Coincidência ou premonição, não se sabe, mas o escritor e produtor de dois filmes de Jornada “A Ira de Khan” e “A Terra Desconhecida”, Nicholas Meyer, esteve presente e atuante no começo da carreira de JJ Abrams. “Esse foi o meu primeiro passo na preparação para o trabalho em Jornada nas Estrelas”, brincou Abrams em nova entrevista a revista Variety.
Abrams tem feito bastante pesquisa sobre as publicações da franquia, mesmo aquelas consideradas não canônicas. “Nós temos sido providos de trabalhos publicados sobre Jornada”, disse o produtor. “Sejam histórias originais ou análises ou compêndios (resumos) das séries”, observou.
Assim como Abrams, a equipe de roteiristas de “Missão Impossível” também está imersa nos episódios da Série Clássica, embora tenham estabelecido um limite para não saturarem com muita informação. “Nós não queremos ficar supersaturados com o material pré-existente. Estamos vendo tanto quanto podemos e tanto quanto nós precisamos, mas estamos também indo a um limite. Eu quero permanecer fresco de idéias e estar inspirado”, disse o produtor.
Na opinião do novo produtor da Paramount, a Série Clássica trouxe as mais antigas discussões da humanidade para a TV. “Jornada nas Estrelas, para mim, sempre foi sobre infinitas possibilidades e a incrível imaginação de Gene Roddenberry trouxe isso para o núcleo dos personagens. Foi uma série sobre diferentes visões, sobre a fé versos a lógica, sobre a ciência versos e a emoção, sobre nós e eles (extraterrestres). Era o seu próprio mundo, e ainda foi o nosso mundo”, definiu.
Abrams recusou-se a revelar detalhes do script, que está escrevendo com Alex Kurtzman e Robert Orci. “É infinitamente cedo para conversarmos sobre a trama”, desconversou.
Entretanto, afirmou que pretende incorporar o espírito da Série Clássica novamente no próximo filme, “Jornada foi sempre meu programa favorito, quando ela passava um pouco de suspense. Eles procediam ao transporte de alguma coisa para a nave, onde havia um incrível mistério ou uma clara ameaça. Todas essas coisas que eu adorava na série são o que nós estamos trabalhando para incorporar dentro da história para o filme”, revelou o produtor.
Embora fosse um telespectador regular da Série Clássica, Abrams não se acha um fã ardoroso da franquia, “Eu não acho que me qualificaria como um
trekker. Eu cairia na categoria do grande fã”, confessou. Já seu companheiro de roteiro, Robert Orci, diz que tem imediata lembrança de todas as coisas de Jornada, enquanto que o produtor executivo, Bryan Burke, diz ser relativamente novato para o “Grande Pássaro”, como era conhecido o criador da série.
Perguntado se o filme seguiria o desejo dos fãs mais ardorosos, Abrams foi enfático, “Nós sentimos uma absoluta contemplação para com os fãs, mas ao
mesmo tempo, temos que reconhecer que você não pode apenas fazer um filme ou série de TV para um grupo de pessoas que vive e respira a série. O nosso objetivo é uma história que simultaneamente fale para pessoas que estão com Jornada próximos ao seu coração, e ao mesmo tempo conte uma história que repercuta aos novos fãs”, comentou.
Após o fracasso de Nêmesis e da série Enterprise, a tentativa de renascer a franquia, através de Abrams, está sendo considerado, por alguns, como prematura. No entanto, o produtor diz ter esperança em sua intuição para fazer um bom trabalho. “Talvez se eu a olhasse do ponto de vista do analista de TV ou de um analista em entretenimento, eu estaria pensando que é um risco ou temerário”, confessa Abrams. “Minha reação é sempre de intuição, na qual, se houvesse uma grande história a se contar de Jornada em um filme, ela poderia ser tão emocionante quanto divertida, como qualquer coisa que eu poderia imaginar. Eu presto atenção nessa voz (interior) que tem sido muito útil”, finalizou.