, claro, o lançamento, em terras tupiniquins, de mais temporadas da boa e velha A Nova Geração em DVD. (Duas já foram, mas acho que ninguém aqui vai desistir enquanto as sete não estiverem na prateleira, certo?)

E a grande vantagem de trabalhar com um universo como o de Jornada nas Estrelas é que dificilmente um dia o nosso trabalho estará terminado. Mesmo com as produções em parada total, o TB ainda precisa andar em velocidade de dobra para cobrir todos os episódios, livros, quadrinhos e filmes já produzidos. E há muita gente com quem falar, a quem entrevistar. É seguro dizer que os fãs brasileiros podem esperar muitos avanços em todas essas frentes em 2007.

Enfim, a despeito da aparente dormência das coisas nesse momento, ninguém aqui é capaz de duvidar que a aventura humana — a nossa aventura — está apenas começando.

Vamos em frente, Sr. Sulu, fator de dobra um. E um feliz 2007 a todos.

Salvador Nogueira
Editor do Trek Brasilis