O site SaveEnterprise postou uma entrevista exclusiva com o ator John Billingsley (Dr. Phlox) que fala prós e contras sobre Enterprise. Alguns pontos mais importantes a seguir.
Perguntado sobre o que acha da direção que tomou seu personagem na quarta temporada, Billingsley respondeu: “eu vou dizer honestamente, eu acho que nos últimos anos tem sido realmente enfatizado mais histórias orientadas para aventuras de ação, enquanto que para alguma extensão do desenvolvimento de personagem, (principalmente) para os quatro personagens subsidiários, isso tem sido abandonado um pouco. Eu não tenho tido muito trabalho a fazer. Isto é, eu percebo que o sucesso da série não está condicionado a dar suporte aos personagens. Eu acho que os episódios, no todo, têm sido mais excitantes e certamente mais densamente inseridos, no qual eu acho que foi um dos problemas que eu tive depois das primeiras temporadas. Eu sentia que o que estava precisando era um certo tipo de complexidade na narrativa da história”.
“Outra vez, eu quero dizer que isto não significa qualquer desrespeito ao atual time de roteiristas”, continua o ator. “Eu acho que o que eles estavam tentando fazer nos primeiros dois anos era enfatizar o desenvolvimento dos personagens, talvez numa dispendiosa narrativa de histórias intricadas. Eu acho que no último ano, o que eles descobriram foi que a linha de história mais intricada, mais envolvida e com episódios de continuação estava sendo mais firme. Então para o próprio senso de desenvolvimento do Phlox, eu não tenho qualquer coisa a oferecer neste fronte. Eu não vejo que isto tenha mudado nesta temporada para o Dr. Phlox, ou que qualquer coisa tenha mudado sobre ele.”
“O arco de Brent Spiner, o qual levou ao pós tema das guerras eugênicas, está ajudando muito aos fãs a conectarem com a série original, e nós temos alguns episódios futuros que eu penso responder a dúvida dos fãs sobre por que os vulcanos parecem tão arrogantes. Estes episódios levam a uma guerra civil em Vulcano e explica como a sociedade vulcana tem estado dividida em diferentes facções. Eu acho que tem sido uma boa temporada. Eu não estava muito louco nos primeiros dois episódios, com toda sinceridade. Acho que o superior disse – fim da história da Guerra Fria Temporal agora -, e os roteiristas tiveram que dar um jeito. Eles foram forçados a ligar tudo de uma maneira muito abrupta, e pessoalmente não achei que fosse nosso mais belo momento. Acho que todo episódio, desde então (do fim da guerra temporal), tem sido muito forte e tenho estado agradecido com eles.”
Perguntado o que achava dos comentários de Jolene Blalock (T’Pol) sobre a série ter roteiros inconsistentes, disse: “eu acho que Jolene estava respondendo (e eu não falo em nome dela, apenas suponho) provavelmente ao fato da emissora ter solicitado a ela fazer coisas que ela sentia que estava fora de seu personagem: torna-se uma drogada, e entrar em relacionamento sexual com Trip. Você nunca sabe realmente se essas coisas acontecem ou não na série porque a emissora diz – ‘Ei, nós precisamos de mais sexo, precisamos de mais violência, e mais tensão dramática’, e seria minha suposição que houvesse uma certa pressão posta sobre os roteiristas para incendiar um pouco. Acho que Connor (Trip) e Jolene estavam um pouco desconfortáveis nesta direção. Provavelmente porque não houvesse muito trabalho de base entre eles antes que fossem lançados no mesmo saco juntos. Em termos de inconsistência do roteiro, em outros aspectos, eu acho que atualmente os roteiristas tem feito um bom trabalho de tentar honrar o cânon e contar difíceis e complicadas histórias no curso deste ano e meio. Acho que o roteiro tem realmente se tornado o ponto forte da série. Não me importaria de ter um pouco mais de desenvolvimento para todos os personagens da série. Acho que um dos problemas que ainda persiste é que os personagens subsidiários são graciosamente unidimensionais. Isto pode não ser percebido como um problema pelos produtores da série. Eles podem ter encontrado um ponto onde acham que a série é dirigida pelos três líderes e que os quatro de nós servem do mesmo modo que Sulu, Chekov, Uhura e Scotty serviram. Nós estamos lá para interpretar uma função em particular, mas não temos sido tridimensionalizados”.
Perguntado se acha que Manny Coto (produtor executivo) conseguirá levantar a audiência e trazer a “massa” trek de volta, respondeu: “não quero dizer de nenhum modo que a série tem sido ou foi salva por Manny Coto, porque acho que seria um desserviço para os outros escritores e em particular para Rick Berman e Brannon Braga. Eles conseguiram manter esta franquia por um longo tempo. As pessoas estão assistindo a série por causa do trabalho que Rick e Brannon fizeram. Acho importante sempre ter alguém que desafia noções preconcebidas sobre o que podemos ou não fazer. Isto quer dizer ter novas pessoas adicionadas na mistura, novos escritores vinda a cada ano. Acho que isto apenas servirá a série e serviu a série no último ano. Não somente Manny, nós temos um número de novos escritores que vieram a bordo este ano. Manny foi novato no último ano, e mesmo no segundo ano, eu achei o trabalho que John Shiban fez fabuloso e infelizmente ele não foi se reuniu a nós para a terceira temporada. Acho que alguns dos melhores episódios estavam na segunda temporada, a temporada que eu sei que os fãs não gostaram. Todavia, acho que estes episódios que John fez, particularmente, foram notáveis. Há um episódios na segunda temporada onde nós entramos em espaço romulano e simplesmente saímos vivos. A nave ficou danificada. No próximo episódio nós temos de reparar a nave e encontramos uma estação peculiar no meio do nada que se oferece para reparar nossa nave. Achei que estes episódios foram muito bons. Muito imaginativo, muito tenso e isto foi feito por John Shiban. Então todo ano um sangue novo tem levado a série a frente. Manny é a última adição, mas eu estou certo que se a série continuar haverá mais sangue novo, como já houve”.
Fonte: TrekWeb